DEUSA ASERÁ
Aserá é uma Deusa cananéia
muito antiga, uma inscrição suméria datando de 1750 a.C. se refere a ela como a
esposa de Anu, que pode ser identificado como El, o deus pai do panteão cananeu,
cujo papel é muito similar ao deus sumério An. Aserá era chamada "A Senhora do
Mar", o que a relaciona com a Nammu suméria e com a Ísis egípcia, "nascida da
umidade". É possível que Aserá se convertesse na esposa de Yahvé aos olhos dos
hebreus quando o deus assimilou a iconografia de deus pai que havia pertencido a
El.
Seu outro título era "Mãe dos
Deuses", como a Deusa Ninhursag suméria, e entre seus setenta filhos figuram
Baal e Mot, e sua filha Anat. Os reis de alimentavam de seus peitos, como se
alimentavam da Deusa na Suméria e no Egito.

Como o símbolo astrológico de
Baal era o Sol, Asera é freqüentemente associada com à Lua, mas seu símbolo era
o planeta Vênus. Entre outros títulos se destacam ainda:"rainha do céu" (Jeremias
7:18; 44:17,19); senhora dos céus, da terra e do mundo subterrâneo; o
grande princípio fêmea universal. Dizia-se que em suas mãos estavam a vida, a
morte e a renovação de toda a natureza.

Fig 1:
Tampa de uma caixa de ungüentos micênica que mostra uma
Deusa
Mãe com espiga de trigo nas mãos e está sentada entre
duas
cabras (1300 a. C. Ugarit, Ras Shamra, Ao norte de Canaã)
Na tampa da caixa (Fig 1.
acima), lindamente decorada, a Deusa Mãe Aserá ocupa o lugar da árvore da vida
entre seus animais, que dependem dela para subsistir. Como imagem da árvore da
vida, se alçava nos templos e bosques de Canaã, e era venerada como "Doadora de
Vida".
Muitas de suas imagens,
chamadas "asherim", eram esculpidas em madeira e colocadas junto ao altar nos
templos, ou em um bosque próximo ou sobre altares dispostos no alto de colinas
ou em "lugares elevados", consagrados à Deusa, como em Creta. Uma imagem
permaneceu durante muitos séculos no grande templo de Salomão, em Jerusalém.

Na Fig 2 (acima), a Deusa a
segura os seios como o mesmo gesto que a imagem babilônia de Isthar, sugere a
oferenda do alimento que flui deles. É possível que as "asherim" fossem
verdadeiras árvores, muito provavelmente o sicômoro ou amoreira negra, com seu
fruto rico e escuro e sua seiva leitosa, que pertenciam a Deusa no Egito e em
Creta. Fossem árvores ou efígies, as "asherim" eram as que provocavam a fúria
dos profetas e as orgias da destruição à mão de certos reis que, de vez em
quando, instigados pelos profetas, ordenavam sua eliminação imediata.
A palavra "Aserá" na Bíblia
pode referir-se tanto a própria Deusa como sua imagem de madeira esculpida,
embora nenhuma dessas imagens sobreviveu. No entanto, muitas figuras de argila,
pequenas e nuas, são encontradas no interior das casas; e o corpo e as pernas,
têm uma coluna cilíndrica que terminas em uma base plana, como a fig. 2.
Possivelmente fossem pequenos modelos de imagens maiores que encontravam-se nos
bosques e tempos, enquanto que a qualidade da fig. 1 sugere que estas eram mais
elaboradas. Em cada escavação arqueológica importante na Palestina são
encontradas figuras femininas, datadas entre 2.000 a.C até 600 a.C. É possível
que as mulheres usassem estas diminutas imagens para pedir a Aserá sua ajuda no
parto ou para que lhes concedesse fertilidade.

Aserá foi a Deusa de Tiro e da
Sidônia em épocas longínquas, ao menos desde 1200 a.C, e foi provavelmente uma
esposa sidônia de Salomão quem a introduziu na corte do rei hebreu. Mais tarde,
o rei Ajab (873-852 a. C.) se casou com Jezabel, filha de um rei da Sidônia, e o
culto a Aserá foi estabelecido de novo na corte., junto com seu filho Baal.
O culto à Asera no reino do
norte, Israel, persistiu até 721 a.C., mas permaneceu em Betel, pois lemos em
Josias, que o rei de Judá (629-609 a.C), destruiu os altares que haviam sido
erigidos por Jeroboam 300 anos antes e como "queimou as Aserás". Queimou o
altar, rompeu as pedras, as reduziu à pó, e queimou o cipó sagrado).
Existem muitas referências
veladas dos profetas às práticas nos templos cananeus, e também a interpretação
de sonhos. O profeta Elias assinala que "a profecia extática israelita têm suas
raízes profundas na religião cananéia", as sacerdotisas e sacerdotes cananeus
eram iniciados nas artes xamânicas. As sacerdotisas e sacerdotes de Aserá e Baal
eram chamados profetas, porém a prática de sua vocação vinha sendo cada vez mais
amenizada. Finalmente foi suprimida pelos profetas hebreus como intérpretes da
palavra divina.

Fig. 3
Aserá era o pão da vida
original. As mulheres hebréias e canaanitas amassavam o pães com sua figura e
eram benditos e comidos ritualmente. Esse pão é o precursor da hóstia da
comunhão. Eram encontrados ídolos seus debaixo de cada árvore e era esculpida em
árvores vivas (Fig. 3) ou se erigiam como postes ou pilares ao lado dos altares
ao longo dos caminhos. O culto se refinou com a Ártemis síria, da qual se faziam
imagens de argila. Os antigos rituais sexuais (que atualmente são erroneamente
considerados como simples cultos à prostituição) associados à adoração de Aserá,
asseguravam a continuação dos padrões de descendência matrilinear, com sua
sociedade afastada dos valores do dominador. Os sacerdotes iconoclastas hebreus
desarraigaram a Aserá, suplantando a cultura matriarcal com a patriarcal. Esse
referência Judeu-Cristã dessa lei dos Levitas, passou ao Império Romano, e é a
fonte da atual desigualdade sexual.

ASERÁ E LILITH

O nome de Lilith se deriva da
palavra assíria "lilta", um demônio feminino, ou espírito do vento. Porém,
anteriormente, aparece como "Lillake" em uma tablita suméria de 2000 a.C.,
encontrada em Ur que contêm o conto de Gilgamesh e da Árvore Huluppu, um
salgueiro sagrado. Ali ela é um ser demoníaco que vive no tronco da árvore do
salgueiro arrancado pela Deusa Inanna e lançado aos bancos do rio Eufrates.
Lilith é uma deidade conectada
estreitamente com Inanna. Lilith se sentou originalmente em seu trono, uma
árvore de salgueiro de três galhos com uma serpente dragão em suas raízes e Anzu
ou pássaro Zu ou Ku (o deus sumério das tormentas) nos galhos. Essa árvore
estava consagrada a Deusa e foi plantada por Inanna no rio Eufrates. A
representavam como uma bela mulher nua com peitos proeminentes, situada entre
dois leões, flanqueados por duas corujas, usando um turbante de serpente e com
asas. Em suas mãos tem o símbolo do poder. Liltih se relaciona em várias
ocasiões com a árvore do conhecimento. As vezes se mostra na árvore com o rabo
da serpente e pés de animal.
Os ícones dedicados a Aserá
mostram pinturas de uma "árvore sagrada". Entre outros títulos, Asera era
conhecida como "A Deusa da Árvore da Vida", "A Divina Dama do Éden" e "A Senhora
da Serpente". Aserá era representada, as vezes, como uma mulher que carregava
uma ou mais serpentes nas mãos. Era a serpente de Aserá quem aconselhou Eva para
desobedecer a ordem de deus de não comer da árvore sagrada. Em resumo, Aserá era
uma das múltiplas representações de Lilith.
Segundo a Biblia, os antigos
adoradores de Aserá incluíam ao rei sábio Salomão e outros reis bíblicos, assim
como suas esposas e filhas de Jerusalém. Os profetas do antigo testamento, as
vezes, os criticavam por oferecerem incenso à Rainha dos Céus. Como sabemos,
esses rituais sempre eram realizados em frente à uma árvore que representava a
Deusa. Era a árvore do bem e do mal, a árvore do conhecimento, a árvore da vida,
enfim, a árvore Huluppu.
Esse ritual realizado em torno
da árvore, chegou aos nossos dias e hoje nós a conhecemos como a Árvore de
Natal.

CONECTANDO-SE COM ASERÁ
A Deusa Aserá está diretamente
associada com a árvore de Natal e as festas natalinas. Os melhores dias para
estabelecermos conexão com Ela são: 10 e 15/02, 17/03 e 25/12. o Dia consagrado
é o sábado.
Seus símbolos são: o leão, os
lírios, o salgueiro, um triângulo, uma coluna ou uma cruz.
Ela é a Grande Mãe, associada à
fertilidade e ao sexo, regente do Céu e do planeta Vênus. Conecte-se com essa
Deusa poderosa, olhando para Vênus (a estrela matutina ou vespertina), faça seus
pedidos, medite e, em seguida, olhe para um espelho ou para a superfície de um
lago até perceber alguma imagem ou receber alguma mensagem ou intuição.
(O Anuário da Grande Mãe -
Mirela Faur; pág. 68)
Asera é a Deusa que traz
bênçãos especiais para a família e ajuda as pessoas à atingir seus objetivos e
sonhos.
Texto pesquisado e desenvolvido
por
ROSANE VOLPATTO

Bibliografia:
ASHERAH.,
The Columbia Encyclopedia, Sixth Edition 2007
http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=1942&letter=A&search=
Asherah Jewish Encyclopedia: Asherah
http://www.keyway.ca/htm2003/20030422.htm
The Hebrew
Goddess - Raphael Patai


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