REI FINVARRA
Finvarra é o rei dos Daoine sidhe (Povo da
Paz) do Oeste ou Connacht, na Irlanda, e recebe
o nome de Rei Duende de Ulster. Oonagh era sua
rainha.
Seu nome significa "cabelos louros" em
irlandês antigo.
Quando os Milesianos chegaram à Irlanda e
forçaram a maioria dos Tuatha De Danann a fugir,
Finvarra ficou para trás e liderou os membros
restantes da tribo, conhecidos como Daoine Sidhe.
De acordo com a lenda, Finvarra negociou uma
trégua com os Milesianos que permitiu que ele e
seu povo ficassem na Irlanda, desde que
concordassem em viver no subsolo. Eles
construíram grandes cidades sob a liderança do
rei e começaram a causar impacto nos humanos
acima do solo. Eventualmente, nenhum humano
construiria uma estrutura sem a permissão do rei
das fadas. Eles se tornaram conhecidos como povo
das fadas. Essa "diminuição" dos Tuatha Dé
Danann (considerados os deuses da mitologia
irlandesa ) às fadas do folclore representa uma
adaptação das tradições pagãs anteriores à
Irlanda posteriormente cristianizada
Sua residência encantada se encontra abaixo
da colina de Knockma e este nome, que significa
"rematado de branco", pode ser um adjetivo
aplicado ao monte.
Finvarra foi antigamente um rei dos mortos ou
do Submundo, com algumas funções com os
espíritos da vegetação, já que é considerado com
poder para se alcançar boas colheitas.
E embora fosse casado com a Rainha das
Fadas, se sentia atraído pelas mulheres mortais
como ilustra a seguinte narração:
Houve uma vez um grande senhor com uma bela
esposa chamada Ethna, a qual adorava. Uma noite,
quando assistia a uma festa que era celebrada em
sua honra, ela perdeu os sentidos de repente.
Alarmados, os criados a conduziram ao seu
quarto, porém não conseguiram despertá-la até
amanhecer. Contou então que havia passado a
noite em uma linda mansão e que ansiava dormir e
voltar lá em seus sonhos. Ao cair da noite,
chegou de fora uma música suave e tornou a cair
em profundo transe. Sua velha aia estava
encarregada de vigiá-la, porém também dormiu e
ao despertar viu que a jovem Ethna havia
desaparecido. Procuraram por todas as partes,
mas não conseguiram encontrar rastro dela.
O marido decidiu ir a Knockma para solicitar
a ajuda de Finvarra, o rei dos duendes. Quando
se aproxima da cova, ouve uma voz no interior
que dizia:
-"Feliz é Finvarra porque agora tem a esposa
encantadora em seu palácio e ela nunca voltará a
ver seu esposo".
Surpreso, afinou o ouvido e percebeu a
réplica de outra voz:
-"Sim, porém para encontrá-la, deve-se
escavar o centro da colina". O jovem senhor
enviou imediatamente homens para cavar o monte
dos duendes. Eles fizeram grande progresso
escavando uma boa parte do monte, mas quando
escureceu decidiram parar durante a noite e
continuar pela manhã. No dia seguinte, toda a
terra tinha retornado ao seu lugar. Resultado,
começaram tudo de novo e só pararam quando já
era escuro e não dava para ver nada. Assim
sucedeu durante três dias e o senhor estava
desesperado, quando uma voz sussurrou:
"Esborrifem sal sobre a terra escavada e tudo
ficará bem". Assim fez e então foram capazes de
afundar mais pela colina. Quando colocavam uma
orelha na terra, podiam perceber música e vozes.
Logo ouviram o próprio Finvarra dizer:
"Detenham vosso trabalho e eu devolverei a
esposa ao seu marido".
Pararam e ao crepúsculo o jovem senhor viu a
sua esposa que se dirigia até um caminho. A
abraçou com carinho e cavalgaram de regresso ao
castelo.
Porém, a alegria durou pouco. Ethna ficava
com os olhos fechados, nunca dizia uma palavra,
nem sorria ou dava sinal de saber onde estava.
Todos se entristeceram e compreenderam que ela
devia ter se alimentado com os manjares dos
duendes. Desse modo transcorreu um ano e ao cabo
desse tempo uma voz disse:
"Enquanto seu corpo se acha presente, seu
espírito permanece com os duendes".
Outra voz acrescentou:
"Permanecerá assim a não ser que seu marido
rompa o sortilégio. A cinta em volta da cintura
é presa com um alfinete encantado. Tem que soltá-la,
queimá-la e jogar suas cinzas em frente a porta
e enterrar o alfinete encantado. Só assim
retornará seu espírito do povo dos sidhes".
O jovem senhor se apressou a obedecer a essas
misteriosas instruções, enterrando o alfinete
embaixo de um espinheiro encantado. Só então
regressou a seu corpo a alma de Ethna e os dois
se reuniram verdadeiramente. Para ela o tempo
que passou com os duendes parecia um sonho.
Entretanto, subsiste o corte profundo no monte
Knockma e recebe o nome de "Desfiladeiro do
Duende".
Finvarra surge para ti indicando autoridade
e figuras desse caráter, governo, a lei,
transações judiciais, contratos e acordos. Em
todas essas questões é à ele que poderás pedir
ajuda, pois é um homem maduro muito interessado
por questões sociais e pelos seres humanos. É
ainda, compassivo, sensível e sempre disposto a
prestar um apoio emocional.
RITUAL:
Está ao teu alcance realizar com a imaginação
uma visita ao Rei Finvarra:
Relaxe, e feche os olhos, esvaziando a mente
de qualquer tipo de preocupação. Em seguida
imagine um claro anoitecer de outono e te
encontras em um belo campo. Em seu centro
encontra-se um antigo túmulo de duendes. Está
coberto de ervas e flores. Ao olhar para dentro
verá luzes no interior da caverna. Colocando o
ouvido junto à terra, perceberás uma melodia
maravilhosa, o lamento comovedor de uma harpa.
Ouvirá também risos e doces vozes. Pouco a pouco
perceberás que não estás só. Sentado ao teu lado,
com um sorriso divertido no rosto, há um duende
de nobre postura. Se trata de Finvarra, Rei dos
Sidhe. Poderás conversar algum tempo com ele,
enquanto escutas a música dos duendes e percebes
como penetra em tua alma e te transforma para
sempre. Conte sobre tua vida e faça um pedido.
Quando quiser regressar, despede-te do rei dos
duendes e retorna a tua consciência de vigília.
ROSANE VOLPATTO


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