~*~FADA-RAINHA MAB~*~

 

RAINHA MAB

De todas as literaturas, a inglesa é a que mais páginas dedica a esta pequena, mas tão importante fada. Durante os séculos XVI e XVII não havia poeta inglês que não a cantasse.

No folclore inglês, Mab é a Rainha das Fadas, enquanto que nas tradições populares galesas rege as fadas ellyllon. As vezes a descrevem como parteira das fadas, e "mab" quer dizer "bebê" em galês. Seu título de rainha (queen), pode ter originalmente outro significado, pois "quean" quer dizer musa. Porém, não são bebês, mas sim sonhos que a atraía para este mundo. Shakespeare se referiu a ela como a fada que proporcionava aos homens seus desejos mais íntimos sob a forma de sonhos.

Alguns escritores afirmam que se trata da equivalente da Deusa irlandesa Maeve (Mebd), se bem que esta vinculação é um tanto imprecisa. O nome Maeve significa "embriaguez" ou hidromel, uma bebida que em muitos mitos pode conferir dignidade régia, sabedoria e dom profético. É possível que ambas estejam relacionadas com a iniciação xamânica.

Em "Romeu e Julieta", Mercúrio se dirige a Romeu falando dela como desprezo. Para Mercúrio confunde os mortais com seus sonhos, é uma vulgar celestina que apaixona as jovens, levando-as para os braços dos homens, fazendo com que percam sua virtude. A ela culpa todo o amor que Romeu sente por Julieta:

"Vejo, então, que a rainha Mab esteve contigo. É a parteira das fadas que o tamanho não chega a ter de uma pedra de ágata no dedo indicador de um almotacé. Viaja sempre puxada por uma parelha de pequeninos átomos que pousam de través no nariz dos que dormitam. As longas pernas das aranhas servem-lhe de raios para as rodas; a capota de asa é feita de gafanhotos; os tirantes, das teias mais subtis; o colarzinho, de úmidos raios do luar prateado. O cabo do chicote é um pé de grilo; o próprio açoite, simples filamento. De cocheiro lhe serve um pequeno mosquito de casaco cinzento que não chega nem à metade do pequeno bicho que nos dedos costuma arredondar-se nas criadas preguiçosas.

O carrinho de casca de avelã vazia, feito foi pelo esquilo ou pelo mestre verme que desde tempo imemorial o posto mantém de fabricante de carruagens para todas as fadas. Assim montada, noite após noite, ela galopa pelo cérebro dos amantes que, então, sonham com coisas amorosas; pelos joelhos dos cortesãos que com salamaleques a sonhar passam logo; pelos dedos dos advogados que a sonhar começam com honorários; pelos belos lábios das jovens que com beijos logo sonham, lábios que Mab, às vezes, irritada, deixa cheios de pústulas, por vê-los com o hálito estragado por doces. Por cima do nariz de um palaciano por vezes ela corre, farejando logo ele, em sonhos, um processo gordo.

Com o rabinho enrolado de um pequeno leitão de dízimo, ela faz cócegas no nariz do vigário adormecido que logo sonha com mais um presente. Na nuca de um soldado ela galopa, sonhando este com cortes de pescoço, ciladas, brechas, lâminas de Espanha e copos bebidos à saúde, de cinco braças de alto. De repente, porém, explode pelo ouvido dele que estremece e desperta e, aterrorizado, reza uma ou duas vezes e, de novo, põe-se a dormir.

É a mesma Rainha Mab que a crina dos cavalos enredada deixa de noite e a cabeleira grácil dos elfos muda em sórdida melena que, destrançada, augura maus eventos. Essa é a bruxa que, estando as raparigas de costas, faz pressão no peito delas, ensinando-as, assim, como mulheres,
a agüentar todo o peso dos maridos. É ela, ainda..."

Porém o autor que nos deixa melhor descrição foi Ruben Dario, que lhe dedica um conto e um poema, "A Copa das Fadas". Em seu livro "Azul", em seu conto "O véu da Rainha Mab", nos detalha as características desta pequena fada e de seus poderes:

"A Rainha Mab, em seu carro feito de uma só pérola, tirado por quatro coleópteros de peitos dourados e asas de pedraria, caminhando sobre um raio de sol, se infiltrou pela janela de um sótão onde estavam quatro homens fracos, barbudos e impertinentes, lamentando-se como uns desventurados.

...Então a rainha Mab, do fundo do seu carro feito de uma só pérola, tomou um véu azul, quase impalpável, como formado de suspiros, ou de olhares de anjos loiros e pensativos. E aquele era o véu dos sonhos, dos doces sonhos, que fazem ver a vida cor-de-rosa. E com ele envolveu os quatro homens fracos, barbudos e impertinentes. Os quais cessaram de estar tristes, porque penetrou em seu peito a esperança, e em sua cabeça o sol alegre, com o diabinho da vaidade, que consola em suas profundas decepções aos pobres artistas..."

Em uma das edições de "Azul", em uma nota, Ruben Dario reconhece que estava lendo este ato de Romeu e Julieta quando lhe veio a inspiração. A rainha Mab era um motivo literário muito prático que lhe permitiu deixar voar sua inspiração.

Deslumbrado pelas imagens de Shakespeare se atreveu com um poema em prosa, perseguindo o ritmo e sonoridade verbal. O resultado foi este livro de pequenos contos líricos, prosa poética, descobrimento deste brilhante modernista.

A Rainha Mab surge para te trazer sonhos, desejos e aspirações enquanto não realizados, porém também traz  idéias, criatividade, fertilidade e inspiração que te ajudarão a tornar realidade teus sonhos. Portanto, atreva-te a sonhar e a viver teus sonhos. Não permita que os outros te afastem do que realmente desejas.

RITUAL

No reino da rainha Mab podemos penetrar através de sonhos e visões. Agora chegou o momento de você se encontrar com a própria rainha Mab.

Para iniciar o ritual primeiro tente relaxar e inspirar e expirar profundamente, acomodando-se da melhor maneira possível. Em seguida feche os olhos e comece imaginando-se entrando em um bosque em uma tarde de inverno. Esteve chovendo e o ar está carregado de um cálido aroma e reluz um arco-íris no céu. De pé embaixo de um velho carvalho há uma bela fada alada: é Mab, a rainha dos sonhos.

Atrás dela há uma carruagem forjada com os pensamentos dos poetas e topes tecidos com os sonhos dos artistas. Mab te toma a mão e juntos sobem na carruagem, preparando-se para cruzar a Ponte do Arco-íris. Os cavalos agitam suas asas e empreendem o vôo.

Penetrarás na faixa vermelha do arco-íris. Te banha uma suave luz dessa cor. É a cor da vida, da energia e da vitalidade. Absorves a cor vermelha em tua aura e logo passarás para a outra cor.

Uma suave luz alaranjada te banhará. É a cor do otimismo, do valor e da alegria. Absorva-a e incorpore-a a tua aura. Em seguida, uma suave luz amarela te banhará. É a cor do intelecto e da claridade mental. Absorva a cor enquanto passas para a outra.

Agora uma suave luz verde te envolverá. É a cor do crescimento e da criatividade. Absorva-a em tua aura e passe para a próxima.

A luz azul te banhará neste momento. É a cor da cura, da verdade e da proteção. Absorvas com firmeza essa cor à tua aura.

Uma suave luz violeta em seguida te envolverá. É a cor da dignidade, da intuição, da cura espiritual. Depois uma clara luz azul marcará a porta do Mais Além. Aqui deves pedir para voltar e mostrar-te agradecido pelo que já foi visto. Ao retornar voltarás a passar pelas faixas da Ponte do Arco-íris e finalmente te encontrarás de novo em terra ao pé do velho carvalho.

Agradeça novamente a rainha Mab pela jornada e volte pelo mesmo caminho que te trouxe ao bosque. Lentamente abra os olhos.

Seja BEM-VINDO(A)!

BANHO DE LIMPEZA DA DEUSA MAB

 

Esse banho com ervas especiais atenuará a melancolia e proporcionará uma sensação de paz e ternura. Você precisará de:

 

30 gramas de rosas secas;

15 gramas de raiz de confrei;

30 gramas de: trevo-dos-prados, urtiga, hibisco vermelho, sal marinho;

10 gotas da poção do amor;

uma toalha de rosto grande;

uma fita lilás, rosa ou vermelha de um metro e vinte centímetros cada.

 

Desenhe um círculo. Misture todos os ingredientes em tigela e energize a mistura, purificando seu coração, mente e espírito, livrando-os de todas as energias negativas. Peça à Deusa Mab que limpe seu corpo e sua aura de tudo em seu relacionamento que ainda sobrevive e dói, e que a impregne de auto-estima e de amor, que continuará forte depois do banho.

 

Em uma sexta-feira, ou no dia e na hora de Vênus, prepare um banho quente. Coloque a mistura de ervas na toalha de rosto e amarre-a com a fita, fazendo uma bolsa. Coloque tudo na banheira, como se fosse um saquinho de chá. Unte quantas velas rosas, verdes ou vermelhas desejar, acendendo-as. Banhe-se longamente, por cerca de uma hora. Não se lave com sabonete nem xampu. Se precisar se lavar, tome uma chuveirada antes do banho de banheira. Quando terminar, saia e enxugue-se delicadamente com uma toalha.

 

 

FEITIÇO DA INVISIBILIDADE DAS FADAS

 

Muitas vezes depois que terminamos um relacionamento, continuamos a nos esbarrar com o ex-amor em lugares públicos. Na Escócia, as Fadas colocavam um "encanto" sobre as pessoas e as coisas para mudar sua forma ou torná-las invisíveis. Esse é um feitiço muito eficaz para torná-la (o) invisível, para que seu ex-amor não a(o) veja.

Você precisará:

 

3 velas: verde, preta e branca;

samambaia seca;

urze;

uma semente de maçã

2 folhas de salgueiro;

papel-pergaminho e uma caneta com tinta verde;

um talismã verde, como um colar, broche, meias ou chapéu;

use uma roupa de tecido cru.

 

Trace o círculo. Acenda as velas e misture as ervas, a semente e as folhas, preparando uma mistura para incenso. Queime-as e deixe que a fumaça suba ao seu redor. No papel pergaminho, escreva três vezes:

 

"Rainha Mab, fith-fath, fath-fith"

 

Mab é uma Fada Rainha e "fith-fath, fath-fith" é um feitiço das Fadas, muito popular que era usado para conceder a invisibilidade ou transformar um objeto em outro. Esse encanto foi dado aos Tuatha De Danann por Mac Lir de Manannan, um Deus do Mar. O Fith-fath foi atribuído também a Angus Mac Og, o Deus da juventude e da beleza, que vivia invisível aos olhos dos mortais em seu reino Brugh-na-Boyne.

 

Dando prosseguimento ao nosso ritual, recite três vezes em voz alta o que escreveu sobre o talismã, segurando-o próximo aos seus lábios. Em seguida, segure o talismã e o papel-pergaminho sobre a fumaça, deixando que seu perfume os envolva e penetre em ambos. Use o talismã e o papel -pergaminho sempre que quiser ficar invisível.

 

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO