DEUSA SCÂTHACH
A Deusa Scâthach era
conhecida como "a Mulher que semeia o Medo". Deusa cujo reino era a
Ilha de Skye (Sombra), onde treinava os jovens nas artes bélicas e na caça.
No entanto, apenas os
aprendizes mais decididos sobreviviam à jornada, pois tinham que atravessar uma
ponte instável que atirava os iniciados imprestáveis a água.

A perigosa ponte e
outras tarefas difíceis e paradoxais eram típicos ao treinamento de Scâthach. As
guerreiras-mestre, enviavam seus iniciados em buscas e depois colocavam
barreiras em seu caminho. Na maioria das vezes, essas barreiras eram as próprias
guerreiras, transformadas em bestas ou guerreiros maléficos.

O herói irlandês
Cuchulainn atravessou a ponte de Scâthach com o "salto do salmão": pulou até o
meio da ponte e, com um segundo pulo, chegou até a outra extremidade,
demonstrando metaforicamente o pulo de fé para ingressar no reino feminino.

Considerações lógicas e
racionais devem ser postas de lado. A investida direta, a maioria das vezes, é o
caminho mais curto ao mundo do inconsciente. A ajuda de uma mulher é importante,
pois ela já nasce treinada nos mistérios femininos, possuindo um elo nato com a
noite, a escuridão, o útero e a Grande Mãe. Isso, se não tiver sido rompido pelo
sistema de valores patriarcais que despreza esses segredos femininos.
Scâthach ensinou a
Cuchulainn as técnicas de guerreiro e também os mistérios do sexo. De acordo com
a lenda, ela ofereceu-lhe "a amizade das coxas". Toda a guerreira celta era
conhecida como uma furiosa amante erótica, mesmo podendo ser uma temível
inimiga.

Segundo as velhas leis
celtas irlandesas, era exigido de todo o proprietário de terras que servissem de
guerreiro em seu clã e como as mulheres também tinham o privilégio de serem
proprietárias de terras, estavam obrigadas a fazerem parte da casta de
guerreiros. Algo que era considerado uma honra.
Para os que não tinham
posse de terras, era mais difícil obter essa honra. Havia a possibilidade dos
pais darem seus filhos e filhas em adoção a um guerreiro(a), porém nem todas as
famílias podiam custear tais despesas, pois o treinamento era cobrado.
Geralmente os filhos passavam a servir o guerreiro(a), em troca da iniciação à
arte da guerra. Outra possibilidade era por méritos próprios, como a
condecoração por um feito heróico, ou algo do gênero.

As mulheres foram
desvinculadas desse treinamento no ano 697 d. C, aproximadamente, por uma lei
irlandesa conhecida como "Cain Adamnain", editada por um bispo chamado Arculf,
que depois acabou sendo chamado de São Adamnain.
Júlio César disse que as
mulheres guerreiras irlandesas possuíam muita força e em uma batalha contra os
celtas, quando elas eram chamadas, havia muita pouca chance de se obter uma
vitória.

Todos os guerreiros
celtas, homens e mulheres, estavam submetidos a certos códigos de honra, que na
Idade Média, ficou conhecido como "Códigos da Cavalaria".
As mulheres guerreiras
não só desfrutavam do status da elite guerreira, como também tinham obrigações.
Uma das principais era instruir os novos guerreiros. Era costume celta as
mulheres ensinar os homens e os homens ensinarem as mulheres.


A iniciação dos
guerreiros era composta por três partes: armamento, cognominação e iniciação
sexual. Depois de vencidas essas três etapas o guerreiro regressava à Irlanda e
era considerado invencível.
Segundo algumas fontes,
Scâthach era filha do rei Scythia e foi mãe de dois filhos: Cet e Cuar. Já outra
fonte diz que foi mãe de três virgens: Lasair, Inghean Bhuidhe e Uathach.

Cuchulainn foi treinado
por Scâthach durante um ano e um dia, período em que teve por amante sua filha
Uathach. Ele também teve um filho com Aife, irmã de Scâthach, chamado de "o infortunado Conlai", que mais tarde
é morto por Cuchulainn, já que quando o jovem vindo da Ilha das Sombras para
visitar Ulster, não se reconheceram e o enfrentamento foi inevitável.
Desgraçadamente, o anel de ouro que carregava Conlai o identificou, mas já era
tarde demais.
Foi também Scâthach que
deu a Cuchulainn o "Gae Bolg", sua lança (ou espada em algumas versões).
MULHERES CELTAS

Um exército inteiro de
romanos, era incapaz de deter um punhado de galeses, quando esses pedissem ajuda
a suas mulheres. Elas surgiam convertidas em verdadeiras "fúrias": inchando o
peito, relinchando como cavalos selvagens e rangendo os dentes, se atiravam
sobre os adversários dando patadas, mordidas e praticando ações tão fulminantes,
que todos diziam que elas se convertiam em verdadeiras catapultas. Eram umas
lobas que, à céu aberto lutavam raivosamente para proteger sua tribo.
O conceito celta da
mulher se diferenciava do que tiveram os gregos e romanos. As funções que
desempenhava rompiam padrões, causando impacto e assombro entre os escritores,
ou historiadores contemporâneos dos celtas, que deixaram suas impressões
escritas. A impressão geral que se obteve da mulher celta de antigamente, foi
que ocupou um privilegiado lugar, se compararmos com outras mulheres de outras
sociedades da época em que viveu. Sua importante função se desenvolveu em "pé de
igualdade" com os homens, tanto de direito, quanto de dever.
As mulheres celtas foram
tão boas guerreiras quanto os homens, muito temidas por sua valentia e força,
pois não eram vencidas fisicamente com facilidade. Elas sempre os precediam nas
lutas, muitas vezes, surgiam nos campos de batalha como verdadeiras feras, que
nuas, gritavam, uivavam, insultavam o inimigo com palavras, empunhando lanças e
imitando a Deusa Guerreira "Morrigan". Se fosse preciso, mostravam suas nádegas
como uma ato de desrespeito ao inimigo, ao puro estilo celta.
A mulher da Velha
Irlanda, único lugar que nunca foi visitado pelas legiões romanas, manteve sua
independência até o século XII e uns três séculos mais, estava ainda, quase em plano de
igualdade com o homem. Ela não foi derrotada em luta pelos romanos, mas sim pelo
cristianismo. Podemos dizer, que a mulher celta foi a grande precursora do
feminismo moderno.

Antigas lendas falam de
mulheres sábias, médicas, legisladoras, druidesas, poetisas, indicando que as
mulheres ocuparam essas posições dentro da sociedade. Tampouco eram excluídas do
privilégio da educação, pois existem numerosos registros a respeito. Também
houve mulheres que governaram e esposas de governantes muito populares, assim
como também guerreiras. Podiam ainda, ostentar o mando militar, como foi a caso
de Boudicca, a Rainha e Capitã da tribo dos Iceni britânicos, cujas ações
bélicas foram consideradas as mais sangrentas realizadas pelos celtas.
Uma mulher divorciada
retinha suas propriedades, mais o dote, o qual, no sistema legal Brehon, era
requerido tanto do marido como da mulher (consistia usualmente em bois, cavalos,
escudo, lanças e espadas). A esposa também podia exigir de um terço à metade da
riqueza do marido. O sexo não era encarado em rígidos termos moralistas: uma
mulher não era "culpada" de adultério se tivesse relações extraconjugais; uma
mulher podia escolher seu marido (a maioria dos povos dessa época, permitia
unicamente que o homem escolhesse uma esposa); os casamentos tinham duração de
um ano, quando podiam ser renovados se houvesse mútuo consentimento; a
homossexualidade masculina era comum e aceita, especialmente entre guerreiros.
Quanto as druidesas,
embora muitos autores negam a sua existência é por não terem sido mencionadas
por alguns historiadores da época como Júlio César, que nunca chegou até as
ilhas, de onde provinham todos os relatos acerca das sacerdotisas. Entretanto,
Pomponio Mela faz um relato sobre elas quando acompanhou Adriano até as ilhas
britânicas: "havia na alta Caledônia mulheres sacerdotisas chamadas Bandruidh
que, igual aos druidas varões estão divididas em três categorias..." e segue
detalhando sobre o lugar que ocupavam na sociedade e as funções que exerciam.
As lendas nos narram
episódios onde mulheres druidas eram relevantes na história, assim: Gáine como
uma chefe druida, Aoife ou Aife, irmã de Deusa Scâthach, que com sua varinha
converte em cisnes os filhos de Lyr. A Biróg, outra druidesa, que ajudou Cian a
conhecer Eithlinn, feito muito relevante na mitologia celta irlandesa, pois dele
nasceria posteriormente Lugh.

Muito embora a mulher
celta fosse uma guerreira, ela se preocupava com a aparência. Trançava os
cabelos, usava muitos adornos e até pequenos sinos em suas roupas para atrair a
atenção do sexo oposto. Forte, mas feminina, pois sabia que era a única do
gênero humano que podia dar vida. Sem descendência, não haveria família, nem
clã, nem tribo. Com escassa descendência, sua tribo se tornaria menos numerosa,
possuindo menos recursos, menos mãos para o cultivo e para guerra.
ARQUÉTIPO DA JORNADA
Todos nós, homens e
mulheres, estamos aqui, porque nos escolheram e nos convocaram para essa jornada
heróica que chamamos de vida. E, ainda que, nossa vida esteja repleta de
aventuras externas, o nosso principal objetivo é a transformação interna.
Todas as histórias de
heróis e heroínas até podem nos inspirar, mas cabe a cada um de nós responder ao
seu próprio chamado, ou seja, individualizar-se.
A nossa jornada da vida
sempre será uma trama de um grande drama, onde sofreremos vitórias e derrotas
nas mãos de demônios e todos os dias uma nova convocação é refeita para
combatê-los.
O arquétipo da jornada é
a formalização da força vital, ou seja, a ativação e a canalização da libido
rumo a maior desenvolvimento. O maior risco que uma pessoa irá jamais encontrar
é a sutil sedução do inconsciente, o anseio de permanecer no âmbito do que é
conhecido e confortável. Jung descreve da seguinte maneira essa pessoa:
-"Ele sempre imagina o
pior à sua frente e, no entanto, o inimigo que carrega está dentro de si mesmo -
no anseio letal pelo abismo, na ânsia de afogar-se na própria fonte......A
tendência regressiva tem sofrido a consistente oposição, desde o tempos mais
primitivos, da parte dos maiores sistemas psico terapêuticos que conhecemos como
as religiões. Estas buscam criar uma dimensão consciente autônoma, levando a
humanidade a desmamar e afastar-se do sono de sua puerilidade."
O "anseio letal pelo
abismo" de que fala Jung, nada mais é do que a Letargia. O outro, chamado Medo,
é natural ao humano frágil que trabalha tão arduamente para garantir uma parcela
de segurança e no fim só encontra armadilha em que a força vital se torna
estultificada.
Portanto, todos nós, que
aqui nos encontramos, estamos obrigados a sofrer, meditar e encarnar nossa
experiência do ciclo do eterno retorno da Grande Mãe e, igualmente, a
desembaraçar-nos da letargia e do medo, para assim nos tornarmos aquilo que a
natureza tão misteriosamente nos oferece.
NEUTRALIZAÇÃO DE DANOS
Muitos ainda são os
fanáticos que parecem obcecados com a injunção bíblica de que não se deve
"tolerar que uma Bruxa viva". Eu mesma, já enfrentei e enfrento preconceitos
dentro de meu ciclo de amizades, mas nós Bruxas temos o poder de neutralizar
nossos inimigos de maneira de que eles não possam nos infligir danos. Se as
outras religiões aprendessem, como nós, a combater o mal sem fazer o mal, o
nosso mundo já estaria livre guerras, homens-bomba, armas nucleares e tanto
derramamento de sangue.
Entrar em alfa
visualizando um sete vermelho. Retenha-o por um momento e depois solte-o.
Visualize em seguida um seis laranja, depois: um cinco amarelo, um quatro verde,
um três azul, um dois índigo e um um lilás.
A seguir, diga
mentalmente, com toda a convicção: "Estou em alfa, e tudo o que fizer será
correto e para o bem de todos. Assim é!"
Agora com o Terceiro
Olho veja a pessoa ou situação que a está ameaçando e comece pintando um enorme
"X" branco sobre ela. Diga então:
"Eu neutralizo isso",
quando a pessoa e situação estiver totalmente coberta com o X.
Pedir sempre que essa
projeção seja feita corretamente e para o bem de todos.

Texto pesquisado e
desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO
Bibliografia:
O Poder da Bruxa -
Laurie Cabot
O Medo do Feminino -
Erich Neumann
Consciência Solar,
Consciência Lunar - Murray Stein
O Amor Mágico - Laurie
Cabot
Rastreando os Deuses -
James Hollis



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