
A LENDA
DE
NOSSA
SENHORA DA GLÓRIA

Conta a
tradição que certo aventureiro tomara para
madrinha de sua escuna, Nossa Senhora da
Glória. Tendo aportado à baía de Guanabara,
resolveu festejar o acontecimento.
Terminada a festança na escuna, foi notada a
falta da imagem. Toda a embarcação foi
rebuscada em pura perda de tempo, até que,
atraído pelo facho de luz que esplendia no
meio da mata, o corsário encontrou a imagem no
alto do outeiro.
A
joelhado, em prece, estava um ermitão vestido
de burel. Interpelado sobre o sucedido,
reverberou o procedimento do corsário por ter
tomado a santa por madrinha de seu veleiro,
rematando que a imagem mesma mostraria onde
deveria ser erguida a capela para ser adorada.
Ao
afirmar o aventureiro que Nossa Senhora da
Glória, "teria a sua capela e linda" no fim de
um ano de viagem pelo mar, a própria imagem,
segundo o que se contava, teria deslizado pela
encosta, invadido o mar e, sem tocar no chão
nem nas ondas, alcançado o navio.
A lenda
conta que a imagem de maneira incorruptível
que ainda hoje é venerada no outeiro, foi
esculpida pelo ermitão, conhecido pelo nome de
Caminha.

Conta
mais a tradição, que dois anjos loiros
apareceram a Caminha e incumbiram-se
voluntariamente de escolher, na mata, a
madeira apropriada e esculpirem ambos uma
imagem igual, o que fizeram com rara
perfeição.
Caminha
então, resolveu enviar uma cópia para
Portugal, sua terra de nascimento.
Os
devotos da Glória que desconheciam o fato,
foram ao Bispo e o ermitão foi preso, não
havendo tempo de se impedir a viagem da Santa.
A
embarcação que levava a imagem, por causa de
um furioso temporal, garrou no dia de São
Tomé, indo chocar-se com uns rochedos da
cidade de Lages, no Algarves.
Frei Agostinho é que termina essa narrativa
dizendo: " O mar lançou o caixão à praia,
custou muito o haver de embarcá-lo no Rio de
Janeiro, enquanto que na Praia de Lages,
bastavam-se dois homens para o tirar e quatro
para o levarem ao convento. Outros dizem:
ministrando-lhes uma tábua, sobre ela a vieram
trazendo e que elas foram cotejando até a
porem sobre as areias, e concluem que assim o
fizeram e reconhecendo-a por verdadeira
Senhora dos mares."
Na entrada da baía de Guanabara, localizada
numa pequena elevação, foi construída a Igreja
de Nossa Senhora da Glória.
Todo dia 15 de agosto, acontecem as
festividades em honra a Nossa Senhora e então,
a Igreja fica toda iluminada, que como a
Santa, parece flutuar no ar, com asas
invisíveis aos olhos dos descrentes.
Vale a pena ver para crer!
Quem desejar saber mais sobre a Igreja e como
visitá-la entre no link:
www.outeirodagloria.org.br/
Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO

Bibliografia:
Estórias e Lendas de Minas Gerais, Espírito
Santo e Rio de Janeiro - Mary Apocalypse

 


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