~*~DANÇA VILÃO~*~

DANÇA DO VILÃO (GO, SC)


 

A Dança do Vilão é um folguedo do folclore que se apresenta no período carnavalesco.

Segundo alguns registros, esta dança apareceu em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, na primeira década de 1900, proveniente de São Paulo.

É uma dança de bastões, muito semelhante ao Moçambique paulista. Sofreu uma completa transformação, não só em sua indumentária, mas em quase todos os seus aspectos.

Em Goiás, a dança é encontrada com o nome de Tapuias e na Bahia, como Maculelê. Ela é característica dos primitivos povos africanos, que usavam paus como armas de ataque e defesa.

Atualmente, a dança do vilão é constituída de 30 elementos, assim distribuídos: 10 pares de batedores, 4 balizadores, 5 músicos e um regente. A indumentária é um elemento muito importante nesta dança. O chefe se veste todo de branco, desde o boné até as calças. No boné há um adorno em forma de escudo de cetim azul. Nos ombros, botam imitações de dragonas. O arauto veste-se de palhaço, com um macacão colorido, muito folgado. Para cumprir sua função, ele leva um megafone. O porta-estandarte e os músicos usam camisa branca, calças escuras e chapéu de palha. Os batedores usam um gorro listrado de azul e branco, calças escuras e camisas brancas. Cada batedor leva um pau de dois metros de altura, de grossura de um cabo de vassouras.

Os músicos posicionam-se em semicírculo em frente aos batedores. O estandarte fica no centro e o arauto corre de um lado a outro, dançando e falando. O chefe, atento ao desenrolar dos movimentos, comanda o espetáculo com seu apito. Os batedores de um grupo ficam de um lado, guardando entre si a distância de 2 a 3 metros . Para dar início a apresentação, é entoado o canto de entrada:

 

“Temos orgulho de ser brasileiro

Amamos todos a nossa nação

De corpo a corpo nós se defendemos

Com ameaças do nosso bastão.

 

No Carnaval todo mundo brinca

Com seus blocos de imitação

Assim também nós apresentamos

Em outros tempos a turma do vilão”.

 

Os batedores são os bailarinos do vilão. São assim chamados pelo fato de dançarem com longos bastões nas mãos, batendo-os uns contra os outros. A movimentação é vigorosa, sempre acompanhada das batidas dos bastões. Sua execução completa inclui sete partes distintas, durando cerca de 50 minutos:

1º. - Uma Marcha
2º. - Toque,do Tam-Tam
3º. - Troca Lugar
4º. - Cerradinho
5º. - Perna Sobre o Bastão
6º. - Bastão Sobre a Cabeça
7º. - Saída Com Uma Roda

Há uma série de movimentos que compreendem giros de corpo, volteios dos bastões, troca de lugares, encerrando com uma seqüência de sete outros gestos rapidíssimos, chamados “Cerradinhos”, que constam de batidas realizadas com os batedores agachados.

Desde sua criação até os dias atuais, a dança é praticada no Bairro do Rocio Grande, localidade de Morro Grande, logradouro do município francisquense (SC).
 
 

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO

 

Bibliografia consultada

Folclore Catarinense - Doralécio Soares