DEUSA AFRODITE
Virgem
que veio do mar
Estrela
sempre luminosa da manhã
Deusa
radiante da beleza feminina
Amante
do encanto virginal da sensualidade
Vênus
eterna da tolerância e beleza
Baila
na luz, oculta dentro de nossos olhos
Sensualidade
feminina
Eternamente
revelada na mulher.

O
amor atraído por Afrodite é grande...é apaixonado...é verdadeiro.
Afrodite
é o arquétipo da sexualidade e da sensualidade.
NASCIMENTO DE AFRODITE
Há
duas versões sobre o nascimento biológico desta Deusa. Na versão de Homero,
Afrodite nasce de modo convencional, como sendo filha de Zeus e Dione, ninfa
do mar. Já na versão de Hesíodo, ela nasce em conseqüência e um ato bárbaro. Cronos, cortou os órgãos de seu pai Urano e os atirou no mar. Uma espuma
branca surgiu em torno deles e misturando-se ao mar, gerou Afrodite. Sendo
assim, Afrodite é filha do Céu e do Mar, a Deusa Mãe original em muitas
tradições, e o primeiro fruto da separação do céu e da terra. Como foi gerada
no mar, é a filha do começo, é a figura que, igual a Deusa original, volta a
unir as formas separadas de sua criação. Nesse sentido, Afrodite "nasce"
quando as pessoas recordam, com alegria, o vínculo que une os seres humanos
com os animais e com toda a natureza e ainda, quando percebem esse vínculo
como uma realidade clara e sagrada. O mito sugere que isso aconteceu mediante
o amor. A união se converteu em reunião, pois o amor que gera vida se faz eco
do próprio mistério da vida.
A união é reunião como a
fertilidade é renascimento. Essa concepção se manifestava cada primavera no
banho ritual de Afrodite que renovava sua virgindade e a da terra. As Horas,
as primeiras à vestir Afrodite quando nasceu, são também Deusas das estações,
que são as horas do ano e, na primavera, quando nasce o ano, a vestem de novo,
ajudadas pelas Graças.

O pintor Apeles
representara em um admirável quadro o nascimento de Afrodite chamada
Anadiómente, ou seja, "que sai do mar". Esse quadro foi consagrado à Deusa
pelo próprio Imperador Augusto e, ainda existia na época do poeta latino
Ausone, que fez dele uma breve mais viva descrição:
"Vede, diz ele, como esse
excelente mestre soube exprimir a água cheia de espuma que corre através das
mãos e dos cabelos da Deusa, sem lhe ocultar nem uma das graças: também desde
que Atena percebeu, dirigiu essas palavras a Hera: Cedamos, cedamos oh! Hera,
a essa Deusa que nasce, todo o prêmio da beleza."
A
imagem de Afrodite emergindo do mar foi imortalizada durante a Renascença por
Botticelli em "O nascimento da Vênus". Esta pintura mostra uma
mulher nua, delicada e graciosa, sobre uma concha, sendo levada para a praia
pelos deuses do vento e uma chuva de rosas.
Há um grande número de
estátuas de Afrodite (Vênus): as mais célebres são a Vênus de Medicis, que se
acreditava ser uma cópia de Vênus de Cnide, executada por Praxíteles, a Vênus
de Arle, a Vênus de Milo, descoberta em Milo pelo Conde Marcellus, em 1820.
Uma das mais curiosas
estátuas dessa Deusa, variação da Vênus hermafrodita, era a Vênus barbata.
Estava em Roma: representava na sua parte superior um homem com cabeleira e
barba abundantes, enquanto a parte inferior era de mulher. Essa singular
estátua foi consagrada à Deusa por ocasião de uma moléstia epidêmica, em
conseqüência da qual as damas romanas perdiam os cabelos. A Afrodite
atribuiu-se a cura.
Em muitos quadros
modernos, Afrodite é representada sobre o seu carro, tirado por dois cisnes:
usa uma coroa de rosas e uma cabeleira loira; nos olhos brilha a alegria,
paira o sorriso nos lábios; em torno dela brincam dois pombos e uma grande
quantidade de pequenos amores.
Em uma medalha que
pertenceu a Imperatriz Faustina, vê-se a imagem de "Vênus mãe": segura uma
maçã com a mão direita, e com a esquerda uma criança envolta em cueiros. Em
outra medalha da mesma imperatriz, vê-se a "Vênus vitoriosa". Com suas
carícias, a Deusa se esforça em deter Ares, que parte para a guerra.
O nome de Afrodite, surge
da mesma forma que seu nascimento: "afrós" significa "espuma" em grego.
Contudo, o útero do mar que a acolheu e alimentou o sêmen do céu não foi
concebido como uma concha até que Botticelli a imortalizou com a dita imagem (kteís,
a palavra grega que designa a concha, significava também os genitais
femininos).
Seu nome latino, Vênus, é
a raiz da expressão "doença venérea". A sexta-feira (vendredi, em francês),
dia da semana, era-lhe consagrada (Veneris dies).
Afrodite
também era chamada "Dionéia" como sua mãe. "Anadómene", isto é, "saindo das
águas". Possuía um cinto onde estavam encerradas as graças, os atrativos, o
sorriso sedutor, o falar doce, o suspiro mais persuasivo, o silêncio
expressivo e a eloqüência dos olhos. Conta-se que Hera o pediu emprestado a
Afrodite para reanimar a paixão de Zeus e para vencê-lo na causa dos gregos
contra os troianos.

O JULGAMENTO DE PARIS

Nada é mais célebre do que o julgamento de Paris e a vitória conquistada por Afrodite sobre Hera e Atena, apesar das suas rivais terem exigido dela que, antes de qualquer coisa, deveria tirar o seu temível cinto. A história se passou, mais ou menos assim:
Todos os Deuses Olímpicos, menos Éris, Deusa da Luta e da Discórdia, uma Deusa Menor, foram convidados para o casamento de Peleu, rei de Tessália, com a bela ninfa marítima Tétis. Mas Éris apareceu mesmo sem ser convidada e resolveu vingar-se pela desconsideração. Ela interrompeu as festividades atirando uma maçã de ouro onde estava gravado "para a mais bela" entre as convidadas reunidas.
A maçã rolou pelo chão e foi imediatamente reivindicada por Hera, Atena e Afrodite. Cada uma sentiu que a maçã era legítima e merecidamente sua. Elas não podiam, certamente, decidir entre si qual era a mais bonita, portanto apelaram pela decisão de Zeus. Ele recusou fazer a escolha, e as enviou ao pastor Páris, um mortal que sabia apreciar as mulheres bonitas; ele seria o juiz.
As três Deusas encontraram Páris vivendo a vida bucólica com uma ninfa dos montes nos declives do monte Ida. Sucessivamente, cada uma das três bonitas Deusas esforçaram-se para influenciar sua decisão com um suborno.
Hera ofereceu-lhe poder sobre os reinos da Ásia se ele lhe concedesse a maçã. Atenas prometeu-lhe vitória em todas as batalhas. Afrodite ofereceu-lhe a mulher mais bonita do mundo. Sem hesitação Páris declarou Afrodite a mais bela, e ofereceu-lhe a maçã de ouro, incorrendo portanto no ódio eterno de Hera e Atenas. O Destino acabou selando o amor que já havia sido despertado entre Páris e Helena. Mas, ao optar pela beleza e o amor, não só rechaçou a maternidade, a castidade, mas também perdeu a proteção de Hera e Atena, que acabaram ajudando os gregos.
AFRODITE COMO RAINHA DO CÉU E DA TERRA

Afrodite chegou à Grécia vinda do Chipre
e, antes disso, desde Mesopotâmia. Era portanto, uma Deusa muito antiga, tão
antiga como o tempo, entretanto, no Monte Olimpo era uma divindade de aparição
recente, cujo papel havia sido reduzido, pois sua esfera de atuação era tão
somente as paixões humanas. As divindades anteriores tem maior transcendência:
tendem a ser deidades que realizam todo tipo de obra. Porém quando é esculpida
e pintada com seus animais e pássaros, os golfinhos, o bode macho, o ganso, o
cisne e a pomba, pode-se vislumbrar claramente sua antiga linhagem. Como Deusa
do mar, se desliza por cima das ondas sobre o lombo dos delfins; como Deusa
dos animais, faz com que o desejo os impulsione, atraindo-os entre si; como
Deusa da terra em seu aspecto fértil, através da chuva reúne o céu e a terra,
e faz com que as sementes da terra úmidas brotem raízes raízes e folhas.
Como Deusa do céu, viaja pelo ar em
carruagens de cisnes e gansos, e se senta sobre um trono de cisnes.
Afrodite rege o céu, a terra, as ondas e
a todas as criaturas vivas. "Foi ela que deu o germe das plantas e das
árvores, foi ela que reuniu nos laços da sociedade os primeiros homens,
espíritos ferozes e bárbaros, foi ela que ensinou a cada ser a unir-se a uma
companheira. Foi ela que nos proporcionou as inúmeras espécies de aves e a
multiplicação dos rebanhos. O carneiro furioso luta, às chifradas, com o
carneiro. Mas teme ferir a ovelha. O touro cujos longos mugidos faziam ecoar
os vales e os bosques abandona a ferocidade, quando vê a novilha. O mesmo
poder sustenta tudo quanto vive sob os amplos mares e povoa as águas de peixes
sem conta. Vênus foi a primeira em despojar os homens do aspecto feroz que
lhes era peculiar. Dela foi que nos vieram o atavio e o cuidado do próprio
corpo." (Ovídio).
Igual a Inanna-Isthar, Afrodite encarnava
a estrela mais brilhante do céu, a estrela da manhã e do entardecer que
chamamos por seu nome romano, Vênus. O templo micênico chipriota do século XII
a. C. consagrado a Afrodite estava decorado com uma estrela e com uma lua
crescente e também com a pomba.
No século IV a.C., a filosofia platônica
distinguiu entre uma Afrodite Celeste e uma terrena com a finalidade de
expressar os distintos tipos e intensidades do amor. Através disso se queria
reconhecer a amplitude de seu domínio, porém também se separava aquilo para
cuja união ela existe. A figura da Afrodite Urania, Afrodite celeste,
inspirava a possibilidade de um amor global e incluía a paixão pelas idéias e
sugeria a paixão da alma onde quer que estivesse.
Afrodite Pandemo, literalmente Afrodite
do povo, põe em relação à toda humanidade através do vínculo comum da
natureza: era a imagem de um tipo de amor mais terreno e direto no qual todos
podem tomar parte.
Essa expressão de Afrodite também
implicava o ritual da "prostituição" sagrada do templo, um serviço que se
oferecia sem pedir nada em troca, em nome da Deusa e sempre provocava longas
filas. O animal de Afrodite que representava esse aspecto é o bode macho,
conhecido por sua natureza amorosa.
Em todos os mitos gregos que versam sobre
ela, Afrodite "nasceu" no Chipre, de onde os micênicos também emigraram.
Fenícia só se distância 96 Km no ponto mais longínquo, ou seja, um dia de
viagem de barco à vela. No segundo milênio a.C., os fenícios se estenderam ao
longo da costa da Palestina, comercializando suas tintas púrpura e seus
tecidos, e também trocando crenças e costumes.
Chifre foi um ponto de encontro de muitas
tradições diferentes: fenícia, frígia, micênica, entre outras. Os aqueus
micênicos chegaram à Chifre já no século XII a.C., e construíram em Pafos um
templo monumental à Afrodite que foi uma das maravilhas do mundo antigo. Essas
tradições diferentes se mesclaram para criar uma figura que não era
simplesmente a versão grega do antigo mito e sim uma imagem totalmente nova de
vida. Entretanto, a imagem comum a todas essas culturas é a pomba: consagrada
à Afrodite como foi à Inanna-Isthar. A pomba é na tradição cristã a imagem da
união por excelência que representa o aspecto feminino ausente na divindade.
Essa expressão é significativa se recordarmos o domínio de Afrodite sobre o
céu e a terra e seu papel de mediadora entre eles; a pomba é o Espírito Santo
que coloca em relação a humanidade com a deidade.

AMORES DE AFRODITE
Na mitologia tardia,
Afrodite estava casada com Hefesto, o coxo, o deus que como o vulcão, produzia
o fogo nas profundezas da terra. É filho de Hera que, como deus ferreiro,
forjava os relâmpagos para Zeus. Conta-se que seu pai, Zeus, a entregou como
esposa à Hefesto, para castigar o seu orgulho. A Deusa aceitou, pensando que o
deus ferreiro seria fácil de contentar.
São inumeráveis os
episódios que a relacionam com relações amorosas infiéis.
A relação adúltera de
Afrodite com Ares, o deus da guerra, alternadamente valente e covarde, porém
sempre indisciplinado, foi descoberta por Hefesto.
Com Ares, a Deusa teve três
filhos: uma filha, Harmonia e dois filhos, Deimos (Terror) e Fóbos (Medo). A
união entre estes dois deuses, o amor e a guerra, são duas paixões
incontroláveis, as quais se em perfeito equilíbrio, poderiam estabelecer a
harmonia.
Afrodite também uniu-se a
Hermes e dessa união nasceu um deus Hermafrodito, que herdou a beleza de ambos
os pais, trouxe igualmente consigo seus nomes, e teve as características
sexuais de ambos. Como um símbolo, este
deus pode representar a bissexualidade ou a androginia.
Com Dionísio procriou a
Príapo, um feio menino de grandes genitais.
Eros (Cupido), deus do
amor, foi o filho mais famoso de Afrodite. Armado com seu arco, desfechava as
setas do desejo no coração dos deuses e dos homens. Entretanto, mitos
posteriores descrevem-no como filho ilegítimo de Afrodite. Com o tempo, passou
a ter sua força diminuída e o que hoje conhecemos dele é a representação sob a
forma de um bebê de fraldas com um arco e flechas, conhecido com o nome de
Cupido.
Carl Jung definiu Eros
como a capacidade de relacionar-se, a qualidade de ligar-se aos outros.
Segundo Hesíodo, Eros foi a força fundamental da criação, presente antes dos
titãs e dos deuses olímpicos.

SEUS
AMORES MORTAIS
Sob
o nome romano de Vênus, viu Anquines cuidando de seu gado em uma certa montanha, enamorou-se
. Fingindo ser uma jovem muito linda, arrancou fervorosa paixão dele. Mais
tarde, revelou sua real identidade e contou que concebera um filho, o piedoso Enéias,
que foi o lendário fundador de Roma.
Os
romanos consideravam Vênus sua mãe ancestral e a cidade de Veneza recebeu
este nome em sua homenagem.

A IRA DA DEUSA
Embora seja considerada a
Deusa do Amor, Afrodite não foi muito amável com seus adversários, sendo muito
vingativa e impiedosa nas suas vinganças. Para punir o deus Sol (Apolo) da
indiscrição de haver advertido Hefesto do seu adultério com Ares, tornou-o
infeliz em quase todos os amores. Perseguiu-o mesmo pelas armas, até os seus
descendentes. Castigou da mesma maneira, a musa Clio, que havia censurado o
seu amor por Adonis.
Fedra foi outra vítima do
poder de Afrodite. Era a madrasta de má sorte de Hipólito, jovem elegante que
tinha se dedicado a Ártemis e a uma vida de celibato. Afrodite usou Fedra como
instrumento de seu descontentamento com Hipólito, que se recusou honrar a
Deusa do amor ou seus ritos. Afrodite motivou Fedra a apaixonar-se
perdidamente por seu enteado.
No mito, Fedra tentou
resistir à paixão, lutou contra seu desejo ilícito e ficou doente. Finalmente,
uma criada descobriu a causa de sua miséria, e aproximou o jovem em favor
dela. Ele ficou tão insultado e horrorizado diante da sugestão de ter um
romance com sua madrasta que irrompeu num discurso longo e alto, que ela pode
ouvi-lo.
Humilhada, Fedra se
enforcou, deixando uma nota suicida acusando falsamente Hipólito de tê-la
estuprado. Quando seu pai Teseu retornou para encontrar sua esposa morta e a
nota, chamou Poseidon, deus do mar, para matar o filho. Enquanto Hipólito
dirigia sua carruagem pela praia, Poseidon enviou enormes ondas e um monstro
marinho para amedrontar os cavalos. A carruagem tombou e Hipólito foi levado
de rastos até a morte. Dessa forma Afrodite se vingou, às custas de Fedra.

ADONIS, O FILHO-AMANTE DE AFRODITE
Adonis nasceu de uma árvore de mirra,
segundo conta uma lenda. Ele era filho de uma relação incestuosa de Mirra e
seu pai, Ciniras, rei de Pafos. De acordo com uma versão dessa história, a
própria Afrodite teria motivado essa paixão proibida pelos seguintes
motivos: porque a mãe de Mirra teria negligenciado venerar Afrodite. De
qualquer forma, ela se aproximou do pai disfarçada e no escuro, e se tornou
sua amante secreta. Depois de diversos encontros clandestinos, ele descobriu
que a tal mulher era a sua própria filha. Tomado de horror e de repugnância,
induzido pela necessidade de puni-la, ele tentou matá-la. Grávida e
desesperada e ainda,quando seu pai estava a ponto de alcançá-la, orou aos
deuses para que a salvassem.
Por ordem divina, para protegê-la da ira
do pai, pois ela foi transformada em uma árvore
de mirra, de modo, que sua gravidez se converteu na gravidez da árvore. Dez
meses depois, a árvore se abriu e Adonis nasceu. Ele é portanto, meio-humano e
meio-divino.
Tão belo era o bebê que Afrodite o
ocultou em um baú e o deu a Perséfone para que o cuidasse. Porém, quando a
Deusa o vê, decide ficar com ele, enquanto que Afrodite decide que o quer de
volta. Afrodite apelou então para Zeus, que julgando as exigências, permite
que Adonis passe parte do ano com Perséfone e a outra parte com Afrodite.
Adonis cresceu e se transformou num lindo
rapaz, amado e protegido por Afrodite. Porém um dia, contra seu conselho, foi
caçar um javali selvagem e por circunstâncias do destino é morto pelo animal.
Afrodite escuta seus gemidos e vai buscá-lo com sua carruagem puxada por aves,
porém já o encontra sem vida e ensangüentado. O sangue era tão brilhante que a
Deusa o transforma em uma flor, a anêmona, que cresce na primavera nas
ladeiras das colinas.
Adonis, como deus da vegetação, do trigo
e de todas as formas de vida visíveis, que crescem e morrem, deve morrer para
que tudo viva, do mesmo modo que Osíris e Atis (há um javali que também o mata
em certos relatos). O javali encarna o aspecto masculino da Grande Mãe. A
Deusa sacrifica o amante para que possa renascer como filho e o filho-amante
deve aceitar a morte, porque é a imagem do ser encarnado que, como a semente,
regressa à fonte que o originou; enquanto a Deusa, aqui o princípio contínuo
da vida, permanece para produzir novas formas a partir de seu inesgotável
depósito.
Em rituais anuais que se acompanhava a
essa cerimônia, celebrada durante o verão na Grécia e Alexandria, e na
primavera na Síria, se carregava pelas ruas efígies de Adonis e, em certas
ocasiões, também de Afrodite. Em seguida, entre prantos e lamentos, Adonis era
jogado no rio ou no mar.
Afrodite
é uma divindade da Lua Cheia, a qual sustenta e nutre a vida. Seus poderes
são maduros, cheios de vida e poderosos, mas ela também protege
ferrenhamente tudo aquilo que cria. Por simbolizar o amor e a fertilidade,
seus símbolos são as vacas, cervos, cabras, ovelhas, pombas e abelhas.
A Deusa presidia ainda,
os casamentos, os nascimentos, mas particularmente à galanteria.

ARQUÉTIPO
DA SENSUALIDADE

Quando
uma mulher apaixona-se por alguém e é correspondida, obtemos a personificação
do arquétipo de Afrodite. Incorporando um corpo mortal, a deusa do amor se
sente atraente e sensual, tornando-se desse modo, irresistível.
Quando
Afrodite está ativa e presente em nosso íntimo, um magnetismo pessoal nos
induz a caminhar em um campo eroticamente carregado de intensa percepção
sexual. Nos tornamos mais "quentes", atraentes e vibrantes. Há uma
magia no ar e um estado de encantamento e louca paixão é evocado.
É
a energia sutil de Afrodite que nos faz ver o mundo não como algo codificado,
mas sim, se apresentando com uma fisionomia, um rosto, revelando sua imagem
interior. É só através dos olhos de Afrodite que vislumbramos o mundo nas
suas diversas e infindáveis cores, cheiros, sabores, sons...
Perder
esta Deusa é morrer no deserto árido, seco, sem cor, sem vida. Afrodite é
uma necessidade imperativa. Ela é a Beleza e a Deusa Dourada que nos sorri.
É somente através dela que os outros deuses se manifestam e deixam de ser
meras abstrações teológicas.
Se
o mundo é tão belo, por que não sofisticarmos nossa percepção? Perceber
é o modo de conhecer o mundo e, a nossa deusa Afrodite é pura sedução e
nos revela a nudez das coisas, de modo a nos mostrar a sua imaginação
sensual.

AFRODITE
E A LÍNGUA DAS FLORES

As
flores sempre foram associadas a todas as deusas do amor e beleza, pois elas
representam a sexualidade da natureza. Elas representam os órgãos sexuais
mais belos que conhecemos. A associação simbólica das flores e os órgãos
sexuais de uma mulher está em sua natureza delicada, na maneira pela qual
brota, floresce e abre-se, fazendo-se vulnerável para a polinização e
fertilização com outras. É exatamente este o motivo pelo qual as flores são
o presente mais comum ofertado entre amantes, pois simboliza a beleza da
sexualidade humana.
As
principais flores associadas com Afrodite são: a rosa vermelha, o jasmim, a
orquídea, papoulas e o hibisco.

AFRODITE
EM NOSSAS VIDAS

Afrodite
é a Deusa das pombas, dos cisnes, das rosas, das maçãs e de todas as coisas
graciosas e criativas. Você está passando por algum trauma momentâneo? Ou
você não se considera bonita o bastante? Pois Afrodite chega em nossas vidas
para nos ensinar a dança do amor. Nos fará recuperar o respeito próprio e
aprenderemos a nos aceitar como realmente somos. Toda a mulher que deseja
buscar a consciência perdida de Afrodite precisa começar a amar e acalentar
o seu corpo, tal como ele é. E, os homens também, precisam parar de comparar
toda a mulher com um retrato interior imaginário e inatingível que trazem
dentro de si.
O
primeiro passo para explorar este domínio perdido é através da dança.
Dance em sua casa ou saia para dançar, este é um dos melhores remédios para
nos aceitarmos e nos conhecermos melhor. Quando estamos em harmonia com nosso
corpo um grande milagre se opera: começamos a sentir verdadeiramente. Há uma
espécie de derretimento de defesas interiores e uma abertura se concretiza,
liberando uma sensibilidade à disposições e atmosferas mais sutis.
Afrodite
nos presenteará com um carisma magnético que nos permitirá
expressar-nos por inteiro. Vale a pena tentar!

CONECTANDO-SE
COM AFRODITE

Deite-se
e relaxe. Inspire e expire profundamente por seis vezes.
Em seguida imagine-se em um
jardim cheio de rosas e orquídeas, douradas pelo pôr-do-sol, cujo perfume é
carregado por uma suave brisa primaveril. Tal brisa acariciará seu rosto,
massageará seus cabelos, e seu corpo. Delicie-se ingenuamente e chame
Afrodite. Um movimento sutil no ar anunciará sua presença. Ela lhe estenderá a
mão e a convidará para um passeio. Vislumbrará então uma grande floresta, um
de seus locais de poder. Neste templo de árvores e pássaros, respire
profundamente o cheiro da terra e o perfume das flores selvagens. Escute a
música delicada dos pássaros. Afrodite lhe ofertará um presente: uma orquídea.
Sinta e incorpore o seu aroma. Neste momento uma pomba pousará em seu braço.
No olhar deste mágico ser você poderá compreender a beleza misteriosa da deusa
Afrodite. Vários pássaros a sua volta cantarão uma linda uma linda melodia.
Você deve dançar. Afrodite dançará com você e da floresta surgirão as graças e
outras musas que dançarão também com vocês.
Visualize
o infinito, pois a partir deste momento você terá em sua vida infinitas
possibilidades de ser feliz, sendo você mesma, se assumindo, se aceitando e
se amando.
Sinta
o encanto, o prazer e a magia de ser você Por onde você pisa, brotam flores
de todas as cores. Onde você passar neste mundo, despertará o amor e a
beleza e sentirá feliz por ser você e estar viva.
Quando
achar que está pronta, abrace Afrodite e agradeça os momentos maravilhosos
que passaram juntas. Ela lhe conduzirá até a saída da floresta e depois você
virá sozinha. Respire profundamente novamente e abra os olhos. Feliz retorno!

CRISTAL
DE AMOR DE AFRODITE
Os
cristais possuem o poder oculto de estimular o amor entre casais. Eis aqui um
sortilégio de amor que usa um cristal de quartzo rosa, pedra de Afrodite. Ele
é simples, mas eficiente.
Pegue
o seu cristal e banhe-o em solução de água com sal marinho. Em seguido
embrulhe-o em um pano branco até a hora de realizar o sortilégio. Deste
modo, limpará e neutralizará todas as energias indesejáveis.
Depois
deste tempo, pegue o cristal e carregue-o segurando-o em sua mão, para
impregná-lo de sua energia e absorver a dele. Solicite neste momento, os
poderes da Deusa Afrodite e que ela lhe traga a pessoa que seja correta e
destinada para você.
Coloque
o cristal em uma bolsinha de cetim vermelha, cobre ou verde. Você pode
comprar o cetim e fazer você mesma (terá mais poder). Deve atar os quatro
cantos do tecido unindo-os com um cordão da mesma cor.

DIA
DOS NAMORADOS COM AFRODITE
Comemore
o dia dos namorados com Afrodite. Que deusa melhor do que ela para
compartilhar um dia tão romântico?
Em
primeiro lugar, em honra a deusa Afrodite adorne seu quarto com rosas
vermelhas e queime um incenso desta mesma essência.

RITUAL
DE BANHO

Uma
das conexões com a deusa Afrodite é através de um simples banho. Recordando
seu mito de nascimento, onde ela surgiu da espumas do mar, você pode praticar
este ritual numa praia, rio, na banheira e até no chuveiro.
Inicie
este seu maravilhoso dia com um gostoso banho. Se puder, polvilhando-o com pétalas
de rosas vermelhas, declarando mentalmente toda a sua paixão e desejo. Comece
então molhando seu cabelo. Deixe ou faça a água gotejar sobre seu corpo.
Sinta-se e diga que é tão bela e atraente quanto Afrodite. Permaneça um bom
tempo mergulhada neste tipo de pensamento, depois pode pegar a toalha e
enxugar-se.
A
seguir faça uma delicada massagem facial-corporal com óleo de essência de
rosas. Deste modo, liberará todas as suas tensões e o odor de rosas se
exalará invocando assim todos os seus efeitos aromáticos que são
afrodisíacos.
Coloque sua melhor roupa e saia
para comprar o presente de seu amado. Você não tem um? Tudo bem, deve sair
mesmo assim e comprar um presente especial para você. Neste caso, busque
roupas e acessórios que você nunca teve coragem de usar antes.
INOVE!
Escolha algo que lhe deixe
atrevidamente sensual. Achou? Pois à noite será a hora de vesti-lo e badalar.
Talvez seja hoje o dia que Afrodite lhe trará seu principie encantado,
retirando todos os "sapos" que insistem em cruzar seu caminho. Quem sabe?

O
AMOR ESTÁ NO AR...
O
amor está no ar e no perfume de cada dia.
Já
foi cientificamente comprovado que o aroma desempenha um papel importante no
contexto da atração sexual. O caminho do coração, passa com certeza,
primeiro pelo nariz. Uma presença marcante, só se faz através de um perfume
de mesmo porte. Portanto, sempre recomendo para que toda mulher eleja um fragrância
de seu agrado e lhe seja fiel. Ela deve ser reconhecida por um cheiro
particular.
Mas
existe também uma poção mágica que pode ativar os poderes afrodisíacos de
seu perfume habitual, sem alterar suas características naturais, que consiste
em se acrescentar:
1/4
de óleo da patchulli
1/4
de óleo de benjoim
1/4
de óleo de loto
1/4
de óleo de heliotrópio
1/4
de óleo de lírio florentino
1/4
de azeite de oliva
Misture
todos os ingredientes acima. Adicione à mistura o seu perfume ou colônia
preferida.

JANTAR
PARA UM AMOR MAIS RECEPTIVO
Depois
do nariz, a parte mais vulnerável do homem é o estômago. Então, neste dia
dos namorados é a hora certa de preparar-lhe aquele jantarzinho muito
especial.
Decore
sua mesa com muito amor cobrindo-a com uma toalha cor-de-rosa. Adorne com um
centro de mesa com rosas vermelhas ou papoulas, acrescentando duas velas da
mesma cor. Nelas você deve escrever as iniciais dos dois nomes. Primeiro o
dele e depois o seu em cima. Elas simbolizarão o desejo ardente mútuo.
Perfume
o ambiente com um incenso de rosas vermelhas.
Prepare
ou compre uma torta de maças. Tenha disponível uvas e morangos, que deverão
ser mergulhados em chocolate, para no término do jantar, num momento mais íntimo
serem brindados com champanhe. Tribos indígenas da América do Sul,
costumavam usar o chocolate para cobrir suas zonas erógenas. Tornavam assim,
os beijos mais doces e agradáveis. O chocolate é considerado o alimento de Vênus.
Prepare
um jantar simples, mas não esqueça de usar manjericão, erva tradicional que
deve ser sempre acrescentada em refeições de amor. Se servir alguma salada,
ela deve ser temperada com vinagre rosa.

RITUAL DE AFRODITE PARA OS
AMANTES SEPARADOS
Esse ritual é para aqueles
momentos em que se está separado de seu parceiro, seja por trabalho ou outro
motivo. Ele nos dará a paciência necessária para suportar essa separação, da
mesma maneira que Afrodite esperou pacientemente quando esteve separada de
Adonis.
Você necessitará para esse
ritual adquirir material de moldar, pode ser de barro, massa ou de cera
(encontrado em qualquer livraria especializada em material escolar). Molde
dois corações planos. Poderá amassar ou aplanar a massa ou barro ou usar um
molde em forma de coração.
Depois acenda uma vela vermelha,
já que essa é a cor da paixão. Tão logo a cera comece a derreter, faça com que
goteje sobre um dos corações. Enquanto a cera ainda estiver quente, pressione
os dois corações, como se fosse um sanduíche, de maneira que a cera cole
juntos os dois corações. Ao realizar essa tarefa, vá dizendo:
-"Deusa Afrodite, traga de volta
pra mim, são e salvo, o meu amor".
Depois guarde os dois corações
em lugar seguro até que volte a encontrar seu parceiro.
Texto pesquisado e desenvolvido
por
ROSANE VOLPATTO

Bibliografia:
El Mito de la Diosa - Anne Baring/Jules Cashford,
Ediciones Siruela, 2005
La Diosa - Sharukh Husain, 1997
As Deusas e a Mulher - Jean Shinoda Bolen, 1984
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin, Ediouro
El Libro de las Diosas - Roni Jay, EDAF, 2003
The Gods of de Greeks, Themes & Hudson,
Londres 1979
The Golden one - Aphodite - Karl Kerênyi, 1979
Aphodite (Vênus) - Philip Mayerson, 1976

 
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