Oonagh, Oona ou Una é a Rainha das Fadas Ocidentais da Irlanda e esposa do
rei dos Fianna, Finvarra. Segundo uma versão o seu nome provém da palavra
irlandesa "uan", que significa "cordeiro"; segundo outra, do latin "una" (ou
seja, o feminino de "uno"), e algumas vezes se traduz como "unidade, no sentido
de união. Oonagh também pode ser perfeitamente uma derivação de Ogma palavra
celta que significa "ciência e eloqüência", considerada como personificação e
essência do druidismo.
É com certeza, a fada mais bela do que qualquer mulher da Terra. Seus cabelos dourados
varrem o solo e veste um fino vestido prateado que reluz como se estivesse
bordado de diamantes, enquanto na realidade se trata de gotas de orvalho. Vive
em Knockshegouna, "o monte encantado de Oonagh", a leste de Lough Derg.
Oonagh aparece em uma narração tardia
como esposa de Finn MacCool.
Finn era um homem robusto, porém se
sentiu preocupado quando ouviu que um gigante chamado de Cuchulainn desejava duelar com ele para demonstrar a si mesmo que era melhor guerreiro.
Cuchulainn, segundo rumores, possuía
força e poder tais que carregava consigo um raio que havia achatado com as mãos
nuas até dar-lhe forma de uma folha. Oonagh, como fada, lhe disse para não se
preocupar, porque ela o ajudaria.
Tomando nove fios de diferentes cores,
formou três tranças de três tonalidades cada uma. Colocou uma sobre seu braço
direito, pôs outra em torno de seu coração e a terceira em torno do tornozelo
direito, pois sabia que assim nada de mal lhe aconteceria. Depois amassou vinte
e um pães, ocultando barras de ferro em vinte, e os cozinhou no fogo.
Finalmente, tomou uma tigela de leite e fez uma coalhada, instruindo a Finn de
como deveria utilizá-la.
Finn possuía a virtude especial de que
se revelavam muitas coisas se levasse o polegar à boca. De acordo com esse
método, adivinhou que Cuchulainn chegaria naquela tarde. Além disso, lhe foi
dito que toda a força que possuía o gigante estava em seu dedo médio da mão
direita. Se o perdesse, não seria mais forte do que um homem normal.
Quando se aproximava o momento da
chegada de Cuchulainn, Oonagh construiu um berço enorme e pediu a Finn que se
deitasse ali, cobrindo-o com mantas infantis e o advertiu que deveria simular
ser seu próprio filho.
Tal como era esperado, Cuchulainn
chegou as duas em ponto, chamou à porta e perguntou se ali residia o grande Finn.
Gentilmente, Oonagh lhe pediu que entrasse e o fez sentar, desculpando-se da
ausência do marido:
-"Ele saiu enfurecido em busca de um
certo Cuchulainn que deseja duelar com ele! Espero que não o encontre, pois de
outro modo o fará em pedaços!".
-"Eu sou Cuchulainn e busco Finn fazem
doze meses!", exclamou o gigante.
Ao ouvir aquelas palavras, Oonagh
desatou à rir e olhou desdenhosamente a Cuchulainn.
-"Já vistes alguma vez Finn?" -
inquiriu.
Cuchulainn negou com a cabeça.
-"Suponho que não, acrescentou Oonagh,
por que tens mal aspecto e ele te fará em pedacinhos. Não importa; te pergunto
se podes dar uma volta na casa, já que não tenho quem o faça na ausência de Finn?"
Cuchulainn ficou um pouco surpreso com
o pedido, mas aceitou. Saiu para fora, sacou de seu dedo médio e levantou a
casa, girando-a sobre seus alicerces. Ao ver aquilo, Finn se abrigou em seu
berço e começou a suar, porém Oonagh não se impressionou. Foi até Cuchulainn e
declarou que na primavera havia tido uma seca e que Finn pretendia retirar
algumas rochas atrás da colina, pois havia água debaixo delas.
-"Se importaria de realizar essa
pequena tarefa em meu favor, já que não posso contar com meu marido que está
ausente?"
Cuchulainn se pôs a caminho e pareceu
um tanto surpreendido quando viu uma sólida parede de pedra. Sacou, no entanto,
seu dedo médio e abriu na pedra uma gruta de cem metros. Ao observar aquilo,
Finn começou a tremer, mas Oonagh não perdeu seu sangue frio.
-"Bom, disse, é melhor que entres e
coma algo".
Pôs diante dele os pães que havia
cozido, uma manteigueira e um montão de repolhos. Cuchulainn deu uma grande
mordida em um dos pães e logo gritou doloridamente: havia perdido dois dentes!
-"Deus meu, declarou Oonagh, esqueci
de dizer-te que este pão é de Finn e só ele pode comê-lo e aquele pequeno que
está no berço. Entregou em seguida o pão bom a Finn, que o devorou. Cuchulainn
começou a pensar que havia tido sorte em não ter encontrado o pai deste que era
seu filho.

-"Levanta-te, querido, mostra a este
Cuchulainn algo de que não se envergonharia teu pai", pediu Oonagh a Finn.
Tal como pedira, Finn abandonou o
berço e perguntou a Cuchullin:
-"És bastante forte para retirar água
de uma pedra?"
Cuchulainn pegou uma pedra de quartzo, porém
por mais que tentasse, não obteve água dali.
-"Pobre homem!, exclamou Finn, eu te
mostrarei o que o filho de Finn é capaz de fazer e assim chegarás a imaginar a
força de seu pai!".
Dito e feito, pegou a pedra e
disfarçadamente a trocou pela coalhada, apertando-a até que escorreu.
"E agora, disse, volto ao meu berço
porque não devo perder o tempo com um indivíduo que não consegue comer o pão de
meu pai, nem retirar água de uma pedrinha! Melhor que te vás antes que ele
regresse!"
Cuchulainn decidiu que o menino tinha
razão e que seria mais conveniente que não voltasse a pisar naquela parte do
país onde morava Finn.
-"Antes que te retires, pediu a Finn,
permita-me ver que tipo de dentes são capazes de comer um pão como este."
Finn consentiu e abriu a boca.
-"Estão bem no fundo, explicou Oonagh,
assim que terás que colocar a mão direita na boca".
De tal forma procedeu Cuchulainn, e
então, aproveitando a oportunidade, Finn mordeu a mão cortando o famoso dedo
médio de Cuchulainn, que ficou tão fraco como qualquer homem mortal e graças a
toda essa sabedoria de Oonagh Finn conseguiu derrotar a Cuchulainn.

CONECTANDO-SE COM A RAINHA
OONAGH

As feiticeiras ou bruxas do passado
aprendiam sua magia das fadas, reunindo-se com elas nos bosques e nos túmulos
dos duendes. Durante a época das perseguições, muitas mulheres afirmaram que
visitaram a Rainha das Fadas para obter ervas, poções e os segredos de sua arte.
Se desejares, podes também se encontrar com a Rainha das Fadas, empreendendo uma
viagem que vai além de sua imaginação.
Inicie esse ritual escolhendo um lugar
em sua casa em que seja permitido permanecer sozinha sem ser incomodada. Tente
se posicionar comodamente e relaxe esvaziando a mente de qualquer tipo de
preocupação. Feche os olhos e imagine que te encontras em um bosque, seguindo
uma trilha que a levará até seu interior. Anoitece e um resplendor púrpuro joga
suas sombras sobre o solo da floresta.
A medida que avanças, percebes cada
vez melhor uma luz branca que te precede e o suave murmúrio de vozes. Logo em
seguida, depois de uma curva, contemplarás uma cena verdadeiramente mágica.
Diante de ti estará a Rainha das
Fadas, Oonagh. Está inteiramente vestida de branco e seu vestido brilha com o
reflexo de um milhar de gotinhas de orvalho. Seus cabelos dourados tocam o solo
e sua pele é tão branca quanto a neve. Seu riso se assemelha ao repicar de um
sino de prata e sua voz é tão doce como de um rouxinol. É a visão de tudo do que
é mais belo.
Em torno dela estão os duendes que a
servem. Alguns são pequenos e outros maiores, alguns como imponentes cavaleiros
e outros como crianças pequenas, e há também mulheres encantadoras, mas nenhuma
como a própria Oonagh.
Ela irá te sorrir e a convidará para
te reunir com eles. Deves fazer uma reverência respeitosa e podes então te
sentar entre os duendes aos seus pés. Podes desfrutar alguns momentos em
companhia deles ou falar com Oonagh se acreditas que ela acolherá bem tuas
palavras. Como uma demonstração de honra e respeito, podes dizer que deixará um
presente ao país das fadas em sua primeira oportunidade. Isso quer dizer, que
deves mesmo deixar uma oferenda em um dia posterior em um jardim ou praça
próxima de sua residência.
Peça-lhe também que a auxilie e esteja
sempre presente quando a invocar, em seus rituais de magia, já que ela é uma
fada muito sábia.
Quando estiver disposta a regressar,
manifesta tua gratidão a rainha dos duendes e peça permissão para partir. Depois
retorne através do bosque.
Respire e inspire profundamente por
três vezes e abra os olhos.
SEJA BEM-VINDA!
Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO