~*~FANDANGO~*~

FANDANGO

 

O termo Fandango designa uma série de danças populares, chamadas de “marcas”, que presidem o encerramento das fainas de um “Pixirão” (mutirão) ou divertimento rotineiro de qualquer ocasião.

 

PARANÁ

 

No Paraná, os dançadores, denominados “folgadores” e “folgadeiras”, executam as variadas coreografias que configuram as danças e lhes dão nomes determinados: Anu, Andorinha, Chimarrita, Tonta, Caranguejo, Vilão do Lenço, Sabiá, Marinheiro, Xarazinho, Xará Grande, etc.

O acompanhamento musical é feito com duas violas, uma rabeca e um pandeiro rústico, chamado adufo e maxixe. As Violas possuem geralmente cinco cordas duplas e mais meia corda, a que chamam turina e são construídas de madeira denominada caxeta com requintes de acabamento artístico. A Rabeca tem três cordas, ou às vezes quatro. É também feita de caxeta, esculpida em madeira maciça, tendo o braço e o arco de canela preta ou cedro. O Adufo é coberto com couro de cotia ou de mangueiro (cachorro do mangue) sendo de salientar a superioridade do couro da cotia.

 

Os cantos a duas vozes são “tirados” pelos violeiros, que reproduzem versos tradicionais ou improvisam letras circunstanciais. As coreografias, uma grande roda ou pequenas rodas fileiras opostas, pares soltos e unidos. Os passos podem ser valsados, arrastados, volteados, etc., entremeados de palmas e castanholar de dedos. O sapateado vigoroso é feito somente pelos homens, enquanto as mulheres arrastam os pés e dão volteios soltos.

 

 

O Fandango chegou ao litoral do Paraná com os primeiros casais de colonos açorianos e com muita influência espanhola, por volta de 1750 e passou a ser batido principalmente durante o Intrudo (percussor do Carnaval). Nestes 04 dias a população não fazia outra coisa senão bater o Fandango e comer Barreado, que é um prato típico a base de carne e toucinho. Três séculos já se passaram e nesse correr dos anos, o Fandango paranaense, tornou-se uma dança típica do caboclo litorâneo, folclórico por excelência. Sua coreografia possui características comuns, com nomes e ritmos fixos para cada marca, ou seja, uma suíte ou reunião de várias danças, que podem ser bailadas (dançadas) ou batidas (sapateadas), variando somente as melodias e textos.

XARÁ-GRANDE

Essa é uma das principais danças do fandango paranaense, serve como inspiração coreográfica para vários outros bailes, como o chico, a lajeana, o feliz, o xarazinho, a serrana e o sabiá. Forma-se a roda com homens e mulheres alternadas, girando da esquerda para a direita, com passos valsados, entremeados por sapateios. Os participantes executam passos variados, como o oito, o arco, o valsado e a grande roda, sempre a girar.

Uma das características da dança é o cumprimento dos pares, que trocam um ligeiro aperto de mãos.

TONTA E RECORTADO

 

A Tonta é dançada por seis ou oito pessoas, três ou quatro pares, e tem por finalidade marcar o fim de festa em algumas localidades. Geralmente é dançado de manhã, significando a despedida do grupo, contendo nos versos dos cantos referências ao sol.

Dança batida, com palmeados e sapateados praticados apenas pelos homens, tendo a mulher papel limitado na coreografia.

O recortado também é usado para encerrar o fandango. É uma mistura de todas as danças realizadas durante a noite. Sua formação e sua coreografia são recortes dos diversos bailes executados. Em outras regiões, tem características próprias, fazendo parte do grupo das marcas batidas.

SÃO PAULO

 

Em São Paulo , informa Rossini Tavares de Lima, há duas modalidades de Fandango: o do interior e o do litoral. O primeiro revela influências do tropeiro paulista nas regiões de Tatuí, Sorocaba, São Miguel Arcanjo, Guareí, Capela do Alto, Cesário Lange, Itapetininga, Itararé e Sarapuí. Dançam somente homens, em número par. Vestem-se com roupas comuns, chapéu, lenço no pescoço, botas com chilenas de duas rosetas, sem dentes. Estas chilenas, batidas no chão, funcionam como instrumento de percussão no acompanhamento das “marcas”, como Quebra-chifre, Pega na bota, Vira corpo, Pula sela, Mandadinho, dentre outras. Nos informa ainda, Rossini Tavares de Lima, em seu livro "Melodia e Ritmo no Folclore de São Paulo", pág. 36: "No quebra-chifre, os dançadores recordam os bois, quando brigam um com o outro, entrelaçando os chifres. Essa figura consiste em bater o lado do pé direito no pé esquerdo do parceiro e vice-versa. Para executá-la, os fandangueiros sempre a sapatear, ficam frente a frente. A marca encerra-se com um sapateado vivo, no qual os dançadores fecham a roda.
No Pega-na-bota, os dançadores a sapatear, dão palmadas no cano dos botins. Isso se realiza em andamento bastante rápido. Tanto assim que, ao fecharem a roda, como na "marca" anterior, os dançadores demonstram intenso cansaço.
0 Vira-corpo é uma das "marcas" mais sugestivas e difíceis. Batendo a ponta dos pés, planta e calcanhar, os dançadores, com os braços voltados para trás, vão-se deitando ao solo. E, a seguir, dão rápida virada de corpo e levantam-se. Depois que todos os fandangueiros realizam esse figurado, a “marca” é encerrada como as outras".
No Pula-sela, os dançadores ficam frente à frente e um deles se abaixa, apoiando as mãos nos joelhos. Depois vai-se aproximando de um dos companheiros, ao ritmo do sapateado. Quando ambos se juntam, o que está de pé bate as mãos às costas do outro e o pula. Essa figura e executada por todos os fandangueiros. Para finalizar, fecha-se a roda em sapateado vivo.


A derradeira "marca" do fandango é o "mandadinho", que tem esse nome porque no seu transcurso o marcante vai dizendo o que os outros dançadores devem fazer. Na coreografia, descrevem o plantio, a colheita, o ensacamento e o armazenamento do feijão. Ao som da viola e do sapateado, diz o marcante: "Pran feijão", "Coie feijão", "Ensaca feijão", "leva feijão pro mercado". A esse mandadinho, que apresenta um conteúdo narrativo, com unidade de ação, dá-se o nome de continuado. Há também o "simples", no qual o marcante manda fazer coisas que não se relacionam. O final do mandadinho, como o das demais "marcas", apresenta a mesma figuração.

 

A música é a moda de viola comum, tocada e cantada por um violeiro e seu “segunda”, que o acompanha três tons abaixo ou acima da linha melódica. O palmeado e as castanholas de dedos estão presentes no início e entre as “marcas”.

Em Itararé, segundo informação de Oswaldo de Andrade Filho, há duas violas, cujos tocadores ficam sentados ao lado. Também aparecem as mulheres, que permanecem girando dentro da roda. Todos têm chapéu na cabeça: "senão desequilibra", dizem eles. O canto não é a moda-de-viola mas quadrinhas soltas, improvisadas, num ritmo declamatório.

O Fandango do litoral compreende uma série de danças de pares mistos, tais como: Dão-dão, Dão-dãozinho, Graciana, Tiraninha, Rica senhora, Pica-pau, Morro-seco, Chimarrita, Querumana, Enfiado, Manjericão, etc. Cada “marca” apresenta coreografia própria, assim como também a linha melódica e o texto poético.

 

Em Cananéia, litoral do sul de São Paulo, o fandango é dividido em dois grupos: rufado ou batido e bailado ou valsado; no primeiro, mais rústico, o bate-pé é obrigatório, enquanto no segundo é proibido. O canto, sempre em falso bordão (terças), é tirado em geral pelos instrumentistas, que não dançam. A dança é executada durante os intervalos do canto, por provável influência espanhola, e ocorrem coreografias de valsa (rocambole, chimarrita), de polca (dandão) e de mazurca (faxineira).

 

RIO GRANDE DO SUL

"... o Fandango Gaúcho é raíz, é semente, é flor, é a sanga da água mais pura, é a cura para os males do amor ..." 

A maior característica das danças gaúchas é o romantismo, evidenciado no espírito de fidalguia e de respeito. Foi em 1952, quando nosso querido Paixão Côrtes e Barbossa Lessa editaram um trabalho de pesquisa sobre as danças populares do Rio Grande do Sul intitulado de "O Manual das Danças Gaúchas", o nosso Estado (sou gaúcha) passou a valorizar muito mais sua história e seus costumes, levando esse conhecimento para escolas e instituições tradicionalistas. Nesse livro histórico, os autores descrevem coreografias e passos, e recolhem letras e partituras musicais, um belo trabalho de resgate de nossa cultura e divulgação do folclore gaúcho. O resultado disso foi a construção sólida de uma identidade gauchesca, que preserva e mantém a cultura popular de nossa região. Esse trabalho pioneiro revelou-nos ao Brasil como um povo bem distinto em nossos costumes, festas, danças tradicionais e possuidores de muita alegria e muito calor humano.

O gaúcho dança, portanto, com muito gosto e com a certeza da origem de seus passos. A dança foi um começo que deu origem a criação dos Centros de Tradição Gaúcha, que agora empolga a gauchada e gerou um estilo de identidade, onde prevalecem as figuras do nosso peão e da nossa prenda. Os CTGs significam o símbolo da trajetória de um povo que cresceu e não para, trabalhando e divertindo-se, planejando e cumprindo, estudando e ensinando e, sobretudo vivendo.

Embalado por uma história de lutas e colonização bem diferenciada do restante do país, o nosso Rio Grande do Sul, incorpora a modernidade dos tempos atuais à tradição de uma cultura imigrada da Europa, dando-lhe aspectos únicos, impregnados de uma brasilidade autêntica.

 

No Rio Grande do Sul, o Fandango apresenta um conjunto de vinte e uma danças, cada qual com nomes próprios: Anú, Chimarrita, Chula, Rancheira, Tirana, Pericom, Maçarico, Pezinho, Balaio, Tirana-do-lenço, Quero-mana, Tatu, etc. O acompanhamento é feito por uma gaita e violão. A coreografia recebe nomes também distintos: “Passo de juntar”, “Passo de marcha”, “Passo de recuo”, “Passo de valsa”, “Passo de rancheira”, “Sapateio”, etc.

As danças gaúchas receberam influências de outras, européias, como o Reel escocês, que gerou o Rilo; a Mazurek polaca, que formou a Mazurca; a Polca-boêmia, a nossa Polca; a Schottish dos escoceses que gerou o Xote.

Há de se considerar ainda o intercâmbio ocorrente na fronteira do Prata, conforme ocorreu com o Pericom, dança registrada na Argentina e no Uruguai, presente no solo gaúcho com o mesmo nome.

 

O principal traje do gaúcho para o fandango é a pilcha, mas deve ser uma pilcha apropriada para ocasiões sociais, não é permitido uso de facas, boleadeiras, chapéus, boinas, bonés, armas de qualquer espécie, coberturas, esporas, tiradores e outros recursos “campeiros” que devem ficar guardados em outro local por não serem próprios para a sala de baile.

 O Movimento Tradicionalista Gaúcho faz recomendações quanto ao uso da pilcha do peão e da prenda em ambos os casos preservam o princípio de serem simples, discretas e bem cuidadas. Também é importante notar que existe uma Lei Estadual que reconhece e formaliza o uso da pilcha em eventos sociais e oficiais do Estado do Rio Grande do Sul.

 A pilcha é o principal traje para o fandango gaúcho, entretanto em muitas ocasiões não é comum o seu uso, porém isso não impede a realização do fandango. Exceto em bailes oficiais de entidades tradicionalistas, os trajes sociais ou auto-esporte para homens e vestidos recatados, discretos e sem adornos excessivos para as mulheres geralmente ficam bem aos pares dançantes sem causar prejuízos à beleza e o andamento do baile.

DANÇAS

ANÚ

 

HISTÓRIA: Dança típica do fandango gaúcho, o "Anú" divide-se em duas partes bastante distintas: uma para ser cantada e outra para ser sapateada. O período em que o Anú gozou de maior popularidade, no Rio Grande do Sul, foi em meados do século passado. A partir daí - tal como ocorreu como as demais danças do fandango - foi cedendo lugar às danças de conjunto que surgiam, ou se amoldou às características desta nova geração coreográfica. Em princípios de nosso século já estava em desuso na campanha rio-grandense, permanecendo seus vestígios, entre tanto, nos bailes dos mais afastados rincões da Serra Geral.

COREOGRAFIA: O Anú é legítima dança de pares soltos, mas não independentes.É dança grave mas ao mesmo tempo viva. Há um marcante que ordena as figuras e sapateados. Damos, abaixo, a suscessão das diversas partes que compõem o Anú rio-grandense; cada figura pode ser mandada repetir, pelo marcante, à voz de "Outra vez que ainda não vi!" 

BALAIO

 

HISTÓRIA: Balaio é uma dança proveniente do Nordeste brasileiro. Em suas estrofes o Balaio relembra quadrinhas dos sertanejos. Por exemplo: "não quero balaio não"muito estranho ao linguajar gauchesco. Constitui-se em uma dança bastante popular em toda campanha do Rio Grande do Sul. O nome balaio origina-se pelo aspecto de cesto que as mulheres dão às suas saias quando o cantador diz:"Moça que não tem balaio, bota a costura no chão". A esta última voz as mulheres giram rapidamente sobre os calcanhares e se abaixam, fazendo com que o vento se embolse em suas saias.

COREOGRAFIA: Balaio trata-se de uma dança sapateada e, ao mesmo tempo, uma dança de conjunto. A coreografia se divide em duas partes, que correspondem às duas partes do canto. A formação da dança se procede da seguinte forma: forma-se duas rodas concêntricas uma dos homens e outra das mulheres. Cada peão fica de frente para sua respectiva prenda. Na primeira parte da dança há o passeio ao som do canto:"Eu queria ser Balaio, Balaio eu queria ser... , percorrendo o sentido da roda e, ao se encontrarem de novo as mulheres sarandeiam e os homens sapateiam ao som do canto:"Balaio meu bem, Balaio sinhá..." E a dança continua na repetição desta coreografia por mais três vezes. 

CARANGUEJO

O caranguejo já foi muito popular em todo o País e sobre ele há referências desde o século XIX. Atualmente, concentrou-se no sul, onde se apresenta como dança grave, de pares dependentes, derivada do minueto e de suas variantes platinas. O caráter maneiroso da dança é acentuado por cumprimentos entre dançarinos e balancês, evolução originária da quadrilha européia que permitem à prenda demonstrar graciosidade em seus sarandeios, como são chamados os passos executados por ela.

Na coreografia, cada par, tomado pela mão direita, evolui com passos-de-marcha, de modo a completar uma volta em torno de si mesmo.

CHIMARRITA

 

HISTÓRIA:A Chimarrita é uma dança que os colonos açorianos trouxeram para o Rio Grande do Sul na segunda metade do século XVIII. A partir de sua chegada, a Chimarrita foi adotando diferentes estilos coreográficos, chegando, até mesmo a apresentar a forma de pares enlaça- dos. Do Rio Grande do Sul, a dança passou para outros estados brasileiros, como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, e também para as províncias argentinas de Corrientes e Entre-Rios.
Entre os campeiros do Rio Grande do Sul, a denominação mais usual dessa dança é "Chimarrita", enquanto nas províncias argentinas são as populares variantes "Chamarrita" e "Chamamé"

 

Quando os colonos açorianos, na segunda metade do século XVIII, trouxeram ao Rio Grande do Sul a"Chamarrita", esta dança era então popular no Arquipélago dos Açores e na Ilha da Mandeira. Desde a sua chegada ao Rio Grande do Sul, a "chamarrita" foi-se amoldando às subsequentes gerações coreográficas, e chegou mesmo a adotar, em princípios de nosso século, a forma de dança de pares enlaçados, como um misto de valsa e chotes.

Do Rio Grande do Sul (e de Santa Catarina) a dança passou ao Paraná, a São Paulo, bem como às províncias argentinas de Corrientes e Entre-Rios, onde ainda hoje são populares as variantes "Chamarrita" e "Chamame". A corruptela "Chimarrita" foi a denominação mais usual desta dança, entre os campeiros do Rio Grande do Sul.

COREOGRAFIA: Em seu feito tradicional, a "Chimarrita" é dança de pares em fileiras opostas. As fileiras se cruzam, se afastam em direções contrárias e tornam a se aproximar, lembrando as evoluções de certas danças tipicamente portuguesas. 

 

TATÚ

 

HISTÓRIA: O "Tatú" era uma das cantingas do fandango gaúcho (entremeladas de sapateado). O tatú é o mais longo e o mais importante de nossos cantos populares. Mesmo após o desaparecimento das danças sapateadas, o Tatú continuou a existir, sob a forma de uma décima (história contada em versos) popular em todo o Rio Grande do Sul. Entre os campeiros do Rio Grande do Sul se conhece 109 quadrinhas, que cantam a vida do Tatú (personagem meio gente, meio bicho, símbolo do pobre diabo sempre atraiçoado pela sorte).

COREOGRAFIA: No início, o Tatú, como legítima dança de fandango, consistia em um sapateado de pares soltos. Depois, o Tatú sofreu a intromissão, em sua coreografia, da "Volta-no-Meio" - dessa fusão nasceu um novo Tatú, que se subdivide em duas partes: na primeira, os pares estão soltos, as mulheres sarandeiam em volta do homem, e estes sapateiam acompanhando a sarandeio da mulher. Na segunda parte (a volta no meio), a mulher tomada pela mão do seu companheiro, gira como se fosse realizar várias voltas, mas interrompe a volta no meio do verso, passando a girar no sentido contrário.Enquanto isso, o homem sapateia no lugar segurando a mão de sua companheira. No que diz respeito à parte sapateada, o Tatú é a dança gaúcha que oferece maior liberdade aos dançarinos. Então eles podem abrilhantar os passos com os mais diversos "floreios"de acordo com a habilidade de cada um. 

Rancheira de Carreirinha

 

A rancheira é uma versão da mazurca argentina e uruguaia. No Brasil, sua difusão se dá após o aparecimento do rádio. É importante notar que a rancheira é uma "valsa abagualada", com ritmo mais animado e dançante que a própria valsa. A primeira rancheira de sucesso no Rio Grande foi a argentina Mate Amargo. É interessante notar que poucos conjunto musicais têm em seu repertório rancheiras. O ritmo musical é mais difundido nas regiões missioneiras do que no lado centro-sul do Estado.  

PEZINHO

 

O "Pezinho" constitui uma das mais simples e ao mesmo tempo uma das mais belas danças gaúchas. A melodia, muito popular em Portugal e Açores, veio a gozar de intensa popularidade no litoral dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sua ingenuidade e sua ternura a transformou como a dança predileta dos tradicionalistas rio-grandenses.

É necessário frisar que o "Pezinho"é a única dança popular gaúcha em que todos os dançarinos obrigatoriamente cantam, não se limitando, portanto, à simples execução da coreografia. 

Coreografia: Sua movimentação, segundo alguns estudiosos, tem forte semelhança com danças como a "raspa" mexicana, o "chilberi" francês e o "herr-Schimidt" alemão, pois apresenta passos universais na sua execução. A coreografia é embalada por duas seqüências características. Na primeira, há uma marcação de pés, e na segunda os pares giram em redor de si próprios, tomados pelo braço. 

A melodia do pezinho chegou a Brasil e imediatamente adquiriu imensa popularidade no litoral dos Estados brasileiros de Santa Catarina e do Rio Grande Sul, adquirindo personalidade própria em virtude da cordiona. instrumentação típica do Sul. A graça, a leveza e a alegria dessa dança auxiliada também por sua bela música, pelos passos singelos e pela movimentação, dotaram-na do espírito romântico que cerca o peão gaúcho e a sua prenda.

 

MAÇANICO

 

Essa dança, por suas características coreográficas, parece ser portuguesa (apesar da música adquirir, quando executada por violinistas autênticos do Rio Grande do Sul, um estilo sincopado muito próprio, alheio à música portuguesa). Com o nome de "Maçanico" surgiu no Estado de Santa Catarina e daí passou ao nordeste e litoral-norte do Rio Grande do Sul.

A coreografia apresenta palmeados, passos entremeados por giros, cumprimentos e deslocamentos em filas que lembram as formações dos antigos minuetos europeus. O nome "maçanico" constitui uma corruptela de maçarico, ave do sul do País.

É uma das danças mais animadas. De fácil aprendizagem, é aconselhável aos principiantes na interpretação de danças regionais gaúchas.  

TIRANA

 

Dança de origem espanhola, porém difundida em Portugal, se tornou muito popular na América Latina, na metade do século passado. No Brasil, adquiriu características próprias, principalmente no Rio Grande do Sul

Dança de pares soltos e com sapateios, onde prevalece a mímica amorosa entre o peão e a prenda, que se resumia em movimentos de aproximação e fuga, mas que no final se encontravam, apaixonados.

Nos primeiros tempos a Tirana era exclusivamente de pares soltos, mas com o tempo, foi se transformando em contradança, com momentos de pares soltos e outros de pares enlaçados. Algumas formas da Tirana: Tirana do Ombro (peões e prendas tocam-se no ombro), Tirana do Lenço (peões e prendas acenam lenços, em manifestações amorosas), Tirana de Dois, Tirana Grande e Tirana dos Farrapos. O lenço, largamente utilizado nas danças espanholas e platinas, é um adereço de bolso que permite diversos movimentos e dá ao baile elegância e fidalguia.

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Coreografia: Cada par, de "braço dado", passeia um atrás do outro até formar um círculo. Soltam-se as mãos e se postam frente a frente, formando então dois círculos, homens por fora, mulheres ao centro. Seguem evoluções e "oitos", tomados pelos braços. Podem cantar enquanto dançam.

CHULA

 

Reveste-se de particular importância no nosso folclore, pois encarna os traços do propalado machismo gaúcho. Num universo de masculinidade, a Chula era o símbolo do espírito másculo, retratando a força e a agilidade do peão, em clima de disputas.

Dança muito difundida em Portugal e também dançada pelos Açorianos. Foi descrita pela primeira vez em 1817 e se tornou popular na metade do século XX.

 A Chula caracteriza-se pela agilidade do sapateio do peão ou diversos peões, em disputas, sapateando sobre uma lança de 4 metros estendida no salão. Ao som da gaita gaúcha, executam diferentes sapateados, avançando e recuando até retornarem para seus lugares. Após casa seqüência realizada, o outro dançarino deverá repeti-la e em seguida realizar uma nova figura, geralmente mais elaborada. Será desclassificado o participante que perder o ritmo, ou encostar na lança, ou não conseguir realizar o passo feito pelo adversário.

A chula, por seu caráter desafiador, apresenta características do malambo, dança típica da região platina, mas também lembra a dança de moçambique, na qual uma das figuras é executada dançando sobre as varas cruzadas no chão.

 

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Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto  

  Bibliografia

Dança Brasil - Gustavo Côrtes

Folclore Nacional I - Alceu Maynard Araújo

Danças do Brasil - Felicitas Barreto

Danças folclóricas Brasileiras e suas aplicações educativas - Maria Amália Correa Giffoni

Guia do Folclore Gaúcho - Augusto Meyer

O Gáucho e suas Tradições - V Congresso Tradicionalista do Rio Grande do Sul

 

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