DEUSA
SEDNA

Meus
dedos
foram
decepados
bateram
em
mim
fui
ferida
machucada
mentiram
para
mim
fui
traída
fui
abandonada
Meu
sofrimento
era
imenso
mas
lá
embaixo
nas
profundezas
no
coração
do
oceano
onde
me
deixaram
para
morrer
compreendi
minha
impotência
o
modo
como
vivi
minha
vida
desamparada
e
com
medo
sempre
numa
atitude
passiva
em
vez
de
ativa
e
percebi
o
que
fiz
À
medida
que
a
compreensão
expandiu
minha
consciência
peixes
e
mamíferos
aquáticos
cresciam
dos
meus
dedos
cortados
Transformei-me
num
"velho
parto
de
comida"
Aquela
que
sustentou
sua
gente
Não
mais
uma
vítima.
As
terras
do
Círculo
Polar
Ártico
são
estéreis
e
congeladas.
Cultivar
é
praticamente
impossível
e
até
recentemente
os
povos
que
lá
habitam,
dependiam
da
caça
e
da
pesca
como
única
fonte
de
sobrevivência.
Não
de
surpreender
então,
que
tanto
os
animais
como
o
mar,
desempenham
um
papel
importante
em
sua
mitologia.
Não
há
nenhum
deus
supremo
na
mitologia
dos
Inuit
(esquimós),
mas
sim
diversos
espíritos
que
controlam
as
forças
da
natureza.
O
mais
importante
deles
é
Sedna.

Sedna,
com
seus
cabelos
da
algas,
considerada
a
Deusa
do
mar
e
das
baleias,
era
uma
bela
mulher
que
vivia
em
companhia
de
seu
pai,
enfrentando
muitas
dificuldades.
Sua
vida
não
era
realmente
nada
boa,
pois
a
caça
e
a
pesca,
estavam
escassas
e
além
disso,
encontrava-se
muito
insatisfeita
com
os
muitos
admiradores
que
a
cortejavam.
Enfeitiçada
por
uma
gaivota
que
lhe
prometeu
muito
alimento
e
servas,
ela
foi
viver
com
o
povo
dos
pássaros.
Em
vez
do
prometido, Sedna
foi
forçada
a
viver
no
meio
de
muita
sujeira
e
miséria.
Quando
seu
pai
veio
visitá-la,
lamentou-se
e
pediu
que
ele
a
levasse
de
volta
através
das
águas.
O
povo
dos
pássaros
perseguiu
os
dois
e,
para
salvar
a
vida
da
filha,
o
pai
de
Sedna
derrubou-a
no
mar.
Ela
apavorou-se
e
tentou
subir
novamente
ao
barco,
foi
quando
então
seu
pai
cortou-lhe
os
dedos,
que
imediatamente
se
transformaram
em
peixes
e
mamíferos
marinhos.

Sedna
submergiu
e
alcançou
o
Adlivum,
o
submundo
esquimó,
onde
agora
governa
os
mortos.
É
no
Adlivum
que
as
almas
se
purificam
para
depois
seguirem
sua
jornada
à
terra
da
lua
(Quidlivun),
onde
encontrarão
descanso
e
paz
eterna.
Quando
um
inuit
morre,
ele
é
envolvido
em
uma
pele
de
caribu
e
enterrado.
Os
corpos
dos
idosos
têm
seus
pés
apontado
para
oeste
ou
sudoeste,
os
pés
das
crianças
devem
apontar
para
leste,
dos
adultos
para
sudoeste
e
dos
adolescentes
para
o
sul.
Os
mortos
são
velados
pelos
parentes
por
três
dias
com
as
narinas
fechadas
com
pele
de
caribu.
Para
assegurar-se
da
garantia
de
boas
caçadas
e
fartas
pescarias,
os
xamãs-esquimós
descem
para
visitá-la,
pintando-se
e
mutilando
as
mãos.
Entretanto,
esta
viagem
é
arriscada,
com
muitos
pedregulhos
e
espíritos
maus
pelo
caminho.
Chegando
até
o
castelo
de
Sedna,
o
xamã
tem
a
obrigação
de
pentear
seus
cabelos
e
deixá-los
limpos
para
que
ela
liberte
as
criaturas
do
mar
para
os
seres
humanos.

Na
Groenlândia
é
chamada
de
Arnakuagsak
e
no
Alasca
de
Nerrivik.
Esta
Deusa
é
a
protetora
dos
mares
profundos,
senhora
da
vida
e
da
morte,
nutridora
e
guardiã
de
seu
povo,
desde
que
ele
respeite
as
suas
leis.
Acredita-se
que
ela
tenha
o
supremo
controle
dos
destinos
da
humanidade,
e
quase
todos
os
ritos
observados
pelas
tribos
esquimós,
têm
por
objetivo
apaziguar-lhe
a
ira.
Sua
morada
é
no
mundo
inferior,
onde
vive
em
uma
casa
construída
de
pedra
e
costelas
de
baleia.
As
almas
das
focas
e
das
baleias
procedem,
ao
que
acreditam
os
esquimós,
da
sua
morada.
Quando
um
desses
animais
é
morto,
a
alma
fica
com
o
corpo
durante
três
dias,
retornando
em
seguida
à
morada
de Sedna,
para
que
esta
a
mande
de
volta
novamente.
Se,
durante
os
três
dias
em
que
a
alma
fica
com
o
corpo,
qualquer
tabu
ou
lei
é
violada,
a
violação
(pitssete)
atinge
a
alma
do
animal,
provocando-lhe
dor.
A
alma
luta,
em
vão,
para
libertar-se
dessa
influência,
mas
é
obrigada
a
levá-la
para
Sedna.
A
violação
que
se
prendeu
à
alma
do
animal
morto
provoca,
de
uma
forma
que
não
é
explicada,
feridas
nas
mãos
de
Sedna,
e
ela
castiga
as
pessoas
que
são
a
causa
de
suas
dores,
mandando-lhes
doenças,
mau
tempo
e
fome.
Se,
por
outro
lado,
os
tabus
forem
respeitados,
os
animais
marinhos
se
deixarão
pegar,
e
irão
até
mesmo
de
encontro
ao
caçador.
O
objetivo
dos
numerosos
tabus
em
vigor
depois
de
abatido
um
desses
animais
do
mar
é,
portanto,
impedir
que
a
alma
sofra
conseqüências
que
também
iriam
magoar
Sedna.

Os
esquimós
não
eram
um
povo
ambicioso,
pelo
contrário,
acreditavam
que
possuir
bens
em
demasia
podia
trazer
azar
para
a
comunidade.
Por
isso,
no
dia
de
comemoração
à
Deusa Sedna,
jovens
com
rostos
pintados
iam
de
casa
em
casa
recolhendo
comida
e
peles.
No
final
do
dia,
as
provisões
eram
distribuídas
para
aqueles
que
não
tinham
o
necessário
para
sobreviver
durante
o
inverno.
Para
o
olhar
que
receia,
tudo
é
ameaçador,
mas
Sedna
chega
até
nós
para
nos
lembrar
que
em
lugares
profundos
e
esquecidos
podem
ser
encontrados
preciosos
tesouros.
É
mergulhando
em
no
nosso
íntimo
que
descobriremos
o
senso
de
nossa
própria
beleza.
A
Deusa Sedna
está
dando
também
seu
nome
ao
décimo
planeta
recém
descoberto
em
nosso
sistema
solar.
Seus
símbolos:
a
água,
o
olho
e
os
peixes.
Dentre
todos
os
povos
"primitivos"
que
sobreviveram
na
terra,
os
inut
são
os
que
mais
fascinação
continuam
provocando
por
sua
extraordinária
maneira
com
que
enfrentam
as
duríssimas
condições
de
vida
e
também
por
sua
peculiar
cultura.

RITUAL DO PERDÃO
A culpa é uma das emoções
mais destrutivas, tanto se for justificada ou não
e pode ser difícil desfazer-se dela. Algumas vezes
podemos pedir perdão para a pessoa que ferimos,
porém outras é impossível, pois elas já não estão
entre nós. Nestas ocasiões não é de uma pessoas
que desejamos o perdão, mas sim do plano
espiritual. A Deusa Sedna, que reina sobre os
mortos, concede o perdão àqueles que sentem
remorsos. Esse ritual te ajudará a aliviar tua
culpa quando te sentires preocupado por tuas
ações.
Cozinhe um prato com
peixe ao vapor. Este prato personifica o espírito
de Sedna. Pode fazer o peixe com alguns
acompanhamentos de vegetais. Sente-se e coma à luz
de velas concentrando-se em teus pensamentos.
Enquanto come, pense na pessoa que tenha ofendido
e depois inverta os papéis, ou seja, visualize-a
praticando o ato que você sente culpa e perdoa-lhe
consciente e genuinamente.
Depois de ter concedido o
perdão à alguém, pede à Sedna o seu:
-"Sedna ao comer esse
peixe, faz com que teu espírito entre em mim para
limpar-me de toda a culpa".
Depois desse ritual você
se sentirá muito mais aliviado(a).

RITUAL PARA
ENCONTRAR-SE A SI MESMO
Esse ritual não é para
encontrar objetos perdidos, mas sim para
encontrar-se a si mesmo, ou seja, você saber quem
realmente é. Essa busca nos afeta a todos e as
vezes leva anos para encontrar as respostas. Sedna
é a Deusa padroeira dos caçadores esquimós quando
buscam comida, e pode ajudar-te a encontrar as
respostas que necessitas.
Esse ritual leva algumas
noites para completá-lo, umas quatro ou cinco em
uma semana, mas valerá muito à pena. Em cada
sessão deves escutar o canto da baleia (existem
CDs para vender) em honra à Sedna.
Durannte várias noites,
borde, pinte, esculpa ou desenhe uma baleia da
maneira que preferir. Pode ser um grupo de
baleias, uma paisagem com uma baleia ao fundo, ao
mesmo tempo que ouve o seu canto e medita sobre
sua busca. No começo de cada sessão, diga:
-"O que estou buscando e
porque?"
Quanto mais se aproximar
do final de sua obra de arte estará mais perto de
encontrar a resposta.

DANCE
SUA
VÍTIMA
Reserve
um
horário
e
um
lugar
em
que
não
seja
interrompida.
Coloque
uma
música
e
a
acompanhe
com
um
tambor
ou
chocalho.
Escolha
um
lugar
bem
espaçoso
onde
possa
ter
bastante
liberdade
para
se
movimentar.
Visualize
a
deusa
Sedna
e
peça
para
que
ela
se
faça
presente.
Respire
fundo
e
relaxe.
Quando
estiver
pronta,
ligue
a
música
e
toque
o
tambor
ou
chocalho.
Comece
dizendo
em
voz
alta:
"Eu
sou
uma
vítima!"
E
continue
afirmando
isso
várias
vezes.
Deixe
que
o
canto
a
leve
para
onde
você
precisa
ir.
Grite,
lamente
e
fale
tudo
que
lhe
vier
na
cabeça.
Deixe
vir
à
tona
o
que
for
necessário
vir.
Deixe
que
seu
corpo
expresse
através
da
dança
todos
os
seus
sentimentos.
Libere
total!
Bata
os
pés
com
força
no
chão
para
extravasar
toda
a
sua
raiva.
Não
hesite
em
colocar
para
fora
tudo
o
que
está
sentindo
e
continue
dançando
até
se
sentir
liberta
destes
sentimentos.
Agora
entoe
as
palavras:
"Eu
sou
forte!"
e
acompanhe
a
música
com
movimentos
até
sentir-se
totalmente
poderosa,
forte
e
segura.
Respire
fundo
e
solte
o
ar
lentamente.
Agradeça
a
Sedna
pela
sua
companhia
e
ajuda.
Seja
bem
vinda,
agora
você
é
uma
mulher
de
poder!
Texto
pesquisado
e
desenvolvido
por
ROSANE VOLPATTO

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