
rosane
PIXIES, PISKIES, PISGSIES

Os Pixies são
seres feéricos da região Oeste, pertencentes a
Somerset, Devon e Cornualles (Inglaterra). O Pixie
de Cornualles, também é chamado pelo nome de
Pisgie, Piskie ou Pigsey, reside no distrito de
Dartmoor. Eles são alegres e travessos, não são
considerados muito perigosos, entretanto, suas
brincadeiras podem ser muito pesadas e de mau
gosto.
Existem
tradições divergentes acerca do tamanho, aspecto e
origem dos Pixies, porém todas as descrições
concordam em que aparecem vestidos de verde,
alguns usam um gorro vermelho e tem o costume de
fazer com que se percam os viajantes. Também podem
ajudar os que consideram prediletos e podem
negociar em troca de vestimentas. Geralmente
possuem um aspecto mais singelo do que as fadas.
As descrições mais recentes sobre os Pixies são de
Ruth Tongue em "Country Folklore" (vol. VIII).Segundo
ela, os Pixies derrotaram as fadas em uma batalha
e as expulsaram para o outro lado do rio Parrett,
de modo que todo o lado do território situado a
oeste do Parrett é agora Terra dos Pixies.
Os Pixies são
fáceis de se reconhecer, possuem pelos vermelhos,
orelhas pontiagudas, nariz e rosto compridos.
Possuem o costume de roubar os cavalos à noite e
cavalgá-los alocadamente descrevendo círculos,
chamados "gallitraps", termo que designa os
"círculos das fadas". Todo aquele que colocar os
pés em um desses círculos pode ficar prisioneiro;
si só colocar um pé, pode ver os Pixies, porém
poderá escapar.
Entretanto, o
que mais gostam de fazer é deixar totalmente
perdido todo aquele que se aproximar de seu
território. Todo aquele que inadvertidamente e
desprevenidamente penetre em suas terras pune
resultar "Extraviado pelos Pixies", e só pode
salvar-se vestindo o casaco, ou jaqueta do avesso,
se não tiver tempo de ter levado consigo uma cruz
de madeira ou um pedaço de pão, porém o homem que,
por má conduta ou modos grosseiros, se
tornou desagradável para os Pixies, não é provável
que consiga sair de seu reino.
Ruth Tongue
(pp. 115-116), depois de se referir a várias
histórias de pessoas de mal caráter abandonadas às
margens dos rios, conta uma de desenlace fatal bem
merecido, o conto de "O Velho Fazendeiro
Mole".
O velho
fazendeiro Mole era um bêbedo muito desagradável
que vivia em Hangley Cleave. Ele transformava a
vida de sua mulher e seus filhos impossível. Nunca
voltava do mercado até que estivesse com os bolsos
vazios e "bebido todas', saindo tão embebedado que
ficava de quatro, cantando, até que acabava
dormindo na sarjeta. Se, entretanto, conseguisse
chegar neste estado em casa, sempre batia em sua
esposa e em seus filhos.
Os Pixies,
que também não gostavam dele, decidiram lhe
aplicar um castigo merecido.
Uma noite de
muita nevoa, o velho fazendeiro estava
completamente bêbado. Enquanto se dirigia até sua
casa, cavalgando em seu cavalo, ia pensando na
surra que iria dar na mulher. De imediato, viu uma
luz entre a forte neblina. Pensou que talvez fosse
uma vela que teria sido acessa pela esposa e
pensou: "Eu vou quebrar-lhe as costelas por ter
acendido uma vela assim!."
Ao se
aproximar mais, viu um Pixie que carregava uma
vela, no meio de um lamaçal, perto de um poço
profundo, na escuridão da noite. O homem saiu
gritando:
"Arre, seu
estúpido, vamos a casa". Mas o cavalo avançou
diretamente ao poço, porém ao chegar a borda,
cravou no solo suas quatro patas e ali permaneceu
imóvel.
O fazendeiro
desmontou e se pôs a caminhar até a luz. Porém
apenas havia dado alguns passos e a lama o tragou.
Então o
cavalo correu para casa. Quando chegou só, com
suas patas cheias de barro, compreenderam o que
havia ocorrido ao fazendeiro, acenderam todas as
velas da casa e se puseram a dançar.
A partir
desse momento, a mulher deixou uma vasilha com
água fresca para que os Pixies pudessem dar banho
em seus bebês e a fazenda prosperou
maravilhosamente bem.
Se contam
histórias similares acerca dos Piskies de
Cornualles, aos que as vezes chamam, como ocorre
de vez em quando em Somerset, os "Pigsies". Esses
Pigsies eram provavelmente os mesmos que os
Piskies, que tinham pequena estatura e montavam
vinte ou mais em cada cavalo.
Uma das
vários origens que se atribuíam aos Pixies e
Piskies em toda a Região do Oeste é que eles eram
as almas de crianças não batizadas; outra é que
são as almas dos druidas e de pessoas pagãs que
morreram antes da vinda de Cristo e que não eram
bons para o Céu, porém tampouco maus para o
Inferno. Essas idéias concordam com muitas das
teorias sobre a "Origem das Fadas", e se vê que,
se bem pode-se fazer algumas distinções entre os
pixies e as fadas, uns e outras possuem tanto em
comum, que pode-se dizer que pertençam a mesma
espécie.
EXTRAVIADOS PELOS PIXIES

Uma das
características mais comuns das fadas era o hábito
de fazer com que as pessoas ficassem perdidas em
seus territórios. Essa tradição é mantida por
muitos seres feéricos, porém, nos tempos modernos,
os Pixies da Região do Oeste, os Piskies de
Cornualles são os praticantes mais habituais dessa
arte. Em "The Fairies in Tradition and Literature"
(pp. 138-139), de K. Briggs, aparecem relatos
recolhidos por Ruth Tongue no Instituto Feminino
de Nettlecombe. Um deles se inscreve na tradição
camponesa corrente:
"Uma vez me
extraviei em um bosque próximo a Budleigh
Salterton. Não podia encontrar a saída, enquanto
estava ali, bem clara. Deu toda a volta três vezes
e então veio alguém buscar-me e fiquei pensando
como era possível que tivera perdido o caminho. Me
disseram que outras pessoas também haviam sido
extraviadas pelos pixies naquele lugar."
Esses
"extravios" se atribuem na Irlanda a um mágico
penacho de erva de relva enganoso que, ao pisá-lo,
provoca um feitiço. Sob sua influência, a saída
que anteriormente era perfeitamente visível ao
entrar, desaparece de repente e por mais árdua que
seja a busca, não é possível encontrá-la. Há
outros casos em que o caminhante se encontra
bruscamente desviado em uma direção totalmente
distinta do caminho que deveria seguir, e por mais
que queira retificar o seu curso, não poderá
corrigi-lo.
Para evitar
de perde-se em território dos Pixies, é necessário
conhecer os métodos de Proteção contra as fadas.
PROTEÇÃO CONTRA AS FADAS E PIXIES

As pessoas
que caminham só de noite, sobre os lugares
freqüentados por fadas ou pixies, possuem muitas
maneiras de se proteger. A primeira poderia ser
mediante símbolos sagrados, fazendo um sinal da
cruz ou levando uma cruz; mediante orações e o
canto de hinos; guirlandas de margaridas. Os
camponeses tinham como costume colocar coroas de
margaridas em seus filhos recém-nascidos, para
protegê-los do perigo de serem raptados pelas
fadas. Queimando-se espinhos em cima de uma colina
das fadas, se libertava as crianças seqüestradas.
O pão e o
sal, também eram eficazes, pois ambos são
considerados símbolos sagrados, um da vida e o
outro da eternidade.
Os sinos são
protetores e eram muito usados nos pescoços das
ovelhas e dos bois. Os assobios também afastam os
malvados pixies. Um homem que estivera "extraviado
pelos pixies" e ficara dando voltas sem poder
encontrar o caminho para sair do campo, lembrou de
colocar ao avesso sua jaqueta. Talvez essa ação de
colocar as vestes do avesso, atue como uma troca
de identidade, pois os jogadores o faziam para
afastar a má sorte. Como simpatia, ainda hoje é
usada, quando uma criança recém-nascida troca a
noite pelo dia. Acredita-se que à noite, a criança
sofra influências desse povo pequeno, perdendo o
sono.
Certas
plantas e ervas também protegem contra
encantamentos. O mais potente é o trevo de quatro
folhas, que rompe o encanto feérico. A erva de São
João, é dita como muito potente contra o feitiço e
o poder das fadas. Assim como a margarida, essa
erva é símbolo solar e é muito utilizada em festas
pagãs de solstício de Verão, por ser protetora e
curativa. Um galho ou uma cruz de sorveira ou
freixo são ainda, proteções bem seguras.
Se alguém
fosse perseguido por um pixies ou fada má, podia
colocar-se à salvo, saltando de um lado a outro de
um curso de água corrente, em particular de um que
corria em direção sul. As casas e os animais
podiam ser protegidos cravando-se uma ferradura
(símbolo da lua) de ferro sobre a porta da casa e
dos estábulos.
COQUETEL CURATIVO ANTI-ELFOS:
Rala-se mirra
no vinho com uma quantidade igual de incenso.
Fragmenta-se um pequeno pedaço de ágata e
adiciona-se ao vinho. Bebe-se esse coquetel depois
de uma noite jejum, ou de três, nove ou doze
manhãs.
Texto
pesquisado e desenvolvido por
Rosane
Volpatto

  
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