AS FESTAS
DAS FADAS


Os melhores
momentos para buscar contato com as fadas é ao
entardecer ou a meia-noite quando a lua está
cheia.
As fadas
adoram música, dança, diversão, risos e a música e
suas festas são as melhores. E ainda, por estarem
em contato direto com a natureza, as fadas
festejam as trocas das estações, porém elas se
regem pelo calendário celta e lunar, bem distinto
do nosso gregoriano. Suas principais festividades
são:

IMBOLC (HN-1/02;HS
01/08)

Imbolc é uma festa
pastoril dos celtas que tinha lugar nos primeiros
sinais da primavera. Era época de exaltação da
Deusa Brighid, que depois foi cristianizada sob o
nome de Santa Brígida. Carregava uma vara branca
de salgueiro com a qual regenera a terra sem vida,
volta a atrair os verdes renovados e concebe uma
nova onda de nascimento entre os animais. Em
Imbolc nascem os primeiros cordeiros do ano, um
sinal de renovação, inocência e pureza.
Nas narrações
populares, Brighid aparece em forma de fada para
expulsar a Feiticeira do Inverno e receber a
primavera. Em alguns relatos, a Bruxa e sua rival,
a donzela, lutam sob a forma de um dragão e um
cordeiro. Nas tradições escocesas, a víbora,
representante do poder de Cailleach, é derrotada
pelo cordeiro de Brighid.
Essa derrota anual do
inverno é marcada desde os tempos mais remotos por
uma festa de mulheres. As casadas da tribo se
pintavam de azul e andavam nuas até o lugar da
celebração para honrar a Feiticeira, enquanto que
as mulheres mais jovens e solteiras, reuniam
presentes para oferecer no templo de Brighid.
Em janeiro e
fevereiro, a terra era lavada pelas chuvas do
inverno. Os antigos ancestrais acreditavam que
esta era a purificação ritual da Deusa da Terra
depois de ter dado à luz ao Novo Sol no solstício
de inverno.
A festa romana de
Februa (que deu o nome a fevereiro) era realizada
nesta época, quando as mulheres se submetiam à
purificação percorrendo as ruas portando círios. A
festa foi cristianizada como a Purificação da
Virgem depois de ter dado à luz à Cristo. Durante
a missa eram benzidas as velas. Os círios
desempenhavam um papel importante em muitas
religiões, simbolizando a luz. Depois do solstício
de inverno, a luz começa a crescer, e até Imbolc
os dias iam aumentando consideravelmente.
Muitos duendes
apareciam no Imbolc, saindo de seus refúgios
invernais para saber como o tempo está. Se
estivesse muito gelado, voltaram e permaneciam
retirados por mais algum tempo. A feiticeira de
Manx Caillage Ny Groagmagh (Anciã da Desolação)
também saia para observar a festa de Imbolc. Se o
tempo estivesse bom, adotava a forma de uma ave
gigantesca para recolher lenha com a qual se
aqueceria durante o inverno.
Na Irlanda, os
Espíritos das Colinas abandonavam seus montes e
iam se misturar entre os humanos.
Nessa noite, você deve
deixar sua capa de ritual à luz da lua para
adquirir poderes de cura. Também é um bom momento
do ano para clarificar quais são suas expectativas
e objetivos mágicos.

OSTARA
(HN-21/03;HS-21/09)
O equinócio da
primavera denominado Ostara pelos saxões, os dias
já estão se prolongando visivelmente. O dia e a
noite tem tamanho igual, porém a luz ganha terreno
e a primavera já chegou em realidade. As aves
trabalham na construção de seus ninhos e os
animais jovens aparecem. Folhas verdes surgem das
árvores.
Quando o tempo começa
a melhorar, algumas fadas boas abandonam seus
refúgios invernais e se tornam mais ativas. Elas
se despojam de suas peles de inverno e adotam uma
indumentária mais leve e mais de acordo com a
proximidade do verão.
O nome Ostara
significa "leste" em antigo alemão, de onde vem as
palavras Ostern (Páscoa em alemão) ou Eoastrae em
anglo-saxão, que logo se derivou a palavra Easter,
o nome da Páscoa em inglês. Todos os nomes estão
relacionados etimologicamente com antigas palavras
que significavam "amanhecer" e "sol que se eleva".
Depois, Easter passou de "sol que se eleva" para
"filho que se eleva", quando foi adotado pelos
costumes cristãos.
Ostara era o nome
teutônico da Deusa da Primavera e da Fertilidade,
que sempre vinha acompanhada de seus coelhos.
Segundo os textos do Venerável Beda (673-735), no
quarto mês do ano (HN) se celebrava um festival em
honra desta Deusa. O mês de chamava Eosturmona, em
anglo-saxão, e Ostarmanoth ou Ostermonat em alemão
antigo. Abril se chamava Ostermonath porque era o
mês do "Ost end wind" (vento do leste).
Ostarmanoth estava mais próximo do equinócio, já
que naqueles tempos se observava o mês de 28 dias
(ciclo lunar).
Em Ostara, o jovem
Deus se encontra pela primeira vez com a Deusa, na
condição de Virgem. É o tempo da igualdade, o
começo e da abundância de possibilidades.
Nas ilhas Britânicas,
essa festa é da Deusa celta do mar Morgana
(transformada em Morgana Le Fay no ciclo arturiano).
Esta festividade está consagrada à Dama de Avalon
e as fadas. É época de veneração dos elfos, fadas
e duendes. Muitos duendes estão associados com a
vegetação e possuem o poder da favorecê-la ou
esgotá-la. Portanto, é nessa época que devemos
lhes oferecer oferendas de leite, mel, nata ou
manteiga.
Durante este
equinócio, muitos duendes se banhavam nos rios e
arroios. É prudente que os homens se mantivessem
afastados desses lugares, pois caso contrário,
corriam o risco desses espíritos se apoderarem
deles e os afogarem nas águas.
Em
Ostara é o momento propício para honrarmos a Mãe
Natureza e todas suas criaturas mágicas. Prepare
um banho em água perfumada com flores para atrair
o amor, a sorte e a saúde. É o momento do ano
excelente para plantar sementes de novas metas
mágicas.
Leia mais sobre a
Deusa e o ritual no link:
http://www.rosanevolpatto.com.br/deusaeostre.html

BELTANE (HN-01/05;HS-31/10)

Beltane é uma antiga
festa gaélica que se celebra em 1 de maio no
hemisfério norte. Seu nome deriva do irlandês "Beáltaine"
ou do escocês gaélico "Bealtuinn", ambos
procedentes da antiga palavra irlandesa "Beltene",
que significa "fogo brilhante". Outros nomes pela
qual essa festividade é conhecida são: Mayday,
Walburga, Glan Mai, Shenn da Boaldyn, Bealtinne,
Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien,
Beltein. Entre tribos da Gália meridional, se
aponta o nome de Giamonia, derivado do mês do
calendário de Coligny, Giamonios.
A Mãe Terra,
representada pela Deusa, despertou e se encontra
fértil e o Jovem Deus expressa seu amor por ela.
Na tradição escocesa, a Feiticeira Cailleach Bheur,
renuncia por fim seu combate contra o estio
lançando sua vara em um azevinho e converte-se em
uma pedra cinza, forma sob a qual permanecerá até
que retorne sua estação. Em Leicester (Inglaterra)
se celebrava antigamente a correria da Negra Annis
para perseguir a lebre do estio. A Negra Annis (Black
Annis) é uma bruxa do inverno de Midland, e a
perseguição simboliza o final de seu reinado e o
princípio do verão. Nas culturas celtas constituía
tabu caçar a lebre sagrada em qualquer outro
tempo.
É o tempo em que as
fadas retornam de seu descanso de inverno,
despreocupadas, risonhas e loucas por
brincadeiras. Na noite anterior a esta festa, em
tempos muito antigos, as pessoas colocavam ramos
de macieiras nas portas e janelas de suas casas
para protegerem-se de feitos inesperados que
ocorriam naquela noite e que, na maioria das
vezes, não tinha uma explicação racional.
Na ilha de Man, o
membro mais jovem da família recolhia flores de
onagra (Erva dos burros), na véspera de Beltane, e
as espalhava pelo chão da casa para assegurar
proteção durante este evento. Na Irlanda se
acreditava que a comida que sobrasse da celebração
não devia ser ingerida e deveria ser oferecida às
fadas.
Há muitas tradições em
relação à festa, inclusive fala-se de uma lenda
que conta que na noite de Beltane quem se sentar
embaixo de uma árvore poderá ver a Rainha das
Fadas cavalgando em seu corcel branco ou ouvir os
cascos de seu cavalo cruzar as montanhas durante a
noite. Uma lenda arturiana, afirmava de Guinevere
(Ginebra), considerada por muitos como descendente
dos duendes, cavalgava nesse dia para recolher
plantas verdes e flores de espinheiro.
O 1 de maio também
está associado com Robin Hood, na verdade, na
Inglaterra este dia se chamava de Robin Hood. Ele
era considerado um espírito selvagem dos bosques.
Na Grã-Bretanha, alguns desses antigos espíritos e
deuses da natureza passaram para as tradições
populares como duendes dos bosques e receberam
nomes como o de Hob, Robin ou de Alegre Robin.
Pode ser até que seja essa a verdadeira origem das
lendas em torno de Robin Hood que conhecemos hoje
através dos filmes.
Outros duendes,
todos relacionados com a vegetação, a primavera e
verão podem ser observados nesta noite. Se trata
de uma época muito mágica, pois se diz que entre
os dois mundos (humanos e das fadas) há uma linha
muito tênue que os separa e qualquer um que
adormeça embaixo de um espinheiro no primeiro de
maio corre o risco de ser seqüestrado pelos
duendes ao passar acidentalmente para o seu mundo.
Essa é uma época propícia, para as magias que
celebrem a fertilidade e a sexualidade.

SOLSTÍCIO DE VERÃO
(LITHA)

O
Solstício de Verão constitui uma das festas mais
antigas, emanada das celebrações pagãs. A jornada
marca o máximo poder do deus solar, o dia mais
longo do ano antes de seu declínio e "morte" no
solstício do inverno.
Outros
nomes usados para este tempo na Roda do Ano (HN)
são: Alban Heruin (calendário Druida); Alban Hefin
(Tradição Anglo-saxão); Bênção do sol, Dia de
Acópio (Gales); Whit Sunday, Whitsuntilde,
Vestália (Antiga Roma); A Festa de Epona (antiga
Gália); Dia de todos os Casais (Grécia) e dia de
São João. Na tradição Italiana de Aradian Strega
este Sabbath (as bruxas Strega as chamam de
Treguendas no lugar de Sabbaths) é conhecida como
a Festa dell'Estate (festa de verão). Os
escandinavos celebram esta festa em uma data
posterior e a chamam Thing-Tide. Na Inglaterra
este é o dia de Cerridwenn e seu caldeirão. Na
Irlanda, este dia está dedicado a Deusa-Ninfa Aine
de Knockeine. E finalmente, no norte da Europa se
celebra o "Dia do Homem Verde".
Nesse
Sabbth, a Deusa está grávida por ter co-habitado
com o Deus em Beltane. O deus sol é celebrado
porque está em sua zênite no céu e celebramos a
aproximação da paternidade. O ritmo eterno do sol
é o mesmo da vida humana, e o mesmo que mês a mês
repete a lua.Esta data é especial para ritos de
passagem, portanto, devemos celebrar as futuras
mamães e os bebês que virão.
De
acordo com o calendário pagão, o verão começa em
Beltane e termina em Lammas/Lughnasadh. Esse é o
apogeu do tema que desde Imbolc vem se preparando:
o fim da escuridão, da esterilidade e o começo de
uma época mais fértil, onde tudo se renova, ao
calor do amor e da paixão dos Deuses. O nome Litha
é relativamente moderno e provavelmente é derivado
da palavra saxona que significa "o oposto de Yule".
Os
símbolos mais importantes deste Sabbath são a
ESPADA (símbolo do Deus Sol) e o caldeirão
(símbolo da Deusa em sua plenitude).
A
noite do solstício de verão, aqui no Hemisfério
Sul, é um dos momentos mais místicos do ano,
quando no ar pairam todo gênero de magia e
encantamentos. As ninfas correm pelos campos e por
onde passam surgem flores. Gnomos, elfos e todos
os tipos de fadas e elfos andam soltos por toda a
parte e por isso, é um excelente momento para
praticarmos magia feérica. Os duendes Puck e Pan
(para nós o curupira e o caapora) gostam de dar
sustos e fazer brincadeiras com os incautos que se
atreverem a aventurar-se por lugares solitários e
silvestres nessa noite encantada.

Nesta
data, desembarcam nas ilhas Shetland (120 Km a
norte da Península Antártica) criaturas
maravilhosas conhecidas por Selkie. Elas possuem
aparência de focas, porém a noite se despojam de
suas peles para converterem-se em humanas. Uma vez
em terra e sob a nova forma, as selkies dançam nas
praias, porém se algo as importuna, recolhem suas
peles e voltam ao oceano. No Brasil, similar as
selkies temos o boto rosa da amazônia, que segundo
a lenda emergi à noite, das águas do rio Amazonas
para adquirir a forma humana. Consulte o link para
saber mais sobre ele:
http://www.rosanevolpatto.com.br/lendabotorosa1.htm
Em
Somerset, uns pequenos duendes chamados "spunkies"
surgem como fogos fáctuos portadores de velas e
fazem os viajantes se perderem.
O
duende irlandês Amandan-na Briona se mostra muito
ativo nesta noite, fazendo as pessoas vítimas de
sua brincadeiras malignas. Também chamado "o Louco
do Vado", troca de forma cada dois dias. Quando
aparece como homem
Os
dias e noites do solstício de verão estão repletos
de grande poder e magia. São tempos para realizar
rituais que vicejam prodigamente na estação,
quando a vida é mais fácil e há tantas horas de
luz diurna que podemos realizar todas as nossas
tarefas com tempo de sobra para repousar e
divertirmos. É uma época de férias e de grandes
festivais ao ar livre, para dormir, cozinhar e
comer a céu aberto. É uma época que nos faz
recordar nossa infância, cheia de brincadeiras,
uma época para buscarmos nossa criança interior e
nos esquecermos de nossos aborrecimentos
cotidianos.

LUGHNASADH (HN-01/08;HS-02/02)

Lughnasadh é uma festa das fadas. Marca o começo
da coleta do cereal e fui cristianizada como
Lammas, quando em um ritual eucarístico se
oferecia o primeiro grão coletado.
Vários
duendes entram em atividade nesse período e cobram
um interesse particular pela colheita, tratando de
roubar o grão ou dar patadas nos camponeses que
acabam dormindo sob o calor sufocante da jornada.
Na Grã-Bretanha e Irlanda, os duendes marcham em
cortejo ou trocam de residência durante este
festival. As vezes é possível distinguir uma linha
de luzes que vão de uma cova à outra.
Lughnasadh recebeu seu nome do deus Lugh, a quem,
as vezes, é comparado com o deus romano Mercúrio.
Era o rei dos Tuatha De Dannan e introduziu a
festividade para comemorar sua mãe adotiva Tailtu,
filha do rei de Fir Bolg, raça de gente que
habitava a Irlanda antes da chegada de Tuatha De
Dannan. Tailtu brilha como uma Deusa com a mais
suprema das virtudes, o auto-sacrifício, doando a
sua vida de um jeito extraordinário. Um ano os Fir
Bolg tiveram uma má colhieta e muitos estavam para
morrer de fome. Tailtu pegou o machado e começou a
limpar o bosque com as duas mãos durante um ano.
Poucos sabiam que o ato acabaria matando-a, porém
no fim da lavoura ela pediu que a cada ano em
primeiro de agosto todos celebrassem a sua morte.
O
vocábulo "lugnasad" também foi traduzido como
"casamento de Lugh e, neste caso, Tailtu, como
"terra" ou "chan", convertia-se na esposa do deus.
Assim, durante esse momento do ano era habitual
estabelecer entre as famílias as futuras uniões
dos filhos, a data da celebração das núpcias cujo
pacto durava um ano e um dia e podiam renovar-se
cada ano nesta data.
Esta
festa adotou a forma de jogos fúnebres, similares
aos Olímpicos originários. Lugh liderou
anteriormente uma batalha contra Balos, o Sombrio,
e pode à princípio, tratar-se de um combate anual
entre o verão e o inverno, as forças da luz e das
trevas, já que se considerava Lughnasadh final de
verão e primeiro dia de outono.
Traço
habitual de muitas reuniões em Lughnasadh eram as
lutas entre facções. Vinham combater grupos de
jovens de aldeias rivais. As lutas podiam ser
cruéis e causar lesões ou mortes, porém era
considerada importante a observância dessa
costume. Depois as equipes adversárias se beijavam
ou estendiam a mão. Segundo uma forte crença
inserida no folclore irlandês, o êxito ou fracasso
das colheitas dependia dos duendes e ficava
decidido por um combate entre os bandos das áreas
vizinhas. A idéia de que a luta torna frutífera as
colheitas do bando que vence é provavelmente a
origem do choque entre facções. Resulta possível
que tais combates fossem reconstituições
simbólicas dos combates entre os duendes.
Em
Lughnasadh tinha lugar a festa da fada Aine. Era
originalmente uma Deusa da Colheita e estão
consagrados a ela a primeira sexta-feira,
sábado e domingo depois de Lughnasadh. Se dizia
que naqueles dias reclamaria uma vida humana,
aliás uma recordação dos tempos em que faziam
sacrifícios para obter uma boa colheita.
Os
sidhes, duendes irlandeses, descendem
provavelmente de deuses antigos como Crom Cruaich
(O Encurvado da Colina), cuja festa se celebra em
1 de agosto. De modo igual aos duendes, mora em
velho túmulos funerários. Era no princípio uma
deidade agrícola do Mundo Subterrâneo que
governava a maturação das colheitas, da
fertilidade e produção de leite do gado leiteiro.
Com esse motivo, lhe faziam oferendas para que não
se esgotasse o trigo e não ficassem sem leite. Tal
como se fazia para os sidhes, lhe ofertavam leite
e manteiga nos túmulos desses seres.
Celebre e honre os seres espirituais da natureza
neste dia. Utilize o poder mágico deste dia para
criar um desenho mágico de seus desejos e deixe-o
ao pé de uma árvore frondosa.

MABON -
HERFEST (HN-23/09;HS-21/03)

A
Festa do Término da Colheita, no Hemisfério Norte,
é celebrada no equinócio de outono e, na
Grã-Bretanha e Irlanda, marca a coleta da maioria
dos produtos da terra. A luz e a escuridão se
acham equilibradas, sendo iguais as horas da noite
e as do dia, porém, as trevas ganham terreno e o
mesmo acontece ao estéril inverno.
Os
duendes se interessam muito pela coleta do grão e
estão sempre resolvidos a participar nos
benefícios. Antigamente os camponeses realizam
esforços especiais para aplacar os duendes
malévolos com a finalidade de proteger seus
cultivos. A época da colheita era carregada de
tensões. Sempre existia a possibilidade de que o
tempo arruinaria a tarefa, o trabalho era duro e
aleatória a captura última do Espírito do Trigo.
Esse espírito da vegetação deveria ser tratado com
cuidado para se conseguir a garantia de um
excelente resultado. Inclusive, no começo do
século XX, os ceifadores observavam costumes que
foram familiares no mundo antigo. O cereal era
ceifado em círculos minguantes, retirando-se o
Espírito do Trigo das espigas.
A
introdução da colheita na casa era momento de
grande alívio e motivo de celebrações. Se
organizava uma festa em que todos os trabalhadores
braçais disfrutaríam de comida e bebida em
abundância e este banquete seria provavelmente o
melhor que conheceriam em todo o ano. Portas e
entradas da granja eram adornadas com ramos,
espigas, flores e fitas e os arcos da casa eram
colocados foices e ferramentas usadas na colheita.
Se
dava a forma de um boneco ao último feixe colhido,
que encarnava o Espírito do Trigo, e permaneceria
guardado até o ano seguinte, quando ao arar o
enterrariam para devolver à terra o ânimo da
vegetação.
Como
esse é o dia tradicional de agradecer pela
colheita, deixe na porta de sua casa ou em um
bosque ou jardim, oferendas de comida e bebida
para os duendes, especialmente manteiga e leite.
Eles apreciam também que lhes presenteiem com
guirlandas de flores, danças especiais e belas
canções. A noite de Mabon é uma boa oportunidade
para pedir-lhes proteção, harmonia familiar e
prosperidade. Não esqueça, que os duendes e as
fadas sempre farão por ti o que estiver disposto a
fazer por eles. O equilíbrio de dar e receber é o
preço normal que temos que pagar, principalmente
quando estamos trocando presentes com esses seres.

SAMHAIN (HN-31/10;HS-01/05)

A
antiga festa celta, conhecida hoje como Halloween,
é celebrada no final de outubro e começo de
novembro. Esta é a noite em que os portais do Ouro
Mundo são abertos e os espíritos podem
comunicar-se com os homens. Também, as horas de
luz estão diminuindo e os dias se tornam mais
curtos. Fala-se em declínio das forças do
crescimento e de resplendor e começa a ganhar
ascendência os poderes das trevas e do frio.
Samhain era o Ano Novo Celta que assinalava o
começo do inverno. Para os celtas, qualquer
fronteira revestia uma importância mágica. Esses
momentos e lugares eram perigosos: havia a
possibilidade de que acidentalmente um penetra-se
no País das Fadas através dessas localizações ou
de que aspectos do Outro Mundo chegassem ao nosso.
O instante em que uma estação dava lugar à outra
era especialmente delicado, sobretudo em 1 de maio
e Samhain, quando o Outro Mundo estava bem
próximo.
Em
Samhain, o gado do campo tinha que passar dos
pastos estivais às terras baixas, mais seguras
durante o inverno. Qualquer cabeça que não pudesse
manter-se no inverno teria que ser sacrificada.
Essa é uma das razões que chamava-se a Samhain de
"A Festa dos Mortos". Alguns dos animais seriam
ritualmente sacrificados para propiciar poderes ao
inverno (como as oferendas irlandesas por Samhain
aos Formorianos, deuses da ruína) e alimentar os
espíritos dos mortos que estariam presentes à
celebração.
Depois
de Samhain, fantasmas, espíritos e trasgos
malignos voltam á terra. Os seres benignos como a
Fada-Deusa Danann e o duende irlandês Puck,
desaparecem da vista até o retorno da primavera.
Os duendes malévolos, como a Corte Maligna da
Escócia, entram em grande atividade até a Páscoa
florida, junto com as Cailleachs (Bruxas do
Inverno) e Feiticeiras, que foram provavelmente
Deusas Bruxas do Inverno dominavam a estação.
Depois
de Samhain, o que não havia sido coletado passavam
a pertencer as fadas e aos duendes. Na Irlanda,
Halloween recebe o nome de "Noite de Fuka", que
depois desta data torna incomestíveis as
colheitas. Os grifos galeses se apossavam de toda
as colheitas que ficassem nos campos.
Nas
regiões celtas, o Halloween parece ter sido ainda, a grande
época do ano para se prever o futuro. Todos os tipos de adivinhações eram postos em prática naquela noite.
Lemos que Dathi, rei da Irlanda no século V, estando no
monte dos Druidas (Cnoc-nan-druad), no condado de Sligo,
durante a festa de Halloween, mandou que seu druida lhe
previsse o futuro, entre aquele dia e o próximo ano. O
druida passou a noite no alto de uma colina e, na manhã
seguinte, fez a previsão ao rei que se tornou
realidade.
No País de Gales a festa do Halloween era a
mais estranha de todas as "Teir Nos
Ysbrydion", ou "Três Noites dos
Espíritos", quando o vento, "soprando sobre
os pés dos cadáveres", levava suspiros às casas
dos que deviam morrer naquele ano. Acreditava-se que,
se, naquela noite, alguém saísse até uma encruzilhada
e escutasse o vento, ficaria sabendo das coisas mais
importantes que deveriam acontecer nos próximos doze
meses.
Essa é
a época em que o véu entre os dois mundos, o das
fadas e o nosso, está mais fino, fazendo com que
seja mais fácil nos conectar e trabalhar com elas
para fazer magia.

YULE - SOLSTÍCIO DO INVERNO (HN-21/12; HS-21/06)

O
solstício de inverno no Hemisfério Norte é perto
de 21 de dezembro. Essa é a noite mais longa do
ano e seu dia o mais breve, quando na opinião dos
antigos se afirma os poderes das trevas. Se
acendia fogueiras como um recurso mágico para
estimular o sol a "renascer".
Papai
Noel ou Santa Claus é um duende especial que só
aparece nesta noite. É possível que ele represente
uma evolução do deus escandinavo/germânico Odin ou
Wotan, que cavalgava durante o solstício do
inverno vestindo a pele ensangüentada arrancada de
um animal para castigar os malvados e premiar os
bons. Parece provável que se introduziu no
folclore inglês, e cabe reconhecê-lo no personagem
que aparece como mestre de cerimônias nas
representações de carinho e ternura e como o Rei
do Natal. Na Alemanha se transformou em
Schrimmerlreiter (Cavaleiro do Cavalo Branco).
Penetrou nos Estados Unidos com o holandês Sante
Klaas, adaptado ao inglês como Santa Claus. Entre
duendes similares que outorgam presentes figuram o
islandês Jola Sveinar, o danês Julenisse e o sueco
Jultomte.
Vários
duendes destroem o fio deixado na roca no
solstício de inverno ou Dia de Natal. Essa
circunstância tinha sua origem no fato de que
muitos deuses e deusas do sol estavam associados
com a roca solar, que permanece quieta no
solstício (a palavra procede do latim
solstitíu,
"o sol quieto"). Nesse tempo ficavam proibidas
todas as tarefas de fiar e tecer. Já os laponeses
vedavam o giro de qualquer tipo de roda.
Nessa
noite ofereça às fadas, duendes e gnomos biscoitos
de gengibre e leite. Esse Sabbath assinala o
início do ciclo da vida e oferece um momento para
repensarmos sobre nosso passado e presente, para
que possamos seguir em frente em busca de um
futuro melhor.

Texto
pesquisado e desenvolvido por
ROSANE
VOLPATTO

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