AS
MUSAS

As
Deusas
gregas
da
arte
e
da
inspiração
ainda
têm
relevância
para
nós
hoje,
pois
nos
vincula
com
importantes
arquétipos
que
ainda
podem
ser
vivenciados
por
pessoas
criativas
que
procuram
no
íntimo
de
sua
própria
alma
a
fonte
de
inspiração.

As
Musas
foram
o
resultado
da
união
entre
Zeus
e
Mnemósine
(Memória).
Ele
fizeram
amor
por
nove
noites.
Um
ano
depois,
Mnemósine
deu
à
luz
nove
filhas
em
um
lugar
próximo
do
Monte
Olimpo. Criou-as
ali
o
caçador
Croto,
que
depois
da
morte
foi
transportado,
pelo
céu,
até
a
constelação
de
Sagitário.
O
coro
das
Musas
tornou
o
seu
lugar
de
nascimento
um
santuário
e
um
local
de
danças
especiais.
Elas
também
freqüentavam
o
Monte
Hélicon,
onde
duas
fontes,
Aganipe
e
Hipocrene,
tinham
a
virtude
de
conferir
inspiração
poética
a
quem
bebesse
de
suas
águas.
Ao
lado
dessas
fontes,
as
Musas
faziam
gracioso
movimentos
de
uma
dança,
com
seus
pés
incansáveis,
enquanto
exibiam
a
harmonia
de
suas
vozes
cristalinas.
Os
nomes
e
atributos
das
nove
irmãs
são:

1.
Clio
(a
quem
confere
fama)
era
a
Musa
da
História,
sendo
símbolos
seus
o
clarim
heróico
e
a
clepsidra
e ainda,
um
antigo
relógio
de
água.
Costumava
ser
representada
sob
o
aspecto
de
uma
jovem
coroada
de
louros,
tendo
na
mão
direita
uma
trombeta
e
na
esquerda
um
livro
intitulado
"Tucídide".
Aos
seus
atributos
acrescentam-se
ainda
o
globo
terrestre
sobre
o
qual
ela
descansa,
e
o
Tempo
que
se
vê
ao
seu
lado,
para
mostrar
que
a
História
alcança
todos
os
lugares
e
todas
as
épocas.
2.
Euterpe
(a
que
dá
júbilo)
era
a
Musa
da
Poesia
Lírica
e
tinha
por
símbolo
a
flauta,
que
era
de
sua
invenção.
Ela
é
uma
jovem,
que
aparece
coroada
de
flores,
tocando
o
instrumento
de
sua
invenção.
Ao
seu
lado
estão
papéis
de
música,
oboés
e
outros
instrumentos.
Por
estes
atributos,
os
gregos
quiseram exprimir
o
quanto
as
letras
encantam
àqueles
que
as
cultivam.
3.
Tália
(a
festiva)
era
a
Musa
da
Comédia
que
vestia
uma
máscara
cômica
e
portava
ramos
de
hera.
É
mostrada
por
vezes
portando
também
um
cajado
de
pastor,
coroada
de
hera,
calçada
de
borzeguins
e
com
uma
máscara
na
mão.
Muitas
de
suas
estátuas
têm
um
clarim
ou
porta-voz,
instrumentos
que
serviam
para
sustentar
a
voz
dos
autores
na
comédia
antiga.

4.
Melpômene
(a
cantora)
era
a
Musa
da
Tragédia;
usava
máscara
trágica
e
folhas
de
videira.
Empunhava
a
maça
de
Hércules
e
era
oposto
de
Tália.
O
seu
aspecto
é
grave
e
sério,
sempre
está
ricamente
vestida
e
calçada
com
coturnos.
Às
vezes
dão-lhe
como
séquilo
o
Terror
e
a
Piedade.
5.
Terpsícore
(a
que
adora dançar)
era
a
Musa
da
Poesia
Lírica
e
da
Dança.
Também
regia
o
canto
coral
e
portava
a
cítara
ou
lira.
Apresenta-se
coroada
de
grinaldas,
tocando
uma
lira,
ao
som
da
qual
dirige
a
cadência
dos
seus
passos.
Alguns
autores
fazem-na
mãe
das
Sereias.

6.
Érato
(a
que
desperta
o
desejo)
era
a
Musa
do
verso
erótico
ou
da
Poesia
Amorosa.
É
uma
jovem
ninfa
coroada
de
mirto
e
rosas. Com
a
mão
direita
segura
uma
lira
e
com
a
esquerda
um
arco.
Ao
seu
lado
está
um
pequeno
Amor
que
beija-lhe
os
pés.
7.
Polímnia
(muitos
hinos)
era
a
Musa
dos
Hinos
Sagrados
e
da
Narração
de
Histórias.
Costuma
ser
apresentada
em
atitude
pensativa,
com
um
véu,
vestida
de
branco,
em
uma
atitude
de
meditação,
com
o
dedo
na
boca.

8.
Urânia
(celeste)
era
a
Musa
da
Astrologia,
tendo
por
símbolos
um
globo
celeste
e
um
compasso.
Representam-na
com
um
vestido
azul-celeste,
coroada
de
estrelas
e
com
ambas
as
mãos
segurando
um
globo
que
ela
parece
medir,
ou
então
tendo
ao
seu
lado
uma
esfera
pousada
uma
tripeça
e
muitos
instrumentos
de
matemática.
Urânia
era
a
entidade
a
que
os
astrônomos/astrólogos
pediam
inspiração.
9.
Calíope
(bela
voz),
a
primeira
entre
as
irmãs,
era
a
Musa
da
Poesia
Épica
e
da
Eloqüência.
Seus
símbolos
eram
a
tabuleta
e
o
buril.
É
representada
sob
a
aparência
de
uma
jovem
de
ar
majestoso,
a
fronte
cingida
de
uma
coroa
de
ouro,
emblema
que,
segundo
Hesíodo,
indica
sua
supremacia
entre
as
outras
Musas.
Está
ornada
de
grinaldas,
com
uma
mão
empunha
uma
trombeta
e
com
a
outra,
um
poema
épico.
Foi
amada
por
Apolo,
com
quem
teve
dois
filhos:
Himeneu
e
Iálemo.
E
também
por
Eagro,
que
desposou
e
de
quem
teve
Orfeu,
o
célebre
cantor
da
Trácia.

As
Musas
eram
representadas
como
jovens
de
rosto
sorridente,
grave
e
pensativo,
de
acordo
com
sua
função.
Não
somente
as
Musas
eram
consideradas
como
Deusas,
mas
prodigalizaram-se-lhes
todas
as
honras
da divindade.
Em
seu
louvor,
faziam-se
sacrifícios
em
muitas
cidades
da
Grécia
e
da
Macedônia.
Geralmente
o
templo
das
Musas
era
também
o
das
Graças,
visto
que
os
cultos
eram
comuns
e
raramente
separados.
Nas
festividades
eram
sempre
invocadas
e
saudadas
com
uma
taça
em
punho.
Entretanto,
ninguém
as
honrou
mais
do
que
os
poetas,
que
jamais
deixam
de
invocá-las,
no
começo
de
seus
poemas.
O
Parnaso,
o
Hélicon,
o
Pindo,
o
Piero
eram
a
sua
moradia
costumeira.
O
cavalo
alado
Pégasus,
que
só
aos
poetas
empresta
o
dorso
e
as
asas,
ia
pastar
habitualmente
nessas
montanhas
e
nos
arredores.
Entre
as
fontes
e
os
rios,
o
Hipocrênio,
a
Castália
e
o
Permesso
eram-lhes
consagrados.
E,
entre
as
árvores,
a
palmeira
e
o
loureiro.
Quando
elas
passavam
juntas,
Apolo,
coroado
de
louros
e
com
uma
lira
na
mão,
abria
marcha
e
conduzia
o
cortejo.

Apelidavam-nas
em
Roma
de
Camenes,
expressão
que
significa
"agradáveis
cantoras".
O
seu
sobrenome
Piérides
origina-se
de Piero,
monte
da
Macedônia,
que
elas
freqüentavam.
Alguns
poetas,
porém,
dão
a
essa
palavra
outra
explicação.
Piero,
rei
da
Macedônia,
dizem
eles,
tinha
nove
filhas,
exímias
todas
na
Poesia
e
na
Música.
Orgulosas
do
seu
talento,
elas
ousaram
ir
desafiar
as
Musas
no
próprio
Parnaso.
A
luta
foi
aceita
e
as
ninfas
da
região,
designadas
para
árbitros,
pronunciaram-se
em
favor
das
Musas.
Indignadas
por
esta
decisão,
as
Piérides
se arrebataram
e
despojadas
de
senso
esportivo,
quiseram
mesmo
bater
em
suas
rivais.
Mas
Apolo
interveio
e
as
metamorfoseou
em
pegas.
Em
conseqüência
dessa
vitória,
as
Musas
tomaram
o
nome
de
Piérides.

Em
uma
época
anterior,
foram
adotadas
em
forma
tríplice.
No
Monte
Hélicon
eram
conhecidas
originalmente
como
Mélete
(praticar),
Mneméia
(lembrar)
e
Aiodê
(cantar).
As
Musas
trabalham
para
nos
inspirarem.
Vivem
constantemente
sob
as
imagens
fugidias
e
os
pensamentos
sempre
inconstantes
que
formam
o
tecido
da
nossa
consciência.
Se
estivermos
atentos,
se
nos
prepararmos
e
tivermos
uma
atitude
interior
positiva,
as
Musas
se
manifestarão
e
porão
constantemente
diante
de
nós
idéias
e
imagens
inspiradoras
que
podemos
encadear
e
manejar
criativamente
por
intermédio
da
nossa
mente
consciente.
Se
cultivarmos
uma
boa
relação
com
nossas
Musas
interiores,
poucas
vezes
nos
faltará
inspiração.
Essa
fonte
e
nascente
interior
da
intuição
e
da
inspiração
pode
nos
impor
com
tamanha
força
o
seu
fundo
criativo
de
idéias
e
imagens
que
os
artistas
e
pessoas
criativas
em
geral
muitas
vezes
se
vêem
levados
de
roldão
pela
sua
correnteza.

Trazer
as
Musas
para
nossa
vida
cotidiana
é
comemorar
a
nossa
própria
divindade.
Um
dos
maiores
problemas
que
nos
impedem
de
alcançar
uma
liberdade
verdadeiramente
criativa
é
a
necessidade
de
tentarmos
a
perfeição.
A
maioria
das
vezes,
gastamos
tempo
demasiado
tentando
transformar
um
trabalho
já
bastante
aceitável
e
nos
esquecemos
que
a
perfeição
é
um
ato
impossível.
Coube
então,
as
Musas,
a
missão
de
livrar
nós
mortais
desta
insatisfação
perante
o
mundo.
São
elas
que
nos
levam
a
uma
liberação
criativa
inspirada.
Texto
pesquisado
e
desenvolvido
por
Rosane
Volpatto


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