MUNDO
MAIA


Os
maias
atuais
apesar
da mestiçagens,
nos
permitem
esboçar
um
retrato
físico
aproximado
do Maia
da época
clássica:
apresenta
estatura
baixa,
crânio
largo e
curto,
nunca
usa
barba ou
bigode;
as
orelhas
e o
nariz,
por
vezes são
furados
para
receber
jóias;
o corpo
é
moreno
acobreado,
ou
totalmente
tatuado;
cabelos
compridos
lisos e
negros,
às
vezes em
trança.
Trajando
seu
"serape"
(poncho)
e uma
tanga
mais ou
menos
longa,
sandálias
de couro
de cervo
nos pés,
seguras
por cordões
de fibra
de
agave,
ei-lo
diante
de sua
cabana,
pacífico
e
reservado,
generoso
e
hospitaleiro,
sonhador
e
indolente.

Homem
de
profunda
religiosidade,
o Maia
sempre
foi
muito
social e
prestativo,
soube
canalizar
de forma
mais
natural
seu
tempo de
folga,
para
participar
da obra
coletiva
que era
a
edificação
das pirâmides
e dos
templos.
Foi
deste
modo,
que seus
instintos
foram
canalizados
para uma
energia
mais
produtiva,pois
a luta
cotidiana
contra o
sufocamento
vegetal
e as
grandiosas
realizações
arquitetônicas
ocupavam
a
totalidade
do seu
tempo e
de suas
forças.
No
momento
da
conquista
espanhola
e no
decurso
das décadas
seguintes,
os
Maias,
como os
outros
índios
do México,
foram
dizimados
de
maneira
catastrófica
por meio
de
massacres,
epidemias
e abusos
inerentes
aos
trabalhos
forçados.
Também,
como a
maioria
dos
outros
índios,
a
Civilização
Maia
atual
encontra-se
cristianizada,
contudo,
seu
universo
religioso
conservou
numerosas
sobrevivências
do
antigo
panteão
e dos
velhos
ritos,
pode-se
falar
mesmo de
um
verdadeiro
sincretismo.

AS
CERIMÔNIAS
Todas
as cerimônias
requeriam
uma
preparação,
uma
purificação
prévia,
que se
traduzia
em
jejuns,
abstinências
e continências.
É que
todo o
sucesso
da cerimônia
dependia
de um
grau de
pureza
dos
oficiantes
e dos
diversos
elementos
participantes.Ao
término
destas
solenidades,
se
realizava
uma
festa
onde se
bebia o
"balche",
bebida
própria
para a
ocasião
e também
dançavam.
Entretanto,
estas
festividades
tinham
um cunho
nitidamente
religioso
e nunca
profano.
A prova
é que
era
preciso
observar
previamente
um período
de jejum
e abstinência
para ter
autorização
para
entrar
na
ronda.
As danças
com freqüência
imitavam
cenas de
sacrifício
e o
objetivo
dos
autores
era
identificar-se
com um
animal,
um deus,
graças
ao poder
das máscaras.
O ritmo
obsessivo
das
percussões,
o grito
lancinante
das
trombetas
e o
surdo
rufar
dos
grandes
tambores
"huehuetls"
mantinham
uma tensão
contínua
e
opressiva.
Como nos
tempos
mais
recuados,
é provável
que as
danças
de caráter
mágico
e
encantatório
eram
celebradas
antes
das
grandes
caçadas,
das
guerras
ou das
colheitas.

AS
OFERENDAS

Nada
era
feito
sem uma
purificação
pelo
jejum e
pela
abstinência
e também,
sem
consulta
prévia
aos
sacerdotes
que
decidiam
os dias
favoráveis
para o
respectivo
evento.
Habitualmente,
os períodos
de
abstinência
duravam
uma
semana
maia, ou
seja, 13
dias. Em
todas
ocasiões
o fiel
fazia
oferendas
e sacrifícios
aos
deuses,buscando
sua
proteção
e graça.
Mas
em que
se
consistiam
tais
oferendas?
Geralmente
eram
alimentos,
pratos
elaborados
com
bolachas,
pozol
(tipo de
polenta),
grãos
de
milho,
de abóbora
e de
feijão,
um
peixe,
uma
tartaruga,
um peru
ou um
cervo,
balche e
também
muitas
flores.
Os
Mais
praticavam
outro
tipo de
oferenda
muito
peculiar,
a do próprio
sangue,
que
obtinham
ferindo-se
de várias
maneiras,
por
intermédio
de
espinhos,
cacos de
sílex
ou com
um
aguilhão
defensivo
de
arraia
que
enfiavam
na língua,
nos lóbulos
das
orelhas,
no septo
nasal,
nos lábios,
nas
faces,
nos
membros
e mesmo
no pênis.
Uma vez
feito o
ferimento,
deixava-se
correr o
sangue
sobre
folhas
ou tiras
de papel
de
cascas
de árvores,
dispostas
num
cesto,
que eram
depois
oferecido
aos
deuses.

Os
mais
afortunados
ofertavam
penas de
quetzal, peças
de jade,
lâminas
de
obsidiana
ou de sílex
talhadas
com
admirável
virtuosidade.
Mas sem
dúvida,
o sacrifício
de
sangue
representava
a
suprema
oferta.
Os
deuses
exigiam
sangue
ao
desempenho
de suas
tarefas
e o
encargo
de
providenciá-las
cabia
naturalmente
aos
homens
criados
para tal
fim,
como
ensina a
"Popol-vuh".
Na
quarta
Criação,
os
deuses
julgaram
os
homens
capazes
de
prestar-lhes
cuidado
nutrindo-os
Esse
sacrifício
sangrento
podia
ser o de
um
animal,
tipo
passarinho,
peru,
gamo,
mas também
o de um
ser
humano,
criança
ou
adulto e
de
qualquer
dos dois
sexos
indiferentemente.
DEUSES
FAMINTOS
Os
astecas
acreditavam
que seus
deuses
se
alimentavam
de corações
humanos.
Para
fomentar
essas
crenças,
havia a
atitude
do
guerreiro
asteca
diante
da
morte,
atitude
compartilhada
pela
maioria
dos seus
inimigos
mexicanos.
Os
astecas
desde a
infância
eram
educados
na
expectativa
de serem
sacrificados
se acaso
fossem
feitos
prisioneiros
e,
consideravam
este
destino
uma
honra,
igual à
morte
nos
campos
de
batalha.
Aqueles
que
tombavam
em
combate
ou davam
a vida
no altar
de
sacrifícios,
tinham a
certeza
de que o
sangue
de seus
corações
contribuiria
para
revigorar
o Sol em
sua luta
diária
contra a
noite.
Desse
modo,
eles se
tornavam
parte do
próprio
Sol.
Nasceriam
a cada
manhã,
formando
uma uma
alegre
multidão
e o
acompanhariam
até que
chegasse
ao zênite,
quando
as forças
da
morte,
quando
as forças
da morte
e da
noite o
impelissem
para as
trevas.

Uma
vez
iniciados,
os
sacrifícios
humanos
jamais
estiveram
ausentes
no cenário
da América
Central.
Mesmo o
povo
maia,
mas
brando
os
conheceram.
Entretanto,
para
estes
povos,
os
sacrifícios
humanos
só eram
realizados
em casos
críticos,
por
ocasião
de
grandes
calamidades
ou
cataclismos,
como
seca
prolongada,
uma
epidemia
mortífera
ou um
furacão
devastador.

NASCIMENTO
DO DEUS
No
Códice
Telleriano-Remense
se lê:
"Dizem
que
Quetzalcoatl
foi quem
criou o
mundo e
o chama
de Deus
do
vento,
porque
dizem
que
Tonacatecutli
(deus
primordial),
quando
lhe
pareceu
melhor,
soprou e
assim
nasceu
Quetzalcoatl."
Já
no Códice
Vaticano
se lê:
"Declara-se
que o
ser
supremo
Deus
Tonacatecutli
soprou e
fez
nascer
Quetzalcoatl
sem a
intervenção
de uma
mulher e
sim
somente
por um
sopro...Dizem
que ele
salvou o
mundo
com suas
penitências,
posto
que seu
pai
havia
criado o
mundo,
mas os
homens
haviam
se
entregado
ao vício...".
"....assim
Tonacatecutli
enviou
seu
filho
para
salvar
este
mundo."

Quetzalcoatl
é duas
deidades
em uma.
Nos Códices
Telleriano
-Remenensis
no
momento
da Criação
dividiu
um sopro
em água
da céu
e da
terra e
depois
com
outro
sopro
criou
seu
filho
Quetzalcoatl
com a missão
de
redimir
o mundo
através
do
sacrifício
e penitência.
Para
tanto,
Quetzalcoatl, sopro do
Criador,
também
é
Ehecatl,
deus do
Vento e
entre
suas
obrigações
está o
de
limpar
os
caminhos
para a
chegada
de
Tlaloc,
deus da
Água.

MAS
AFINAL
QUANTOS
QUETZALCOATLS
EXISTE?
No
decurso
de vários
estudos
e
investigações,
chagou-se
a
conclusão
que
existem
três
distintos
Quetzalcoatls:
1.
Deus
Criador,
2.
O
Civilizador
vindo do
Oriente,
3.
O último
rei
Tolteca.

Estas
informações
não
foram
bem
passadas
pelos
espanhóis
que lá
chegaram,
pois
eles não
conseguiram
distinguir
a
dualidade
dos
deuses e
nem se
deram
conta
que
havia vários
Quetzalcoatls.
A
dificuldade
máxima
está em
desmembrar
a
informação
e ver o
correspondente
de cada
um deles
e onde
termina
o Mito e
começa
a História.
Este
deus é
chamado
de
Quetzalcoatls
pelos
Astecas,
de
Kukulkán
pelo
Maias, e
por
Viracocha
pelo
Incas.

DEUS
EM CARNE
E OSSO
Topiltzin,
era
filho de
um rei
chamado
Mizcáltl
que
havia se
estabelecido
em
Culhuacán,
alguns
quilômetros
ao sul
da atual
cidade
do México,
no século
X.
Quando
este
jovem
preparou-se
para o
sacerdócio
e,
finalmente
veio a
ser sumo
sacerdote
de
Quetzalcoatl ou a
"Serpente
Emplumada",
antiga
divindade
de
Teotihuacán, padroeira
da
cultura
e das
artes da
civilização.
Quando
Tolpiltzin
subiu ao
trono
tolteca,
mudou de
nome
passando-se
a se
chamar
de
Quetzalcoatl, pois os
sumos
sacerdotes
da época
eram
conhecidos
pelos
nomes
dos
deuses
que
adoravam.
Por
volta de
950 d.C.
Tolpiltzin
transferiu
a
capital
tolteca
para
Tula,
que
ficava
além do
extremo
norte do
Vale do
méxico.
O rei
transformou
Tula
numa
grande
cidade e
ensinou
seu povo
todas as
artes da
civilização,
mas
cometeu
o grande
erro de
estabelecer
o brando
e benévolo
Quetzalcoatl
como a
divindade
principal.
Isso
desagradou
os
toltecas
que
dominavam
a cidade
e já
possuíam
deuses
mais
guerreiros.
O
principal
destes
deuses
era
Tezcatlipoca, divindade
que
exigia
ser
alimentada
com
sangue
quente e
corações
ainda a
pulsar
de vítimas
humanas
levadas
ao
sacrifício.
Não se
sabe ao
certo,
acerca
da
maneira
pela
qual a
facção
de
Tezcatlipoca derrotou
Topiltzin
e seu
benigno
deus.

Existe
uma versão
que
narra
que
certa
noite
Tezcatlipoca,
disfarçado
de velho
embriagou
Tolpiltzin
e, em
seguida,
deixou a
própria
irmã do
rei, a
encantadora
Quetzalpetlatl
(Esteira
de
Plumas)
no
aposento
dele. Na
manhã
seguinte
Tolpiltzin
percebendo
que
havia
perdido
sua
castidade,
abdicou
o trono
tolteca
e buscou
o
caminho
do exílio.
Neste
confronto
histórico-mítico
entre os
detentores
da
cultura
urbana
policiada,
pacífica
e os que
representavam
a
selvageria,
a violência,
é
preciso
sem dúvida
ver a
eliminação
de um
estado
teocrático
e a sua
substituição
por uma
casta de
guerreiros.
Prevaleceu
a lei do
mais
forte.
Quetzalcoatl vencido,
exilou-se
no golfo
'à
beira do
Mar
divino",
no
misterioso
território
negro e
vermelho,
o país
da
Aurora
que as
lendas
localizavam
por trás
do
horizonte
oriental.
Uma das
inúmeras
versões
da lenda
relata
que ele
desapareceu
no mar
numa
jangada
construída
de
serpentes
entrelaçadas.
Outra
diz que
ele
subiu
aos céus
e se
transformou
na
Estrela
D'Alva.
Entretanto,
antes de
partir
prometeu
regressar,
vindo da
direção
do Sol
nascente
e
especificou
até a
data em
que isso
ocorreria,
data que
corresponde
ao ano
de 1516
do
calendário
europeu.
Por
uma das
mais notáveis
coincidências
históricas,
na data
em que o
reaparecimento
de
Quetzalcoatl fora
previsto,
chegaram
ao México
os
conquistadores
espanhóis.
Quetzalcoatl
era representado
como um
deus
branco e
barbudo
e que
viria do
leste.
Este
re-sacerdote
da lenda
pode ser
considerado
como o
primeiro
personagem
histórico
palpável
da história
americana,
apesar
de seu
manto de
maravilhoso
e embora
ostente
entre
seus
nomes o
de um
deus.
Esse
Acatl
Tolpizin
Quetzalcoatl!
Pela última,
mito e
história
se
entrelaçam.

Quetzalcoatl
é um deus que
promove
a sua
autotransformação.
Ele é
um deus
agonizante
e
ressuscitado.
É também
um rei
herói
promotor
da
cultura,
representante
do princípio
da luz e
dos
seres
humanos.
Ele
funde o
aspecto
ocidental
letal ao
aspecto
oriental,
como
estrela
vespertina
e
matutina.
Nesta última
concepção,
é um símbolo
de poder
ascendente
masculino-espiritual
do céu
e do
sol. Por
esta razão
ele é
ligado
ao símbolo
do
oriente,
a
serpente
alada, o
aspecto
vento-espírito.
Deste
modo,
ele é
também
o deus
do
conhecimento
e um dos
seus
atributos
é a
torre
espiral
ascendente.
O
significado
cósmico
de
Quetzalcoatl como
estrela
matutina
é
deveras
complexo.
Este
mesmo
deus reúne
em si
qualidades
lunares,
solares
e
astrais.
Ele não
é uma
entidade
abstrata,
mas um
arquétipo
sugerido
por uma
gama de
símbolos.
É o
deus do
vento
circulante,
da
fertilidade,
que deve
morrer
para
fertilizar
o mundo
com o
seu
sacrifício,
mas também
é o
penitente
que
transforma
a si próprio.
É o símbolo
unificador
e filho
das
divindades
primordiais
céu e
terra e
que
combina
o caráter
inferior
de
serpente
com o
superior,
da ave.

Seu
mito
mostra-o
como um
deus
enganado,
vencido
e
fugitivo,
cuja
queda
está
associada
a perda
o paraíso,
antiga
"era
do
ouro"
dos primórdios
da
civilização
tolteca.
Seu
pecado
que o
levou à
destruição
do paraíso
e sua
queda
foi os
excessos
cometidos
através
da
bebida e
o gozo
do sexo.
Seduzido
pela álcool,
o deus
é possuído
por um
incontrolável
anseio
da
morte,
ao qual
finalmente
se
entrega,
desaparecendo
mo mar
levado
por uma
jangada.
Novamente
aqui, o
feminino
mostrou-se
mais
forte
que o
Masculino,
tornando-se
a irmã-amante,
sinistra
e fatídica,
que
seduz e
corrompe.
Depois
de muito
tempo de
penitência,
Quetzalcoatl, consegue
finalmente,
superar
a sua ruína
com o
ato heróico
do próprio
sacrifício,
surgindo
então,
convertido
na
estrela
matutina.
Quetzalcoatl
se tornou
praticamente
o deus
uno
supremo.

Texto
pesquisado
e
desenvolvido
por
ROSANE
VOLPATTO
Veja o Video / Watch the Video
Bibliografia
consultada
Grandes
Civilizações
Desaparecidas
- Guy Annequin
Tiahunaco
- Simone
Waisbard
A
Estrada
do Sol -
Vitor W.
Von
Hagen
América
Pré-Colombiana
Joathan
Norton
Leonard
Segredos
da
Rleigião-Ciência
Maia -
Hunbatz
Men
A
Grande Mãe
- Eric
Neumann

 


|