

Halloween,
comemorado no dia 31 de outubro de todos os anos, tem
sua origem com os celtas, antigos povoadores da Europa
Oriental, Ocidental e Ásia Menor. Entre eles habitavam
os druidas (magos), adoradores do carvalho e do visco. A
noite de Halloween era muito importante, porque era
considerada véspera de Ano Novo. Na ilha de Man, um dos
redutos em que a língua e folclore celtas resistiram ao
sítio dos invasores saxões, o 1 de novembro
(calendário antigo), era considerado como o dia do Ano
Novo, até épocas recentes. Assim, os mascarados de Man
costumavam sair às ruas nesta festividade, cantando na
linguagem de Man, uma espécie de canção de Hogmanay
(ANO NOVO) que começava assim:
-
"Hoje é dia de Ano Novo, Hogunnaa!"

Não
só entre os celtas, mas também por toda a Europa, o
Halloween, a noite que marca a transição do outono
para o inverno, parece ter sido, antigamente, a época
do ano em que as almas dos mortos revisitavam seus
velhos lares para se aquecerem junto ao fogo e se
reconfortarem com as homenagens que lhes eram prestadas,
na cozinha e na sala, pelos afetuosos parentes. Talvez
fosse natural ocorrer-lhes que a aproximação do
inverno trazia as pobres almas famintas e trêmulas dos
campos nus e das florestas sem folhas para o abrigo das
casas e o calor de suas lareiras familiares.
Mas
não eram apenas as almas dos mortos que deviam pairar,
invisíveis, no dia "em que o outono ao inverno
entrega o pálido ano". As bruxas estão
esmeravam-se em seus atos malignos, algumas cruzando os
ares em suas vassouras, outras galopando pelas estradas
montadas em gatos pretos que, naquela noite, se
transformavam em cavalos negros como carvão. Também as
fadas andavam soltas e duendes de todos os tipos vagavam
livremente.

Nas
regiões celtas, o Halloween parece ter sido a grande
época do ano para se prever o futuro. Todos os tipos de
advinhações eram postos em prática naquela noite.
Lemos que Dathi, rei da Irlanda no século V, estando no
monte dos Druidas (Cnoc-nan-druad), no condado de Sligo,
durante a festa de Halloween, mandou que seu druida lhe
previsse o futuro, entre aquele dia e o próximo ano. O
druida passou a noite no alto de uma colina e, na manhã
seguinte, fez a previsão ao rei que se tornou
realidade. No País de Gales a festa do Halloween era a
mais estranha de todas as "Teir Nos
Ysbrydion", ou "Três Noites dos
Espíritos", quando o vento, "soprando sobre
os pés dos cadáveres", levava suspiros às casas
dos que deviam morrer naquele ano. Acreditava-se que,
se, naquela noite, alguém saísse até uma encruzilhada
e escutasse o vento, ficaria sabendo das coisas mais
importantes que deveriam acontecer nos próximos doze
meses.
Mas
Halloween é conhecido também, pelos pagãos por
Samhaim, e embora seja considerado um tempo de morte, é
também de renascimento, simbolizado por um raminho no
Ritual de Samhaim. É esta a época, em que os véus
entre os mundos se tornam tênues e o espaço e o tempo
tornam-se fluidos. Esta é a melhor época para
estabelecer contado com a Deusa e o Deus.
O
Oráculo da Morte é uma prática tradicional em
Samhaim. Os participantes tiram a sorte para decidir
quem agirá como Oráculo. A pessoa escolhida senta-se
em um canto escuro e quieto, responde as perguntas sobre
o futuro. A idéia é que a Morte já saiba a resposta.

Um
outro costume na noite de Halloween é a Ceia dos Mudos.
Uma festa para os espíritos da terra, tais como
ancestrais, divindades, fadas e elementares. Os pratos
devem estar cheios com alimentos e bebidas e colocados
no lado de fora da porta à noite. Três velas vermelhas
são colocadas ao redor dos pratos, acesas e deixadas
ali para queimar durante a noite. Qualquer alimento ou
bebida que sobrar pela manhã é colocado na Terra e
oferecido à Deusa.
Para
os Druidas Celtas, o espírito de uma pessoa reside na
cabeça, daí então o conceito de cabeça sagrada. A
lanterna tipo cabeça de abóbora simboliza este
conceito. A vela acesa dentro da abóbora representa o
espírito vivo ou "awen".
Quando
os povos celtas se cristianizaram, nem todos os costumes
pagãos foram renunciados. Podemos dizer que o paganismo
e o cristianismo se mesclaram. Não há coincidência
entre a festa pagã e a festa cristã de Todos os Santos
e a dos Finados, que é no dia seguinte.
A
festa em honra de Todos os Santos, inicialmente se
celebrava em 13 de maio, mas o Papa Gregório II (741
d.C.), foi quem a trocou esta data para 1 de Novembro,
que era o dia da "Dedicação" da Capela de
Todos os Santos na Basílica de São Pedro em Roma.

Mais
tarde, no ano de 840, o Papa Greogorio VI ordenou que a
Festa de "Todos os Santos", deveria ser
celebrada universalmente. Como um cerimônial mais
amplo, tinha uma celebração vespertina com a
"vigília" para preparar a festa (31 de
outubro). Esta vigília vespertina do dia anterior a
Festa de "Todos os Santos", dentro da cultura
inglesa se chamava: "All Hallow's Even"
(Vigília de Todos os Santos).
Com
o passar do tempo, passou-se a se chamar "All
Hallowed Eve", posteriormente trocou para "All
Hallow Even" para terminar com a palavra que
conhecemos hoje "Halloween". Entretanto já
desde do ano 998, San Odilo, abade do Monastério de
Cluny, no sul da França, havia acrescentado a
celebração de 2 de Novembro, como uma festa para rezar
pelas almas dos fiéis que haviam falecido, que foi
chamada da Festa dos "Fiéis Mortos", a qual
se difundiu na França e depois alcançou toda a Europa.

O
dia 31 de outubro, para nós "Dia das Bruxas",
ou simplesmente "Halloween", é um feriado nos
Estados Unidos que registra um volume de vendas só
superado pelas Festas Natalinas. Adultos e crianças
chegam a gastar 2.500 dólares em fantasias, doces e
acessórios, para comemorar a noite.
As
cabeças de abóboras iluminadas, características desta
festividade, procedem do folclore irlandês. Segundo uma
história bastante difundida, um homem chamado de Jack,
conhecido por beberão e baderneiro, logrou o diabo que
o perseguia ao subir em uma árvore. Jack esculpiu uma
cruz no tronco da árvore e assim, conseguiu livrar-se
do demônio. Mas quando Jack morreu, lhe foi negada a
entrada no céu, devido a seus maus atos quando esteve
vivo. Mas também foi-lhe negado acesso ao inferno pelo
que tinha feito a Satanás. O demônio deu-lhe então
uma lanterna para que pudesse caminhar entre as sombras.
A vela foi colocada dentro de um nabo e assim sua chama
permaneceu duradoura.
Os
historiadores contam que inicialmente, os irlandeses,
utilizavam o nabo como lanternas, simbolizando as almas
dos mortos. Ao que parece, quando imigraram para a
América, comprovaram que as abóboras eram maiores e
mais convenientes para serem utilizadas como lanternas.
Hoje
em dia, Halloween é uma festa de "baixinhos"
e "grandinhos". Todos assistem aos festivais,
se disfarçam e trafegam pelas ruas pedindo doces e
caramelos. Há também festas em ambientes controlados
como escolas, shopings center, parques de diversões ou
festas privadas.
De
qualquer maneira, o espírito original de Halloween é o
mesmo. É uma festa de terror com tempero de muito bom
humor. Todos nós podemos mostrar o nosso aspecto
demoníaco brincalhão e desfrutá-lo toda a noite. A
população de Salem, em Massachusetts, Estados Unidos,
que é a pátria da bruxaria norte-american, celebra a
"Festa dos Espantos" na noite de Halloween,
uma fórmula magnífica que acharam para estender sua
temporada turística de verão.

A
Festa de Halloween vem ganhando espaço em terreno
brasileiro, muito embora, muitos sejam contra.
Diferente
das crianças que adoram brincadeiras, a noite de 31
de outubro para os wiccanos modernos se comemora
Samhaim. No Festival de Samhaim, celebrado depois do
pôr-do-sol, é tempo de dançarmos em torno da
fogueira e enchermos o caldeirão de pedidos para o
próximo ano, estilo feiticeiras celtas. É noite de
muita animação, principalmente para nós que
vivemos no hemisfério sul e estamos próximos do
Solstício de Verão. As noites aqui são lindas,
enluaradas, cheias de magia e luz, propícias para
rituais ao ar livre.
Para mim,
esta é a noite mais importante do ano, pois
coincidentemente, nasci em 31 de outubro.
Não esqueça de direcionar suas
orações para Deusa Mãe Anu pedindo abundância e
prosperidade para o próximo ano.
FELIZ
HALLOWEEN PARA TODOS NÓS!

Texto
pesquisado e desenvolvido por
Rosane
Volpatto
 
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