SKAKTI


A religião hindu
tem no seu
centro uma
trindade de
Deuses:
Brahma (o
Criador),
Shiva (o
Transformador)
e,
Vishnu (o
Preservador).
Cada um deles
tem como
consorte uma
companheira
chamada Shakti.
Nos primórdios
das tradições
indianas, essas
consortes eram
vistas tão
somente como
emanações dos
Deuses
masculinos
individuais;
contudo, a
partir do século
V d.C., a Deusa
começou a ser um
importante
arquétipo para a
consciência
indiana. Durante
este período, as
Shaktis se
tornaram
divindades muito
importantes e
conseguiram o
direito de
adoração. Com o
tempo, adotaram
qualidades e
características
associadas com
um nível mais
primal de culto
da Deusa que
remonta a muitos
milênios nas
tradições
orientais.

BRAHMA-SARASVATI

Brahma tinha
como consorte
Sarasvati. Os
Vedas listam
Sarasvati como
sendo
originalmente
uma divindade da
água, a Deusa de
um rio que
corria a oeste
do Himalaia.
Posteriormente o
seu poder
aumentou. Ela
passou a ser
conhecida como a
Deusa dos
cânticos e dos
discursos, a
criadora do
sânscrito e a
descobridora da
bebida sagrada,
soma. Ela se
tornou a força
por trás de
todos os
fenômenos.
Sarasvati é
representada
como uma
graciosa mulher
com uma flauta,
de pele branca,
usando uma Lua
Crescente em sua
fronte; ela
cavalga um cisne
ou um pavão, ou
senta-se numa
flor de lótus. É
a Deusa de todas
as artes
criativas, em
especial da
poesia e da
música, do
aprendizado e da
ciência.
Sua forma
tibetana pode
ter dois, quatro
ou seis braços.
No Japão, onde é
chamada
Benzaiten ou
Benten, ela é a
encarnação da
mulher ideal; a
maioria de seus
templos fica nas
ilhas (o templo
principal fica
em Enoshima).
Ela aparece
montada em uma
serpente e é a
única divindade
feminina entre
os populares
Sete Deuses da
Boa Fortuna.
Besant Panchami,
às vezes chamado
Dawat Puja, é o
Festival de
Sarasvati na
Índia. Esse
festival tinha
início com a
limpeza de todos
os potes de
tinta e das
penas. Em nossa
era de
computadores,
devemos limpar
completamente
tais
equipamentos. Na
verdade, limpar
toda a área da
escrita, tirando
o pó de todos os
livros e
organizando os
papéis pessoais,
faz parte dessa
categoria.
Os hindus
consideram todas
as vidas como
uma participação
da harmonia
cósmica.
Consideram todas
as ações como
uma forma de
culto divino;
diz-se que é um
culto interno.
No culto
externo, seus
rituais
consistem em
sons, ritmos,
gestos, flores,
luzes, incenso e
oferendas, tudo
isso servindo
como auxílio
para guiar a
mente o mais
longe possível
do material e o
mais perto do
espiritual. Ao
culto individual
dá-se nome de "puja".
O ritual é
considerado
necessário para
estabelecer e
manter contato
com uma
divindade
específica.
Brahma Mantra
OM HRIM
BRAHMAYA NAMAH

SHIVA-PARVATI

Shiva é
manifestado
através de sua
contraparte
feminina, Shakti,
nos fenômenos
deste mundo, que
desdobram-se em
toda sua
multiplicidade e
são atraídos
para dentro da
divindade uma
vez mais. Shakti,
a mãe, torna-se
Kali, a
Destruidora, e
Shiva leva seu
mundo à
destruição e
anulação, como
anteriormente o
havia gerado.
Shiva é um Deus
em que todos os
opostos, morte e
vida, bem e mal,
luz e escuridão,
se encontram e
se reconciliam.
Seu pescoço é
azul, dado que
ali ele contem o
veneno azul da
cobra Vasuki,
que teria
destruído a
humanidade se
não a tivesse
levado à boca,
porém inclusive
ele não se
atreveu a
engoli-la.
Shiva também se
uniu a Parvati,
que pode ser
vista, num certo
sentido, como o
aspecto luminoso
de Kali. Parvati,
fundia-se com a
Deusa Durga e é
a Deusa do amor,
do romance e da
sexualidade. Ela
é jovem, bonita
e cheia de vida.
Assim, ela
representa a
união com Shiva,
uma
representação da
sublimação da
distinção
sexual.
Parvati é a mãe
de Ganesh, o
Deus com corpo
humano e cabeça
de elefante e
Skanda, também
conhecido como
Kartikeya, o
Deus da Guerra.
A lenda diz que
Ganesh foi
criado pela
Deusa Parvati ao
misturar o suor
de seu belo
corpo com
poeira. À época
de sua criação,
Ganesh possuía
uma face e as
formas de
qualquer outro
dos Deuses.
Quando Parvati
terminou, ela
indicou Ganesh
como guarda dos
portões de sua
morada.
Ganesh assumiu
seu dever com
seriedade, e
quando Parvati
disse que não
desejava ver
ninguém, ele
tentou afastar o
Deus Shiva.
Shiva não estava
disposto a ser
impedido de
entrar e abriu o
terceiro olho de
sua frente, que
arde como fogo
de dez mil sóis,
e queimou a
cabeça de Ganesh.
O povo Hindu ama
Ganesh.
Parvati ficou
bastante
irritada e disse
a Shiva que nada
desejava com ele
por causa das
suas atitudes
contra seu
vassalo
especial. Shiva
cedeu e disse
que Ganesh
poderia ter a
cabeça do
primeiro animal
que por ali
passasse. Tal
animal foi o
elefante.
Filha do éter e
do intelecto,
Parvati era a
regente dos
elfos e dos
espíritos da
terra. Era
considerada a
personificação
do Monte
Himalaia, sendo
diversificada em
várias Deusas
regionais
ligadas às
forças da terra,
da natureza, da
inteligência e
da criatividade.
Parvati pode ser
invocada para se
aprender o
equilíbrio entre
o físico e o
espiritual,
buscar alegria,
sabedoria e
realização
sexual,
conectando,
assim, seus
múltiplos
aspectos.

Shiva Gayatri
Mantra
MAHESAYA
VIDMAHE
MAHADEVAYA
DHIMAHI
TANNAHA SIVAHA
PRACODAYATA

Vishnu, o último
membro desta
trindade, o
preservador da
ordem e da
estabilidade no
mundo, tinha
Lakshmi como sua
Shakti. Sri
Lakshmi é
representada
segurando uma
flor de lótus,
ou sentada sobre
ela segurando um
cofre e
derrubando
moedas de suas
mãos. Segundo a
lenda, essa
Deusa nasceu
enquanto os
deuses agitavam
os mares de
leite, e foi
considerada uma
das quatorze
coisas preciosas
que surgiram
durante o
processo. Ela
estava
completamente
desenvolvida
quando saiu do
oceano. Todos os
Deuses a
desejavam como
esposa, mas ela
elegeu Vishnu.

Vishnu Gayatri
Mantra
OM
NARAYANA
VIDAMAHE
VASUDEVAYA DHI
MAHI
TANNO VISHNU
PRACODAYATA

Na Índia hindu,
Shakti, a Deusa,
é ativa,
poderosa,
considerada a
força animadora
do universo. O
masculino é a
força passiva,
inerte,
adormecida. Cada
Shakti tem seu
Deus ao qual se
une no ato
sexual. Sem
união, nenhum
dois dois pode
fazer nada. Para
os místicos
tântricos, a
união definitiva
com Shakti
acontece no
momento da
morte.
No Ocidente,
raramente
refletimos o
quanto é
necessário que
todas as coisas
devam gastar-se
e deteriorar-se.
Se a morte e a
decadência não
estivessem sido
dotadas de
poderes tão
grandes como as
forças da
criação, nosso
mundo inteiro
teria agora
alcançado o
estado
lamentável de
estagnação e
inteireza
retratado num
hipotético
jardim-de-infância,
onde o lado mau,
negro e
destrutivo da
vida teria sido
excluído. Se
tudo
permanecesse
para sempre como
foi
primeiramente
feito, todas as
capacidades de
"fazer" teriam
sido exploradas
há séculos. E,
assim,
inesperadamente,
o excesso de bem
cairia em seu
oposto e
torná-se-ia
excesso de mal.
É relativamente
fácil ver como a
morte e a
decadência podem
ser necessárias
no longo fluxo
dos séculos. É
mais difícil
ainda admitir a
verdade do
princípio quando
aplicado às
nossas próprias
atividades, e é
mais difícil
ainda entender o
significado
desse tipo de
imortalidade
quando aplicada
às nossas vidas
individuais
neste mundo.
Odiamos ver
nosso trabalho
morrer. Temos a
tendência de nos
identificarmos
com nossa
criação e
sentimo-nos
atacados quando
qualquer coisa
venha ameaçá-la.
Mas é ainda mais
difícil aceitar
o fato de que
nós próprios
precisamos
morrer, e
estamos aptos a
sentir que uma
promessa de
imortalidade que
leve consigo uma
necessidade de
morte não é mais
do que uma
caricatura e
zombaria.
É difícil
conscientizar
que a
importância de
um trabalho não
está incluída no
valor do produto
acabado, mas no
desenvolvimento
psicológico que
foi conseguido
enquanto
gradualmente
tornou-se uma
entidade real, a
qual
anteriormente
não tinha
nenhuma
existência,e
cuja concepção e
nascimento
surgiram das
profundezas do
psique.
Raramente nos
ocorre que nossa
vida, pessoal e
consciente, é a
própria criação,
ou seja é o
trabalho de
algum
"criador(a)",
psíquico,
ator(a),
produtor(a), ou
como quer que o
chamemos, que
está funcionando
de maneira
desconhecida em
algum lugar
escondido de
nosso ser.
Certamente, era
a essa verdade
que São Paulo se
referia quando
disse:"Não sou
eu que vivo, mas
Cristo é que
vive em mim." Um
sentido similar
de "estar vivo"
tem sido a
experiência não
somente de
religiosos, mas
de muitos outros
homens, que
afirmam a
sensação
interior de
serem dirigidos
por uma voz, uma
presença
interior, que
controla suas
ações e vive
através delas,
subordinando
suas vidas e
interesses
pessoais a essas
reivindicações
superiores.
Nossos trabalhos
podem morrer,
enquanto
continuamos a
viver,
transformados
pelo fato de
haver criado.
Não é possível
que isso seja
uma parábola,
sugerindo uma
verdade mais
importante? O
Ego, a
personalidade
consciente,
morre, mas não
sabemos e não
podemos nem
mesmo supor o
que acontece
como o
"executor(a)", o
"criador(a), por
trás da cena.

RITUAL DE
PARVATI PARA O
APOIO DO CASAL
Este ritual
ajudará a
melhorar sua
habilidade para
apoiar seu
parceiro (a).
Parvati o
influenciará
para que seja
mais
compreensiva (o)
e dê mais apoio.
Se possível,
realize esse
ritual com seu
companheiro (a).
Comece tomando
um banho
relaxante, que a
ajude a
desfazer-se de
suas angústias e
distrações.
Quando terminar,
cubra-se com um
óleo perfumado
ou um creme. Em
seguida coloque
uma música que
goste de dançar.
Não importa seu
estilo, só tente
que seja uma
música bem
alegre. Ponha o
tão alto que
possas (sem
molestar seus
vizinhos!) e
comece a dançar.
Se você estiver
com seu parceiro
(a), dancem de
modo que fiquem
bem abraçados.
Dancem por todas
as peças da
casa, incluindo
a porta de
entrada, os
banheiros, as
escadas (se
houver), a
cozinha, mas
especialmente os
lugares onde
você e seu
companheiro (a)
passam mais
tempo. Dancem
enquanto tiverem
energia.

Texto pesquisado
e desenvolvido
por
Rosane Volpatto

GLOSSÁRIO:
*Brahman: O Deus
que criou esse
universo. (Na
cosmologia
hindu, também
existem outros
universos)
*Kali: A forma
ameaçadora da
Deusa.
*Mantra:
Palavras ou sons
sagrados. Diz-se
que meditar com
um mantra leva a
pessoa aos
estados
superiores da
consciência.
*Parvati:
Literalmente,
"filha da
montanha". A
bondosa Deusa de
tez escura cujo
cônjuge é Shiva
e cujos filhos
são Ganesha (removedor
de obstáculos),
a divindade com
cabeça de
elefante, e
Skanda (Deus
Guerreiro).
*Sarasvati:
Deusa da
sabedoria e das
artes.
*Shakti: Energia
espiritual. A
suprema força
consciente: a
Deusa.
*Shiva: Deus da
destruição/transformação.
Também um nome
masculino para a
consciência
divina, em
contraposição a
Shakti.
*Vishnu: Deus
que controla a
manutenção do
universo.

 

 

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