
Todos
nós conhecemos a imagem de Ártemis (Diana, para romanos), que foi esculpida e
pintada como uma deusa lunar esquia, virginal, acompanhada de cães ou leões e
trazendo um arco dourado nas mãos. Ela era a deusa mais popular da Grécia. Ela
habita as florestas, bosques e campinas verdejantes, onde dança e canta com
ninfas que a acompanham. Em seu culto, estão presentes danças orgiásticas e o
ramo sagrado. Ela era uma deusa de múltiplas facetas associadas ao domínio da
Lua, virgem, caçadora e parteira e de fato representa o feminino em todos os
seus aspectos.
Quando
Ártemis era pequena, Zeus, seu pai, perguntou-lhe o que queria de presente em
um dos seus aniversários.
Ártemis
respondeu:
-
Quero correr livre e selvagem com meus cães pela floresta e nunca, nunca casar.
Foi feita a sua vontade.
Ártemis,
é a mais antiga de todas as Deusas gregas. Alguns autores traçam suas origens
às tribos caçadoras de Anatólia, que teria sido a morada das míticas
amazonas. Outros afirmam sua descendência provêm da grande deusa da natureza Cibele, na Ásia Menor, uma Senhora das Feras que costumava estar sempre rodeada
de leões, veados, pássaros e outros animais. Mas de acordo com Walter Burkert
em "Greek Religion", é provável que Ártemis remonte à era
paleolítica, pois em sua homenagem os caçadores gregos penduravam os chifres e
peles de suas presas numa árvore ou em uma pilastra em forma de maça.

ARQUÉTIPO
DA MÃE DOS ANIMAIS
Ártemis
/Diana era o ideal e a personificação da vida selvagem da natureza, a vida das
plantas, dos animais e do homens, em toda sua exuberante fertilidade e
profusão.
Na
Itália chamaram-na Diviana, que significa a Deusa, um nome que é mais
familiar, pois é bem similar ao seu nome original Diana. Ela era de fato a
Caçadora, Deusa da lua e mãe de todos os animais. Ela aparece em suas
estátuas coroada com a lua crescente e carregando uma tocha acesa. A palavra
equivalente em latim para vela era "vesta" e Diana era também
conhecida como Vesta. Assim, o feixe de lenha, no qual ela veio da Grécia era
realmente uma tocha não acesa. No seu templo, um fogo perpétuo era conservado
aceso.
Sua
festa anual na Itália era comemorada no dia 13 de agosto.
Neste
dia os cães de caça eram coroados e os animais selvagens não eram molestados.
Bebia-se muito vinho e comia-se carne de cabrito, bolos servidos bem quentes e
maçãs ainda pendentes dos ramos. A Igreja Católica santificou esta grande
festa da Deusa virgem, transformando-a na festa católica da Assunção da Nossa
Senhora, a 15 de agosto.
A
DEUSA E O XAMANISMO

Era
muito comum o xamã usar uma pele de urso para que o Grande Espírito dos ursos
possa falar por seu intermédio. Nestas práticas visualizamos claramente uma
continuidade com a Ártemis grega posterior, cujos principais animais totêmicos
eram o urso e o veado. Até a raiz de seu nome, "art", está ligada à
raiz indo-européia da palavra urso. Muitos mitos envolve Ártemis com os ursos.
Nas primeiras histórias gregas ela aparece como uma ursa ao lado de seus
filhotes.
Existiu
inclusive, um rito de iniciação à deusa, onde meninas com menos de 9 anos,
dançavam com pele de urso a dança do urso em seu templo. Bodes eram
sacrificados nestas cerimônias, para que tais jovens pudessem conhecer também
o lado sombrio da Deusa-Lua e os seus mistérios sangrentos da morte,
sacrifício e renovação.
Aqui
se descortina também, o aspecto feroz e sanguinário de Ártemis, a própria
Mãe da Morte, que tem que ser aplacada com oferendas vivas. Os gregos mais
sofisticados de Atenas, com o tempo, resolveram sentimentalizá-la, pois eles
não ousavam encarar de frente este seu aspecto sanguinário.

DEUSA DA CAÇA
Ártemis é também a Deusa da Caça e
dos caçadores. O mito nos pede que entendamos como é que a Mãe de seus animais
é, ao mesmo tempo, quem lhes dá a morte. O Hino Homérico a Ártemis, escrito em
700 a.C., a retrata como uma caçadora de cervos, com arco de ouro e flechas que
gemem, que corta os bosques escuros lançando gritos, fazendo eco aos alaridos de
dor dos animais; uma imagem que expressa a selvageria da caça. Homero diz do
caçador que:
"a própria Ártemis lhe havia
ensinado
a disparar à todas as feras que o
bosque cria nos montes".
O caçador afortunado colocava a
pele e os chifres de sua presa em uma árvore ou colocava a coluna consagrada à
Ártemis como sinal de agradecimento, e no templo de Despoina em Arcádia sua
estátua estava coberta por uma pele de cervo.
Porém, como Deusa dos Animais, as
vezes, caminha junto de um cervo ou veado, ou conduz um carro conduzido por
cervos e, ainda, ela mesma aparece como um cervo ou ursa, até porque, os animais
selvagens são a própria Deusa encarnada na forma animal.
Parece, portanto, que a figura de
Ártemis foi construída sobre um paradoxo: é ao mesmo tempo, caça e caçadora, a
presa e a flecha que a abate.
O que pode significar o que, como
caçadora, se dispara a si mesma flechas de ouro?
No período Paleolítico matar a um
animal equivalia a desfazer um vínculo sagrado, e a unidade primogênita tinha
que restaura-se para que o povo pudesse viver em harmonia com a natureza, o que
ao mesmo tempo significava viver em harmonia com o próprio ser. A pureza do
caçador é um ritual de caça muito antigo, como é o ritual de restituição da vida
arrebatada, já seja sacrificando alguma parte do animal morto ou
reconstituindo-o através da arte. O urso na parede da caverna de "Les Trois
Frères", coberto de flechas, pode interpretar-se desde este ponto de vista. No
entanto, si tanto o animal caçado como a pessoa que o caça sob a proteção da
Deusa, a ordem sagrada não pode realmente vulnerar-se. Ela é, definitivamente,
quem dá e quem arrebata e nada poderá ser feito sem o seu consentimento.
Porém, essa dependência da graça
da Deusa vem acompanhada de medo: medo de que o caçador não seja o bastante puro
para tomar parte de seus rituais, ou de o sacrifício de restauração não seja
suficiente, de que seu dom possa ser negado ou mesmo, de que os caçadores acabem
convertendo-se sem presas.

DEUSA
VIRGEM DO PARTO
Encontramos o eco desta Deusa Ursa
Primordial em todas as questões ligadas ao parto e à proteção de crianças e
animais de peito.
Ártemis era a que regia os partos:
ensinava a mulher que dava à luz a abandonar sua identidade cultural e a
permitir que a guiasse a sabedoria do corpo, mais profunda:
"Através de meu ventre se
desencadeou um dia esta tormenta, porém invoque a celestial Ártemis, protetora
dos partos e que cuido do arco, e favoravelmente acuda sempre as minhas
súplicas". Assim canta o coro na obra de Eurípides.
A imagem leonina de Ártemis volta
a expressar o medo ante ao abandono às forças da natureza, que, especialmente no
parto, com seu necessário momento de entrega, pode expressar-se como "dom" ou
como "maldição".
Existia
a tradição também, que toda a mulher que sobrevivesse ao parto, deveria
entregar suas vestes ao templo de Ártemis em Brauron, em Atenas.
Como "Mãe Ursa", tão ternamente
retratada em uma imagem neolítica de Mãe Ursa com seu cachorro, a Deusa também
cuida do recém-nascido, juntamente porque a lactância das crias de toda espécie
pertence à esfera dos instintos da natureza. A ursa que está criando a seus
pequenos é o animal mais feroz do mundo e, entre todos os animais, exceto os
humanos, o simples ato de amamentar assegura a vida e espanta a morte. As jovens
dançavam em honra de Ártemis ataviadas com máscaras e disfarces de urso,
explorando assim a liberdade de sua própria natureza de urso, pois eram chamadas
de "arktoi", "ursas".
Na Creta contemporânea, Maria, em
seu papel de mãe, segue sendo honrada como "Virgem Maria do Urso".
No entanto, Ártemis não era mãe.
Era a Virgem intacta cuja túnica curta e exercitada musculatura lhe davam um
aspecto masculino; as meninas de nove anos, em sua etapa da pré-adolescência,
eram suas companheiras favoridas. Durante as danças de suas festas as meninas,
as vezes, levavam falos para celebrar que a Deusa continha em si mesma sua
natureza masculina. Rodeava à Ártemis uma pureza, um inflexível autonomia, que
conectava os amplos espaços inexplorados da natureza com a solidão que todo o
ser humano precisa para descobrir uma identidade única.
Como Deusa das jovens solteiras e
das mães parturientes, Ártemis une em si mesma, uma vez mais, dois princípios
opostos, sendo mediadora de ambos. É possível que isto expresse uma ambivalência
real: a do momento em que se chega a uma idade de troca vitais; atrás da perda
da liberdade indomável e irresponsável da menina, há uma substituição pela
dedicação constante que se necessita para se cuidar de um filho.
Todas as jovens que pensavam em
casar e iam dançar em suas festas, na noite antes da da boda deveriam consagrar
suas túnicas à Ártemis. Nenhum casamento era celebrado sem sua presença.
ÁRTEMIS E O SACRIFÍCIO
Ártemis era, entre todas as Deusas
gregas, quem mais recebia sacrifícios. Pausanias relata um sacrifício anual à
Ártemis em Patras: como em muitos outros lugares, toda a classe de animais
selvagens eram jogados na fogueira e se queimavam, aves, cervos, lobos, javalis,
etc. O mesmo ocorria em Mesene, perto do templo de Ilitía, a antiga Deusa
cretense do parto, as vezes associada à Ártemis.
Parece, portanto, que a Deusa que
personifica o lado selvagem da natureza é q que provoca o medo mais primitivo a
depender de forças que estão muito além do controle humano, e cujas leis podem
violar, sem dar-se conta disso.
O poema épico principal da cultura
grega, a Guerra de Tróia, começa com um erro desse tipo. Agamenon havia matado
um cervo em um bosque consagrado à Ártemis que, como retribuição, exige dele o
sacrifício de sua filha Ifigênia. Mediante a astúcia de seu irmãos, Orestes, uma
gama é sacrificada em seu lugar, porém a imagem de Ártemis, necessita de sangue
humano.
Na realidade se sacrificava cabras
à Ártemis antes de cada batalha, pois a caça e a guerra se apresentavam como
equivalentes.

DEUSA
TRÍPLICE
Como Deusa do sub-mundo, ela é
associada ao Nascimento, Procriação e Morte. Como Deusa da terra, representa as
três estações: Primavera, Verão e Inverno. Como Deusa do céu, ela é a Lua nas
fases de Lua Nova, Lua Cheia e Lua Escura. Como Deusa Tríplice foi personificada
de mulher primitiva, mulher criadora e destruidora.

ÁRTEMIS DE ÉFESO

Em Éfeso, na Ásia Menor, onde
antigamente a Deusa Mãe anatólia deu à luz apoiada em seus leopardos, se alçava
um esplêndido templo com uma imensa estátua de Ártemis, uma enorme figura
enegrecida, com o corpo coberto de cabeças de animais e enormes peitos na forma
de ovo. O curioso é a razão pelo qual se deu o nome de Ártemis, pois essa
fecunda figura desenvolta fertilidade não parece nada com a angulosa Ártemis da
tradição grega. É provável que se tratasse originalmente de uma manifestação
local de Cibeles, a que logo os gregos deram o nome de Ártemis.
Sendo que as figuras míticas
perderam durante milênios, não deixa de ser significativo que, mais de mil anos
mais tarde, também fora Éfeso o lugar em que Maria, mãe de Jesus, foi proclamada
"theotokos", "Mãe de Deus".

ÁRTEMIS E APOLO
A versão olímpica da antiga
linhagem de Ártemis a faz filha de Zeus e Leto e irmã de Apolo. A história conta
que Leto sofreu as dores do parto durante nove dias e nove noites antes de dar à
luz aos gêmeos. Ártemis foi a primeira a nascer, e foi um parto sem dor; depois
nasceu Apolo. Segundo alguns relados, se converteram na Lua e no Sol.
A relação entre Ártemis e
Apolo não foi sempre o simples vínculo entre um irmão e uma irmã que
compartilham o arco e as flechas, a lira e a pureza da distância e dos grandes
espaços abertos. Em Delos, onde nasceram, o templo mais antigo e de maior
tamanho, que mais tarde se converteria em santuário de Apolo, construído em
torno de 700 a.C., pertencia a Ártemis. O templo de Apolo foi erguido na
periferia. No entanto, em Delfos, que Apolo se apropriou no século VIII a.C.,
enquanto pertencia antes a Deusa da Terra, Ártemis não está presente. Harrison
considera significativa esta exclusão e diz:
"Ártemis, como Mãe, tinha
um deus varão ou filho como consorte subordinado, do mesmo modo que Afrodite
tinha a Adonis. Quando o patriarcado expulsou o matriarcado, a relação entre o
primeiro casal se espiritualiza, logo esse casal se concebe na relação estéril
de irmã e irmão. Finalmente, a figura feminina se desvanece por completo e o
consorte varão emerge como mero filho de seu pai ou mero porta-voz da vontade de
seu pai".

A DEUSA E SEU FILHO AMANTE
O mito da Grande Mãe que se
une ao seu consorte para depois sacrificá-lo no rito de matrimônio sagrado pode
ver-se claramente no conhecido relato de Actéon, o príncipe tebano, em cuja
iconografia o mito antigo se vislumbra. O próprio Actéon era caçador e viu
Ártemis enquanto se banhava nua. Para Deusa, um intruso humano em sues ritos
sagrados era uma profanação, castigou-o então convertendo-o em um cervo. Os cães
de Actéon, incapazes de reconhecer o dono, o fizeram em pedaços. Sua mãe,
Autónoe, assumiu o papel de Ísis para com Osíris, reconstituindo seu corpo
desmembrado, voltando a unir os ossos do filho.

Um relato, entretanto, mais
antigo, pode ser a da união e posterior desmembramento do matrimônio mítico
entre Ártemis como cerva e seu filho-amante como cervo. Na figura acima, uma
pele de cervo cobre as costas de Ártemis, de maneira que se transforma
verdadeiramente em Actéon em uma versão masculina de si mesma, ou seja, em seu
consorte.
O banho de Ártemis faz eco
ao banho ritual da Deusa, que, como nos conta Tácito, em seu "Germania", só
podia se visto por "homens condenados à morrer". Os cães que desmembraram Actéon
são também animais sagrados de Ártemis, e suas sacerdotisas usavam máscaras com
rosto de cão caçador, o que sugere que o desmembramento era encenado ou imitado
pelas sacerdotisas.
A diferença entre o mito
antigo e o novo resulta esclarecer a importância do que se perdeu, pois na troca
do matriarcado para o patriarcado, houve muitas implicações e não se resume tão
somente a perda de poder das mulheres e das Deusas. Mais significativamente, o
que se perdeu foi uma história que é verdadeira, no sentido de que articula uma
percepção intuitiva da psique, e portanto devolve à psique sua harmonia
inerente.
Cassirer falou:"o homem só
pode chegar a descobrir e a adquirir consciência de seu próprio interior,
pensando-o em conceitos mitológicos e instruindo-o em imagens mitológicas". Isso
quer dizer, que qualquer diminuição das imagens dos deuses provoca uma
diminuição ainda maior, da capacidade dos seres humanos de conhecer-se a si
mesmos. A história do matrimônio sagrado da Deusa e do deus, clarifica a relação
entre a vida infinita e a finita e, portanto, entre as partes divina e humana da
psique, de tal maneira que possam compreender-se mais profundamente as forças
interiores enfrentadas.
Ártemis, como alma do
selvagem, dá expressão ao lugar da psique onde a humanidade se sente livre das
preocupações humanas, e ao mesmo tempo, aberta aos imensos poderes indômitos da
natureza. A figura que tomou vida na imaginação grega outorgou um caráter
absolutamente sacro aos âmbitos selvagens da natureza e aos âmbitos selvagens do
coração humano que os refletem.

ÁRTEMIS/DIANA
HOJE

O
Arquétipo da feminilidade desta Deusa-Virgem, começa a se tornar importante
novamente. Por muito tempo permanecemos à sombra da feminilidade absoluta, sob
a influência de uma realidade masculinizada.
Ártemis/Diana
é tão linda quanto Afrodite e nos fala que a solidão, a vida natural e
primitiva pode ser benéfica em algumas fases de nossa vida. Amazona e arqueira
infalível, a Deusa garante a nossa resistência a uma domesticação excessiva.
Além
disso, como protetora da fauna e flora, ela é uma figura associada à ecologia
contemporânea, onde há necessidade de salvaguardarmos o que ainda nos resta.
Uma
parte deste redespertar da espiritualidade artemisiana já vem ocorrendo há
vários anos na Europa, mas já chegou também ao Ocidente. Na Grã-Bretanha,
redescobriu-se a antiga Deusa Branca dos celtas, graças ao maravilhoso livro
"White Goddess", de Robert Graves.
Hoje
já há também uma nova compreensão sobre feitiçaria, sob o nome de Wicca.
Esta religião-arte, nada mais é do que a "antiga religião" de
Diana/Ártemis. Aquelas mulheres que praticavam o culto à Deusa Diana vieram a
ser identificadas com as chamadas bruxas e foram perseguidas e exterminadas.
Entretanto, junto com a Wicca e outros movimentos semelhantes, está ocorrendo
uma importante ressurreição das antigas tradições xamânicas e de cura nos
quatro cantos do mundo.
Todos
os tipos de neo-pagãos têm buscado as origens reais ou reconstruídas do xamanismo.

EM
BUSCA DA INDIVIDUALIDADE PERDIDA
Ártemis
atira-lhe sua flecha da individualidade, convidando-a(o) a concentrar-se em si
mesma(o). Você tem estado demasiadamente ocupada com outros que esquece de si
mesma? Há bastante tempo não tem um espaço só seu? Os limites de sua
individualidade encontram-se difusos e indistintos? Sua personalidade é
desprezada ou aniquilada pelos outros, pois eles sempre impõe suas necessidades
antes das suas? Pois aqui e agora é hora de ser você mesma, se impor como
pessoa com identidade própria e não viver mais a vida dos outros. É hora de
seu resgate individual, de celebrar e fortalecer a pessoa maravilhosa que você
é. Ártemis lhe diz que a totalidade é alimentada quando você se honra, se
respeita e dedica um tempo para si mesma. Ela também pergunta como você pode
esperar conseguir o que quer se não tiver um "eu" a partir do qual
atirar para alcançar seu objetivo?

RESGATE
DE SUA MULHER SELVAGEM

Encontre
um local em que ninguém possa lhe incomodar, se for ao ar livre, tanto melhor.
Sente-se confortavelmente. Inspire profundamente e expire emitindo um som, tipo hhuuuumm! Faça isso por três vezes. Agora você deve visualizar uma frondosa
árvore. Imagine-se em frente à ela e em seguida ande a sua volta. Do outro
lado do árvore verá uma abertura em seu tronco, como a porta de uma caverna,
entre nela sem medo. Dentro do árvore relaxe e sinta-se mergulhar no vazio.
Para baixo.....mais para baixo bem devagarinho............ você terá a
sensação de estar flutuando. Quando alcançar o final da raiz, sinta como se
estivesse caído sobre um travesseiro de penas de ganso, macio..macio. Você
chegou às portas do sub-mundo.
É
hora de clamar pela Mulher Selvagem. Você pode gritar, uivar, cantar, dançar,
bater tambor, o que achar melhor, mas faça bastante barulho, pois talvez ela
esteja por demais adormecida dentro de você. Quando você a enxergar, agradeça
sua presença e peça-lhe algo, qualquer coisa. Se não tiver idéia sobre o que
pedir, peça que ela lhe dê o que mais precisa, que você receberá o presente
com o coração aberto. Se ela lhe pedir algum presente, retribua com carinho.
Após estas trocas simbólicas, seus laços de amizade estarão reforçados. É
hora de retorna, peça-lhe docemente que ela lhe acompanhe. Ela lhe dirá sim e
você em retribuição a sua gentileza deve abraçá-la e, ao fazê-lo, sentirá
que você e a Mulher Selvagem se fundirão em uma só. Uma onda de felicidade e
alegria tomarão conta de todo o seu ser.
É
hora de percorrer o caminho de volta, encontre à raiz da árvore que estará
atrás de você. Deixe-me novamente flutuar e sentirá que uma brisa fraca a
impulsionará para cima...para cima...cada vez mais para cima, até alcançar o
interior do tronco da árvore. Ao sair pela abertura, respire bem fundo e a
medida que solta o ar, senta seu corpo novamente. Movimente os dedos da mão e
assim que estiver pronta abra os olhos. Seja Bem-vinda!

RITUAL DO ARCO
DE ÁRTEMIS
Esse ritual é excelente
para ser realizado quando desejas muito alcançar um objetivo financeiro ou
material. Já foi realizado por minhas irmãs bruxas e sempre conseguimos alcançar
tudo que desejávamos. Portanto, passo para vocês algo de muito bom, criado pelas
bruxas do sul (RS), pois aqui temos muita gente boa praticando bruxaria. A
maioria das irmãs de meu coven, são como eu, filhas de imigrantes europeus,
herdeiras de conhecimentos que foram transmitidos por nossas avós e mães e,
portanto praticantes da verdadeira bruxaria, aquela, "a original", que é passada
de geração à geração.
Material:
1 metro de fita:
da cor branca, verde e azul (cores da Deusa Ártemis)
3 velas pequenas
nas cores: verde, branca e azul.
Esse ritual deve
ser realizado na Lua crescente ou cheia em um local onde haja árvores, para que
você consiga encontrar na própria natureza o arco de Ártemis. Pode ser qualquer
galho que possua a curvatura de um arco.
Em seguida que
achar o galho certo, com ele trace um círculo em torno de você.
Agora
deve invocar as quatro direções e as energias dos elementos, anjos e os poderes
que neles residem usando o arco, que deve ser segurado com a mão esquerda.
Para invocá-los é necessário se posicionar em frente a cada ponto cardeal e
dizer:
NORTE,
Guardiões das Torres de Observação Norte,
Convidamos o Arcanjo Uriel (terra) e o
javali, o urso, o lobo, o boi de chifres brancos;
Pelos poderes da terra e da Criação,
Venham à esse círculo e nos abençoem.
Terra, SEJA Bem-Vinda!
OESTE,
Guardiões das Torres de Observação Oeste,
Convidamos o Arcanjo Rafael (água), a águia
e o salmão;
Pelos poderes da água e da emoção,
Venham a esse círculo e nos abençoem.
Água, Seja Bem-Vinda!
SUL,
Guardiões das Torres de Observação do Sul
convidamos o arcanjo Miguel (fogo) e o
leão;
Pelos poderes do fogo e da transformação,
Venham a esse círculo e nos abençoem
Fogo, Seja Bem-vindo!
LESTE,
Guardiões das Torres de Observação do
Leste,
Convidamos o arcanjo Gabriel(ar) os
pássaros do ar.
Pelos poderes do ar e da razão,
Venham a esse círculo e nos abençoem
Ar, Bem-vindo!
Depois, peque as três fitas
e juntas enrole-as no arco de Ártemis, de modo que cubra boa parte dele. Amarre
as pontas. Acenda as três vê-las juntas e fixe-as no chão. Agora diga:
Poderosa Deusa Ártemis,
Cujas áureas flechas
arrancam gemidos
Venho lhe pedir ajuda para
alcançar meus objetivos:....
.....descreva o que deseja,
enquanto gira o arco por cima sua cabeça.
Feche os olhos e visualize
a Deusa vindo até você com uma comitiva de ninfas que dançam a sua volta. Sorria
para ela e agradeça a sua presença.
Abra os olhos, agradeça aos
elementais, animais e arcanjos também por terem ajudado para que tudo
acontecesse da maneira mais correta e para o bem de todos.
Desfaça o círculo
caminhando no sentido anti-horário dizendo:
"ENVIO ESSE CÍRCULO AO UNIVERSO COMO
OFERENDA. O CÍRCULO É DESFEITO, MAS NÃO É QUEBRADO!"

INVOCAÇÃO
Oh,
minha Deusa Diana
Escuta
a voz de meu coração
Ouça
a minha canção de
adoração
O
céu na Lua Cheia
se
enche com sua beleza
Que
seu feixe de prata
Abra
a porta dos sonhos
Minha
amada Deusa Lua
Ensina-me
seus mistérios antigos
Presenteia-me
com a sabedoria e
ajuda-me
a afastar espíritos opressores
para
que a cura se opere dentro de mim
Abençoa-me
e recebe-me como sua filha(o)
Quando
meu corpo cansado repousar esta noite
fale
com meu espírito interno
Ensina-me,
Rainha da Noite
Sou toda ouvidos!
Texto pesquisado
e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO

Bibliografia
consultada
Os
mistérios da Mulher - M. Esther Harding
O
Ramo de Ouro - Sir James George Frazer
A
Deusa Interior - Jennifer Baker Woolger/Roger j. Wooger
As
Deusas e a Mulher - Jean Shinoda Bolen
O
Oráculo da Deusa - Amy Sophia Marashinsky
bibliografia1.html

 


|