~*~DRÍADES~*~

DRÍADES

No mundo feérico, as árvores possuem um papel fundamental. Consideradas moradas das fadas, desde antiguidade lhes foi associado poderes mágicos. Algumas possuem poderes mágicos por si mesmos, como os carvalhos, tratados por algumas culturas como semi-deuses, ou como a macieira ou aveleira; em outras seu poder procede da fada que habita nelas.

Entre as árvores, algumas tem tido um trato especial entre distintas culturas. O carvalho, provavelmente, seja o mais respeitado. Os celtas o honravam como árvore sagrada, os druidas lhes rendiam culto e para os gregos era a guardiã de muitas de suas ninfas. As fadas além de viver nele, usam seus frutos como talismã.

O Freixo, o espinheiro, o sabugueiro, também são protagonistas de muitas lendas. O espinheiro é um arbusto muito visitado pelas fadas. Na Irlanda são inúmeras as histórias que narram os castigos infringidos pelas fadas por havê-los cortado.

Se as árvores possuem poderes mágicos, entrelaçadas formam uma proteção superior. O carvalho, o espinheiro e o freixo formam uma combinação sobrenatural. Em muitas culturas a árvore é símbolo de perpétua evolução, já que se eleva sempre em direção ao céu.

QUEM SÃO ELAS?

A palavra "dríade" vêm do latim drya-driadis, ninfa do bosque para os romanos, que provêm por sua vez da palavra grega "drys", que significa árvore em grego. As Dríades seriam então, as ninfas das florestas e das árvores.  Elas são os espíritos femininos da natureza, tão conhecidas na Grécia e áreas circunvizinhas, mas acredita-se que elas habitam todo o mundo.

Dependendo da árvore em que habitam as dríades recebem distintos nomes. As que vivem nos freixos são conhecidas como melíades. e as que vivem nos carvalhos se conhece como dríopes.

Sobre as melíades se conta muitas histórias. Há quem diga que os druidas faziam suas varinhas mágicas com ramos de freixo, dada a magia de seu tronco. A árvore e a ninfa que habita nele se associam aos poderes curativos e protetores. O freixo contribui com seu poder para que as crianças sejam sadias e por isso se faziam berços da madeira do freixo. Na Grécia dizia-se que as melíades cuidavam das crianças abandonadas, fazendo que todos os freixos unissem seus galhos formando uma espécie de berço com seus braços, no qual os pequenos dormiam refugiados. Na Inglaterra se usava como proteção contra os maus espíritos.

As melíades possuem um enorme amor pela árvore onde reside, por isso ela se vingará de todo aquele que se atrever a queimar qualquer galho de sua árvore, usando então a lei "olho por olho". Queimar um freixo onde habita uma melíade significa estar exposto a que ela queime tua casa.

Parentes próximos das Dríades são: as Napaeae, Auloníades, Hylaeorae e Alsaeides, viviam nos bosques, ravinas, arvoredos e vales, enquanto as Oreades pertenciam às montanhas e grutas. As Hammadríades protegiam e cuidavam de árvores individuais específicas. Parentes próximos das Dríades eram também: as Náiades dos bosques, as Crenae e Pegae dos regatos, a as Limnades das águas paradas.

Por vezes essas ninfas viviam dentro das águas, por vezes em grutas. Dizia-se que elas tinham o dom da profecia e dos oráculos, curavam os enfermos, cuidavam das flores e protegiam os campos e os animais. A relação e os poderes de todas as ninfas eram tão similares que suas tarefas e áreas de influência eram constantemente confundidas. Dríades das florestas e árvores, por vezes cuidavam de lagos e riachos próximos. Ninfas das águas protegiam os bosques circunvizinhos. 

As Dríades se apresentavam com o corpo de árvore, cabelos de folhas verdes e seios volumosos. Seus olhos eram dourados e suas vozes eram muito harmoniosas, como o rufar das folhas das árvores. Adoravam a música e a dança. Devido serem jovens e bonitas, eram constantemente cortejadas por Apolo. Algumas delas, acompanhavam Ártemis em suas caçadas.

Determinadas árvores eram habitadas pelas Hammadríades que não podiam sair de dentro delas. Eram humanas só da cintura para cima, pois da cintura para baixo, seu corpo fundia-se com o da árvore, fazendo parte de suas raízes. Elas permaneciam acorrentadas às árvores e morriam quando elas morriam. Tais árvores cresciam sempre em lugares remotos, onde raramente um homem pudesse encontrá-las.

Elas falam várias línguas e sua grande inteligência permite se comunicar com quase todos os seres dos bosques.

Para que possamos ver uma delas, devemos prestar a maior atenção na natureza e nos fixarmos em cada detalhe. Se escutarmos um leve murmúrio que parece uma melodiosa voz, provavelmente próxima de nós se encontra uma Dríade.

ENTRE OS CELTAS

    Dríades eram conhecidas em todas as regiões celtas. Os celtas acreditavam que fossem espíritos que habitavam as árvores, em especial os carvalhos. Os druidas as contatavam para obter inspiração. Bolotas de carvalho eram conhecidas como "Ovos de Serpente" e utilizadas em encantamentos.

A vida de algumas destas pequenas ninfas, como já falamos, estava sempre ligada à árvore onde haviam nascido, a qual cuidam durante toda a sua vida e morriam se ela morresse. A maioria dos humanos pensa equivocadamente que nada acontece ao se talhar um árvore, arrancar-lhe folhas, queimá-la ou cortá-la. Mas se cortarmos uma árvore em que habita uma Hammadríade, agora sabemos que estamos matando-a. Contam os druidas, que quando um carvalho era cortado, soltava gritos e gemidos de dor que podiam ser ouvidos a mais de um quilômetro de distância. Observações semelhantes já foram registradas em outras partes do mundo.

ENTRE OS GREGOS

Os deuses da mitologia grega protegiam estes seres pequenos, para que nada se atrevesse a matá-las, castigando fortemente todo aquele que destruísse as árvores. Deste modo, aprenderam os gregos a respeitar a natureza.

Os gregos e os romanos tomavam muito cuidado para não contrariar as ninfas. Grutas, riachos e toda a área florestada eram tratados com respeito, pois nunca se sabia se a ninfa daquela área se ofenderia. As ninfas eram as companheiras de Fauno e Pã, os quais eram capazes de instigar o pânico e o horror sobrenaturais em qualquer agressor. Nossa palavra "pânico" vem da habilidade de Pã em incitar o pânico.

Na história religiosa o culto das árvores teve um papel importante. Nada podia ser mais natural, pois, no alvorecer da história, a Europa estava coberta de imensas florestas primevas, onde as clareiras esparsas devem ter parecido pequenas ilhas em um oceano verde.

As Dríades seriam reminiscências da era matrilinear, cuja divindade primordial era a Terra-Mãe, enquanto a mulher seria a figura religiosa central. Nesse caso, as ninfas, divindades secundárias, poderiam ser consideradas uma extensão da própria energia telúrica, a saber, divindades menores que representam Gáia, a grande Mãe Terra em sua união com a água, elemento úmido e fecundante. Tudo leva a crer que sim, pois, da união desses dois elementos, terra e água, surge a força geradora que preside à reprodução e à fecundidade da natureza tanto animal quanto vegetal. Desse modo, as ninfas são a própria Gaia em suas múltiplas facetas, enquanto matriz de todos os seres e coisas, enquanto grande Deusa, cujas energias nunca se esgotam. Por tudo isso só podiam ser divindades femininas da eterna juventude.

PARA CAPTURAR UMA DRÍADE

Plante uma pequena árvore sem seu jardim em um lugar secreto e especial. Quando ela se fixar no solo e começar a crescer, a dríade nasce. Conheça a personalidade e o aspecto de dríade visitando a árvore regularmente.

Abraçar a uma árvore é o mesmo que abraçar a uma dríade, e a energia e a paz que você poderá obter através desse ato tão simples vale a pena por maior que seja a insegurança que possa você sentir inicialmente.

Quando a árvore entrar em decadência e morrer, a dríade passará ao Outro Mundo, enquanto que os restos da madeira voltarão ao bem-estar e a paz da terra.

Ame a sua dríade e sua dríade amará você!

TALISMÃ DA ÁRVORE FEÉRICA

Há muitas maneiras de proteger-te das energias daninhas e dos seres feéricos malévolos. Por exemplo, podes utilizar símbolos sagrados como runas, o pentagrama, fazer soar sinos, bater palmas, soltar um riso ou uma gargalhada. As árvores como a sorveira ou o freixo da montanha são utilizados para obter proteção. Esse talismã de árvore feérica utiliza o poder natural de uma árvore para atrair mais amor, saúde, proteção e abundância a teu lar e tua família. Faça esse talismã ao anoitecer, durante a Lua crescente, preferencialmente em um dos oito Sabaths.

Material:

Uma pequena árvore (podes usar uma árvore viva em um vaso).

Um copo com seis punhados de manjericão doce em seu interior.

Óleo de madresilva.

 

Se você já tem sua árvore devidamente plantada em um vaso, comunica-te com a dríade da árvore colocando as palmas de sua mão sobre o tronco do mesmo. Pergunta à árvore se ela vai ajudar a proteger teu lar das energia maléficas. Se perceberes uma resposta positiva, continua. Se não, encontre outra árvore com quem possas trabalhar.

 

Trace a seguir um Anél feérico em torno da árvore. Espalhe o manjericão doce em torno do anel. Logo traça teu Círculo da Magia Féerica e chama os guardiões feéricos.

 

Agora, unge-te com o aceite de madresilva. Trace a runa do Algiz (se pronuncia Al-yis), sobre o tronco da árvore com o óleo.

 

 

Algiz é uma runa de defesa e proteção contra os invasores, uma runa de santuário, refúgio e divindade. Cada vez que traçares a runa com o óleo aromático, diga:

 

Algiz, Algiz, Algiz,

Algiz, Algiz, Algiz,

Algiz, Algiz, Algiz,

Bendito sejas!

 

Dando continuidade, coloque ambas as mãos sobre a árvore e imagina que as energias protetoras da runa do Algiz entram na árvore. Imagina que estás introduzindo realmente o símbolo rúnico protetor na árvore. Faz isso visualizando um raio laser com forma de runa que sai da tua frente ou de tuas mãos e entre no talismã. Dirige tua consciência até o interior da árvore e imagina que tua energia de pensamento e o campo de intenção mágica são absorvidos pela estrutura atômica da própria árvore. Logo dirija-te à árvore e cante Agiz ao espírito da árvore. Cante:

 

Algiz, Algiz, Algiz,

z z z z z z z z z z

uz az iz ez oz

oz ez iz az uz

z z z z z z z z z z

m m m m m m m m m m

 

Dê nove voltas em torno da árvore no sentido horário. Enquanto o fazes, imagina em tua mente um arco-íris de luzes e cores que brilha desde da árvore e forma um campo protetor que se estende até a porta principal de tua casa. Quando acabares de caminhar em torno da árvore, coloca ambas as mãos sobre seu tronco mais uma vez e diga:

 

Bendita seja essa árvore divina.

Por favor, protege meu lar e o mantêm forte,

por favor, bendiga meu lar

Pela Dríade da árvore, benditas seja!

 

A partir de agora a árvore talismã pode ser utilizada para acender a corrente rúnica protetora da energia de Algiz que lhe foi infundida.

 

Quando estiver tudo terminado, bata palmas três vezes. Agradeça ao espírito da árvore, despede-te dos guardiões e levanta o Círculo. Em cada Lua Cheia e em cada Sabath, coloca tuas mãos sobre a árvore talismã e reafirme sua energia protetora dizendo:

 

"Bendita seja esta árvore divina.

Por favor, protege meu lar e o mantenha forte,

por favor, bendiga meu lar.

Pela Dríade da árvore, benditas sejas!.

 

ESTABELECENDO CONTATO

Além dos modos óbvios de estabelecer um bom relacionamento com as Dríades, cuidando dos bosques e de suas criaturas, é possível conhecer os que vivem nas árvores e moitas de sua casa ao estimulá-los com barquinhos de luz das fadas e pequenos sininhos.

Para confeccionar barquinhos de luz das fadas, utilize metades de cascas de nozes. Se não conseguir obter nozes, utilize pequenos pedaços de madeira. Quebre uma vela de aniversário (daquelas bem fininhas) ao meio. Pingue cera quente na casca até poder fixar a pequena vela.

Prepare uma bacia grande com água e leve para fora de casa, em um local onde possa sentar-se confortavelmente e observar. Acenda cada vela e ponha os barcos de fadas a flutuar na bacia. Toque sinetas para atrair mais ainda as Dríades; elas ficarão bem curiosas e entoe:

Aproximem-se Pequenas,

Juntem-se a mim nesta diversão,

E seremos amigos tanto de dia como de noite

Estranhos recantos buscaremos;

Explorando a Terra e o céu em fantasia.

Mostre-me o poder dos elementos,

Ingredientes da antiga sabedoria

Para fazer encantos, poções e magia.

E serei amigo sincero de vocês.

 

Sente-se em silêncio e tente ouvir estranhos ruídos provenientes das folhas das árvores. Logo sentirá a presença das Dríades. Elas gostam de brincar em seu cabelo. Se tiver alguma planta adoecida, dentro ou fora de casa, peça a sua ajuda para curá-la e cuidar dela. Uma vez que os barquinhos estão na água, é possível permitir que as velas se apaguem por si.

 

 

Texto pesquisado e desenvolvido por

 

 

ROSANE VOLPATTO

 

Bibliografia

 

El mágico Mundo de las Hadas - Gilly Sergiev

El Garn Libro de las Hadas -  Alejandra Ram´írez Zarzuela.