~*~HORAS, DEUSAS DAS ESTAÇÕES~*~












 

 

 

 

 

HORAS, DEUSAS DAS ESTAÇÕES


A palavra "Hora", significa "o momento certo", indicando que esse trio de aspectos da deusa comanda outros ciclos. Assim, as Horas eram guardiãs da ordem natural, do ciclo anual de crescimento da vegetação e das estações, regendo ainda os ciclos do clima. De fato, a nossa palavra "hora", deriva dessa raiz grega.

As Horas nasceram da união entre Zeus e Themis (Ordem). Foram as Moiras que levaram Themis celestial a Zeus, no Monte Olimpo, para tornar-se a primeira esposa deste. Ela deu à luz a três Horas, às quais foi confiada a defesa dos Portões do Céu e do Olimpico.

Essas três Estações receberam os nomes de Eunômia (sabedoria da legislação), Dike (Justiça) e Irene/Eirene (paz), sendo descritas como jovens donzelas de cabelos adoráveis, diademas de ouro e passos leves, trazendo nas mãos os produtos de várias estações: um ramo em flor, uma espiga de trigo e um ramo de videira.

Os gregos consideravam apenas a Primavera, o Outono e o Verão como estações, sendo o Inverno um período de repouso e morte.

As Horas costumavam ser associadas com as divindades vinculadas com o crescimento da vegetação. Por exemplo, são mostradas com freqüência em procissões com Pã. Elas também presidiram o nascimento de Dionísio, que ocorreu quando ele brotou da coxa de Zeus. Elas foram as primeiras a receber Afrodite renascida das ondas e a vestiram com um manto. Hera contava com seus serviços de amas e criadas.

A maioria do povo grego honrava as Horas como deidades da ordem, propriedade e moralidade na vida dos homens. Eunômia era especialmente honrada pelo Senado uma vez que ela lidava primariamente com a vida política e com a elaboração de leis. Acredita-se que Dike relatava diretamente a seu pai Zeus qualquer injustiça causada a qualquer humano. Irene era homenageada com canções e festividades, era também considerada a mãe de Plutão, o deus da riqueza, que acompanhava Dionisio. Foram estas divindades que se encarregaram da educação de Juno. Tiveram também, a missão de descer aos Infernos para conduzir Adônis e Afrodite.

Em Atenas, as Horas foram em um certo momento concebidas como duas: Talo (Brotar) e Carpo (Murchar), guardiãs dos frutos e das flores. Elas refletiam as duas forças em ação nos ciclos da natureza. Mais tarde, tornaram-se as Quatro Estações e, sob a influência alexandrina, foram vistas como filhas de Hélio e Selene, o Sol e a Lua.Quando os gregos dividiram o dia em doze partes iguais, o número delas foi aumentando para doze e foram chamadas de "as doze irmãs": Dike, Irene, Eunômia, Talo, Carpo, Acme, Auxo, Anatole, Dysis, Euporia, Gymnasia, Diceia. Eram, a princípio, representadas coroadas com folhas de palmeiras, depois, nos tempos modernos, com asas de borboletas e segurando ampulhetas ou relógios.

Todavia, sua primeira manifestação foi como uma deusa tríplice cujos atributos produziam a harmonia e a paz entre as energias primais polarizadas que impeliam os ciclos das estações. Seu domínio de influência também se estendia à alma humana, onde geravam uma harmonia semelhante entre as forças em conflito da psique humana.

Dike, a qual, como implica seu nome, buscava encorajar uma relação justa entre as polaridades, ficou tão preocupada com a constante disposição guerreira da humanidade que mais tarde afastou-se da esfera humana. Foi viver nas montanhas à espera de um clima mais pacífico e justos nos assuntos da humanidade. Entretanto, com a passagem do tempo, as coisas parecem ter piorado. Por fim, Dike, perdendo as esperanças na humanidade, retirou-se da Terra e subiu aos céus, tornando-se a constelação de Virgem.

Os atenienses ofereciam-lhes as primícias dos frutos de cada estação. Esse gracioso culto não foi transportado a Roma, onde entretanto, Hersília, mulher de Rômulo, foi considerada como a divindade que presidia às Estações.

As Horas são as Deusas do "momento certo", a quem encontramos sempre que tentamos de modo consciente produzir alguma coisa no mundo por meio da inspiração e das energias interiores. Por vezes descobrimos que não estamos em harmonia com as Estações, ou não estamos no momento propício para efetuarmos ou criarmos algo. Costumam surgir dificuldades a partir da expressão "fora de hora" desse aspecto em nós. Sentimos como estivéssemos remando contra a maré. Contudo, parece não haver, em um outro momento, uma tal oposição à expressão e, com efeito, até conseguimos ajuda de alguma fonte interior. Estamos no momento certo e, nesse sentido, as Horas estão conosco. Se estivermos em harmonia com elas, contaremos com sua ajuda e apoio.

 

Texto pesquisado e desenvolvido por

 

Rosane Volpatto

 

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