EM BUSCA DAS
DEUSAS PERDIDAS |

"A grande
pergunta que
jamais foi
respondida,
apesar de meus
quinze anos
pesquisando a
alma feminina é:
O que uma mulher
quer?" Sigmund
Freud.

Há uma dinâmica
fundamental por
trás das
atitudes de toda
a mulher. Parte
é adquirida com
sua interação
social, parte é
inata. Quando a
mesma dinâmica
é constatada
num grupo de
pessoas, temos o
que Jung
denomina de ARQUÉTIPO.
Esta forma pura
na mitologia
toma o nome de
"Deusa".
As deusas
personificam as
muitas e
diversas
maneiras que uma
mulher pode ser
levada a adotar
e a sentir,
quando está
apaixonada
(Afrodite),
quando está
inspirada em um
ideal (Atena) ou
quando absorta
em seu papel de
mãe (Deméter).
Devido muitas
vezes à nossa
formação, há
uma tendência
de se considerar
mitos antigos
como bobagens
supersticiosas.
Engano nosso,
pois eles
representam uma
psicologia
altamente
sofisticada. É
por intermédios
dos arquétipos
que se conhece a
identidade das
pessoas. Eles
podem aparecer
em sonho, se
manifestar no
dia no
dia-a-dia, ou
permanecerem
ocultos, mas
sempre nos dão
a dica que
precisamos na
busca da verdade
e do
conhecimento.
Vou passar a vocês
a partir de
agora, um pouco
do resgate que
fiz junto as
deusas. Vale a
pena conhecer um
pouco mais
destas deusas
maravilhosas que
habitam o nosso
interior!
Selecionei seis
Arquétipos-Deusas
principais
gregas, que são
as que estão
mais ativas na
vida das
mulheres da
nossa era:

1.
MULHER-ATENA

Esta é a mulher
regida pela
sabedoria da
civilização.
Busca a realização
profissional,
sendo bem
sucedida na
educação, na
cultura
intelectual,
justiça social
e política. É
bem fácil
identificá-la,
pois a
mulher-Atena está
no mundo, ela
faz e acontece:
editorando
revistas,
dirigindo
departamentos de
Universidades,
é personalidade
política e
grande
executiva. Ela
está sempre em
evidência,pois
é prática e
extrovertida.
Entretanto, a
maioria dos
homens têm medo
dela, pois acham
que não estão
a altura de seu
intelectuo. Mas
quando
conquistam seu
respeito, a
mulher-Atena é
a mais leal das
companheiras,
uma verdadeira
amiga de todas
as horas. Os
gregos a
chamavam de
"Companheira
dos Heróis".
Suas preocupações
são o mundo,
tendem a ser
sensíveis às
relações
humanas e
somente elas são
capazes de
ajudar a tornar
os grupos
coesos.
O arquétipo
desta deusa se
manifesta com
maior
intensidade em
meninas
pequenas. Seu
forte ego as
tornam
briguentas e
combativas.
Preferirá
sempre brincar
com meninos,
aceitando suas
brigas e
brincadeiras
violentas. Assim
como sua irmã
Artemis ela se
orgulha dos seus
modos de rapaz.
Porém, sendo
mais
competitiva,
argumentará:
"Tudo o que
você consegue
fazer, eu
consigo fazer
melhor".
A independência
da mulher-Atena
em relação aos
homens é também,
uma virtude que
ela partilha com
Artemis. Na
realidade, ambas
são
consideradas
deusas virgens,
o que no mundo
grego
significava que
não eram
casadas. Elas são
tão bem
resolvidas, que
não necessitam
de um homem como
parceiro ou
consorte. O
motivo de Hera
precisar de um
companheiro ou
de Afrodite
tolerar um
amante imaturo
tendem a ser um
mistério para
Atena.
Entretanto,
apesar de sua
força, seu
brilho e
independência,
a donzela
vestida de
armadura, tem a
vulnerabilidade
de menina. Até
mesmo as mais
bem-sucedidas e
carismáticas
mulheres-Atena
revelarão um
dia, o quanto se
sentem inseguras
e ansiosas a
despeito de tudo
que realizam
externamente.
Eis aqui o
paradoxo que nos
leva ao cerne da
chaga de Atena:
quanto mais ela
encobre a
donzela vulnerável,
mais impetuosa
se torna sua
armadura
protetora. Se
ferida, irá
afugentar com
selvageria todos
aqueles que
poderiam ajudá-la,
pois jamais
desarma suas
defesas,
deixando exposta
sua essência
nua e
infinitamente
sensível de sua
feminilidade.

2.
MULHER-ARTEMIS

É regida pela
deusa das
selvas. Ela é
prática, atlética,
aventureira.
Aprecia a
cultura física,
a solidão, a
vida ao ar livre
e os animais.
Dedica-se à
proteção do
meio ambiente,
aos estilos de
vida
alternativos e
às comunidades
de mulheres.
Artemis não se
destaca muito no
mundo moderno. A
cidade não é
"sua
praia".
Quando ela é
encontrada no
meio urbano, ela
é tímida,
reservada.
Curtir festas e
multidão não
é algo que lhe
interessa. A
energia vigorosa
que captamos em
Artemis
entretanto, não
é mental, provém
do seu corpo ágil
a atlético, que
adora
envolver-se
fisicamente no
projeto do
momento.
A mulher-Artemis,
mesmo depois de
idosa, manterá
o corpo ativo,
cheio de energia
e muito bem
conservado.
Igual a sua irmã
Atena é apta a
viver
perfeitamente
bem sem os
homens. Ambas
representam o
tipo de mulher
que já nasce
com fortes
qualidades
"masculinas".
Atena teria a
"cabeça-dura"
e Artemis o
corpo rijo e
perfeito. A
maioria dos
homens não
conseguem
acompanhar o
estilo ativo e
atlético de
Artemis.
A energia arquétipa
desta deusa
aflora com maior
força na
adolescência.
Ela começa a se
identificar com
as atividades,
atitudes e
maneiras de
vestir dos
meninos.
Dada a sua
natureza de
amante da
liberdade, não
ajuda a saber
quem ela é.
Internamente ela
se sente
perplexa com a
transformação
de seu corpo e
tenderá a
escondê-lo com
camisas soltas.
A vaidade
exagerada de
suas irmãs
Afrodite e Hera
só lhe inspira
desprezo.
A chaga de
Artemis envolve
a solidão que
é relegada. Seu
amor à
liberdade a
tornam difícil
de ser aceita
como mãe,
esposa ou
profissional,
estilos que
pertencem a Deméter,
a Hera e Atena.
Na verdade ela
tem repúdio por
valores e formas
adotadas pela
sociedade
convencional.
A mulher-Artemis
tende a escolher
ser totalmente
reclusa e muito
solitária.

3.
MULHER-AFRODITE

Desde que surgiu
das espumas das
ondas do mar na
célebre concha
de Vieira,
artistas a
pintaram e
esculpiram,
poetas
reverenciaram
sua beleza e músicos
a cantaram em
melodias. A
deusa Afrodite
sempre ocupou um
lugar de
destaque no
Olimpo. Para mérito
eterno dos
gregos, eles
jamais se
dispuseram a lançar
fora suas
divindades
femininas em
favor de um único
Deus Pai como
fizeram os
primeiros judeus
e cristãos. E
assim, Afrodite
pode permanecer,
junto com outras
deusas,
continuando a
ser muito amada,
embora ocupando
uma posição um
tanto ambígua
nas margens da
sociedade urbana
grega.
Em nossa época,
Afrodite dá
toda a impressão
de ter trocado o
Olimpo por
Hollywood.
Grandes beldades
das telas e
passarelas como
Maryln Monroe,
Sharow Stones e
nossa querida
Gisele, parecem
ter encarnado a
nossa amada
deusa.
Entretanto, não
pára aí, pois
seu culto é
universal!
Diariamente, em
seriados, em
novelas da TV,
romances
vendidos em
banca de
revistas e escândalos
políticos,
revivem histórias
imemoriais de
paixão, ciúmes,
inveja e traição.
Nunca uma deusa
foi tão íntima
e pública como
Afrodite!
Ela é antes de
tudo uma presença
sensual, como um
sol vibrante,
brilha e despedaça
corações. É fácil
identificá-la,
adora roupas
caras, jóias,
perfumes e
adornos de todo
o tipo. Hoje ela
domina o mundo
da moda, cosméticos
e o glamouroso
universo do
cinema e
revistas.
Graças ao seu
talento em
manobrar
sentimentos e os
projetos
criativos do
homem, a
mulher-Afrodite
consegue
manifestar o que
Jung chamou de
"anima"do
homem. Quando
apaixonada ela
aumentará
tremendamente a
confiança de
seu amado, pois
acima de tudo,
Afrodite quer
que seus
relacionamentos
amorosos tenham
coração.
A
mulher-Afrodite
não dá a mínima
para as exigências
sociais de um
"bom
casamento",
que é o desejo
de Hera.
Considera o amor
maternal de Deméter
muito unilateral
e o
"casamento
de mentes
verdadeiras"
de Atena
excessivamente
mental. Mas a lição
mais dura para a
mulher-Afrodite
é a que no
mundo de hoje,
ela será sempre
"a
outra" para
a maioria dos
homens.
Isto faz parte
do antigo triângulo
arquétipo
característico
do universo, da
qual poderá
estar envolvida
diversas vezes
ao longo da
vida.
A liberdade
sexual de
Afrodite não
pode ser
tolerada por
nenhuma esposa,
pois ameaça a
própria
estrutura da
sociedade
patriarcal. A
instituição do
concubinato ou
da prostituição
é na realidade
um resquício
mutilado das
grandes
sociedades
matrilineares da
antiguidade que
adoravam a
Grande-Mãe.
Para a maioria
das pessoas, é
mais seguro
deixar que
Afrodite viva
exclusivamente
na imaginação
dos livros,
filmes, TV e
mexericos.
Grande parte das
chagas da
mulher-Afrodite
decorrem do fato
de ela estar
alienada das
outras deusas.
Ela seria
beneficiada com
a capacidade de
raciocínio de
Atena. Também,
se conseguisse
superar sua
aversão a Hera,
poderia pedir a
ela que a
ajudasse a obter
respeito social
e um lugar mais
confortável no
mundo moderno.
Gostaria de
concluir este
texto dizendo
que Afrodite está
recuperando a
dignidade e
poder de
outrora. Mas,
infelizmente
isso não
acontece. Viver
plenamente como
mulher-Afrodite
é tarefa difícil
e dolorosa, sob
muitos aspectos.
É bem mais
confortante
viver confiante
e protegida em
Atena, ser
esposa de empresário
como Hera,
reclusa como
Artemis ou
tornar-se mãe
de todas as
criaturas como
Deméter.

4.
MULHER-HERA

A mulher-hera
exala confiança
em si mesma, tem
perfeito domínio
sobre si própria
e dos outros. A
consciência de
Hera é sempre
percebida nas
mulheres mais
velhas. Ela é
aquela que
nasceu para
mandar, podendo
se tornar
impiedosa como
dirigente de uma
organização ou
até mesmo de
uma nação.
Como esposa de
Zeus, a antiga
deusa grega era
co-governante do
Olimpo, onde
oficialmente
partilhava o
poder com o
chefe dos
deuses.
Em nosso mundo,
ela costuma
personificar a
esposa de
"um grande
homem".
Hera é um
oponente formidável,
seja na família
ou na esfera política.
Uma vontade de
ferro e idéias
fixas
caracterizam a
mulher-Hera
madura. Uma versão
desta mulher foi
percebida em
Thatcher, a
mulher implacável,
onde os membros
do governo britânico
mostravam-se
profundamente
chocados com os
modos arrogantes
e ditatoriais da
primeira-ministra.
Com ou sem
poder, a Hera
Moderna é
matriarcal, a
abelha-rainha de
sua família.
Defende valores
conservadores,
como também
tenderá a
assumir o papel
de juíza dos
novos gostos e
costumes. Ela
adora todos os
encontros
familiares, onde
se vê adorada e
rodeada de
filhos e netos.
O amor deles
geralmente é
secundário,
muito mais
importante é
que eles a
respeitem e
reverenciem.
Independentemente
das suas origens
sociais, a
mulher-Hera
quase sempre
aspirará à
proeminência em
qualquer grupo
que pertencer.
A jovem Hera é
muito parecida
com a jovem
Atena. Ambas são
brilhantes e
cheias de
energias e
exalam
auto-confiança.
Mas as ambições
de uma e outra são
diferentes. A
jovem Atena
estará ocupada
com as opções
de pós-graduações
e treinamento
profissional. A
jovem Hera, mantêm
os olhos bem
abertos na busca
daqueles homens,
que ao seu ver têm
maior chance de
sucesso na vida
e descobrirá
alguma maneira
de sair com
eles. Em resumo,
a jovem Hera
busca um marido
e a jovem Atena
busca uma
carreira.
A mulher-Hera dá
todas as indicações
de aceitar a
maternidade com
calma e sem
hesitação, mas
de maneira
alguma será a mãe
branda,
tolerante e
permissiva como
Deméter. Sempre
preocupada com o
"status"
e a
respeitabilidade
social, a mãe
Hera é
disciplinadora e
exigirá que
seus filhos
sejam tão bem
sucedidos quanto
o pai.
Quando se diz
"atrás de
um grande homem,
existe uma
grande
mulher..",
é a mais pura
verdade e, esta
mulher é uma
mulher-Hera.
Considerada a
"sombra"
do marido,
enquanto não
consuma seus
desejos e
fantasias, ela
poderá intimidá-lo
e até mesmo
tiranizá-lo. E,
se finalmente
conseguir o que
quer, quase
sempre
permanecerá
sedenta de mais
poder.
A dinâmica de
Hera consiste em
ela querer estar
onde as coisas
acontecem e a
origem da
maioria de seus
protestos está
em excluí-la de
qualquer ação.
Bem no fundo,
ela que viver e
agir como um
homem num mundo
de homens.

5. MULHER-PERSÉFONE

É provável que
a mulher-Perséfone
não impressione
no primeiro
encontro, mas
ela também não
tem a pretensão
de se afirmar
intensamente. Não
possui a solidez
de propósito de
Artemis, nem
conta com o
terreno firme
onde pisa a
Hera. Mas há
uma
peculiaridade na
mulher-Perséfone,
uma qualidade
que lhe é
inata, a sua
vulnerabilidade
espiritual. Em
sua fragilidade,
percebe-se o
anseio por afeição
e intimidade
profunda. Esta
mulher é
envolta por uma
aura de mistérios.
O seu mundo é
paranormal, mas
ela se sente
atraída pelos
ensinamentos da
metafísica mais
do que pelas ciências
naturais
convencionais. Tão
poderosa é a
autoridade do
materialismo
científico de
nossas
universidades e
considerada excêntrica
ou alienígena
para muitos.
Para os gregos,
Perséfone era a
Rainha distante
do Mundo Avernal,
que vigiava a
alma dos mortos.
Ma ela era
conhecida também
como a virgem
donzela Coré,
que foi seqüestrada
de sua mãe, Deméter.
Sua descida ao
mundo avernal ao
ser raptada por
Hades é uma das
histórias mais
conhecidas de
toda a mitologia
grega. Mas o que
é avernal? Na
linguagem da
psicologia
moderna, seria
chamado de
inconsciente. De
modo que Perséfone
é aquela que
foi sorvida não
apenas pelo
inconsciente,
pelo
desconhecido,
por tudo o que
é reprimido e
sombrio (Freud),
mais ainda mais
profundamente
pelo
inconsciente
coletivo, o
mundo das
potestades e
poderes arquetípicos
(Jung).
Uma mulher pode
vivenciar isto
de diversas
maneiras: uma
tragédia na infância,
a perda de uma
pessoa da família
ou de um grande
amor.
Compreender o
significado da
descida de Perséfone
é
particularmente
urgente nos dias
de hoje. Muitas
mulheres e
homens, estão
descobrindo seus
talentos mediúnicos
e sua aplicação
na leitura dos
tarôs, nas
curas
espirituais,
meditações,
etc.
Mas passar a
maior parte da
vida "entre
espíritos"
pode exercer uma
enorme pressão
psíquica,
especialmente
quando suas
habilidades
sejam
erroneamente
interpretadas ou
temidas. Mais do
que qualquer
outra deusa, a
mulher-Perséfone
pode sofrer uma
profunda alienação,
que pode levá-la
a um colapso. É
importante que
busque as suas
deusas irmãs
para ajudar a
equilibrá-la.
De Deméter,
talvez precise
do senso do
corpo e da terra
para trazê-la a
colocar os pés
no chão. De
Atena, uma certa
objetividade
acerca de seu
potencial e
assim por
diante.
Nós bruxas
estamos
classificadas na
mulher-Perséfone.
Quando a Igreja
perseguiu nossas
irmãs bruxas,
ela também
suprimiu a
antiga sabedoria
da Deusa. O que
se perdeu foi o
segredo da Perséfone
madura, a
sabedoria
daquela que
conhece os
mecanismos da
vida e da morte,
as energias que
determinam as
estações, a
sexualidade e o
nascimento,
daquela que
compreende o
hiato entre os
dois mundos.
A Perséfone
madura ressurgi
de algum modo do
mundo
espiritual,
ainda que
permaneça em
contato com ele.
Ela torna-se
feiticeira, uma
mulher sábia,
alegre e bem
humorada, que
acha engraçada
e divertida toda
a loucura
humana. E, mesmo
quando anciã,
ainda preserva
toda sua
juventude e,
como uma jovem
iniciada, traz
consigo a
jubilosa
sabedoria dos
anos.

6. MULHER-DEMÉTER

Não é difícil
achar Deméter,
pois ela sempre
estará rodeada
de crianças. É
aquela faz e
distribui o pão,
que passa a
noite acordada
cuidando do
filho doente,
que cozinha, que
lava e passa e
que ainda tem
reservas inesgotáveis
de energia. Deméter
é mais que uma
mãe biológica,
pois não é ter
filhos que a faz
mãe, é sua
atitude, sua
maneira
instintiva de
cuidar de tudo
que é pueril,
pequeno, carente
e sem defesa.
Deméter é pura
dedicação e
doação,
sentimentos que
conhecemos como
"carinho de
mãe".
É importante
dizer que há
algo de singular
no carinho
materno de Deméter.
Isso não quer
dizer que as
outras deusas não
possam ser mães,
mas para Deméter
ser mãe é
tudo. Afrodite
é uma mãe
sensual que
adora vestir os
filhos e
"curtir"
um cinema. As
Artemis tem uma
meiguice
selvagem e
tratam seus
filhos como
filhotes de
fera. Atena mal
pode esperar que
eles falem para
conversar e
estimular sua
educação. Perséfone
também é
profundamente
envolvida com os
filhos, mas de
maneira mais psíquica
e
intuitiva. A mãe
Hera é tão
cheia de regras,
censuras e
expectativas que
resta pouca
ternura para
criar seus
filhos. Somente
Deméter se
identifica
plenamente com a
maternidade,
quase à exclusão
dos outros
interesses.
Ela é tão
envolvida com o
fato de ser mãe
que não arranja
tempo para
comprar um
vestido novo, ir
ao cabeleireiro
e outras
atividades que
toda a mulher
gosta de fazer
para si mesma.
Deméter se
sente totalmente
realizada
fazendo o que
faz, sendo mãe.
O instinto para
acalentar que
existe em Deméter
pode ser
facilmente
identificado em
meninas
brincando com
bonecas. Uma vez
jovem, Deméter
é tão
identificada com
a mãe, que
haverá uma relação
quase simbiótica
entre ambas.
Mas por mais
belo que pareça
este quadro de
Deméter se
realizando como
mãe, ele está
muito longe de
ser uma
realidade para a
maioria das mães
modernas. As
pressões físicas
e econômicas da
mera subsistência
tendem a exigir
que as mulheres
grávidas
trabalhem até o
dia do parto.
Ficam
licenciadas por
um determinado
tempo e são
obrigadas a
retornarem ao
trabalho, sem a
menor
possibilidade de
dar a devida
atenção aos
seus bebês.
Individualmente,
as mulheres que
representam o
modo de ser de
Deméter não têm
como expressar e
como competir
com as
mulheres-Atenas
bem instruídas
que detêm influência
política. Ela não
é intelectual,
via de regra, e
não gosta de se
expressar em público.
Os planos que são
concebidos para
devolver as mães
à força de
trabalho e torná-las
independentes
dos homens são
concepções de
Atena e deixam a
mulher-Deméter
perplexa.

CONCLUSÕES
Quando se tiver
uma visão mais
clara de quais
deusas são
dominantes em nós
mulheres e quais
influenciam a
vida dos homens,
devemos então
dedicar nossa
atenção às
deusas que se
mostram mais frágeis
dentro de nós.
Dialogar com
elas através de
um diário
pessoal, pode
ser o primeiro
passo de
aproximação.
Mas entenda, que
é fácil demais
desenvolver uma
das deusas e
viver de acordo
com seus
ditames. Uma
mulher,
entretanto, não
pode se tornar
apenas uma
matriarca de uma
família (Hera),
sem jamais
trabalhar
(negligenciando
Atena), sem
jamais
dedicar-se à
sua sexualidade
(ignorando
Afrodite) ou o
seu mundo
interior (Perséfone).
Igualmente o
homem se esquiva
das mulheres
intelectuais
(Atena), evita
as maternais
(Deméter) ou as
mulheres fortes
(Hera) e busca
somente
parceiras
sexuais que o
excitem: está
na realidade
preso numa ligação
neurótica com
Afrodite.
Todas as deusas
têm histórias
para contar,
contribuições
a fazer e
sabedoria para
compartilhar. Se
Afrodite faz
loucuras por
amor, Hera teme
que o casamento
se rompa. Se Deméter
deleita-se com
seus filhos,
Perséfone
acalenta sua
interioridade e
Atena busca a
ascensão
profissional,
assim como
Artemis sonha
com uma cabana
na floresta.
Entretanto, cada
uma têm algo
que as outras
desconhecem. Á
medida que as
diversas deusas
ganham vida
dentro de nós,
veremos que
diversos
aspectos são
ativados.
Isto será então
motivo de júbilo:
AS
DEUSAS PERDIDAS
ESTÃO VOLTANDO!

Texto
pesquisado e
desenvolvido por
ROSANE
VOLPATTO

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