Brandwen
é a Deusa galesa do amor e da beleza, similar a nossa tão
conhecida Afrodite. É considerada a Vênus dos mares do norte. Ela
é uma das três matriarcas da Grã-Bretanha, junto com Rhiannon e
Arianrhod e a principal deusa de Avalon. Em algumas lendas
arturianas, Branwen é considerada a Dama do Lago.
Também
chamada de "seios brancos" ou "vaca prateada"está
associada à Lua e à Noite. Foi cristianizada como Santa Brynwyn e
é a Padroeira dos Namorados. Seus atributos mágicos são a inspiração,
as novas idéias, a energia, a vitalidade e a liberdade. Na tradição
Avalônica, Branwen corresponde ao espírito dos Elementais e é a
incorporação da Terra.
Branwen
era filha de Pennardunn e Llyr, deus galês do mar. Tinha como irmãos
Manawydan, o Manannan Mac Lir irlandês, e Bran o Bendito (rei de
Gales).

O
PESADELO DE BRANWEN
Foi
concedida a mão de Branwen, por seu irmão Bran ao rei da Ywerddon,
Irlanda, Matholwch, com o intuito de propor uma aliança entre os países.
Uma grande festa foi organizada para celebrar tão grandioso
acontecimento. Mas eis que surge Efnisien, um meio-irmão de Bran,
que irritado por não ter sido consultado, mutila os cavalos de
Matholwch. Este último, toma a atitude como um insulto grave e
manda seus homens prepararem os navios para regressar à Irlanda.
Bran intercede à tempo, oferecendo-lhe ricos presentes em prata e
ouro para acalmá-lo. O novo casal parte então para Ywerddon e um
ano após nasce Gwern. Porém, a pesar de tudo o rei permanecia
irritado e verifica-se que a crise não tinha sido superada. A união
do casal sempre ficou estremecida em virtude de vestígios de
ressentimento.
Rumores
do acontecido foi ouvido por seus súditos, que desaprovaram a
atitude do rei. Cedendo aos seus conselhos, Matholwch resolveu
vingar-se de Bran através de sua irmã. Sendo assim, expulsou-a do
leito nupcial real mandando-a para a cozinha, onde além de ser
obrigada a realizar duras tarefas era periodicamente maltratada a
mando do marido.
Isto
durou três anos. Neste período Branwen treinou um estorninho a
falar e enviou-o à Gales. Desta forma, seu irmão Bran foi avisado
de que ela corria perigo e necessitava de ajuda. O rei de Gales
enfurecido, prepara seu exército e cruza o mar em direção de
Ywerddon.
Na
Irlanda uma aparição incomum: uma floresta materializou-se no mar.
Matholwch, estarrecido com tal visão, chama Branwen. Ela lhe
explica que tratava-se da Esquadra de seu irmão.
Em
meio a um grande banquete onde Matholwch abdica seu trono ao seu
filho Gwern, ainda criança. Neste exato momento, Efnisien e Bran
junto com toda sua guarda chegam. Amigavelmente Efnisien, pede ao
rei da Irlanda para abraçar o menino e obtêm o seu consentimento.
Quando Gwern vai ao seu encontro, ele joga-o no fogo. Imediatamente
o grande banquete torna-se uma batalha sangrenta. Após três dias o
exército de Gales é vitorioso, mas o custo é altíssimo, pois seu
exército fica reduzido à sete sobreviventes, entre os quais estava
o irmão de Bran, Manawydan. Antes de morrer Bran ordena que seja
decapitado e sua cabeça seja enterrada na Montanha Branca, em
Londres, onde ficaria olhando em direção ao continente e
protegeria seu país de invasões futuras.
Ao
retornar, Branwen entra em profunda depressão e considera-se
maldita por ter provocado tão horrendo conflito. Ela morre e seu
corpo é enterrado às margens do rio Alaw, segundo a tradição, em
Bedd Branwen, ou Tumba de Branwen. Os sobreviventes restantes seguem
a esmo durante vários anos até conseguirem enterrar a cabeça mágica.
A
Deusa Branwen deve ser invocada quando você necessitar começar um
projeto novo, procura inspiração ou até se está para enfrentar
alguma perda (separação, perda de emprego, morte de familiar).
Seus
símbolos incluem o caldeirão, a Lua Prateada, o corvo branco, a
pomba e o estorninho. O branco é a cor sagrada desta deusa por ser
considerada a Deusa do Coração Puro que possui a capacidade de
promover reinícios.
Branwen,
a Vênus dos Celtas, regressa de seu exílio para reclamar uma
sabedoria que foi relegada por muitos milênios.
Esta
Deusa aparece em nossas vidas para fortalecer a conexão com a nossa
própria essência. A busca desta deusa nos ajuda a apreciar nosso
próprio poder, habilidade e beleza. Honrar
Branwen
é celebrar com amor todos os momentos da nossa vida.
Reverenciar
Branwen e seus princípios femininos nos põe em contato direto com
a magia da natureza e de todas as criaturas.
O
CORVO BRANCO
"...se
fossem nossas almas visíveis aos olhos, se veria distintamente uma
coisa estranha, cada um dos indivíduos da espécie humana
corresponderia a alguma espécie do reino animal....os animais são
as figuras de nossas virtudes e nossos vícios, errantes diante dos
nossos olhos; os fantasmas visíveis de nossas almas." (Os
Miseráveis-Victor Hugo).
Na
mitologia grega, os corvos eram originalmente brancos e eram os
mensageiros de Apolo. Até que certo dia, trouxeram-lhe más notícias
e a fúria deste deus os chamuscou de preto.
Para
os celtas, o corvo também era inicialmente branco. Pássaro
associado ao deus Lugh, que tinha a missão de vigiar para que
nenhum mortal se aproximasse do leito da amante grávida deste deus.
Mas, como toda mulher consegue o que quer quando é determinada, fez
com que o corvo silenciasse sobre uma noite que havia passado nos
braços de um pastor. Quando interrogado, o pobre corvo mentiu e o
deus da adivinhação, furioso, condenou-o a ter a plumagem negra e
a lhe obedecer cegamente daquele dia em diante. Esta lenda é
representativa de quando mal pode acarretar uma mentira, pois neste
momento a consciência se separa da divindade que existe nela. A
consciência pode ser iluminada com a luz da verdade, ou sombria com
a plumagem negra da mentira.
O
corvo na tradição celta também tem papel profético. Era
considerado animal sagrado entre os gauleses, bretões, gauleses e gaélicos.
Considerado um pássaro celeste, do Sol e da luz, mas também tem
lugar preponderante no lado sombrio de todos nós. A "sabedoria
do corvo", para os irlandeses significava o conhecimento
supremo.
Tanto
a deusa da guerra, Bodb, como também a deusa tríplice Morrigan,
eram representadas na forma de uma gralha. Branwen era igualmente
associada a um corvo branco.
O
corvo foi personagem principal na narrativa "O Sonho de
Ronabwy". Os corvos guerreiros do Owein, depois de serem
massacrados pelos soldados de Artur, reagem com violência e atacam
para partir os soldados em pedaços.
Na
mitologia germânica, o corvo é o pássaro companheiro do deus Vatã.
Na mitologia escandinava, Odim tinha dois corvos. Seus nomes eram:
Hugin (a Reflexão) e Munin (a Memória). Os dois deixam seu senhor
pela manhã para sobrevoar o mundo e retornam à noite para contar o
que viram e ouviram. Odin possuía também dois lobos, o Geri (o
Glutão) e Freki (o Voraz). Os corvos representavam o princípio da
criação e os lobos o princípio da destruição.
Os
licualas do Congo (África), consideram o corvo como um pássaro que
os previne de algum infortúnio.
No
mundo indígena o corvo tem papel preponderante. Na América do
Norte o corvo é a personificação mítica do trovão e do vento. O
bater de suas asas é um ato simbólico do vento e sua língua é o
raio.
A
sua semelhança com a família das águias o tornaram manifestação
do Grande Espírito. Ele é figura central do panteão dos índios
tlingit (noroeste do Pacífico).
O
corvo é protagonista de muitas lendas de tribos norte-americanas e
ocupa um lugar fundamental na mitologia e rituais destes povos. É
conhecido pelos tainainas, os kutchins, os kaskas, que o chamavam de
"Wisakedjak" e também os ojibwa, que o denominavam
"Nanasbusch" e os naskapi, que o conheciam como
"Djokabish". Para todos estes povos, foi o corvo que
criou o homem, organizou e estruturou o mundo, e criou e libertou o
Sol e a Lua.
Na
Colômbia é um animal celeste e criador. O deus criador, Shai-Iana
fundou um reino que se estendia a uma grande altura e embaixo, havia
um oceano imenso totalmente vazio. Cansado do seus serviços, o deus
criador, acabou por expulsar o Grande Corvo do paraíso e o colocou
dentro de um saco. À princípio o corvo não sabia o que fazer, mas
assustado e desesperado começou a bater asas no intuito de
livrar-se da prisão. Agitou-se tanto, que do oceano primordial
erigiu rochas que vieram a constituir as primeiras terras emersas.
Depois através de seu canto melodioso criou o primeiro homem que
surgiu de dentro de um gigantesco marisco. Usando então sua magia,
criou a mulher, pois a sexualidade é o jogo predileto do corvo.
Depois roubou dos céus o Sol e ofereceu ao homem o fogo.
Mas
o corvo, igual sua cor, tem seu lado negro, sombrio, e sendo assim
em algumas tradições ele é ligado a morte e mau-agouro. Segundo
algumas idéias populares, quando Deus criou a galinha, o Diabo
criou o corvo.
"Quando
um corvo vem grasnar em cima de um telhado de uma casa na qual alguém
doente, é sinal certo que morrerá dessa doença". Na
Normandia, as gralhas eram sinal de fome e, pela direção de seu vôo
ou conforme seus grasnos, pressagiavam carestia ou abundância. A
maioria das vezes o canto desses pássaros era temido,
principalmente se houvesse algum doente por perto.
O
corvo de nossos dias é figura arquetípica que já alcançou fama
internacional e que foi estigmatizado como a "morte" em um
filme, cujo o protagonista principal era Brandon Lee. O ator morreu
sem ter podido concluir as filmagens.
Como
se pode observar, este pássaro negro é tipo como anunciador da
morte, que plana sobre os campos de batalha para alimentar-se da
carne dos mortos. O corvo leva aqui a fama de uma marginalidade trágica
de monstro desapiedado e devorador de corpos. Mas em algumas crenças
ele também é um herói solar. Algumas vezes demiurgo, mensageiro e
guia divino. É guia das almas na sua última viagem e conhece os
terríveis segredos das trevas.
Texto
pesquisado e desenvolvido por
Rosane
VOLPATTO
Bibliografia
consultada
Mistérios
Celtas - John Sharkey
Anam
Cara - John O'Donohu
The
Celt Druid - Geoffrey Higgins
O
Livro da Mitologia Celta - Claudio Crow Quintino
Todas
as Deusas do Mundo - Claudiney Prieto
O
Oráculo da Deusa - Amy Sophia Marashinsky
Os
Mistérios Wiccanos - Raven Grimassi Os Mitos Celtas - Pedro Pablo
G. May
Druidismo
Celta - Sirona Knight
O
Anuário da Grande Mãe - Mirella Faur
Livro
Mágico da Lua - D. J. Conway
Alguns
sites americanos
 

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