|
ATENA, DEUSA DA
GUERRA, DA
SABEDORIA E DAS
ARTES

Atena era a
Deusa grega da
sabedoria e das
artes conhecida
como Minerva
pelos romanos.
Atena era uma
Deusa virgem,
dedicada a
castidade e
celibato. Era
majestosa e uma
linda Deusa
guerreira,
protetora de
seus heróis
escolhidos e de
sua cidade
homônima Atenas.
Única Deusa
retrata usando
couraça, com
pala de seu
capacete voltada
para trás para
deixar a vista
sua beleza, um
escudo no braço
e uma lança na
mão.

Contradizendo
com seu papel
como uma Deusa
que presidia às
estratégias da
batalha na época
de guerra e às
artes domésticas
em tempo de paz,
Atena era também
apresentada com
uma lança em uma
das mãos e uma
tigela ou roca
na outra.
Era protetora
das cidades das
cidades, das
forças
militares, e
Deusa das
tecelãs,
ourives, oleiras
e costureiras.
Atena foi
creditada pelos
gregos ao dar à
humanidade as
rédeas para
amansar o
cavalo, ao
inspirar os
construtores de
navios em sua
habilidade, e ao
ensinar as
pessoas a
fazerem o arado,
ancinho, canga
de boi e carro
de guerra. A
oliveira foi seu
presente
especial a
Atenas, um
presente que
produziu o
cultivo das
azeitonas.
A Deusa Atena
foi retratada
com uma coruja,
ave associada a
sabedoria e de
olhos
proeminentes,
duas de suas
características.
Cobras
entrelaçadas
eram
apresentadas
como um modelo
no debrum de sua
capa e escudo.
Quando Atena era
retratada com
outro indivíduo,
esse sempre era
do sexo
masculino. Por
exemplo, era
vista perto de
Zeus na atitude
de um guerreiro
de sentinela
para seu rei. Ou
era reconhecida
atrás ou ao lado
de Aquiles ou de
Odisseu, os
principais
heróis gregos de
Ilíada e da
Odisséia.
As habilidades
bélicas
domésticas
associadas com
Atena envolvem
planejamento e
execução,
atividades que
requerem
pensamento
intencional e
inteligente. A
estratégica, o
aspecto prático
e resultados
tangíveis são
indicações de
qualidades e
legitimidade de
sua sabedoria
própria. Atenas
valoriza o
pensamento
racional e é
pelo domínio da
vontade e do
intelecto sobre
o instinto e a
natureza. Sua
vitalidade é
encontrada na
cidade. Para
Atena, a selva
deve ser
subjugada e
dominada.
Atena era a
filha predileta
de Zeus, que lhe
concedeu muitas
das suas
prerrogativas.
Ela tinha o dom
da profecia e
tudo que
autorizava com
um simples sinal
de cabeça era
irrevogável. Ora
conduz Ulisses
em suas viagens,
ora ensina as
mulheres a arte
de tapeçaria.
Foi ela que faz
construir o
navio dos Argonautas,
segundo seu
desenho e coloca
à popa o pau
falante, cortado
na floresta de Dodona, o qual
dirigia a rota,
advertindo
perigos e
indicando os
meios de os
evitar.
Era na cidade de
Atenas que seu
culto foi
perpetuamente
honrado: tinha
seus altares, as
suas mais belas
estátuas, as
suas festas
solenes e um
templo de
notável
arquitetura, o Partenon. Esse
templo foi
reconstruído no
período de
Péricles.

NASCIMENTO
MITOLÓGICO
Zeus ingere sua
primeira esposa, Métis (que
estava grávida),
uma Titã, na
esperança de
prevenir o
nascimento de um
futuro rival.
Mas esse ato de
integração tem
uma conseqüência
imprevista: um
dia, Zeus tem
uma dor de
cabeça
lancinante e
logo dá à luz,
pela cabeça, o
feto que estava
no útero de sua
primeira esposa.
A criança que
nasce já madura
da cabeça do pai
é Atena, a filha
consumada do
pai.
A Deusa não
conheceu sua
mãe, Métis.
Nesse primeiro
relato do mito,
o ato de engolir
a esposa grávida
e a filha nascer
da cabeça do
pai, nos faz
lembrar do
nascimento de
Eva da costela
de Adão. É bem
sugestivo que
tanto Atena como
Eva se associem
com a serpente:
as vezes a
serpente
inclusive podia
aparecer no
lugar de Atena,
e na Gênesis a
serpente tem, as
vezes, o rosto
de Eva, enquanto
que o
significado que
são dadas as
essas imagens
são muito
diferentes.
Porém, em ambos
os mitos a Mãe
Natureza perde
força e o macho
se apropria de
seus poderes
como doadora de
vida.
Esse mito é o
maior testemunho
do momento
histórico em o
patriarcado se
impõe sobre a
ordem anterior
(matriarcado).
Entretanto, conforme o mito vai se
desenrolando,
Atena torna-se
uma boa
companheira para
seu pai e uma
das mais íntimas
conselheiras.
Essa história
nos conta,
especificamente,
de como a
consciência
lunar
desenvolve-se
dentro da solar,
dominante. É
Atena que
introduz na
psique dominada
por Zeus um
elemento de
interioridade
reflexiva que
suaviza o
elemento opiniático-recriminador
da posição solar
dominante.

ATENA E PALAS
Habitualmente,
considerava-se
Atena e Palas
como o mesma
divindade. Os
gregos até
juntaram os dois
nomes: Palas-Atena.
Entretanto,
muitos poetas
afirmaram que
essas duas
divindades não
poderiam ser
confundidas.
Palas, chamada Tritônia, de
olhos verdes,
filha de Tritão,
fora encarregada
da educação de
Atena. Ambas se
apraziam nos
exercícios das
armas.
Certa vez,
conta-se que
elas se
desafiaram.
Atena teria
saído ferida se
Zeus não tivesse
colocado a égide
diante de sua
filha; Palas ao
ver tal ficou
aterrorizada, e
enquanto recuava
olhando para a
égide, Atena
feriu-a
mortalmente.
Veio-lhe depois
um profundo
sentimento de
culpa e para se
consolar fez
esculpir uma
imagem de Palas,
tendo a égide
sobre o peito.
Consta que é
essa imagem ou
estátua que mais
tarde ficou
sendo o famoso
Paládio de
Tróia.

CONSCIÊNCIA
LUNAR OU
MATRIARCAL/SOLAR
OU PATRIARCAL
Primeiro, é
necessário
conceituarmos o
que é
consciência
lunar e solar:
CONSCIÊNCIA
LUNAR OU
MATRIARCAL
É toda aquela
que não prioriza
os padrões
coletivos e pode
até rebelar-se
contra o
convencional e
repudiar o
coletivo. Ela
surge geralmente
de forma
compulsiva e
irracional. No
nível lunar a
consciência
mantém-se sempre
livre, criativa
e imprevisível.
A consciência
lunar, nas
tradições
patriarcais, só
se dirigem a nós
via
inconsciente, em
sonhos, eventos
espontâneos,
anseios
instintivos e
através de
inibições que
encerram esses
anseios.

CONSCIÊNCIA
SOLAR OU
PATRIARCAL
A consciência
solar possui os
valores nela
contidos pela
mão da tradição
coletiva. Esses
valores podem
estar escritos e
codificados, se
a cultura for
alfabetizada e
em histórias e
mitos, como é o
nosso caso, se
processa pela
tradição oral. A
consciência
solar adapta um
indivíduo à
sociedade, mas
também pode
torná-lo um
tirano primitivo
ou um assassino
de nosso "ego"
com seus
fatigantes raios
de reprovação.
A consciência
solar tem sido
identificada
tradicionalmente
como um traço da
tradição
monoteísta da
cultura
ocidental, e
atua para apoiar
a atitude
monoteísta
predominante da
consciência
coletiva.

ZEUS E ATENA

Zeus, na
mitologia grega,
repete os
padrões de
comportamento de
seu pai Cronos e
de seu avô
Urano. Como
eles,
destinatários de
um oráculo
segundo o qual
um filho os
destronará, Zeus
teme por sua
autoridade.
Quando Métis
engravida,
ingere-a,
imitando assim o
procedimento do
pai Cronos, que
engolia os
filhos. Se a
estratégia
defensiva de Cronos era
cooptação das
novas
possibilidades
de vida, já
Zeus é bem mais
eficiente, pois
tenta incorporar
o elemento
feminino
propriamente
dito, a mãe de
novas
possibilidades.
O que pode até
parecer um ato
de integração, é
na verdade um
inteligente
golpe com a
intenção de
privar o
inconsciente de
seu poder
criativo. Zeus
pensava em
integrar os
desafios e as
resistências
inconscientes
compondo-os em
uma aliança com
a atitude
dominante,
utilizando
inclusive o
inconsciente
para suas metas.
Logicamente
fracassa, pois
não contava com
a implacável
hostilidade das
"mães" da
consciência
lunar e dá à luz
a Atena: o
"justo
equilíbrio".
Diferentemente
de Zeus, Atena
tem um ativo
interesse pelas
questões da
humanidade e é
ela que intervém
no trágico
destino de
Orestes,
perseguido pelas Erínias,
que acabou sendo
julgado por ter
praticado
matricídio:
"Orestes, uma
vez já o salvei
Quando fui
árbitro das
colinas de Ares
E rompi o nó
votando em seu
favor.
Que agora seja
lei: aquele que
obtém
Um veredito
igualmente
repartido ganha
Sem causa."
(Eurípedes,
"Ifigênia em Taurus",
1471-1475)
A nota de
misericórdia
nessa fala
indica sua
propensão a
favorecer a
manutenção das
possibilidades
de vida e a
deixar
transpirar a
inclinação de
Atena para a
adoção prática
da função de
consciência
lunar nos
assuntos
atinentes à
justiça.
Entretanto, a
Deusa Atena
dentro do mundo
do Olimpo é
profundamente
influenciada por
sua
inquestionável
aliança com o
pai. Atena
pertence ao pai,
Zeus. Por
conseguinte,
Atena é uma
Deusa que
representa uma
versão pouco
expressiva da
consciência
matriarcal. Ela
representa, na
realidade, uma
tentativa de
fazer com que a
consciência
solar (animus)
incorpore alguns
aspectos da
consciência
lunar (anima).
Atena amplia os
horizontes de
Zeus,
interioriza e
suaviza o cosmo
patriarcal, mas
não desafia de
maneira
fundamental os
pressupostos
olímpicos. Em
vez disso, ela
lhe oferece
apoio e introduz
no seu mundo da
consciência um
pouco de
reflexão
estratégica e
momentos de
interioridade.

ATENA E ARACNE
Como Deusa das
Artes, Atena foi
desafiada numa
competição de
destreza por uma
tecelã
presunçosa
chamada Aracne.
Ambas
trabalhavam com
rapidez e
habilidade.
Quando as
tapeçarias
ficaram
terminadas,
Atena admirou o
trabalho
impecável de sua
competidora, mas
ficou furiosa
porque Aracne
ousou ilustrar
as desilusões
amorosas de seu
pai, Zeus. Na
tapeçaria, Leda
está acariciando
um cisne, uma
simulação para
Zeus, que tinha
entrado no
dormitório da
rainha casada
disfarçado de
cisne para
fazer-lhe a
corte.
Um outro painel
era de Dânae, a
quem Zeus
fecundou na
forma de um
chuvisco
dourado; um
terceiro
representava a
donzela Europa,
raptada por Zeus
disfarçado na
forma de um
majestoso touro
branco.
O tema de sua
tapeçaria
ocasionou a
ruína de Aracne.
Atena ficou tão
brava que rasgou
todo o trabalho
de Aracne e a
induziu a
enforcar-se.
Depois, sentindo
pena, Atena
deixou Aracne
viver,
transformando-a
em aranha,
condenada para
sempre a tecer.
Observamos aqui,
novamente, o
comprometimento
do julgamento da
Deusa Atena com
os princípios
solares de Zeus,
a tal ponto de
esquecer-se de
quem ela
exatamente é.
Como defensora
categórica do
pai, ela pune
por tornar
público o
comportamento
ilícito de Zeus,
sem questionar o
desaforo do
próprio desafio.

DEUSA-TECELÃ
Como
Deusa-tecelã,
Atena,
envolvia-se em
fazer coisas que
eram ao mesmo
tempo úteis e
belas. Era muito
admirada por
suas habilidades
como tecelã,
onde as mãos e o
cérebro devem
trabalhar
juntos.
Para se fazer
uma tapeçaria ou
tecelagem, a
mulher deve
esquematizar e
planejar o que
fará depois,
fileira por
fileira, criá-la
metodicamente.
Esse método é
uma expressão do
arquétipo de
Atena, que dá
ênfase à
previsão,
planejamento,
domínio da
habilidade e
paciência.
As habitantes da
fronteira da
Grécia que
teciam, criavam
roupas e faziam
praticamente
tudo que era
usado por suas
famílias,
incorporavam
Atena em seu
domínio
doméstico. Lado
a lado com seus
maridos, elas
desbravavam a
terra selvagem,
dominando a
natureza
conforme
prosseguiam.
Sobreviver e ser
bem sucedido
requer os traços
da Deusa Atena.
A Deusa não só
ensina a tecer,
mas também a
trabalhar a
lama, inventou
as bridas e o
carro de
cavalos, ajudou
na construção do
cavalo de
madeira com que
se derrotou
Tróia e
construiu o
primeiro barco.

ATENA E HEPHAESTUS
Durante o
período da
Guerra de Tróia,
a Deusa Atena
dirigiu-se a Hephaestus, para
que forjasse seu
arsenal. O Deus
do fogo, aceitou
o encargo e se
pôs a trabalhar,
apaixonado pela
bela e decidida
Deusa. Poseidon
encorajou-o mais
ainda ao
dizer-lhe que
Atena desejava
ser possuída por
ele.
Quando a Deusa
se prontificou a
pagar pelo
trabalho, o Deus
da Forja disse
que receberia
tão somente seu
amor como
símbolo de
gratidão e
lançou sobre
Atena tentando
violá-la. A
Deusa afastou-o
energicamente,
mas não antes
que o seu sêmen
caísse
acidentalmente
em seu pé. Ela
limpou-se com
suas vestes de
lã, mas um pouco
do esperma caiu
na terra. Gaia
(a Terra), ao
receber o sêmen,
imediatamente
engravidou.
Gaia deixou
claro que não ia
aceitar o filho
resultante
daquela
estupidez e
Atena
sentindo-se
responsável pelo
incidente, tomou
a decisão de
cuidar da
criança, tão
logo Gaia a
tivesse. O
recém-nascido,
recebeu o nome
de Erictonio,
foi levado do Olimpo até a
corte do rei Cécrope, para
mais tarde
ocupar o trono
de Atenas, como
sucessor de seu
pai adotivo.
Erictonio, foi o
primeiro rei
mítico de
Atenas, que por
peculiar
concepção
possuía a mesma
Terra, como mãe
e pátria. Desse
modo, não é
possível
remontar a
linhagem grega
até a geração de
um "pai", e sim
até a pátria na
sua totalidade,
que em comum
lhes pertencia,
e da qual
admitiam ser
originários.
Não seria
necessário
dizer, que essa
idéia prestou um
grande serviço
para minimizar a
importância
social e
histórica do
papel da mulher.
Essa crença dos
homens gregos
também teve
conseqüências
políticas e
militares muito
benéficas para a
sobrevivência da
"polis". Entre
elas, a
confirmação do
dever de todo o
cidadão de
defender sua
pátria do ódio
dos bárbaros.

FESTIVAIS EM
HONRA A DEUSA
ATENA
Durante as Panathenaias,
festas solenes
dedicadas a
Deusa Atena,
todos os povos
da Ática,
corriam a
Atenas. Essas
festas, a
princípio só
duravam um dia,
duração que mais
tarde, a partir
de 565 a.C,
passou para
cinco dias, de
19 (dezenove) a
23 (vinte e
três) de março.
Distinguiam-se
as Grandes e as
Pequenas Panathenaias: as
primeiras se
celebravam de
quatro em quatro
anos, e as
outras
anualmente.
Nessas
cerimônias
disputavam-se
três espécies de
prêmios: os de
corrida, os de
luta e os de
poesia ou
música. Os
ganhadores
recebiam vasos
pintados cheios
de azeite de
oliva puro,
produto da
árvore sagrada
da Deusa Atena.
Os gregos
antigos
realizaram um "lampadedromia"
(palavra grega
para o condução
da tocha), onde
os atletas
competiram
passando com a
tocha em uma
corrida na
condução à reta
final. Em Atenas
antiga o ritual
era parte
importante da
Festa Panathenaia.
A grande atração
desses festivais
era uma
procissão em que
uma veste nova e
bordada era
confeccionada
por um seleto
número de
mulheres
atenienses, era
carregada pela
cidade em um
navio ornado.
Essa procissão
estava
representada nos
frisos do Paternon.
Os magistrados
de Atenas
ofereciam
sacrifícios para
Deusa e todos os
serviços de seu
santuário eram
conduzidos por
duas virgens
eleitas por um
período e um
ano.

A FILHA DO PAI
Talvez o maior
diferenciação da
Deusa Atena está
em não ter
conhecido e não
ter convivido
com a mãe, Métis.
Na verdade Atena
parecia não ter
consciência de
que tinha mãe,
pois
considerava-se
portadora de um
só genitor,
Zeus. Na
qualidade de tão
somente "filha
do pai", Atena
tornou-se uma
defensora dos
direitos e dos
valores
patriarcais.
Ela era o "braço
direito" de
Zeus, com
crédito total
para usar bem
sua autoridade e
proteger as
prerrogativas
dele. Muitas
dedicadas
secretárias
executivas, que
devotam suas
vidas a seus
patrões, são
bons exemplos
das convicções
da Deusa Atenas.

ATENA COMO DEUSA
DA SABEDORIA

Levando-se em
conta que as
Deusas e Deuses
são arquétipos
que todo ser
humano tem
acesso, parece
que o mito de
Atena explora
antes de tudo a
qualidade da
reflexão. Suas
histórias
constituem uma
meditação sobre
o valor do
pensamento
minucioso e
pausado, o de
ver muito além
da reação
imediata ante à
um
acontecimento. A
Deusa encarna a
virtude da
contenção, e
seus olhos
"resplandecentes"
são o emblema de
uma inteligência
lúcida que poder
ver além da
satisfação
imediata.
Atena oferece a
seus protegidos
o bom conselho,
o pensar
cuidadoso ou a
previsão
prática: a
capacidade de
refletir. A essa
virtude se
denomina "metis",
derivado do nome
de sua mãe e que
podemos traduzir
como "conselho"
ou "sabedoria
prática".
Quando o
arquétipo de
Atena está ativo
em uma mulher,
ela mostrará uma
tendência
natural de fazer
todas as coisas
com muita
moderação para
viver em "justo
equilíbrio", que
era o ideal
ateniense. O
"justo
equilíbrio" é
também mantido
pela tendência
que possui a
Deusa Atena de
conduzir
acontecimentos,
notar efeitos e
mudar de curso
da ação tão logo
ele pareça
improdutivo.
Além disso, é
interessante
notar que Atena
chega ao cenário
olímpico com
esplêndida
couraça dourada.
Estar
"encouraçada" é
um traço
marcante dessa
Deusa. Foi seu
grande
desenvolvimento
intelectual que
a deixou longe
do sofrimento,
tanto seu como
dos outros.
No mundo
competitivo em
que vivemos o
arquétipo de
Atena tem
indiscutível
vantagem, pois
a mulher-Atena
(arquétipo
ativo) não é uma
mulher que é
pessoalmente
atingida por
qualquer
hostilidade ou
decepção. Toda a
mulher quando
ferida ou
insultada, pode
tornar-se
emotiva e menos
efetiva. Na
mesma condição,
a mulher-Atena
avalia friamente
o que está
acontecendo.
Todas as
mulheres que
desejam
desenvolver as
qualidades da
Deusa Atena,
devem dar
especial atenção
à educação. Toda
a instrução
estimula o
desenvolvimento
desse arquétipo.
Aprender fatos
objetivos,
pensar
claramente,
preparar-se para
concursos e
exames são todos
excelentes
exercícios que
evocam Atena.

CONCILIANDO-SE
COM A "MÃE"
Na mitologia, a
Deusa Atena era
órfão de mãe e
sentia orgulho
por ter apenas
Zeus como pai.
Metaforicamente
as mulheres tipo
Atena também são
"órfãos de mãe"
de muitos modos.
Mas é muito
importante
redescobrir a
mãe e
valorizá-la.
A mulher-Atena,
geralmente
deprecia sua
própria mãe. Ela
precisa
descobrir as
energias de sua
mãe, muitas
vezes antes que
possa valorizar
quaisquer
semelhanças
entre a mãe e
ela mesma. Ela
necessitará da
conexão com esse
arquétipo
materno para experienciar a
maternidade e
sentir-se mãe
profunda e
instintivamente.
É muito útil
para mulher tipo
Atena aprender
que os valores
femininos
matriarcais, que
existiam muito
antes da
mitologia grega.
Adquirindo
conhecimento de
tais conceitos,
ela poderá
começar a pensar
diferentemente
sobre sua
própria mãe e
outras mulheres,
e depois de si
própria. Mudando
seu modo de
pensar, poderá
também melhorar
seu
relacionamento
com outras
pessoas.

MEDO DO FEMININO
Toda a ideologia
do patriarcado
concebe o
"feminino" como
uma força
irracional
destrutiva.
Entretanto, a
desvalorização
do Feminino deve
ser entendida
como uma
tentativa de
superação do
medo do Feminino
e de seu aspecto
perigoso como a
"Grande Mãe" e
como a "anima".
No patriarcado,
o inconsciente,
o instinto, o
sexo e a terra,
enquanto coisas
terrenas,
pertencem ao
"feminino
negativo", ao
qual o homem
associa a
mulher, e que
todas as
culturas
patriarcais, até
o presente
momento, a
mulher e o
Feminino têm
sofrido sob a
atitude
defensiva e o
desprezo
masculinos.
Essa avaliação
negativa não se
aplica apenas ao
caráter
elementar e ao
aspecto
matriarcal, mas
igualmente ao
seu
transformador.
Para o homem,
que considera-se
"superior", a
mulher se torna
feiticeira,
sedutora, bruxa,
e é rejeitada em
virtude do medo
associado ao
Feminino
irracional. O
homem denuncia o
Feminino como escravizador,
como algo
confuso e
sedutor, que
pode colocar em
risco a
estabilidade de
sua existência.
Ele rejeita o
feminino,
especialmente
porque ele o
prende no
casamento, na
família e na
adaptação à
realidade, e o
confunde quanto
o pensar de si
próprio. Como o
indivíduo do
sexo masculino é
dominado pelo
elemento
espiritual
superior, ele
foge da
realidade da
terra e prefere
ascender rumo ao
céu.
O resultado
dessa postura
unilateral,
torna o homem
não integrado
que é atacado
por seu lado
reprimido e em
muitas vezes
sobrepujado por
ele.
A negativização
do Feminino não
deixa que o
homem experiencie a
mulher como uma
igual, mas com
características
distintas. A
conseqüência da
altivez
patriarcal leva
à incapacidade
de fazer
qualquer contato
genuíno com o
Feminino, isto
é, não apenas
com a mulher
real, mas também
com o Feminino
em si, com o
inconsciente.
Enquanto o
indivíduo do
sexo masculino
não deixar
desenvolver o
Feminino (anima)
em uma psique
interior, jamais
chegará a
alcançar a
totalidade. A
separação da
cultura
patriarcal do
Feminino e do
inconsciente
torna-se assim,
uma das causas
essenciais da
crise de medo
que agora se
encontra o mundo
patriarcal.

VIVER DE ACORDO
COM A
DEUSA ATENA

Viver sob a
influência do
arquétipo Atena,
significa viver
inteligentemente
e agir premeditadamente
no mundo
patriarcal. A
mulher que vive
desse modo, leva
uma vida
unilateral e
vive quase que
exclusivamente
para seu
trabalho. Ainda
que aprecie a
companhia dos
outros,
falta-lhe a
carga emocional,
atração erótica,
intimidade,
paixão ou
êxtase.
A exclusiva
identificação
com a racional
Atena desliga
toda a mulher da
cadeia e
intensidade da
emoção humana.
Seus sentimentos
são bem
modulados por
Atena, limitados
ao meio-termo.
Agindo
intelectualmente,
a mulher-Atena
pouco sabe sobre
a sensualidade,
pois Atena a
mantém acima do
nível
instintivo, e
portanto ela não
sente a força
total dos
instintos
maternais,
sexuais ou procriativos.
Não há possessão
no amor de Atena
e inclusive
quase nenhum
desejo sexual.
A mulher-Atena
pode ainda,
produzir o
"efeito medusa",
ou seja, afastar
as pessoas que
não sejam como
ela.
Em seu peitoral,
a Deusa Atena
usava um símbolo
do seu poder, a
égide, uma pele
de cabra
decorada com a
cabeça de uma Gógona, a cabeça
da Medusa. A Górgona é também
um aspecto da
mulher tipo
Atena.
No
nível
psicológico,
Atena é o
arquétipo da
mulher
artisticamente
criativa. Para
homens e
mulheres, é o
espírito da
realização, da
competência e da
ação.

RITUAL DA
SABEDORIA
Atena é a mais
sábia das Deusas
e todos nós
podemos nos
beneficiar
atraindo algo de
sua sabedoria e
percepção para
nossas vidas.
Os antigos
gregos quando
iam honrar a
Deusa Atena em
sua festividade,
usavam roupas
novas, como se
assim se
revestissem a si
mesmo com sua
sabedoria.
Portanto, a
primeira coisa
que devemos
fazer é comprar
uma roupa nova
digna de uma
Deusa.
Púrpura é a cor
tradicional da
sabedoria, sendo
assim, é melhor
que escolha algo
dessa cor, ou
pelo menos um
detalhe ou
bordado em
púrpura. Quando
vestir seu traje
novo pela manhã,
pense que está
se vestindo com
a sabedoria de
Atena.
As azeitonas
estão
consagradas à
Atena, assim que
ao final do dia
se sente com uma
vasilha de
azeitonas e
invoque-a
dizendo:
-"Ao comer essas
azeitonas,
peço-lhe que me
enchas de
sabedoria e
astúcia, e que
essas qualidades
se mantenham
durante todo o
ano."
Coma as
azeitonas uma a
uma, e ao mesmo
tempo reflita
sobre as áreas
de sua vida que
podem se
beneficiar com a
sabedoria de
Atena.

ORAÇÃO A DEUSA
ATENA
Deusa Atena,
ouça a prece
De sua seguidora
mais humilde
Gloria Deusa
Atena
Busco seu amor,
sua força, sua
sabedoria
Ajoelho-me aos
teus pés, Atena,
Deusa-Virgem
Eu a venero e a
respeito
Sou tua
seguidora mais
fiel
Abençoe minha
casa e meus
familiares
Ajude-me com meu
trabalho, meus
relacionamentos,
minha vida.
"Athena,
Hilathi!"

Texto pesquisado
e desenvolvido
por
ROSANE VOLPATTO
Os
mistérios da Mulher - M. Esther Harding
O
Ramo de Ouro - Sir James George Frazer
A
Deusa Interior - Jennifer Baker Woolger/Roger j. Wooger
As
Deusas e a Mulher - Jean Shinoda Bolen
O
Oráculo da Deusa - Amy Sophia Marashinsky
Bibliografia no link:
http://www.rosanevolpatto.trd.br/bibliografia1.html


|
|
|
|
|
|