AS FADAS DAS MONTANHAS



Houve um tempo em que o homem vivia em íntima comunicação com a natureza. Os bosques, os campos, os céus, os rios e os mares, constituíam seu meio natural onde encontrava o sustento e todos os elementos que precisava para viver. Ele amava a natureza e esta lhe correspondia revelando-lhe seus mistérios.
Porém pouco a pouco o homem começou a afastar-se da natureza, começava a civilização, o império da realidade e o desprezo a tudo aquilo que não se podia ver e tocar.
A medida que avançava o homem, as fadas iam se tornando invisíveis para ele. Em certas ocasiões e circunstâncias ambos os mundos se misturavam, criando a sensação de temor no homem, que não mais recordava suas origens,
Isso explicaria o medo que sente o homem ante a grandeza da montanha, com suas reviravoltas, sua altura, seu silêncio e sua imensidão. Ante as montanhas o homem se sentiu indefeso. Muito pouco comunicativas, rudes e em ocasiões agressivas, se mostram as fadas das montanhas, devido sem dúvida ao isolamento em que estavam acostumadas a viver.
O tamanho das fadas das montanhas é muito parecido ao do ser humano. Possuem entretanto, a cor da pele mais escura. Usam vestidos amplos e simples que lhes permitam mover-se a grande velocidade.
Tem por costume buscar lugares estratégicos onde possam visualizar toda a montanha, se escondem em grutas ou sobem nas rochas mais altas, permanecendo ocultas desse modo da curiosidade do olho humano. Por esse motivo, quando estamos cruzando o bosque, fazendo alpinismo, caminhada ou qualquer outro esporte de montanha, podemos sentir que estamos sendo espiados, embora não vejamos ninguém nos seguindo.

ROSANE VOLPATTO