~KOBOLD~

 

KOBOLD

Sir Walter Scott escreve sobre eles: "Os Kobolds eram uma espécie de gnomos que frequentam os lugares escuros e solitários e que se viam nas minas, onde pareciam imitar o trabalho das minas e algumas vezes divertiam-se  opondo-se à seus projetos e tornando infrutuoso seu trabalho. As vezes eram malévolos. sobretudo se lhes desdenhavam ou lhes insultavam, porém em outros momentos se mostravam indulgentes com os indivíduos."

Os obreiros e mineiros os conheciam bem e tinham muito cuidado em falar sempre deles com respeito e de invocá-los antes de toda entrada na mina.

Numerosos relatos contam que esses espíritos das profundesas eram suscetíveis e podiam aborrecer-se facilmente por toda falta de diferença para com eles. Igual aos Knockers, se vingavam dos mal educados que blasfemavam em sua presença extraviando-os no fundo das galerias da mina, ou bem provocando desabamentos mortais. Sim, no entanto, se os tratassem como era devido, não eram ávaros com seus tesouros, nem com sua proteção. Assim, quando um mineiro encontrava uma veia rica em mineral, se tratava simplesmente dos espíritos da mina, que, por gratidão ou pura amabilidade, havia  favorecido o descobrimento.

Os kobolds tinham também o poder de desaparecer dentro da terra com rapidez e agilidade. Paracelso precisa:"Os kobolds atravessavam as diferentes camadas terrestres e apareciam de imediato ante ao olhar dos homens, semelhantes a pequenas estátuas muito retas e plantadas no solo."

Segundo outras fontes, os kobolds viviam em certas árvores e nas raízes das mandrágoras. Para ter contato com eles deviam cortar essas árvores e essas raízes e esculpi-los de modo que reproduza a efígie dos kobolds. Se abriam grandes bocas e se vestiam de verde. Se não, se modelavam com cera branca ou migalha de pão.

Essas bonecas eram veneradas como divindades. Eram guardadas em caixas, chamadas "caixas de kobolds" e assim formavam parte integrante da casa que havia os acolhido, protegendo o lar e realizando as humildes tarefas domésticas. Só podiam ser desalojados quando o proprietário da caixa aceitava vendê-la à alguém, por um preço inferior ao que o mesmo havia pago. Porém se outra pessoa abrisse a caixa por descuido, os kobolds fugiam e não regressavam nunca mais. Para evitar que as crianças as tocassem, se fabricavam falsas caixas em se colocavam marionetes com aspecto de diabilhos, o que deu lugar a tradicão de Jack-in-box, o "diabo na caixa".

Outra forma de pegar os kobolds consistia em sair ao bosque em dia de São João com a finalidade de buscar um pássaro sobre um formigueiro. O pássaro em questão era um kobold disfarçado. Bastava mete-lo num saco e levá-lo para casa.

Hoje em dia, os kobolds já não estão mais presos em caixas e vivem em liberdade. Vão onde querem, porém, quando elegem uma morada, nada pode afastá-los dela. Já foram vistos kobolds que permanecem fiéis a suas casas mesmo depois que estas tenham sido incendiadas ou estão em ruínas.

Na Holanda existia uma variante de kobold com o nome de klabautermannkin ou de kaboutermannikin. Esses kobolds se apresentavam na forma da efígie esculpida em madeira das árvores guardiãs onde repousam as almas das crianças mortas, colocadas na proa dos navios que antigamente navegavam entre o mar do Norte, o Báltico e o oceano Atlântico. Se acreditava que o klaubauter protegia a embarcação contra as inclemências do tempo e protegia os marinheiros. O tratavam com muito cuidado e respeito.

Desde que desapareceu a navegação à vela, os klabautermannikins se retiraram para os bairros baixos de Amsterdam ou de Copenhagem. Perderam aos poucos a energia de sua juventude e cada gesto que fazem lhes custa muito esforço.

Os poltersprites pertencem também a família dos kobolds. Se reconhece por seus gorros cinza ou vermelhos que lhes conferem o poder de invisibilidade e por fazerem muito ruído na casa. Portas que se fecham de sopetão, móveis que rangem, escadas que chiam, janelas que gemem ao vento e paredes que ressoam o som de outra coisa que a expressão sonora dos poltersprites. Esta é a razão por que as vezes se confundem esses ruídos kobolds com os poltergeist, demônios que deslocam violentamente os objetos e provocam nas casas manifestações sobrenaturais, claramente mais nefastas que os inocentes poltergeist.

Existe ainda, uma variedade de kobolds que vive exclisivamente nas igrejas e mais particularmente nos campanários. Se chamam de church grims, os ameaçadores da igreja, na Suécia, os kyrkogrims.

Esse habitat é bem curioso para alguns, já que é bem conhecida a aversão que suscita a religião cristã nos seres do Reino das Fadas. Por isso não quer dizer que os church grims sejam ratos de sacristia. Possuem desinteresse ao culto à Deus e se contentam em tocar  os sinos a meia noite para anunciar a morte de um fiel.

Esses anões de Igreja vivem essencialmente na Europa do Norte (Dinamarca, Suécia, Finlândia e Yorkshire), porém também na Grécia, onde despertam os monges acionando os carrilhões dos monestérios da montanha a qualquer hora do dia ou da noite.

Se diz que os churc grims representam as almas dos cães negros que os primeiros cristãos sacrificavam quando construíam suas igrejas, antes de enterrá-los na parte norte da construção com a finalidade de afastar o diabo. Esses sacrifícios não se realizam há muito tempo, porém os church grims seguem ali.

 

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO