Carimbó é uma Dança regional, aculturada, que
revela traços culturais lusitanos, negros e
índios. O nome é de
origem tupi - korimbó -, formado por duas
palavras: curi que significa "pau oco: e mbó , que
significa "furado". Posteriormente o povo foi
trocando as letras do curimbó para corimbo - como
ainda é chamado no município de Salinópolis - e
para carimbó, como ficou nacionalmente conhecida a
dança.
Tal qual os tocadores de
batuque paulistas, cavalgam os
tambores e os batem com as mãos, à quisa de
varetas.
Os tambores são de 0,90 a
1,50 de comprimento, por 0,40 ou 0,50 de diâmetro,
de troncos de árvores, escavados, com uma abertura
lateral em toda a extensão para emissão do som e
fechados numa das extremidades por pele de animal
silvestre.
Os instrumentos que
acompanham o Carimbó são: reco-reco, violá, ganzá,
banjo, duas maracás e flauta. A união desses
instrumentos deu à música do carimbó um ritmo
único, envolvente e extremamente sensual.
A indumentária do Carimbó
é a seguinte: homens com blusas lisas ou
estampadas sobre calças lisas; lenço no pescoço,
chapéu de arumã, dançam descalços. Mulheres usam
blusas que deixam ombros e barriga à mostra,
muitos colares e pulseiras feitos de sementes da
região e saias rodadas ou franzidas coloridas ou estampadas,
uma influência das danças do Caribe, de origem
negra. Usam também, flores ou arranjos na cabeça e vários
enfeites ao gosto das dançarinas. Também dançam
descalças.
Na coreografia a dança
inicia-se com uma fileira de casais, onde o homem
aproxima-se de seu par batendo palmas para
convidá-la à dança. Elas aceitam o convite e
iniciam um movimento circular, formando ao mesmo
tempo, uma grande roda, e fazendo movimentos com a
saia, com o único intuito de atirá-la sobre a
cabeça de seu par. O homem dança o tempo todo,
tentando se livrar da saia da mulher, pois se ela
conseguir tal façanha, ele sai da dança vaiado por
seus companheiros.
Depois de um determinado
espaço de tempo dessa evolução, uma das dançarinas
coloca no chão um lenço e o seu parceiro, de dorso
flexionado para frente e braços levantados para
trás, como asas, pernas abertas, tenta pegar o
lenço com a boca, sem perder o ritmo, enquanto a
dama, pegando a saia com as duas mãos, sacode-a,
como se estivesse a enxotar um peru, e o grupo
canta:
"O PERU ESTÁ NA RODA CHÔ
PERU"
O Carimbó é também
conhecido com outras denominações, tais como:
curimbó, corembó, corimbó, curimã, simples
variações fonéticas.
É uma dança
típica do Pará e, em alguns de seus municípios
como Salinas, Bragança, e em todos os localizados
na Ilha do Marajó, há vários rítimos. No Soure é
conhecida como Carimbó pastoril, já em Santarém, é
conhecida como Carimbó rural. No município de
Marapanim, arredores de Belém, estão alguns dos
melhores grupos de carimbó da região, que guardam
a fama de serem os maiores difusores do ritmo e da
dança no Estado do Pará.
Segundo Alceu Maynar
Araújo, " a nosso ver, o carimbó é uma das danças
do fandango desgarrada pela Amazônia. Dissemos
desgarrada porque a região de maior concentração
do fandango é na região da ubá."
Texto pesquisado e
desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO
Bibliografia
consultada:
Folclore Nacional
II - Alceu Maynard Araújo
Dança Brasil -
Gustavo Côrtes
O Folclore Negro
do Brasil - Arthur Ramos
Folclore - Cáscia
Frade
Danças folclóricas
brasileiras e suas aplicações educativas - Maria
Amália Corrêa Giffoni