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NÉFTIS,
A REVELADORA

A Néftis egípcia, cujo nome significa
"fim" e "vitória" era
conhecida como a Senhora do Palácios, Dama
da Casa e A Reveladora. Era irmã de Ísis e
a esposa de deus Seth. Enquanto Ísis
representava a força da vida e do
renascimento. Nephtys era a deusa do
pôr-do-sol, dos túmulos e da morte. Seus
respectivos cônjuges também representavam
energias opostas. Osíris, o consorte de
Ísis, era o deus da fertilidade; Seth, o
cônjuge de Néftis, representava a aridez,
a esterilidade e a maldade. O deus Seth é
também conhecido como o assassino de
Osíris. Néftis
é uma deusa guardiã e ajudou Ísis a
colher os pedaços de Osíris quando Seth o
destroçou. Também ajudou Ísis a reanimar
o corpo de Osíris por tempo o bastante para
que ela concebesse um filho. Por isso é
muito freqüente ver juntas ambas as deusas,
uma na cabeça e outra nos pés do
sarcófago. A Néftis é representada junto
sua irmã, chorando e velando Osíris.
Aliás, a sua associação com Ísis no ciclo
osiriano, bem documentada em inúmeras
pinturas, esculturas e representações, nesse
papel de divina carpideira de Osíris, é um
dos seus traços dominantes. Tal como Ísis,
apóia Osíris no seu Tribunal do Mundo
Inferior, sendo freqüentemente representada
assistindo à cerimônia de psicostasia, atrás
do trono onde majestaticamente, Osíris se
senta.
Como divindade relacionada com o mundo
funerário e pelo seu papel na mumificação,
as faixas que envolviam o defunto eram
consideradas como madeixas do seu cabelo.

A morte para os egípcios antigos era uma
passagem muito perigosa, pois quando a alma
abandona o corpo, tudo se desune e todos os
elementos corriam o risco de se manter
dissociados do outro lado do espelho.
Portanto a morte implicava necessariamente
em uma ação mágica: a preservação da
coerência do ser durante a passagem deste
mundo para o outro, para poder fazê-lo
reviver do outro lado na sua plenitude. Para
tal feito, se realizava o embalsamento.
Segundo o esoterismo egípcio, o ser é
composto de diversas qualidades, sendo mais
conhecidas o "akh", a
irradiação, o "ba", o poder de
encarnação, e o "ka", a
potência vital. Cada elemento tem uma
existência independente. É através da
arte mágica do embalsamento que todas as
partes passavam pelas aberturas do céu,
permitindo que o ser completo pudesse ir e
vir. O sarcófago não era um túmulo ou um
lugar vazio. Era considerado como um navio e
como um ventre do céu. O espírito do
"morto' entra e sai do sarcófago.
Apesar de ser representada como uma bela
mulher de olhos verdes, Néftis era chamada
de a irmã obscura de Ísis. Ela se
encontrou clandestinamente com Osíris e
dele concebeu Anúbis, que conduzia os
mortos. Por vezes, era representada com
longos braços alados estendidos em
proteção; em outras vezes, ela carregava
uma cesta em sua cabeça. Plutarco nos deu
uma explicação bastante esotérica sobre
estas duas irmãs:
"Neftis designa o que está embaixo
da terra e que não se vê (isto é, seu
poder é de desintegração e reprodução),
e Ísis representa o que está sobre a terra
e é visível (a Natureza física). O
círculo do horizonte que divide estes dois
hemisférios e é comum a ambos é Anúbis.
Como uma deusa da Lua Nova, Néftis se
compadece e compreende as fraquezas humanas.
Seu aconselhamento é justo e sábio. Ela
rege as artes mágicas, os conhecimentos
secretos, os oráculos e as profecias.
Animais como serpentes, cavalos, cães
brancos, e dragões eram seus, assim como
aves como a coruja e o corvo. No Egitos, o
pentagrama (estrela de cinco pontas) era
conhecido como a estrela de Ísis e Néftis.
Essa deusa regia a morte a magia escura,
coisas ocultas, conhecimentos místicos,
proteção, invisibilidade ou anonimidade,
intuição, sonhos e paz. Néftis, apesar de
seu aspecto obscuro, oculta toda a força do
feminino em sua mais abnegada e sedutora
expressão e representa ainda, a
compreensão que nasceu do amor sem
fronteiras.

Néftis pode nos apresentar a nossa
porção sombra aquela parte de nossa psique
que está sempre conosco e nos
influenciando. A sombra engloba tudo aquilo
que temos medo, vergonha, que consideramos
inadequado ou que simplesmente não
apreciamos em nós mesmos. Tentamos reprimir
e nos livrar dessas coisas, sem perceber
que, se celebrarmos um armistício para que
possamos utilizar suas forças, podemos nos
tornar pessoas mais poderosas e completas.
A
porção de sombra pode também ser mensageira
do subconsciente e dos deuses. Ao utilizar
sonhos e visões, eles podem nos revelar o
que é necessário para nossa proteção,
sabedoria e expansão, tanto na vida física
como na espiritual.

RITUAL
EM BUSCA DE SONHOS REVELADORES
(deve ser realizado na Lua Nova ou Lua
Cheia)

De pé, perante o altar, erga os braços
em saudação e diga:
Eu chamo por Néftis para me proteger e
instruir!
Néftis, Dama da Vida, Senhora dos
Deuses,
Deusa Obscura das poderosas palavras de
poder,
Eu clamo sua presença,
Que sua força eterna esteja sempre
Atrás de mim,
Àminha frente,
Sob mim,
Acima de mim
Proteja-me, Mãe Obscura!
Antiga Mãe, a Sagrada de muitos nomes,
Mostre-me os segredos dos sonhos.
Ensina-me a Magia Lunar e o conhecimento
das ervas.
Dê-me sabedoria para lidar com meu lado
de sombra,
Usando suas forças e superando suas
fraquezas.
Eu lhe agradeço, Grande Senhora.
Prepare-se então e coloque um caderno
perto de sua cama para que possa documentar
todos seus sonhos até a próxima fase da
Lua, pois Néftis se comunica primariamente
através de sonhos, usando o poder da Lua.
Você logo perceberá um padrão nos seus
sonhos. Sonhos sob influência da Lua Cheia
podem lidar com eventos de natureza
psíquica, enquanto aqueles sob influência
da Lua Nova são de natureza mais
espiritual.
Um
grupo de antropólogos egípcios encontrou
um curioso papiro escrito há cerca de 4.000
anos. Nele se explica o significado de um
sonho que havia tido um parente do faraó. O
homem sonhara que um abutre devorava-lhe o
fígado e que isso lhe proporcionava uma
grande alegria. O sacerdote consultado disse
que era anúncio de que, em breve, essa
pessoa se libertaria de um grande peso que a
impedia de ser feliz. Parece difícil
entender por que essa pessoa, durante o
sono, tinha uma sensação de alívio em vez
de dor e angústia. O sacerdote, porém,
não teve dúvidas. Ainda que a história
tenha ficado inacabada para sempre, pois o
resto do papiro não foi achado, tudo fica
mais claro quando se sabe que os egípcios
acreditavam, assim como os gregos, que a
alma das pessoas estava alojada no fígado.
Dessa forma, fica claro que o sonho mostra o
desejo daquele homem de livrar-se de algum
peso que atormentava sua vida. Um taratado
egípcio da XII Dinastia (1.800 a.C.)
detalha a forma em que os sonhos devem ser
analisados e qual o conteúdo dos símbolos
mais comuns.
Você
não tem posse deste tratado nem
conhecimento muito grande da religiosidade
egípcia, mas fique atenta, pois cada vez que
sonhamos estamos recebendo uma mensagem
secreta proveniente da nossa consciência.
Seu significado é sempre misterioso e pode
ser interpretado de modos diferentes.
Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto


 
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