UNICÓRNIO E CERVO ENCANTADO


O cervo branco ou veado duende, aparece as vezes em antigos relatos desencadeando uma sucessão de acontecimentos que comprometem a protagonista em sua busca espiritual.
O cervo era um dos quatro animais sagrados dos celtas e desempenhou um papel importante no folclore de muitas regiões do mundo. Em especial os veados brancos são mencionados com frequência em um antigo mito celta como animais duendes. Um cervo conduz o rei Arthur através de uma cova até o palácio da Fada Morgana no país das fadas, onde lhe mostrou os céus e a terra.

Na mitologia irlandesa, Oisin era o filho da Deusa Cerva Sadb e, próximo ao final da vida, teve uma visão em que um pequeno cervo sem aspas era perseguido sobre as águas do mar por lebres vermelhas e brancas do Outro Mundo. O cervo era o próprio Oisin.

Em um mito galês, Pwyll, príncipe de Dyfed, encontrou por azar a Arawn, Senhor do Subterrâneo, quando esse perseguia a um cervo. Arawm lhe pediu que temporariamente se convertesse no Senhor dos Mortos. O cervo que perseguia era na realidade a própria alma de Pwyll.

O Unicórnio é um animal mágico que mora no país das fadas e raras vezes contempla os humanos, embora indivíduos de todo mundo ficaram sabendo de sua existência. A primeira menção escrita procede de Ctenias de Cnido, um historiador e médico grego, e se remonta ao ano de 398 a. C. Escreveu um livro sobre a Índia, onde afirmou que ali havia asnos selvagens tão grandes como cavalos ou até maiores. Seus corpos eram brancos, suas cabeças de um tom vermelho escuro e seus olhos de um azul sombrio. Tinham na frente um chifre de quase meio metro de comprimento, de um branco puro na base, negro na metade e terminava em uma ponta afiada.
Para muitos, o unicórnio constitui um símbolo de pureza e a reconciliação perfeita dos opostos. Em heráldica, o unicórnio representa o símbolo do cavaleiro nobre por excelência.
Segundo os bestiários da Idade Média, o unicórnio se mostrava feroz e esquivo para que fosse capturado pelos caçadores. Só podia ser parado por uma virgem, seduzido por sua virtude.
Em uma narração, a virgem se senta embaixo de uma árvore para atrair o unicórnio. O animal inclina a cabeça sobre seu peito e permite que o acaricie até que adormeça. Ela quebra então seu chifre, chegam os caçadores e o unicórnio é preso e conduzido ao palácio do rei.

O chifre do unicórnio recebe o nome de olicórnio e tem fama de servir como antídoto contra os venenos. Em certa ocasião, um grande lago foi envenenado por uma serpente até que um unicórnio passou por ali e com seu chifre retirou o veneno.
Vários senhores do Renascimento afirmaram possuir taças dessa parte do unicórnio, e elas eram usadas nos banquetes como defesa contra a morte por envenenamento. Se dizia que o chifre suava na presença do veneno. Os alicornios eram comprados e vendidos a preços fabulosos e figuravam entre as posses mais apreciadas por príncipes e papas. Os pobres adquiriam água em que houvesse introduzido o chifre. Porém alguns afirmam que o chifre é um cone de luz que procede do centro do terceiro olho do unicórnio.

Os herméticos, quando estavam prestes a realizar uma grande descoberta, desenhavam um unicórnio como uma espécie de guardião desta informação. Também simboliza com seu chifre no meio de sua fronte, a flecha espiritual, o raio solar, a espada de Deus e a revelação divina. Os alquimistas viam no unicórnio a imagem do hermafrodita (homem e mulher); um ser que transcende a própria sexualidade.

Na China, o nome do unicórnio é Ki lin, símbolo da mansidão e da boa sorte. Esta designação representa o masculino-feminino, o yin e yang, uma caracterização também aceita no Ocidente

A figura do unicórnio está presente também na heráldica, como no brasão d'armas do Canadá, da Escócia e do Reino Unido.
Na astronomia, o unicórnio é o nome de uma constelação chamada Monoceros.
O unicórnio tem sido uma presença frequente na literatura fantástica, surgindo em obras de Lewis Carroll, C.S. Lewis e Peter S. Beagle. Anteriormente, na sua novela A Princesa da Babilónia (A Princesa de Babilônia), Voltaire incluí um unicórnio como montada do herói Amazan.
Modernamente, na obra de J. K. Rowling, a série Harry Potter, o sangue do unicórnio era necessário para Voldemort manter-se vivo, porém o ato de matar uma criatura tão pura para beber-lhe o sangue dava ao praticante de tal ação apenas uma semi-vida - uma vida amaldiçoada. No livro diz-se que o unicórnio bebê é dourado, adolescente prateado e adulto branco-puro. Também é interessante observar, ainda na obra de Rowling, que a varinha do personagem Draco Malfoy possui o núcleo de pêlo de unicórnio.
Noutro livro, "Memórias De Idhún", de Laura Gallego García, o unicórnio é uma das personagens principais da história, sendo parte de uma profecia que salva Idhún dos sheks. Em Memórias De Idhún, o unicórnio está no corpo de Victoria.
Em 2008 um "unicórnio" nasceu na Itália. O animal, obviamente não é parte de uma nova espécie. Mas sim uma corça (pequena espécie de cervídeo europeu), que nasceu com somente um chifre. Pesquisadores atribuem o corrido a um "defeito genético".



LENDA DO UNICÓRNIO


O primeiro Unicórnio chegou a Terra embrulhado em uma nuvem, impelida por um vértice branco.
Desceu com suavidade dos céus aos campos infantis da terra.
Dotado de um chifre de luz espiral…
Com seu chifre penetrou e furou uma pedra, e uma fonte de vida ali brotou.
A Terra começou a ser fecundada com várias coisas frutíferas.
Grandes árvores floresceram, e abaixo em suas sombras, foram povoadas com grandes animais selvagens.
Tudo isso era a intenção de Deus, e o Unicórnio, o instrumento do seu querer.
Deste modo, se formou o maravilhoso Jardim do Unicórnio, que é chamado por “Shamagin”, que quer dizer lugar onde há água.
Deus falou ao Unicórnio então:
Unicórnio, você será, entre todas as minhas criações, a que em memória permanente da Luz, que será seu Guia Guardião.
E nunca, mas nunca devolverá a Luz até o final dos tempos!

O unicórnio simboliza a pureza, esperança, amor, majestade, poder, honestidade, liberdade e tudo que é bom no ser humano.



ENCONTRO COM O UNICÓRNIO



Relaxe e esvazie a memória de qualquer preocupação presente. Agora imagine que te encontras em um claro bosque, de pé junto a uma tranqüila vertente de águas puras. Faz calor, brilha o sol e te sentes serena e confortável. A água goteja entre rochas cobertas de musgos e dá para ver uma taça de ouro. Tens sede, mas julga que não deveria beber nessa taça sem ser convidada.

De repente o ar parece vibrar e se faz um silêncio no bosque. Ante de ti aparece um unicórnio branco, resplandecente e régio. Percebes a pureza e a nobreza que irradia. Depois de um tempo se dirige a vertente e afunda na água seu chifre prateado. A água reluz e adquire uma luz suave. Retrocedendo, o unicórnio te convida a beber.

Encha a taça de ouro e beba a grandes goles. Está fria, mas saborosa e renova tuas energias. É a água da cura, da renovação. Sentirá uma grande força penetrar em ti.

Quando estiver disposto a ir embora, inclina-te ante o unicórnio. Recobra pouco a pouco tua consciência de vigília.

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO