No
folclore inglês, Mab é a Rainha das Fadas,
enquanto que nas tradições populares galesas
rege as fadas ellyllon. As vezes a descrevem
como parteira das fadas, e "mab" quer dizer
"bebê" em galês. Seu título de rainha (queen),
pode ter originalmente outro significado, pois "quean"
quer dizer musa. Porém, não são bebês, mas sim
sonhos que a atraía para este mundo. Shakespeare
se referiu a ela como a fada que proporcionava
aos homens seus desejos mais íntimos sob a forma
de sonhos.
Alguns
escritores afirmam que se trata da equivalente
da Deusa irlandesa Maeve (Mebd), se bem que esta
vinculação é um tanto imprecisa. O nome Maeve
significa "embriaguez" ou hidromel, uma bebida
que em muitos mitos pode conferir dignidade
régia, sabedoria e dom profético. É possível que
ambas estejam relacionadas com a iniciação
xamânica.

Em
"Romeu e Julieta", Mercúrio se dirige a Romeu
falando dela como desprezo. Para Mercúrio
confunde os mortais com seus sonhos, é uma
vulgar celestina que apaixona as jovens,
levando-as para os braços dos homens, fazendo
com que percam sua virtude. A ela culpa todo o
amor que Romeu sente por Julieta:
"Vejo,
então, que a rainha Mab esteve contigo. É a
parteira das fadas que o tamanho não chega a ter
de uma pedra de ágata no dedo indicador de um
almotacé. Viaja sempre puxada por uma parelha de
pequeninos átomos que pousam de través no nariz
dos que dormitam. As longas pernas das aranhas
servem-lhe de raios para as rodas; a capota de
asa é feita de gafanhotos; os tirantes, das
teias mais subtis; o colarzinho, de úmidos
raios do luar prateado. O cabo do chicote é um
pé de grilo; o próprio açoite, simples
filamento. De cocheiro lhe serve um pequeno
mosquito de casaco cinzento que não chega nem à
metade do pequeno bicho que nos dedos costuma
arredondar-se nas criadas preguiçosas.
O
carrinho de casca de avelã vazia, feito foi pelo
esquilo ou pelo mestre verme que desde tempo
imemorial o posto mantém de fabricante de
carruagens para todas as fadas. Assim montada,
noite após noite, ela galopa pelo cérebro dos
amantes que, então, sonham com coisas amorosas;
pelos joelhos dos cortesãos que com salamaleques
a sonhar passam logo; pelos dedos dos advogados
que a sonhar começam com honorários; pelos belos
lábios das jovens que com beijos logo sonham,
lábios que Mab, às vezes, irritada, deixa cheios
de pústulas, por vê-los com o hálito estragado
por doces. Por cima do nariz de um palaciano por
vezes ela corre, farejando logo ele, em sonhos,
um processo gordo.
Com o
rabinho enrolado de um pequeno leitão de dízimo,
ela faz cócegas no nariz do vigário adormecido
que logo sonha com mais um presente. Na nuca de
um soldado ela galopa, sonhando este com cortes
de pescoço, ciladas, brechas, lâminas de Espanha
e copos bebidos à saúde, de cinco braças de
alto. De repente, porém, explode pelo ouvido
dele que estremece e desperta e, aterrorizado,
reza uma ou duas vezes e, de novo, põe-se a
dormir.
É a
mesma Rainha Mab que a crina dos cavalos
enredada deixa de noite e a cabeleira grácil dos
elfos muda em sórdida melena que, destrançada,
augura maus eventos. Essa é a bruxa que, estando
as raparigas de costas, faz pressão no peito
delas, ensinando-as, assim, como mulheres,
a agüentar todo o peso dos maridos. É ela,
ainda..."

Porém o
autor que nos deixa melhor descrição foi Ruben
Dario, que lhe dedica um conto e um poema, "A
Copa das Fadas". Em seu livro "Azul", em seu
conto "O véu da Rainha Mab", nos detalha as
características desta pequena fada e de seus
poderes:
"A
Rainha Mab, em seu carro feito de uma só pérola,
tirado por quatro coleópteros de peitos dourados
e asas de pedraria, caminhando sobre um raio de
sol, se infiltrou pela janela de um sótão onde
estavam quatro homens fracos, barbudos e
impertinentes, lamentando-se como uns
desventurados.
...Então
a rainha Mab, do fundo do seu carro feito de uma
só pérola, tomou um véu azul, quase impalpável,
como formado de suspiros, ou de olhares de anjos
loiros e pensativos. E aquele era o véu dos
sonhos, dos doces sonhos, que fazem ver a vida
cor-de-rosa. E com ele envolveu os quatro homens
fracos, barbudos e impertinentes. Os quais
cessaram de estar tristes, porque penetrou em
seu peito a esperança, e em sua cabeça o sol
alegre, com o diabinho da vaidade, que consola
em suas profundas decepções aos pobres
artistas..."
Em uma
das edições de "Azul", em uma nota, Ruben Dario
reconhece que estava lendo este ato de Romeu e
Julieta quando lhe veio a inspiração. A rainha
Mab era um motivo literário muito prático que
lhe permitiu deixar voar sua inspiração.
Deslumbrado pelas imagens de Shakespeare se
atreveu com um poema em prosa, perseguindo o
ritmo e sonoridade verbal. O resultado foi este
livro de pequenos contos líricos, prosa poética,
descobrimento deste brilhante modernista.

A
Rainha Mab surge para te trazer sonhos, desejos
e aspirações enquanto não realizados, porém
também traz idéias, criatividade, fertilidade e
inspiração que te ajudarão a tornar realidade
teus sonhos. Portanto, atreva-te a sonhar e a
viver teus sonhos. Não permita que os outros te
afastem do que realmente desejas.

RITUAL

No reino
da rainha Mab podemos penetrar através de sonhos
e visões. Agora chegou o momento de você se
encontrar com a própria rainha Mab.
Para
iniciar o ritual primeiro tente relaxar e
inspirar e expirar profundamente, acomodando-se
da melhor maneira possível. Em seguida feche os
olhos e comece imaginando-se entrando em um
bosque em uma tarde de inverno. Esteve chovendo
e o ar está carregado de um cálido aroma e reluz
um arco-íris no céu. De pé embaixo de um velho
carvalho há uma bela fada alada: é Mab, a rainha
dos sonhos.
Atrás
dela há uma carruagem forjada com os pensamentos
dos poetas e topes tecidos com os sonhos dos
artistas. Mab te toma a mão e juntos sobem na
carruagem, preparando-se para cruzar a Ponte do
Arco-íris. Os cavalos agitam suas asas e
empreendem o vôo.
Penetrarás na faixa vermelha do arco-íris. Te
banha uma suave luz dessa cor. É a cor da vida,
da energia e da vitalidade. Absorves a cor
vermelha em tua aura e logo passarás para a
outra cor.
Uma
suave luz alaranjada te banhará. É a cor do
otimismo, do valor e da alegria. Absorva-a e
incorpore-a a tua aura. Em seguida, uma suave
luz amarela te banhará. É a cor do intelecto e
da claridade mental. Absorva a cor enquanto
passas para a outra.
Agora
uma suave luz verde te envolverá. É a cor do
crescimento e da criatividade. Absorva-a em tua
aura e passe para a próxima.
A luz
azul te banhará neste momento. É a cor da cura,
da verdade e da proteção. Absorvas com firmeza
essa cor à tua aura.
Uma
suave luz violeta em seguida te envolverá. É a
cor da dignidade, da intuição, da cura
espiritual. Depois uma clara luz azul marcará a
porta do Mais Além. Aqui deves pedir para voltar
e mostrar-te agradecido pelo que já foi visto.
Ao retornar voltarás a passar pelas faixas da
Ponte do Arco-íris e finalmente te encontrarás
de novo em terra ao pé do velho carvalho.
Agradeça
novamente a rainha Mab pela jornada e volte pelo
mesmo caminho que te trouxe ao bosque.
Lentamente abra os olhos.
Seja
BEM-VINDO(A)!

BANHO DE
LIMPEZA DA DEUSA MAB
Esse banho com ervas especiais
atenuará a melancolia e proporcionará uma sensação de paz e ternura. Você
precisará de:
30 gramas de rosas secas;
15 gramas de raiz de confrei;
30 gramas de: trevo-dos-prados,
urtiga, hibisco vermelho, sal marinho;
10 gotas da poção do amor;
uma toalha de rosto grande;
uma fita lilás, rosa ou vermelha
de um metro e vinte centímetros cada.
Desenhe um círculo. Misture
todos os ingredientes em tigela e energize a mistura, purificando seu coração,
mente e espírito, livrando-os de todas as energias negativas. Peça à Deusa Mab
que limpe seu corpo e sua aura de tudo em seu relacionamento que ainda
sobrevive e dói, e que a impregne de auto-estima e de amor, que continuará
forte depois do banho.
Em uma sexta-feira, ou no dia e
na hora de Vênus, prepare um banho quente. Coloque a mistura de ervas na
toalha de rosto e amarre-a com a fita, fazendo uma bolsa. Coloque tudo na
banheira, como se fosse um saquinho de chá. Unte quantas velas rosas, verdes
ou vermelhas desejar, acendendo-as. Banhe-se longamente, por cerca de uma
hora. Não se lave com sabonete nem xampu. Se precisar se lavar, tome uma
chuveirada antes do banho de banheira. Quando terminar, saia e enxugue-se
delicadamente com uma toalha.

FEITIÇO DA
INVISIBILIDADE DAS FADAS
Muitas vezes depois que
terminamos um relacionamento, continuamos a nos esbarrar com o ex-amor em
lugares públicos. Na Escócia, as Fadas colocavam um "encanto" sobre as pessoas
e as coisas para mudar sua forma ou torná-las invisíveis. Esse é um feitiço
muito eficaz para torná-la (o) invisível, para que seu ex-amor não a(o) veja.
Você precisará:
3 velas: verde, preta e branca;
samambaia seca;
urze;
uma semente de maçã
2 folhas de salgueiro;
papel-pergaminho e uma caneta
com tinta verde;
um talismã verde, como um colar,
broche, meias ou chapéu;
use uma roupa de tecido cru.
Trace o círculo. Acenda as velas
e misture as ervas, a semente e as folhas, preparando uma mistura para
incenso. Queime-as e deixe que a fumaça suba ao seu redor. No papel
pergaminho, escreva três vezes:
"Rainha Mab,
fith-fath, fath-fith"
Mab é uma Fada Rainha e "fith-fath,
fath-fith" é um feitiço das Fadas, muito popular que era usado para conceder a
invisibilidade ou transformar um objeto em outro. Esse encanto foi dado aos
Tuatha De Danann por Mac Lir de Manannan, um Deus do Mar. O Fith-fath foi
atribuído também a Angus Mac Og, o Deus da juventude e da beleza, que vivia
invisível aos olhos dos mortais em seu reino Brugh-na-Boyne.
Dando prosseguimento ao nosso
ritual, recite três vezes em voz alta o que escreveu sobre o talismã,
segurando-o próximo aos seus lábios. Em seguida, segure o talismã e o
papel-pergaminho sobre a fumaça, deixando que seu perfume os envolva e penetre
em ambos. Use o talismã e o papel -pergaminho sempre que quiser ficar
invisível.

Texto
pesquisado e desenvolvido por
ROSANE
VOLPATTO

