Frigga
é a Deusa escandinava da fertilidade da terra, protetora das famílias e das
tribos. Seu nome significa "Aquela que ama" e é conhecida pelos
nomes: Frigg, Frige, Frija, Fricka, Frea, Frewa, Fruwa, Hlin, Hlyn, e Lin. Vrou-elde era o nome holandês dela. Como esposa de Odin, mãe
de Baldur (o Deus da Primavera e do Renascimento ou da Regeneração), Frigga era a
Suprema
Deusa Mãe dos Deuses Aesir, dinastia dos Deuses do céu indo-europeu e filha de
Fjorgyn.
Frigga
era a Deusa do Amor, da
União e do Destino. Contava-se que em um salão de seu
palácio em Fensalir, em um dos mundos míticos germânicos, havia um grande
tear onde as Norns, as Senhoras do Destino, enrolavam cordões para que Frigga
pudesse tecer tanto o destino dos homens, quanto as nuvens do céu. Esta atribuição
associava esta Deusa também a rios, cachoeiras e água doce. Fensalir era o
local onde as almas dos cônjuges que tinham sido fiéis um ao outro se reuniam
após a morte, para nunca mais se separarem. Uma estrela da Constelação de Órion
é chamada de "Friggajar Rockr", em sua homenagem.
O fuso
é um poderoso símbolo que representa a sabedoria, a virtude e a indústria
feminina. A tecelagem, para os vikings, foi uma importante fonte de renda que
enfatizava o poder das mulheres na tradição pagã. Nas mãos de Frigga e das
Norns, o fuso transformou-se em uma poderosa arma mágica.Os vikings acreditavam
que ela conhecia o destino dos homens, em virtude desta sua ligação com as
Norns.
Na
maioria das vezes, Frigga se apresentava como uma mulher vestida com penas de
falcões e gaviões, podendo ainda, viajar na forma de um desses pássaros.
Frigga
está associada ao início do Ano Novo. A noite mais longa o ano era dedicada à
esta Deusa. Todas as mulheres grávidas invocavam Frigga, acendendo uma vela
branca, nas festividades do Solstício de Inverno, para terem um parto seguro.
Pode ser invocada também, para ajudar em toda as coisas relacionadas com os ofícios
de tear, cozinhar, costurar, e também para proteger as crianças. É ela ainda,
que estabelece ligação com nossos antepassados. Os detalhes de sua adoração
ficaram perdidos quando foi instituído o feudalismo. Frigga aparece somente em
alguns registros do folclore alemão, onde sobreviveu como Frau Holda. As Deusas
Holda, Percht e Berchte são muito similares a Frigga.
Como
Deusa das mulheres, Frigga era considerada a Padroeira do Matrimônio e Deusa da
Fertilidade. Neste aspecto está associada a Deusa Hera grega, que também era uma
feroz protetora das uniões conjugais. Assim como Hera, Frigga é casada com o
Deus Supremo de sua religião. Diferem entretanto, no que diz respeito a
fidelidade.
As
Deusas escandinavas não eram necessariamente fiéis,
pois estavam em pé de igualdade com o homem. Além disso, o adultério não era
encarado com o aspecto de total imoralidade, como em nossos dias. As mulheres
nórdicas que não traiam seus maridos, não tinham respaldo em códigos morais, mas
alegavam que os amavam verdadeiramente. A base de tais conceitos está
fundamentada na origem da criação. Para os nórdicos, toda energia masculina
derivava da Deusa, ou energia feminina. A Fêmea é aquela que dá luz e o
invólucro da criação. Dentro desse contexto, todas as coisas, inclusive o homem
de sexo masculino, vêm da Mãe de Todas as Coisas. É exatamente o oposto do
conceito cristão de Adão e Eva, onde Deus moldou Eva a partir da costela de
Adão.
A
mulher primitiva era não tida como pecadora e podia-se unir-se sem culpa, a
quantos homens desejasse. O amor era bom enquanto durasse, não era uma
instituição e sim uma união que só se fortalecia se houvesse um sentimento
maior.
Frigga
teve uma união bem-sucedida com Odin, tanto que dividiu seu trono, chamado
Hildskjalf, com ele e de onde podia ver os nove mundos. Entretanto, dividia sua
cama com Vili e Ve, irmãos de Odin, quando este último saía em jornadas fora
de Asgard. O adultério era desculpado pelos nórdicos, mas condenado pelos
gregos.
Frigga
era considerada como a Deusa defensora da paz. Eram às mulheres que cabia o
papel de intermediadoras e promotoras da paz.
O
culto à Frigga era base para todas as uniões legais entre homens e mulheres e
a base para todos os códigos morais da sociedade germânica. Por esta razão, os
seguidores de Frigga eram considerados mediadores, ou primitivos advogados que
ocupavam uma posição elevada, honrada e respeitada pela comunidade. Para eles,
a lealdade e a família vinham em primeiro lugar, seguido pelos amigos do clã,
o Senhor e o Rei. Quebrar um juramento, naquela época levava o indivíduo à
morte ou banimento pela sociedade. O banimento era considerado uma morte lenta e
tortuosa, pois o indivíduo era deixado só em uma região totalmente isolada de
muito frio e neve, sem nenhum alimento.
Esta
Deusa do Amor era também versada na arte da magia e profecias Foi ela que
introduziu as runas como instrumentos de adivinhação. Runas são pedras
grafadas com símbolos, que nos permite encontrar respostas para um futuro
incerto. Mas para a Deusa, esta habilidade de prever o futuro lhe trouxe muita
dor quando previu a morte de seu filho Balder. E, mesmo sabendo que não poderia
mudar o destino, viajou por todos os lugares pedindo aos seres que nunca
fizessem mal ao seu amado filho.
Balder,
entretanto, não poderia ser ferido ou morto, a não ser pelo veneno de um
visco. Então, Loki, que invejava a beleza e juventude de Balder, portador desta
confissão, pois aproximou-se em segredo, disfarçado de mulher, encontrou um
pouco de visco e fabricou um jogo de dardos com ele. Foi então até uma reunião
dos Deuses e convencer Holdur, um deus cego (irmão de Balder) a arremessá-los contra Balder, que
morreu. Todos os Deuses e Frigga choraram a sua perda. Sua mãe tentou negociar
com Hel, a Rainha do Mundo dos Mortos, para trazer seu filho de volta, mas tudo
foi em vão.
O
tempo passou e tudo começou a estagnar-se. O Lobo Fenris se libertou de seus
grilhões e devorou o Sol. A árvore do mundo, Yggdrasil, tremeu das raízes a
copa. Montanhas afundaram no mar e todo o país tremeu. Um longo inverno se
seguiu, trazendo a fome e a libertação dos gigantes do gelo que devastaram o
mundo.
Odin
uniu-se às Valquírias e os poderosos Deuses do Aesir para combater Fenris e
estabelecer a ordem. Vencendo a batalha, finalmente a terra renasceu do mar, o
Sol reapareceu no céu e Baldur ressuscitou dos mortos para governar os novos
tempos. Dois mortais que sobreviveram escondidos nos galhos da árvore do mundo
povoaram a Terra e novas colinas ergueram-se dos mares. A natureza tornou-se
viva e florescente através das bençãos de Frigga, a Deusa da Fertilidade e do
Amor.
Frigga
possuía onze ajudantes: Fulla, Hlin, Gna, Vjofn, Lofn, Syn, Gefjon, Snotra,
Eira, Vara e Vor, que lhes auxiliavam em sua missão de zelar pelo casamento e
pela ordem social. A mensageira de Frigga é Gna, que monta o cavalo Hofvarpnir
através dos céus. Vjofn tinha a tarefa de apazigüar as brigas domésticas.
Lofn auxiliava os amantes na procura de um amor. Syn
(vidente) era a guardiã do Palácio
de Frigga.Eira era a curadora, tinha conhecimento do poder das ervas e as
manipulava no fabrico de remédios. Vara era a juíza e o carrasco daqueles que
não cumpriam com sua palavra. Snotra era a virtude, encarregada do aquivamento
de todas as coisas. Vor era os olhos de Frigga que podiam ver o futuro e que
observava de perto o que acontecia no mundo dos homens.
É
interessante acrescentar que Frigga é uma Deusa muito antiga, com fortes conexões
com a Terra. O controle da natureza exercido por Frigga é claramente
visualizado quando ela pede para que toda a criação não prejudique seu filho
Baldur e quando tudo ganha nova vida com suas bençãos.
Invoque
Frigga para: fertilidade, proteção, saúde, sabedoria, a paixão, a magia
sexual, liberdade sexual, mágica do nó, durante o parto, para proteger sua
casa, encontrar um nome para uma criança que está para nascer e para saber do
passado, presente e futuro. Sexta-feira é o dia mais propício e poderoso para
a invocação de Frigga.
Os
animais consagrados à esta Deusa são: o ganso, o gato, o porco, o pardal e o
cavalo.
Frigga
é a expressão mais moderna das Deusas Antigas. Ela está mais perto da
humanidade e dos interesses humanos porque é a Deusa da Ordem Social e das Relações
Sociais. É Ela que tece a teia da sociedade e dá forma à humanidade. O que
seria do nosso mundo sem relacionamentos sociais?
Frigga
chega em nossas vidas para nos dizer que uma única verdade de nada se aproxima
da sabedoria. Só alcançamos a sabedoria quando nos aproximamos de múltiplas
verdades e possamos nos integrar à elas. Uma moeda tem dois lados, já a
verdade é multifacetada.
Pegue
sua vara de pescar e dirija-se ao mar ou a um rio. Sente-se confortavelmente,
coloque a linha na água e quando os peixes começarem a surgir, imagine-os como
verdades que devem ser trabalhadas. Peça a Frigga que o(a) oriente na busca das
verdades que você necessita para melhorar seus relacionamentos e, boa sorte em
sua pescaria!
RITUAL DE FRIGGA PARA PROTEÇÃO
Esse ritual invocará a proteção da
Deusa Frigga durante todo o ano. Para fazê-lo, deve semear em seu jardim ou em
um vaso se não possuir um pátio. As melhores sementes para esse ritual são as de Tanaceto (Tanacetum parthenium), já que essa erva simboliza a proteção e são de
fácil cultivo. No entanto, pode escolher qualquer outra planta.
Cave o solo cuidadosamente,
verificando se o solo está livre de ervas daninhas. Enterre as sementes fazendo
a forma de uma runa nórdica que significa proteção.
A forma é de um "Y" maiúsculo, porém com um traço central
contínuo, como mostra a figura acima, de maneira que o símbolo três pontas
assinalando até o alto. Enquanto espalha as sementes na terra diga:
-"Deusa Frigga, de igual modo que
essas sementes cresceram altas e fortes, proteja-me durante todo o ano".
Trate suas ervas cuidadosamente,
recortando-as e arrancando qualquer que cresça fora do formato da runa. No final
do outono, recolha algumas sementes, para que possa repetir o ritual no próximo
ano, porém não é preciso arrancar a planta para voltar a fazer o ritual na
primavera.
RITUAL PARA ATRAIR A BOA SORTE
A Deusa Frigga, muitas vezes era
representada, como uma mulher alta e elegante, que carregava um molho de chaves
em seu cinturão. Para esse ritual você precisará de uma chave antiga que não
tenha fechadura. Você comprá-la em alguma casa que venda objetos usados ou
adquira uma nova em um chaveiro próximo de sua casa. Escolha, se possível uma de
metal brilhante ou de bronze, mas nunca de ferro. Limpe-a e a deixe o mais
reluzente que conseguir.
Para na entrada da sua porta
principal, olhando para dentro da casa, coloque a chave em sua mão direita e
estendendo-a à frente diga:
-"Deusa Frigga, coloque toda a
energia da prosperidade e da boa sorte nessa chave, de maneira que sempre esteja
comigo". Agora caminhe por todas as peças da casa, sustentado a chave em sua mão
e em frente a você.
Toque todos os seus objetos
pessoais com sua chave, como sua cama para ter sorte em seus relacionamentos, o
telefone para receber sempre boas notícias de amigos, negócios ou estudos e
assim, toque em tudo que signifique algo para você. Quando terminar o ritual,
coloque a chave em um gancho sobre a porta principal e a mantenha sempre limpa e
brilhante.
Texto
pesquisado e desenvolvido por Rosane Volpatto