XOTE A DANÇA PARA TODOS
Xote é uma dança de procedência alemã. Seu nome
original é Schottisch, uma palavra alemã que
significa escocesa, entretanto, nada tem a ver
com a Escócia, como muitas pessoas afirmam.
(Grove's
Dictionary of Musuic and Musicians, 5 Edição,
1955)
Segundo Baptista Siqueira, a Scottisch chegou ao
Brasil no início da década de 1850. De início, a
dança era executada nos salões aristocráticos do
Segundo Reinado incorporando-se depois às
funções populares urbanas, passando a ficar
conhecido como Xótis e finalmente o Xote.
Os
escravos, que assistiam de longe os bailes de
seus patrões, foram guardando de memória os
passos e movimentos da dança. Quando fundaram a
Irmandade de São Benedito, o Xote tornou-se a
dança mais representativa do povo Bragantino.
Os
originais movimentos da dança Schottisch, já não
existem mais, pois foi introduzida a jinga dos
escravos, que deu mais desenvoltura aos
dançarinos, mais volteios e maneios ritmados,
que valorizaram o efeito visual e despertou
muito mais o interesse dos espectadores.
O
Xote é uma das modalidades do forró.
O
Xote é a dança mais popular do Nordeste do
Brasil, executada na maioria dos bailes
populares.

INDUMENTÁRIA
As
moças devem usar saias rodadas ou vestidos
franzidos na cintura. Já os homens vestem calças
normais ou jeans com uma camisa de manga longa
com estampas bem coloridas.
Na
ocasião da Marujada, a indumentária do Xote é a
mesma usada no Retumbão.

ACOMPANHAMENTO MUSICAL:

São utilizados a rabeca ou viola, o pandeiro e o
triângulo, sendo exigido solos de violino e o
canto é sempre puxado por uma banda ou conjunto
musical.

COREOGRAFIA
Existem várias formas de se dançar o Xote. Como
dança nordestina popularizada pelo eterno Luiz
Gonzaga, possui o compasso binário ou
quaternário com andamento rápido.
Nas festas juninas entretanto, a dança é
executada com uma batida mais lenta e mais
marcada.
Coreograficamente o Xote guardou de modo geral
os passos da dança de origem, mas se enriqueceu
de uma série de variantes:
XOTE DE DUAS DAMAS

É uma bonita variante do xote, em que um peão
dança com duas prendas, possivelmente reproduzindo
o que acontecia na Alemanha. Na Argentina se dança
o palito do mesmo modo. Em São Paulo, na década de
1920, dançou-se um xote militar com duas damas.
XOTE CARREIRINHA
É uma variante do xote, caracterizado por uma
corridinha dos pares numa mesma direção.
Corresponde à dança que os colonos alemães chamam
de ritsch-polka. Muito popular no Rio Grande do
Sul
XOTE INGLÊS
Dança de salão difundida nas cidades brasileiras
no final do século XIX, por influência da cultura
inglesa. Começou pelos centros urbanos, executado
ao piano e ganhou o interior já executado na
gaita.
XOTE
DE SETE VOLTAS
Como
o próprio nome confirma, as sete voltas que o par
deverá realizar, valseando e girando em um sentido
e depois, em sentido contrário.
XOTE
DO CHICO SAPATEADO
Apresenta coreografia onde ora o par de dançarinos
se enlaça pela cintura e executa passos da polca,
ora tomam-se pelas pontas dos dedos da mão direita
e realizam giros e sapateados.

PORQUE DANÇAR?
As Danças Folclóricas e de
Raízes possuem um poder indiscutível de aglutinação, pois constituem a
manifestação do comportamento cultural, histórico e social dos indivíduos.
Refletem em sua construção coreográfica a soberania, o direito, a dignidade de
vida dos povos das mais diferentes raças, cores e credos, além de contribuir
diretamente na socialização e educação de crianças e adolescentes principalmente
pelo prazer que proporcionam. Resgata e eleva a auto-estima. Portanto, devemos
ter muito respeito por estas manifestações que são verdadeiros alicerces para o
desenvolvimento da consciência social e ambiental para comunidades,
destacando-se a importância de trabalhos em grupos, aparelhando-as com estes
importantes instrumentos necessários para a formação do caráter cultural e
intelectual, e apurando o senso crítico pela observação e audição.
Do ponto de
vista psicológico, a dança por evocar a suavidade, a alegria, a
sensualidade e a altivez, ela também contribui para o aumento da auto-estima
pessoal; o que é um caminho para a afirmação da individualidade através da
concretização de objetivos pessoais.
A dança nunca esteve tão em moda como agora. Além de
divertidíssima, é uma forma de mexer o esqueleto deixando tudo no lugar.
Qualquer que seja o ritmo, ajuda na circulação do sangue, além de derreter mais
de mil calorias por semana. Será que você precisa de mais algum motivo para
começar a dar os seus passinhos por aí?

Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO
Bibliografia
Folclore Nacional
II - Alceu Maynard Araújo
Dança
Brasil - Gustavo Cortês
Folclore Paulista - Américo Pellegrini Filho
Folclore - Cáscia Frade
Folclore Brasileiro - Saul Martins
Folclore Catarinense - Doralécio Soares


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