CHALCHIUHTLICUE,
DEUSA DAS ÁGUAS


Deusa asteca da água,
é conhecida como a "A saia de Jade" e Deusa da
fertilidade e da agricultura. Conhecida também com o nome de Apozonalotl, manifesta-se nas ondulações das águas.
Chalchiutlicue era companheira de Tlaloc e seu filho era o deus do
vento, Quetzalcoath. Foi responsável pela inundação que destruiu
o Quarto Mundo (vivemos no Quinto Mundo), de acordo com os astecas.
Esta Deusa é a própria incorporação da beleza e devoção juvenil.
É também a Deusa
Mãe da Serpente. Esta é uma Deusa de múltiplas facetas, pode acabar
com as inundações e tormentas, assim como é encarregada de limpar,
purificar e propiciar o crescimento das plantas. Algumas vezes se
apresenta com vestes magníficas, confeccionadas com pele de serpente
e adornos de penas brancas.
Sua festa era
celebrada no mês "Atlacahualo", que quer dizer "carência
de água", onde se faziam sacrifícios humanos para se alcançar
os benefícios desta deusa. Sua devoção maior era sentida entre os
pescadores, que navegavam em suas canoas por canais, rios e lagos.
Cabe-nos
acrescentar, que para os astecas o sacrifício tinha uma conotação
totalmente diferente da nossa. Lembremo-nos que aquilo que
entendemos por crueldade á algo historicamente determinado. Os
europeus à época de suas conquistas massacraram, mutilaram e
torturaram com a consciência tranqüila em nome da divindade cristã.
O sacrifício asteca, à nível de mentalidades, não circunscrevia
nem como crueldade, nem como ódio e sim como resposta à
instabilidade de um mundo constantemente ameaçado de destruição.
Num universo frágil, instável e à mercê de catástrofes, a
confiança no futuro era algo fora de propósito. A cada 52 anos, o
calendário asteca anunciava um ano "ce-actl", um ano de
possível fim dos tempos, do Quinto Sol (ou Quinto Mundo). Ao final
deste ano, um terror coletivo tomava conta da população, receosa
de o Sol não mais nascer. Tentemos imaginar o desespero coletivo de
uma população que, contraditoriamente, acreditava ser o povo
eleito para conquistar os quatro quadrantes, mas ficava, por sua
vez, a mercê de um mundo instável e constantemente ameaçado.

ARQUÉTIPO DA MÃE
NUTRIDORA

Chalchiuhtlicue,
aparece quinze vezes no "Códice Borgia", estreitamente
ligada à Mayahuel, enquanto analogias iconográficas que falam da
fertilidade e dos conceitos que se referem à Grande Mãe Nutridora.
Esta deusa, além de ser deusa das águas, é também a Senhora dos
Mantimentos, que nutri o homem para que ele possa viver e
reproduzir-se. Este é o aspecto mostrado na lâmina 17 (figura
acima), onde vemos a deusa amamentando o homem.

ARQUÉTIPO DA MÃE
PROTETORA
Na figura acima, a
Deusa aparece com belos adornos e suntuoso traje. Vislumbra-se sua
saia "chalchihuiles" e as linhas onduladas, imitando o
fluir das águas. Ressalta-se também seu "quechquemitl".
"cueith"e o manto, trabalhados com mosaicos de conchas,
pele de serpente e pequenas penas brancas. Sua coroa de serpente é
representativa e muito elegante. O anel preso em seu nariz é de
mosaico turquesa em forma serpente e os adornos das orelhas são
feitos do mesmo material. A pintura facial consiste em duas listas
longas e curtas no queixo e no corpo e são pintadas de amarelo. O
enfeite do braço é um bracelete de turquesa com sinos dourados.
Como já vimos nas outras deusas, seu caráter de mãe protetora é
enfatizado ao mostrá-la sentada no "icpali" com assento
de pele de jaguar.

FONTE DA VIDA POR
EXCELÊNCIA
Esta deusa é
conhecida por seus atributos fecundantes e germinativos, considerada
fonte da vida por excelência. Mas é igualmente importante como
fator de purificação. Em seus rituais era lavado o corpo com água
corrente, para se obter a graça da pureza. As pessoas eram
mergulhadas na água e ao submergirem se tornavam crianças sem
pecado, com possibilidade de começar uma nova vida. Estes rituais
de banhos sagrados eram habitualmente praticados por todas as
grandes deusas da fertilidade e da agricultura. Também era tradição
na cultura asteca, a invocação desta deusa, quando a parteira
banhava pela primeira vez o recém nascido, dizendo as seguinte
palavras:
"- Chegai
Nossa Mãe Chalchiuhtlicue e tomais como seu filho esta criança,
para carregá-la em seus braços por este mundo".

ORAÇÃO À
CHALCHIUHTLICUE
Senhora
Chalchiuhtlicue de Merciful
És
bem-vinda neste mundo
Lave-nos
e nos purifique
De
toda e qualquer impureza,
Livra-nos
te todo o mal
Fazendo
que neste mundo
Resida
somente a paz e a sabedoria.
Senhora
dos começos
Somos
seus humildes servos
Fazei
com que a criança pura
De
nossa alma, se faça sempre presente.

RITUAL DO
MATRIMÔNIO
Esse ritual
conseguirá a benção de Chalchiuhtlicue para um longo e feliz
casamento. Deve ser realizado um ou dois dias antes da boda. Ao
final do ritual você terá um objeto que guardará durante seu
casamento, como um símbolo de benção da Deusa à sua união.
Escolha como uma
oferenda para Chalchiuhtlicue algo associado com ela, como algum
tipo de fruta, nenúferes ou jade. Leve sua oferenda a um lugar onde
haja água natural. Coloque a oferenda na água e observe-a até que
ela desapareça de vista.
Agora olhe a sua
volta e encontre um objeto natural que chame sua atenção, e que
possa levar para casa como recordação. Pode ser uma pedrinha ou uma
concha ou uma pedaçinho de madeira. Deve ser algo que dure com o
passar do tempo, que não se estrague nem apodreça. Assim que
encontrar, leve o objeto consigo e guarde em casa em um lugar
seguro. Para se assegurar de que seu casamento será confiável e
sincero, fala para seu companheiro(a) o ritual e diga onde guardou o
amuleto.

RITUAL DE PROTEÇÃO
AOS RECÉM-NASCIDOS
Esse ritual deve
realizar-se antes do nascimento do bebê. Compre um talismã feito de
jade, a pedra sagrada de Chalchiuhtlicue. Pode ser um pingente, ou
um pequeno objeto gravado em um pedra de jade sem montar.
Coloque a pedra de
jade em suas mãos e peça a Chalchiuhtlicue:
"Peço que enchas
esse jade com teu espírito para proteger a _________ nos primeiros
meses de sua via." Se não sabes ainda o nome do bebê, diga:
"Para proteger o
bebê de _________e_______ em seus primeiros meses de vida".
Agora coloque a
pedra dentro dentro de uma pequena bolsinha, que pode ser feita de
qualquer tipo de tecido natural e coloque debaixo do colchão da
caminha do bebê. Deixe-a ali deixando que o bebê durma sobre ela,
depois retire a pedra e guarde-a como recordação. Ou até mande fazer
um pingente para você mesma(o) usar como proteção.

Texto
pesquisado e desenvolvido por
ROSANE
VOLPATTO



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