OKTOBERFEST,
A
FESTA DA CERVEJA


É no mês
de outubro, durante 18 dias de festa, que os
moradores de Blumenau têm oportunidade de mostrar
para o Brasil a riqueza cultural herdada dos
antepassados vindos da Alemanha.
 
Criada em
1984, com o propósito de arrecadar fundos para a
reconstrução da cidade castigada por duas grandes
enchentes, a Oktoberfest tornou-se
a maior festa
das tradições germânicas na América Latina e o principal
destino turístico de Santa Catarina no mês de
outubro. Mais do que isso: tornou-se a segunda
maior festa da cerveja do mundo, perdendo apenas
para Munique. Nesta cidade, a festa foi realizada
pela primeira vez em 12 de outubro de 1819, em
comemoração ao casamento do rei Luís I, futuro rei
da Baviera, com a princesa Tereza sa Saxônia.
Durante quase um século, a festa esteve ligada a
corridas de cavalos, exposições, barracas com
vendas de artigos locais e diversas atrações.
Somente em 1918 é que foi permitida a inclusão de
bebida alcoólica, em especial a cerveja, dando à
comemoração a alegria que a tornou conhecida em
todo o mundo.
Mas, além dos
milhões de litros de cerveja que são consumidos em
Blumenau (SC), a Oktoberfest tem outros pontos fortes:
o desfile de abertura, com a participação de
carros alegóricos, e o Bierwagen (carro da
cerveja) que faz a alegria dos "loucos por
cerveja" e circula todas as tardes festivas
distribuindo chope de graça.

Blumenau,
a cidade que acontece essa grandiosa festa, foi
fundada em 1850 pelo médico e farmacêutico alemão,
Hermann Bruno Otto Blumenau, que obteve do governo
provincial as terras onde poderia criar uma
colônia agrícola para imigrantes europeus. Nos
primeiros anos de funcionamento, a colônia foi
propriedade particular de seu fundador, mas
dificuldades financeiras o forçaram a pedir ao
governo que assumisse o empreendimento. O doutor
Blumenau ficou na direção da colônia até 1880,
quando ela foi elevada à categoria de município. O
antigo território que, em 1934, compreendia 10.610
km2 foi reduzido aos 531 km2 atuais. No restante,
há 31 outros municípios.
Blumenau é
considerada ainda, a capital financeira de Santa
Catarina, é a mais importante cidade do Vale do
Itajaí e concentra sua economia no setor
industrial. A agroindústria, o setor de
informática, o setor metal-mecânico e a produção
artesanal de cristais também são bastante
desenvolvidos.

O centro
da Oktoberfest, que fica na Vila Germânica,
funciona o ano todo. Dez lojas instaladas em
construções que lembram uma autêntica vila alemã
vendem camisetas, canecas de chope com o símbolo
da tradicional festa da cerveja, chocolates,
vinhos e vários outros itens artesanais. A área
conta também com restaurantes de comida típica.

Não dá
para deixar de visitar também o Museu da Cerveja,
localizado na praça onde fica a Cervejaria
Continental, que dispõe de duas salas que abrigam
peças utilizadas na fabricação da cerveja nas
décadas de 1940 e 1960. O espaço exibe ainda,
fotos antigas de Blumenau e imagens do álbum da
Cervejaria Brahma.
O turismo
é a mais nova e cada vez mais rentável atividade
econômica de Blumenau que, em 1981, foi premiada
pela imprensa especializada do País, como a Cidade
Turismo do Brasil.
Outras
cidades catarinenses, seguindo o calendário de
Blumenau, também passaram a organizar festas
típicas em Santa Catarina no mês de outubro,
dentre as quais se destacam a Oktoberfest em
Joinville, a Fenarreco em Brusque e a Marujada de
Itajaí, dando várias opções aos turistas que
visitam a região nesse período.
SCHÜTZENVETEIN
O jeito
europeu de viver e as tradições germânicas são
facilmente percebidos pelos visitantes, por
exemplo, nos clubes de caça e tiro espalhados
pela cidade, que abriga também a sede da Federação
Catarinense de Tiro ao Alvo.
Esses
clubes de caça e tiro é uma tradição que remonta o
período da Idade Média, onde cada povoado dependia
de suas próprias forças, para sobreviver e então
foi criada uma organização de auto-defesa.
Formou-se assim, corporações de atiradores também
no norte da França, Saxônia, Suíça, Turquia e
Tirol.
Além
disso, era muito popular a realização de grandes
festas de caça nas propriedades dos senhores
feudais. Amigos de distantes lugares reuniam-se
para essas caçadas de confraternização. O melhor
caçador era proclamado o rei da caça e no ano
seguinte a festa deveria ser realizada em sua
propriedade.
Haviam
ainda, muitos divertimentos, desfiles, com a
participação dos chefes das clãs e de toda a
nobreza. Os brasões e os estandartes dos nobres
eram hasteados, e o produto da caçada era
transformado em um grande banquete que durava
vários dias. No século XIX essas festividades
foram reduzidas aos folguedos das Schützenfest.

Essa
tradição veio para o Brasil através dos imigrantes
alemães a partir de 1824, entrando pelo vale do
Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Pouco depois,
em 1829, ela chega a São Pedro de Alcântara, perto
de Florianópolis, para posteriormente ser
registrada em Blumenau, em 1850.
Aqui, em
terras brasileiras o camponês teve que fazer uso
da arma para se defender de animais selvagens e
eventuais ataques de bugres. Entretanto, para
proteger à fauna de grandes abates, foram criadas
stands de tiros, onde se pudesse praticar o tiro
ao alvo.
Essas
reuniões cercadas de muita alegria, originaram as
primeiras festas dos atiradores. A primeira festa
oficial, entretanto, que reuniu todos os
atiradores da colônia de Blumenau, aconteceu no
dia 2 de dezembro de 1859 e foi dedicada ao
aniversário do imperador D. Pedro II.
Com
desenvolvimento da colônia, outros grupos foram
sendo fundados e os colonos, demonstrando as suas
habilidades, passaram a disputar entre si o título
de rei do tiro (Schützenkönig), transformando
essas sociedades em lugar de diversão para as suas
famílias.
Um dos
aspectos importantes desses clubes é a
não-discriminação de classe entre os associados.
Como a maioria das sociedades está localizada em
distritos e zonas rurais, grande parte dos sócios
é constituída por operários e colonos, mas nas
festas o mais simples lavrador e o mais abastado
comerciante ou industrial se divertem juntos.
É
interessante dizer que Blumenau é o município que
reúne o maior número de sociedade de atiradores no
mundo (34). Este fato causa espanto e admiração
aos turistas europeus que visitam essa região.
IMIGRAÇÃO
ALEMÃ
Logo após
a independência do Brasil, começaram a chegar o
território os imigrantes alemães, perfazendo um
total de 250 mil em 100 anos.
A imigração alemã, porém, não é a mais
significativa em termos numéricos, representando
aproximadamente 1/6 do total de italianos. Entre
1850 e 1909 entraram mais ou menos quinze mil
alemães em cada década; para o período anterior o
número é quase insignificante (apenas 6.938
alemães foram assentados nas regiões de São
Leopoldo, Rio Grande do Sul (RS); Rio Negro,
Paraná (PR) e Mafra e São Pedro de Alcântara,
Santa Catarina (SC). O maior fluxo ocorreu no
período que se seguiu à primeira guerra mundial:
na década de 1920 aqui chegaram cerca de 75.000
alemães, quase 30% do total.
Houve assentamentos de alemães em outros estados,
mas foram efêmeros, especialmente em Minas Gerais
e na Bahia. No Espírito Santo, até hoje, os
pomerânios são objeto de curiosidade por terem
mantido algumas das suas tradições, apesar da
imigração alemã para aquele estado ter durado
apenas um curto período.
OS DEZ MANDAMENTOS DA CERVEJA:

1. Não
envelheça, pois ela já vem pronta. Estocar a
partir de 90 dias começa a perder qualidade.
2. Evite sol, para não oxidar, e as engarrafadas
guarde em pé.
3. Evite o congelamento. Gele na temperatura
ideal.
4. Nunca volte à geladeira após o desgelo.
5. Tome na temperatura de 4 a 6 graus. Mais
geladas que isso adormece as pupilas gustativas,
comprometendo o sabor, e prejudica a formação da
espuma na cerveja.
6. Use copos e canecas transparentes - estimula
tomar pelo visual dourado.
7. Evite resíduos de gorduras nos copos, acabam
com o colarinho e liberam o gás carbônico,
deixando o líquido meio choco.
8. Tome com colarinho para reter o aroma e evitar
a liberação do gás carbônico.
9. Sirva corretamente. Derrame uma dose e espere o
colarinho baixar, incline o copo a 45 graus,
despejando o líquido devagar enquanto o colarinho
sobe.
10. Ingira moderadamente para ter boa saúde. Ela é
rica em vitaminas, carboidratos, proteínas e
aminoácidos. É hidratante por conter 90% de água,
e apenas de 3 a 5 graus de álcool. Um copo de
cerveja contém apenas 80 calorias, sendo folclore
associar o consumo de cerveja com a formação de
barriga. Os acompanhamentos gordurosos é que
engordam.

CULINÁRIA ALEMÃ
KASSELER À
MODA ANTIGA ALEMÃ
Ingredientes:
250g de pão
francês
1 tablete de caldo de bacon
1 colher de chá de sal
1/2 xícara de chá de mel
1/2 kg de cebola
1 colher de chá de pimenta-do-reino
1 colher de chá de manjerona
1 colher de chá de cominho
1 maço salsa
Acompanhamento:
250 gramas de creme de leite
1 pitada de pimenta-do-reino
1 colher de sopa de cebola
6 batatas grandes
Modo de Preparo:
Colocar o pão de molho no
caldo de carne e bacon. Juntar os demais
ingredientes. Colocar a carne numa assadeira,
regar com o caldo e o mel. Assar em forno quente
por 1/2 hora, regando 3 vezes. Se preferir,
cozinhar numa panela em forno brando. Neste caso,
não colocar o mel.
Acompanhamento:
Ralar a cebola e misturar bem o creme de leite
e a pimenta-do-reino. Abrir as batatas ao meio e
rechear com o creme. Envolver em papel alumínio e
assar por cerca de 1 hora.
BOLO DE
CERVEJA
Ingredientes:
6 ovos
300 g de açúcar
3 colheres (sopa) de manteiga (cheias)
300 g de farinha de trigo
1 xícara (chá) de cerveja
1 colher (chá) de fermento em pó
Modo de Preparo:
Bater as claras em neve e,
sem parar de bater, adicione o açúcar, a manteiga,
as gemas e a farinha já misturada com a cerveja em
temperatura ambiente e o fermento. Bater
rapidamente, despejar numa fôrma untada e assar.
Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE
VOLPATTO
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Bibliografia consultada:
Aspectos
Folclóricos Catarinenses - Walter F. Piazza
Folclore
Brasileiro - Doralécio Soares
Folclore
Catarinense - Doralécio Soares
Dança
Brasil - Gustavo Côrtes
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