~*~DANÇA MOÇAMBIQUE~*~

 

MOÇAMBIQUE

O Moçambique é uma dança de origem africana, com versos em louvor a São Benedito. É constituído por 12 pares de dançarinos, o mestre, contramestre, o rei, rainha, general, capitão, as damas e o grupo de tocadores.

Usam vestimentas simples que muito se assemelham à do vilão. Os dançarinos usam calça e camisa branca, casquete branco com figuras geométricas bordadas. A calça é presa aos tornozelos. Abaixo dos joelhos estão presos uma espécie de guisos, ou paias que, com os movimentos ritmados, produzem um bonito efeito sonoro. Convém observar, que às vezes os paiás são substituídos por pequenas latinhas com pedrinhas ou chumbo de caça.

Duas fitas largas com as pontas soltas, vermelhas ou azuis, cruzando o peito e as costas, identificando o grupo. O rei e a rainha vestem mantos condignos com sua honra e majestade.

 

Nesta dança são usados bastões, de 70 a 80 cm de comprimento e 3.5 cm de diâmetro, que tanto servem para marcar o ritmo quanto para traçar no chão figuras como estrela, escada, flor ou outros desenhos. O s mais antigos participantes contam a lenda de que o bastão deve ser feito manualmente, empregando-se nele as três diferentes madeiras que serviram para a tortura de Cristo: o cedro, com que se fez a crus; a acácia e a braúma, da qual saíram os cravos.

É também usado um instrumento primitivo chamado de “idiofone”, que emite forte som quando soprado com força e habilidade, fazendo parte da marcação musical.

No Moçambique, a bandeira consagrada ao santo protetor, São Benedito, tem lugar de destaque.

 

A coreografia é semelhante à do vilão, dispondo-se o grupo em duas fileiras, frente a frente, deixando-se espaço necessário para o movimento dos bastões. Não há uma ordem predeterminada para a dança.

Ao mestre, tendo ao lado o contramestre e o capitão, cabe a responsabilidade de direção do conjunto, sobre o qual exerce severa fiscalização. É ele que dá início à apresentação, entoando uma saudação religiosa, seguida de apitos, cantos, som dos paiás e batidas dos bastões, guiados pelas ordens que comandam o desenrolar da coreografia.

O que caracteriza o movimento da guarda de moçambique é o molejo do corpo que, associado ao dobrar dos joelhos, dá a impressão de o dançarino querer ir ao fundo da terra, através das batidas fortes e cadenciadas dos pés. A música se chama "linho" ou "ponto" e os cantos mantêm a tradição dos solos, terças e coros, atingindo às vezes os falsetes. Utiliza peque orquestra de percussão, com caixas, pandeiros, reco-recos, com destaque para o pantagome, uma espécie de chocalho artesanal, tocado ininterruptamente.

A cerimônia de encerramento obedece a um ritual de despedida com vivas, beijando-se a bandeira e cantando o hino em louvor de São Benedito.

 

O folguedo é repetido várias vezes ao dia, desde a tarde até altas horas, sendo dançado na frente de clubes, da Prefeitura, de casas de pessoas importantes da cidade e dos que auxiliam apresentação com donativos para o seu preparo, além de lugares populares.

 

Outrora, os grupos só permitiam a presença de homens, sendo que às mulheres só eram permitidos papéis de personagens como rainhas e porta-bandeiras. Hoje, em algumas localidades de Minas Gerais já existem mulheres nas guardas e tocando instrumentos.

Ocorrência:


Altinópolis, Aparecida, Atibaia, Biritiba-Mirim, Caraguatatuba, Cotia, Cruzeiro, Cunha, Franca, Guararema, Guaratinguetá, Ilha Bela, Itapira, Jacareí, Lorena, Lourdes, Manduri, Mogi das Cruzes, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Morungaba, Pindamonhangaba, Piracaia, Piraju, Salesópolis, Salto Grande, Santa Isabel, Santa Cruz do Rio Pardo, Santo Antônio da Alegria, Santo Antônio do Pinhal, São José dos Campos, São Luiz Paraitinga, Socorro, Suzano, Taubaté, Ubatuba.

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO 

Bibliografia Consultada:

Folclore Nacional II - Alceu Maynard Araújo

Dança Brasil - Gustavo Cortês

Folclore Paulista - Américo Pellegrini Filho

Folclore - Cáscia Frade

Folclore Brasileiro - Saul Martins

Folclore Catarinense - Doralécio Soares

Folclore Brasileiro - Doralécio Soares