FLORA,
DEUSA DA PRIMAVERA

 F lora
é a deusa romana da primavera que ensina-nos a honrar tudo que cresce na
natureza e no nosso interior. É uma deusa muito antiga para a qual Tito Tácio
eregiu um altar em Roma. É a deusa que encarna toda a natureza e cujo nome se
converteu na designação de todo o reino vegetal.

Em algumas
povoações itálicas o mês de abril era consagrado à Flora. No dia 28 do mês de
abril, em sua honra, se celebrava uns jogos chamados de Florália, que
duravam até 3 de maio. Era tradicional a presença de cortesãs nestes
cerimoniais. Durante estes festivais eram realizadas danças e ritos de
fecundidade. Os romanos ornavam casas, ruas e templos com flores. Era época de
muita alegria e regozijo na Roma Antiga.
Durante os festejos, jogavam-se sementes sobre a multidão para atrair a
fertilidade e a abundância. Se faziam também, sacrifícios de ovelhas e os homens
lhe ofertavam mel e sementes de flores. O mel era considerado um dos presentes
que Flora tinha dado aos seres humanos. A abelha é um símbolo da potência
feminina da natureza. Ela foi ligada, prioritariamente, a Deméter, Ártemis e
Perséfone, sendo ainda representação da terra, de sua maternidade, de sua
diligência modeladora, hábil e ininterrupta; por conseguinte, é a imagem da alma
telúrica de Deméter na sua forma maia pura e elevada.
Nas
Tesmofórias siracusianas, os participantes levavam os chamados "mülloi", bolos
preparados com mel e gergelim no formato do órgão genital feminino. Em sua
monografia sobre as abelhas, Menzel alude a um hábito indiano, que classificou
como comum, que consistia em untar os genitais da noiva com mel, no dia do
casamento. A "castidade" da Grande Mãe, isto é, o fato de esta ser independente
do homem, é bem evidente, em especial na colônia das abelhas da Amazônia, em que
somente a rainha é fecundada pelo macho, e apenas uma vez.

Apesar
de Flora ser uma deusa inteiramente itálica, Ovídio intenta relacioná-la com a
mitologia grega. Partindo de uma falsa etimologia, identifica Flora com a ninfa
grega Cloris. No relato há uma lenda entre Cloris e Zéfiro.
O
autor nos conta que em um certo dia de primavera Zéfiro, o vento oeste, avistou
passeando a ninfa Cloris, apaixonou-se por ela e seu beijo gentil a transformou
em Flora. A raptou e posteriormente
casou-se com ela. Como prova de seu amor, Zéfiro nomeou a sua amada como rainha
das flores das árvores frutíferas. Concedeu-lhe ainda, o poder de germinar as sementes das flores de
cultivo e ornamentais. Zéfiro e Cloris era um casal de deuses alegres e jovens
que deslizavam pelo céu, enfeitados com coroas de flores, que tocavam com suas
asas os casais de namorados nos dias frescos de primavera.

Depois
Ovídio segue relatando que Flora interveio em outro mito. Juno tinha ficado
desgostosa com Júpiter, por ele ter dado à luz sozinho a Minerva, decide então
fazer o mesmo. A rainha dos deusas vai em busca da ajuda de Flora para conceber
um filho sem ajuda de seu esposo. Flora lhe entrega uma flor que crescia nos
campos de Oleno, na Acaia, com a qual Juno engravidou de Marte, o deus cujo nome
é o primeiro mês da primavera no Hemisfério Norte. Assim, o nascimento a partir
da flor feminina é uma forma arquetípica de nascimento divino, quer pensemos no
nascimento de Marte, no nascimento de Rá no Egito; no nascimento da "jóia divina
no lótus", segundo o budismo, ou no nascimento do "self" da Flor de Ouro, na
China como no homem moderno.

Celebre também você o festival das flores da Deusa Flora, comprando flores e
distribuindo-as por toda a sua casa. Se possuir plantas em vasos em sua casa ou
apartamento, troque sua terra, ponha um pouco de fertilizante, preocupe-se com
elas. Depois acenda um incenso floral de jasmim, rosa ou madressilva. Coloque um
jarro com água em frente ao seu altar e coloque uma flor a flutuar dentro dele.
Quando
a Lua Cheia erigir, dirija-se a seu altar e acenda uma vela branca. Sente-se na
escuridão apenas à luz da vela. Observe o leve bailar da flor no jarro e pense
na forças mágicas que existem na Natureza que criam maravilhosas e divinas
flores todos anos. Contemple o modo como essa força influi em sua vida.
Faça
com que raízes de você penetrem na Terra, obtendo deste modo uma reposição de
energias perdidas ao longo de sua vida. Sinta a energia entrando em você. Agora
erga os braços em direção à Lua. Sinta a energia da Lua somando-se às da Terra.
Deixe que estas energias fluam dentro de você, limpando, curando, equilibrando.
Para romper o fluxo, apóie ambas as mãos no solo. Deixe que as energias voltem
para a Terra.

Texto
pesquisado e desenvolvido por
Rosane
Volpatto


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