BALAINHA, DANÇA
DOS ARCOS FLORIDOS OU JARDINEIRA
"Quero ver, quero ver..
quero ver, quero virar
quero ver a balainha
do jeito que vai ficar!"

Conhecida também com o nome de Arcos Floridos
ou Jardineira, a Balainha é
desenvolvida com os pares de dançantes (sempre
mulheres), cada um deles, sustentando um arco
florido.
Balainha é uma dança observada no litoral dos
estados do Paraná e Santa Catarina, tanto de forma
autônoma, no ciclo junino (antes da apresentação
do Pau-de-Fitas), quanto dando abertura à
dramatização do Boi de Mamão.

No início, os pares em fileiras fazem movimento
ondulante passando, ora por cima ora por baixo dos
arcos dos demais pares; formam depois grupos de
quatro pares que, em círculo, intercruzam seus
arcos no alto, armando assim as “Balainhas”.
Nessa posição dão voltas completas para a direita
e depois para a esquerda.
Ao final desmancham as “balainhas” e retornam à
posição inicial, com movimentos sincronizados e
seqüenciais.

Essa
dança geralmente é apresentada por um grupo de
moças e muito requisitada por sua atraente
coreografia, que com seus arcos floridos colori
nossos sonhos e abre os caminhos para trazer novas
esperanças de vida.

Balainha, assim como a Dança Pau-de-Fitas é de
origem européia trazida para o Brasil pelos
portugueses. O objetivo dessa tradição, muito
generalizada pela Europa, era atrair o
frutificante espírito da vegetação, recém-desperto
pela primavera. Tais apresentações não constituíam
simples dramas simbólicos ou alegóricos, peças
pastoris destinadas a divertir como as que hoje
acontecem, mas eram sortilégios destinados a fazer
com que a floresta verdejasse, a relva dos pastos
crescesse, o milho fosse abundante e as flores
despontassem.

Tanto a música como a dança, foram utilizados por
nossos ancestrais como rituais para que homem
entrasse em conexão com os Deuses. Os rodopios da
maioria das danças imitam os movimentos os astros
nos céus e é uma forma de colocar os dançarinos
numa relação cósmica com o universo. A música e a
dança de muitas tribos de índios da América do Sul
registram e representam acontecimentos míticos que
influenciam a vida dos homens.

Estudar e conhecer todos esses aspectos das danças
é portanto, invocar um passado distante.
Representá-las é entrar "no clima", ou seja, é
tornar consciente valores tatuados no inconsciente
coletivo de todos os povos e de todas as épocas.
Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO
 
Bibliografia:
Folclore Catarinense - Doralécio Soares
Folclore - Cáscia Frade


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