DEUSA ÍSIS

Eu
concebi
carreguei
e
dei à luz a toda vida
Depois
de dar-lhe todo meu amor
Dei-lhe
também meu amado Osíris
Senhor
da vegetação
Deus
dos cereais
para
ser ceifado
e
nascer outra vez
Cuidei
de você na doença
fiz
suas roupas
observei
seus primeiros passos
Estive
com você até mesmo no final
segurando
sua mão
para
guiá-lo para a imortalidade
Você
para mim é TUDO
E
eu lhe dei TUDO
E
para você eu fui TUDO
Eu
sou sua Grande-Mãe, ÍSIS

Nossa
amada Deusa Ísis foi cultuada e adorada
em inúmeros lugares, no Egito, no Império
Romano, na Grécia e na Alemanha. Quando
seu amado Osíris foi assassinado e
desmembrado pelo seu irmão Seth que
espalhou seus pedaçospor todo o Egito, Ísis
procurou-os e os juntou novamente. Ela
achou todos eles, menos seu órgãos
sexual, que substitui por um membro de
ouro. Através de magia e das artes de
cura, Osíris volta à vida. Em seguida,
ela concebe seu filho solar Hórus.
Os
egípcios ainda mantêm um festival
conhecido como a Noite da Lágrima. Tal
festival tem sido preservado pelos árabes
como o festival junino de Lelat-al-Nuktah.
-*-*-
ÍSIS, DO MITO À HISTÓRIA
No começo só existia o grande, imóvel e
infinito mar universal, sem vida e em
absoluto silêncio. Não havia nem alturas,
nem abismos, nem princípio, nem fim, nem
leste, nem oeste, nem norte e nem sul. Das
primeiras sombras se desprenderam as
trevas e apareceu o caos. Desse ilimitado
e sombrio universo surgiu a vida e, com
ela, a estirpe dos Deuses.
Conta a mitologia solar que o criador de
tudo foi Atum, o Pai dos Pais. A partir do
momento que Atum toma consciência de si
mesmo, ele tornou-se Rá.
Em sua infinita sabedoria, o Deus
consciente, desejou e materializou uma
separação entre si mesmo e as águas
primordiais, desejando emergir a primeira
terra seca em forma de colina a que os
egípcios chamaram a "colina benben".
Então Atum criou os outros Deuses.
Recolheu seu próprio sêmen na mão, e
engolindo-o se fecundou a si mesmo.
Vomitou, dando vida a Shu e Tefnut, o ar
seco e o ar úmido.
Shu e Tefnut se unem e dão a luz ao Deus
Geb, a terra, e a Deusa Nut, o céu, que,
por sua vez, quando se uniram fisicamente
tiveram quatro filhos: Osíris (Deus da
Ordem), Seth (Deus da Desordem) e suas
irmãs Ísis e Neftis, nascidos nessa ordem.
A nova geração completa o número de nove
divindades, a Enéada, que começa com o
Deus criador primordial. Na escrita
egípcia o três era utilizado para
representar o número plural, enquanto que
o nove proporciona um meio simbólico de
indicar o "todo". A Enéada do Deus Sol é
conhecida entre os egiptólogos como a
Enéada Heliopolitana.
Osíris, o primogênito, havia herdado de
seu pai Geb a terra para governá-la. Já a
Deusa Ísis, cujo nome significa "o trono",
"a sede" (capital), se uniu a seu irmão
Osíris, para sustentar todo o seu poder,
estabelecendo-se assim, o primeiro casal
real do Egito. Se ele era o rei, soberano
da terra, ela ia ser seu trono, a sede
eternamente estável, de onde era exercida
toda a realeza sobre o Egito.
-*-*-
ÍSIS E O NOME SECRETO DE RÁ
O Deus Sol Rá tinha tantos nomes que
inclusive os Deuses não conheciam todos.
Um dia, a Deusa Ísis, Senhora da Magia, se
pôs a aprender o nome de todas as coisas,
para tornar-se tão importante como o Deus
Rá.
Depois de muitos anos, o único nome que
Ísis não sabia era o nome secreto de Rá,
assim decidiu enganá-lo para descobrir.
A cada dia, enquanto voava pelo céu, Rá
envelhecia e até já começava a babar. Ísis
recolheu sua baba e modelando-a com terra,
deu forma a uma serpente, que depois
colocou no caminho de Rá. Esse foi mordido
e caiu ao solo agonizante. Ísis disse ao
Deus que poderia curá-lo, desde que ele
lhe revelasse seu nome secreto. Ele se
negou, porém ao notar que o veneno da
cobra era potente suficientemente para
matá-lo, não teve outra opção a não ser
revelá-lo. Com esse conhecimento secreto,
Ísis pode apropriar-se de parte do poder
de Rá.
-*-*-
ÍSIS
E OSÍRIS (segundo Plutarco)

No
Egito, assim como na Babilônia, o culto
da lua precedeu o do sol. Osíris,
Deus da
lua, e Ísis, a Deusa da lua, irmã e
esposa de Osíris, a mãe de Hórus, o
jovem Deus da lua, aparecem nos textos
religiosos antes da quinta dinastia (cerca
de 3.000 a. C.).
É
difícil fazer um estudo conciso sobre o
significado do culto de Ísis e Osíris,
pois, durante muitos séculos nos quais
esta religião floresceu, aconteceram
mudanças na compreensão dos homens em
relação a ele.
Nos
primeiros registros, Osíris, parece ser
um espírito da natureza, concebido como o
Nilo ou como a lua, o qual, pensava-se,
controlava as enchentes periódicas do
rio. Era o Deus da umidade, da fertilidade
e da agricultura. Durante o período da
lua minguante, Seth, seu irmão e inimigo,
um demônio de um vermelho fulvo
incandescente, devorava-o. Dizia-se que
Seth tinha se unido a uma rainha etíope
negra para ajudá-lo na sua revolta contra
Osíris, provavelmente uma alusão à seca
e ao calor, que periodicamente vinham do
Sudão, assolavam e destruíam as
colheitas da região do Nilo.
Seth
era o Senhor do Submundo, no sentido de Tártaro
e não de Hades, usando-se termos gregos.
Hades era o lugar onde as sombras dos
mortos aguardavam a ressureição,
correspondendo, talvez, à idéia católica
do purgatório. Osíris era o
Deus do
Submundo neste sentido, Tártaro é o
inferno dos condenados, e era deste mundo
que Seth era o Senhor.
Nas
primeiras formas do mito, Osíris era a
lua e Ísis a natureza, Urikitu, a Verde
da história caldéia. Mas,
posteriormente, ela tornou-se a lua-irmã,
mãe e esposa do Deus da lua. É neste
ciclo que este mito primitivo da natureza
começou a tomar um significado religioso
mais profundo. Os homens começaram a ver
na história de Osíris, que morreu e foi
para o submundo, sendo depois restituído
à vida pelo poder de Ísis, uma parábola
da vida interior do homem que iria
transcender a vida do corpo na terra.
Os
egípcios eram um povo de mente muito
concreta, e concebiam que a imortalidade
poderia ser atingida através do poder de
Osíris de maneira completamente
materialista. Era por essa razão que
conservavam os corpos daqueles que tinham
sido levados para Osíris, através da
iniciação, como conta o "Livro dos
Mortos"; com efeito, acreditavam que,
enquanto o corpo físico persistisse, a
alma, ou Ka, também teria um corpo no
qual poderia viver na
Terra-dos-bem-aventurados, como Osíris
que, no texto de uma pirâmide da
quinta dinastia, é chamado de "Chefe
daqueles que estão no Oeste", isto
é, no outro mundo.
Ísis
e Osíris eram irmãos gêmeos, que
mantinham relações sexuais ainda no
ventre da mãe e desta união nasceu o Hórus-mais-velho.
No Egito, nesta época, era hábito entre
os faraós e as divindades a celebração
de núpcias entre irmãos, para não
contaminar o sangue.
A
história continua contando que quando Osíris
tornou-se rei, livrou os egípcios de uma
existência muito primitiva. Ensinou-lhes
a agricultura e a feitura do vinho,
formulou leis e instruiu como honrar seus
deuses. Depois partiu para uma viagem por
todo o país, educando o povo e
encantando-o com sua persuasão e razão,
com a música, e "toda a arte que as
mesas oferecem".
Enquanto
ele estava longe sua esposa Ísis
governou, e tudo correu bem, mas tão logo
ele retornou, Seth, que simbolizava o calor
do deserto e da luxúria desenfreada,
forjou um plano para apanhar Osíris e
afastá-lo. Confeccionou um barril do
tamanho de Osíris. Então convidou todos
os Deuses para uma grande festa, tendo
escondido seus setenta e dois seguidores
por perto. Durante a festividade, mostrou
seu barril que foi admirado por todos.
Prometeu dá-lo de presente àquele que
coubesse nele. Então todos entraram nele
por sua vez, mas ele se ajustou somente a
Osíris. Neste momento, os homens
escondidos apareceram e, rapidamente
lacraram a tampa do barril. Levaram-o e
jogaram no rio Nilo. Ele boiou para longe
e alcançou o mar pela "passagem que
é conhecida por um nome abominável".
Este
evento ocorreu no décimo sétimo dia de
Hator, isto é, novembro, no décimo
oitavo ano de reinado de Osíris. Ele
viveu e reinou por um ciclo de vinte e
oito períodos ou dias, porque ele era a
lua, cujo ciclo completa-se a cada vinte e
oito dias.
Quando
Ísis foi sabedora dos acontecimentos fatídicos,
cortou uma mecha de seu cabelo e vestiu
roupas de luto e vagou por todos os
lugares, chorando e procurando pelo
barril. Foi seu cachorro Anúbis, que era
filho de Néftis e Osíris, que levou-a até
o lugar onde o caixão tinha parado na
praia, no país de Biblos. Ele havia
ficado perto de uma moita de urzes, que
cresceram tanto com sua presença, que
tornou-se uma árvore que envolveu o
barril. O rei daquele país mandou cortar
a tal árvore e de seu tronco fez uma viga
para a cumeeira de seu palácio, sem
sequer imaginar que o mesmo continha o
barril.
Ísis
para reaver seu marido, fez amizade com as
damas de companhia da rainha daquele país
e acabou como enfermeira do príncipe. Ísis
criou o menino dando-lhe o dedo ao invés
de seu peito para mamar.
Os
nomes do rei e da rainha são: Malec e
Astarte, ou Istar. Bem sugestivo, pois nos
faz ver que Ísis teve que recuperar o
corpo de Osíris de sua predecessora da Arábia.
Acabou
tendo que revelar-se para a rainha e
implorou pelo tronco da árvore que
continha o corpo de Osíris. Ísis retirou
o barril da árvore e levou-o consigo em
sua barcaça de volta para casa. Ao
chegar, escondeu o caixão e foi procurar
seu filho Hórus, para ajudá-la a
trazer Osíris de volta à vida.
Seth
que havia saído para caçar com seus
cachorros, encontra o barril. Abriu-o e
cortou o corpo de Osíris em catorze pedaços
espalhando-os. Aqui temos a fragmentação,
os catorze pedaços que óbviamente
referem-se aos catorze dias da lua.
Ísis
soube do ocorrido e saiu à procura das
partes do corpo. Viajou para longe em sua
barcaça e onde quer que acahasse uma das
partes fazia um santuário naquele lugar.
Conseguiu reunir treze das peças
unindo-as por mágica, mas faltava o falo.
Então fez uma imagem desta parte e
"consagrou o falo, em honra do qual
os egípcios ainda hoje conservam uma
festa chamada de "Faloforia",
que significa "carregar o falo".
Ísis
concebeu por meio dessa imagem e gerou uma
criança, o Hórus-mais-jovem.
Osíris
sugiu do submundo e apareceu para o Hórus-mais-velho.
Treinou-o então para vingar-se de Seth. A
luta foi longa, mas finalmente Hórus
trouxe Seth amarrado para sua mãe.
Este
é o resumo do mito.
Os
cerimoniais do Egito eram relacionados com
esses acontecimentos. A morte de Osíris,
interpretada todos os anos, bem como as
perambulações de Ísis e suas lamentações,
tinham um papel conspícuo. O mistério
final de sua ressureição e a demonstração
pública, em procissão, do emblema de seu
poder, a imagem do falo, completavam o
ritual. Era uma religião na qual a
participação emocional da tristeza e
alegria de Ísis tinha lugar proeminente.
Posteriormente, tornou-se de fato uma das
religiões nas quais a redenção era
atingida através do êxtase emocional
pelo qual o adorador sentia-se um com
Deus.
-*-*-
ARQUÉTIPO
DA PROVEDORA DA VIDA

É
pelo poder de Ísis, através de seu amor,
que o homem afogado na luxúria e na paixão,
eleva-se a uma vida espiritual. Ísis,
antes de tudo, é provedora da vida.
Comumente é representada amamentando seu
filho Hórus, pois ela é a mãe que nutri
e alimenta tudo que gera. Ísis com seu
bebê no colo, acabou transformada na
Virgem Maria com o menino Jesus.
Embora
Isis fosse considerada como mãe universal
ela era venerada como protetora das
mulheres em particular. Sendo aquela que dá
a vida, que presidia sobre vida e morte,
ela era protetora das mulheres durante o
parto e confortava aquelas que perdiam
seus entes queridos. Em Ísis, as mulheres
encontravam o apoio e a inspiração para
prosseguirem com suas vidas. Ísis
proclamava ser, em hinos antigos, a deusa
das mulheres e dotava suas seguidoras de
poderes iguais aos do homem.
Esta
Deusa é também freqüentemente
representada como uma Deusa negra. Este
fato está diretamente associado ao período
de luto de Ísis (morte de Osíris),
quando ela vestia-se de preto ou ela própria
era preta.
As
estátuas pretas de Ísis tinham também
um outro sentido. Plutarco declara que
"suas estátuas com chifres são
representações da Lua Crescente,
enquanto que as estátuas com roupa preta
significavam as ocultações e as
obscuridades nas quais ela segue o Sol (Osíris),
almejando por ele. Conseqüentemente,
invocam a Lua para casos de amor e Eudoxo
diz que Ísis é quem os decide".
No
Solstício de Inverno, a
Deusa, na forma
de vaca dourada, coberta por um traje
negro, era carregada sete vezes em torno
do Santuário de Osíris morto,
representando as perambulações de Ísis,
que viajou através do mundo pranteando
sua morte e procurando pelas partes
espalhadas de seu corpo. Este ritual, era
um procedimento mágico, que tencionava
prevenir que a seca invadisse as regiões
férteis do Nilo, pois a ressurreição de
Osíris era, naquela época, um símbolo
da enchente anual do Nilo, da qual a
fertilidade da terra dependia.
-*-*-
ÍSIS
E HÓRUS
Muita
conhecida de todos os nós é a história
de Hórus, o filho de Ísis, a
Deusa do
Egito, tanto quanto os também tão
estimados e conhecidos Maria e o menino
Jesus no cristianismo. Entretanto, existem
algumas diferenças entre os dois: a Ísis
é adorada como uma divindade maternal
muito antiga. Algumas vezes é
representada com um disco do sol (ou lua)
na cabeça, flanqueada à direita e à
esquerda por dois chifres de vaca. A vaca
era e é por seu úbere dispensador de
leite o animal-mãe, usado em muitas
culturas como símbolo materno. Outra
diferença fundamental entre Ísis e Maria
é também o fato de Ísis ter sido
venerada como a grande amada. Ainda no
ventre materno ela se casou com seu irmão
gêmeo Osíris, que ela amava acima de
tudo.
Nos
rituais antigos egípcios, executados para
obter a ressurreição, o olho de Hórus
tinha papel muito importante e era usado
para animar o corpo do morto cujos membros
tinham sido reunidos. Hórus, filho
e herdeiro por excelência, é invocado
também, para que impeça a ação do réptéis
que estão no céu, na terra e na água,
os leões do deserto, os crocodilos do
rio.
Protetor
da realeza, Hórus desempenha ainda, o
papel capital do Deus da cura. A magia de
Hórus desvia as flechas do arco, apazigua
a cólera do coração do ser angustiado.
-*-*-
ARQUÉTIPO
DE CURA

Ísis
era invocada nas antigas escrituras como a
senhora da cura, restauradora da vida e
fonte de ervas curativas. ela era venerada
como a senhora das palavras de poder,
cujos encantamentos faziam desaparecer as
doenças.
À
noção de magia liga-se também,
imediatamente ao nome de Ísis, que
conhece o nome secreto do
Deus supremo. Ísis
dipõe do poder mágico que Geb, o
Deus da
Terra, lhe ofereceu para poder proteger o
filho Hórus. Ela pode fechar a boca de
cada serpente, afastar do filho qualquer
leão do deserto, todos os crocodilos do
rio, qualquer réptil que morda. Ela pode
desviar o efeito do veneno, pode fazer
recuar o seu fogo destruidor por meio da
palavra, fornecer ar a quem dele
necessite. Os humores malignos que
perturbam o corpo humano obedecem a Ísis.
Qualquer pessoa picada, mordida, agredida,
apela a ísis, a da boca hábil,
identificiando-se com Hórus, que chama a
mãe em seu socorro. Ela virá, fará
gestos mágicos, mostrar-se-á tranqüilizadora
ao cuidar do filho. Nada de grave irá
lesar o filho da grande
Deusa.
Ísis
aparece em na nossa vida para dizer que é
hora de meditar. Você tem desperdiçado
sua energia maternal sem guardar um pouco
para si mesma? Sua mãe lhe deu todo o
amor que você precisou? Pois agora é
tempo de você se dar "um colo"
para curar as mágoas do passado. Todos nós
precisamos de cuidados maternos,
independente de sermos donzela, mãe ou
mulher madura.
-*-*-
ARQUÉTIPO
DA MÃE-NATUREZA

Ísis,
Deusa da lua, também é Mãe da Natureza.
Ela nos diz que para este mundo continuar
a existir tudo que é criado um dia
precisa ser destruído. Ísis determina
que não deve haver harmonia perpétua,
com o bem sempre no ascendente. Ao contrário,
deseja que sempre exista o conflito entre
os poderes do crescimento e da destruição.
O processa da vida, caminha sobre estes
opostos. O que chamamos de "processo
da vida", não é idêntico ao
bem-estar da forma na qual a vida está
neste momento manifesta, mas pertence ao
reino espiritual no qual se baseia a
manifestação material.
Com
certeza, se a morte e a decadência não
tivessem dotados de poderes tão grandes
quanto as forças da criação, nosso
mundo inteiro já teria alcançado o
estado de estagnação. Se tudo
permanecesse para sempre como foi
primeiramente feito, todas as capacidades
de "fazer" teriam sido esgotadas
há séculos. A vida hoje estaria hoje
totalmente paralisada. E, assim,
inesperadamente, o excesso de bem,
acabaria em seu oposto e tornar-se-ia
excesso de mal.
Ísis,
tanto na forma da natureza, como na forma
de Lua, tinha dois aspectos. Era criadora,
mãe, enfermeira de todos e também
destruidora.
O
nome Ísis, significa "Antiga" e
era também chamada de "Maat", a
sabedoria antiga. Isto corresponde a
sabedoria das coisas como são e como
foram, a capacidade inata inerente, de
seguir a natureza das coisas, tanto na
forma presente como em seu desenvolvimento
inevitável, uma relação à outra.
-*-*-
O
VÉU DE ÍSIS

O
traje de Ísis só era obtido através da
iniciação, era multicolorido e usado em
muitos cerimoniais religiosos.
O
véu multicolorido de Ísis é o mesmo véu
de Maias, que nos é familiar no
pensamento hindu. Ele representa a forma
sempre mutante da natureza, cuja beleza e
tragédia ocultam o espírito aos nosso
olhos. A idéia é a de que o Espírito
Criativo vestia-se de formas materiais de
grande divindade e que todo o universo que
conhecemos era feito daquela maneira, como
a manifestação do Espírito do Criador.
Plutarco
expressa essa idéia quando diz:"Pois
Ísis é o princípio feminino da natureza
e aquela que é capaz de receber a
inteireza da gênese; em virtude disso ela
tem sido chamada de enfermeira e a que
tudo recebe por Platão e, pelo multidão,
a dos dez mil nomes, por ser transformada
pela Razão e receber todas as formas e idéias".
Um
hino dirigido a Ísis-Net exprime essa
mesma idéia de véu da natureza que
esconde a verdade do mistério dos olhos
humanos. Net era uma forma de Ísis, e era
considerada como Mãe-de-todos, sendo de
natureza tanto masculina como feminina. O
texto em que esse hino está registrado
data de cerca de 550 a.C., mas é
provavelmente muito mais antigo.
Salve,
grande mãe, não foi descoberto teu
nascimento!
Salve,
grande deusa, dentro do submundo que é
duplamente escondido, tu, a desconhecida!
Salve,
grande divina, não foste aberta!
Ó,
abre teu traje.
Salve,
coberta, nada nos é dado como acesso a
ela.
Venha
receber a alma de Osíris, protege-adentro
de tuas duas mãos.
O
véu de Ísis, tem também significados
derivados. Se diz que o ser vivo é pego
na teia ou véu de Ísis, significando que
no nascimento o espírito, a centelha
divina, que está em todos nós, é preso
ou incorporado na carne. Significa dizer,
que todos nós ficamos emaranhados ou
presos na teia da natureza. Essa teia é a
trama do destino ou circunstâncias. É
inevitável que devamos ser presos pelo
destino, mas freqüentemente consideramos
este enredamento como infortúnio e
queremos nos libertar dele. Se aceitarmos
esta situação de o ser vivo estar preso
a teia de Ísis, acabaremos
encarando a trama de nossa vida de maneira
diferente, pois é somente deste modo que
o espírito divino pode ser resgatado. Se
não fosse aprisionado desta forma,
vagaria livremente e nunca teria
oportunidade de transformar-se. Portanto,
o espírito do homem precisa estar preso
à rede de Ísis, caso contrário, não
poderá ser levado em seu barco para a próxima
fase de experiência.
-*-*-
DANÇA
SAGRADA DOS SETE VÉUS

"Vê-la
dançar é participar da força criadora
que vibra no Cosmos; massa negra e
pulsante explícita nos olhos e cabelos de
Jhade. (...) Mãos se elevam em serpente e
cortantes transformam em som o poder telúrico
de seu ventre. Que os sons, manifestos em
seu corpo, subam de encontro com o Eterno
e sejam ouvidos além do tempo." (por
W. Hassan)
A
Dança dos Sete Véus tem sua origem em
tempos remotos, onde as sacerdotisas dançavam
no templo de Isis. É uma dança forte,
bela e enigmática. Ela também reverencia
à vida, os elementos da natureza, imita
os passos dos animais e das divindades
numa total integração com o universo. O
coração da bailarina é tão leve quanto
a pluma da Deusa Maat e é exatamente por
isso que os véus são necessários, pois
é deles que os deuses se servem para
sutilizar o corpo da mulher. Os véus de
Ísis, ao serem retirados, nos transmitem
ensinamentos. Quando a bailarina usa dois
véus, ao retirá-los nos diz que o corpo
e espírito devem estar harmonizados. A
Dança do Templo, que é usado três véus,
homenageia a Trindade dos deuses do Antigo
Egito: Ísis, Osíris e Hórus. A Dança
do Palácio, com quatro véus, representa
a busca da segurança e estabilidade e ao
retirá-los a bailarina nos demonstra o
quanto nos é benéfico o desapego das
coisas materiais. Na Dança dos Sete Véus,
cada véu corresponde a um grau de iniciação.
Os
sete véus representam os sete chakras em
equilíbrio e harmonia, sete cores e sete
planetas.Cada planeta possui qualidades e
defeitos que influenciam no temperamento
das pessoas e a retirada de cada véu
representa a dissolução dos aspectos
mais nefastos e a exaltação de suas
qualidades.
Significado
das cores:
Vermelho:
libertação das paixões e vitória do
amor
Laranja:
libertação da raiva e dos sentimentos de
ira
Amarelo:
libertação da ambição e do
materialismo
Verde:
saúde e equilíbrio do corpo físico
Azul
: encontro da serenidade
Lilás:
transmutação da alma, libertação da
negatividade
Branco:
pureza, encontro da Luz.
Toda
mulher deixa transbordar seu essência
através da dança. Todas aquelas emoções
reprimidas, sentimentos esquecidos,
afloram. Toda e qualquer mulher que
consegue penetrar nos mistérios e
ensinamentos dessa prática, se revelará
de forma pura e sublime e alcançará o êxtase
ao dançar.
Dançar
é minha prece mais pura
Momento em que meu corpo vislumbra o
divino,
Em que meus pés tocam o real
Religiosidade despida de exageros,
Desejo lascivo, bordado de plenitude
Através de meus movimentos posso chegar
ao inatingível
Posso sentir por todos os corpos,
abraçar
com todo
o coração,
E amar com os olhos
Cada gesto significativo desenha no espaço
o infinito,
Pairando no ar, compreensão e admiração
Iniciar uma prece é como abrir uma porta
Um convite a você, para entrar em meu
universo
O mágico contorna minha silhueta, ao
mesmo tempo
Que lhe toco sem tocar
Nada a observar, só a participar
Esta prece ausente de palavras
É codificada pela alma
E faz-nos interagir, de maneira sublime e
hipnótica
Quando eu terminar esta dança,
Estarei certa de que não seremos os
mesmos.
-*-*-
RITUAL DE ÍSIS PARA A LEALDADE

Você pode usar esse ritual para pedir à
Ísis que reforce sua lealdade se se sentir
tentada (o) a trair a confiança de alguém,
ou para pedir que outra pessoa lhe seja
leal.
Deve sempre ser realizado pela manhã e se
possível imediatamente ao levantar-se da
cama. Necessitará de uma granada, a pedra
preciosa que simboliza a lealdade. A pedra
pode estar solta ou presa em alguma jóia.
Acenda uma vela branca e coloque à sua
frente. Suspenda a vela em frente a vela,
de maneira que brilhe à luz da chama.
Enquanto observa a luz brilhando através
da granada, pense em tudo que necessitas
fortalecer no sentido da lealdade.
Imagine você, ou a pessoa que a(o)
preocupa, em uma situação que possa trair
a confiança. Pense que você, ou essa
pessoa, resistem ao impulso. Por exemplo,
pode visualizar uma situação em que um
amigo pede para revelar um segredo, porém
você resiste, dizendo:
"Não, não posso lhe dizer".
Agora coloque a granada em seu bolso e
use-a como jóia até que sinta que a ameaça
da deslealdade tenha passado.

TEXTO
PESQUISADO E DESENVOLVIDO POR
ROSANE
VOLPATTO
   
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