~*~O SAPATEIRO LEPRECHAUN~*~

 

O SAPATEIRO LEPRECHAUN

Os Leprechauns são famosos sapateiros do mundo das fadas, que fabricam todo o calçado da aristocracia dos duendes, embora sempre são vistos trabalhando em  um só sapato, jamais em um par. Costumam vestirem-se de verde à moda antiga e usando, as vezes, um chapéu marrom avermelhado. Usam também um cinto de couro e sapatos com grandes fivelas. Freqüentemente são descritos como feios, não maiores que uma criança de nove ou dez anos, embora possam ser ainda menores. Seus corpos são rechonchudos e seus rostos parecem envelhecidos. Carregam uma bengala ou porrete, fumam cachimbo, gostam muito bebidas de álcool e estão sempre acompanhados de seu velho e gasto martelo. Os que buscam tesouros podem localizar um leprechaun por meio dos sons de seu martelo.

Seu humor é muito volúvel, mas adoram música e dança como as fadas.

Alimentam-se de folhas e, apesar de ter a reputação de serem travessos e maliciosos, nunca se soube que tivessem prejudicado um humano.

Vivem em lugares isolados, embaixo de cogumelos ou em terrenos baixos. Alguns dizem que constituem a prole da união entre os seres humanos e os duendes sidhes.

Leprechaun é na realidade só o nome que lhes atribui na região irlandesa de Leinster, e recebem denominações diferentes em diversas partes do país. Os cluricaunes (freqüenta as adegas) no condado de Cork, luricanes em Kerry, lurigadaunes em Tipperary e Loghery-man em Ulster; e estas palavras são provavelmente provincialismos de Luacharma'n, o termo inglês que designa o pigmeu.

Por outro lado, Douglas Hyde fazia derivar a palavra "leprechaun" de "leith bhrogan", "o que faz um sapato", assim chamado porque geralmente se via fazendo um só sapato. O vocábulo leprechaun foi registrado pela primeira vez na língua inglesa em 1604 por Middleton e Dekker's.

Os Leprechauns são os donos de todos os tesouros ocultos embaixo da terra na Irlanda. Sempre guardam potes cheios de moedas de ouro até o final do arco-íris, porém não estão disposto à compartilhá-los. Existe um antigo relato sobre um jovem de Castlerea que amava apaixonadamente os livros e desejava encontrar um tesouro para comprá-los mais. Uma tarde descobriu um leprechaun embaixo de uma folha de acelga e o capturou com a intenção de tornar-se dono de suas riquezas. O leprechaun declarou que não havia necessidade de violência, porque eram primos que antigamente foram separados;  o jovem havia sido trocado por outro no berço e só aqueles com sangue de duendes podiam possuir o ouro.

O leprechaun levou o moço até o velho forte de Lipenshaw e o fez passar por um muro de pedra através de uma porta secreta. No local que tinha um corredor, o solo estava coberto de moedas de ouro. O duende advertiu ao jovem:

- Leve o quanto quiser, porém quando o último raio do sol desaparecer, também se dissipará o ouro.

O moço encheu seus bolsos com tanto ouro quanto foi possível e ao sair a porta se fechou. Levou tudo a um banco de Dublin e se tornou rico e instruído.

Como fala Brian Froud, "Como acontece com todos esses seres (encantados), é importante que você veja o leprechaun, ou duende irlandês, antes que ele o veja, pois ele se torna então mais cooperativo e talvez possa até levá-lo a um de seus potes de ouro escondido. Mas ele é muito astuto e traquina, capaz de desaparecer num piscar de olhos".. Acredita-se que eles tenham uma moeda de prata mágica, que volta a sua bolsa, depois de ser gasta. Também possui uma moeda de ouro que usam para subornar sua saída de situações difíceis. Essa moeda se converte em folha ou cinzas, assim que o leprechaun desaparece.

O mais provável é que o termo leprechaun proceda de "Lugh-chromain", que significa "pequeno Lugh encurvado", e que leprechaun constitua uma designação diminutiva do antigo deus Lugh da raça Tuatha Dé Danann.

As lendas nos contam que, no final do arco-íris, há um leprechaun oculto guardando um pote com moedas de ouro. Esse tesouro pode ser constituído por metais preciosos da terra, ou que simbolize a luz do sol, o grão amarelo da colheita ou as riquezas do espírito. Se desejas alcançar o extremo de um arco-íris, saibas que este lugar só é possível chegar em espírito, nunca fisicamente. Por essa razão se concebe com freqüência o arco-iris como uma ponte ao mundo dos deuses, o Outro Mundo ou o Reino dos Duendes.

As representações cômicas dos leprechauns na cultura popular não devem fazer-nos duvidar de que são espíritos antigos cujos relatos perduraram através dos séculos. Portanto, sempre que for abordá-los o faça com muito respeito, pois embora sejam pequeninhos, o coração e a sabedoria que carregam é enorme.

Os leprechaun nos ensinam a ter prudência com a ganância desenfreada.

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO

Bibliografia:

El Anillo de las Hadas - Anna Franklin

Diccionario de las Hadas - Katharine Briggs