

CLEÓPATRA, SUA VERDADEIRA
HISTÓRIA

SUA ORIGEM
Sobre Cleópatra VII
muito pouco se sabe e o que chegou até nós foi porque cruzou o caminho dos
governantes romanos como Júlio Cesar, Marco Antonio e Otávio Augusto.
Sua família, de origem
grega, havia se estabelecido no Egito através de sua conquista por parte do
macedônio Alexandre Magno. No ano de 323 a. C. Ptolomeu Lagos já havia
instaurado sua própria dinastia na terra dos faraós, fazendo de Alexandria a
mais importante cidade da época. Foi através do historiador grego Plutarco que
se soube a data de nascimento de Cleópatra. O autor fala no obra "Vida de Antonio"
que a rainha do Egito havia morrido aos 39 anos. Sabendo-se que se suicidou em
12 de agosto do ano de 30 a.C., então ela nasceu no ano 69 a.C.
Cleópatra era filha de
Ptolomeu XII, apelidado Auletes (tocador de flauta) e de Cleopatra VI Trifena,
provavelmente irmã de seu marido. Não há confirmação de que Cleópatra seja filha
da irmã-esposa de Ptolomeu XII e, inclusive cogita-se a idéia de que ela seria
uma filha bastarda. Sua irmã mais velha chamava-se Berenice IV e a mais nova,
Arsinoe. Como irmãos teve: Ptolomeu XIII e Ptolomeu XVI, com quem, de acordo com
o costume egípcio, iria contrair matrimônio para tornar-se rainha.

SUA EDUCAÇÃO
  
Segundo Plutarco,
Cleópatra dominava o arameo, o hebreu, o árabe, o etíope, o latim, etc., num
total de 9 línguas. Sua
primorosa educação, lhe proporcionaria a bagagem intelectual para, tempo depois,
pudesse manipular personagens importantes da sua época com o único objetivo de
manter o Egito como um estado independente.
Cleópatra podia tirar
proveito do dia a dia da corte, observando as decisões políticas de seu pai, de
origem bastarda, que chegou ao trono por não existir herdeiro direto. Mas, sua
situação sempre foi marcada pelo temor de perder seu trono e isso o motivou a
procurar apoio estrangeiro, que pode encontrar unicamente em Roma. Mediante o
pagamento de inúmeras dádivas, Ptolomeu XII conseguiu ter o povo romano como
amigo e aliado. Porém, sua má política interna e externa, fez com que perdesse a
ilha de Chipre, tradicionalmente egípcia, motivando revolta entre os seus
súditos e foi obrigado a abandonar Alexandria no ano 58 a.C.
Sem outro jeito, deixou
o poder nas mãos de sua filha Berenice. Exilado e refugiado em Éfeso, dois anos
mais tarde com a força das armas e a ajuda do governo romano da Síria permitiram
que recuperasse o trono. Como sua filha Berenice reagiu e não quis lhe devolver
o poder, mandou executá-la. Desse modo, Cleópatra alcança a primeira posição na
linha sucessória.
Quando ficou muito
doente, Ptolomeu XII tentou estabelecer uma monarquia colegiada entre seus
filhos. Mas, ao morrer, no ano 51 a.C., é Cleópatra que sobe ao trono com apenas
17 anos de idade. Se casou com seu irmão Ptolomeu XIII que contava com 10 anos
de idade, já que uma das normas da dinastia ptolomaica regia de que a rainha
deveria ser casada.
Ptolomeu XIII, instigado
por seus conselheiros, já aspirava matar a irmã-esposa para ficar com o trono do
Egito. Há notícias de que no final de 49 a.C. Ptolomeu XIII havia sido declarado
amigo e aliado do povo romano e colocado sob a tutela de Pompeu, já que era
menor de idade. Cleópatra ante as circunstâncias, declarou guerra ao irmão e
teve de fugir para a Síria, onde reuniu um exército para combater o irmão. Pouco
depois, no verão do ano 48 a.C. pode organizar-se militarmente com seus fiéis
partidários na cidade de Pelúsio.
Júlio César havia
conseguido derrotar Pompeu em Farsália em junho de 48 a.C., porém esse pode
escapar da morte fugindo para o Egito em busca de refúgio junto a Ptolomeu XIII,
de quem havia sido nominalmente tutor. Entretanto, acabou assassinado. César
chegou à Alexandria logo após esse crime e logo fica sabendo do enfrentamento
entre os irmãos Ptolomeu XIII, governando em Alexandria e Cleópatra, acampada em
Pelúsio.
Ptolomeu XIII morreu
afogado no Nilo no ano de 47 a.C.

CLEÓPATRA E JÚLIO
CESAR
Segundo conta a lenda, para conquistar César, ela se enrolou em um tapete, que o fez chegar até ele como presente. Quando ela saiu lá de dentro, o romano de 54 anos ficou maravilhado ante ao atrativo físico e a graça de uma jovem que só tinha 21 anos. No entanto, tudo não foi tão fácil para Cleópatra, pois Júlio César impôs a reconciliação entre os irmãos.
A tal reconciliação foi algo fictício, pois Ptolomeu XIII sempre havia desejado expulsar de Alexandria César. Durante quatro meses os exércitos greco-egípcios e romano se confrontaram em uma série de escaramuças, uma das quais finalizou com a queima da frota egípcia no porto alexandrino. As chamas também alcançaram os moles e edificações próximas, entre elas, a famosa Biblioteca de Alexandria, construída por Ptolomeu. Durante essas batalhas, acredita-se que Ptolomeu XIII morreu afogado no rio Nilo comandando sua frota. Em 15 de janeiro do ano 47 a.C. César controlava o Egito.
Morto Ptolomeu XIII, no estrito cumprimento do testamento depositado em Roma, César entregou o poder a Ptolomeu XIV, que só tinha 6 anos, obrigando a Cleópatra, que já era amante do romano, a casar-se com seu irmão e formar um novo casal real.

Apesar de César estar muito envolvido com Cleópatra, decide voltar a Roma, mas a deixa
grávida
de
um
filho seu. Em 27 de junho de 47 a. C., nasceu Ptomoleu César, que o povo egípcio chamou de Cesarión.
No ano seguinte, com seu marido e filho parte para Roma, onde
é
recebida
como
uma
rainha por César,
mas
para
o povo
romano
ela
não
era
mais
do
que
sua amante.
Esta
viagem,
independente
de
outros
valores,
nos
revela
o
interesse
por
conhecer
os
costumes
romanos
e
inclusive
o
desejo
de
uma
oriental
por
ocidentalizar-se.
Cleópatra
permaneceu
um ano
e
meio
em
Roma,
em
uma
cidade
que
não
podia
se
comparar
com
a
bela
Alexandria.
A
rainha
estava
protegida
por
César,
mas
tinha
a
esperança
de
alcançar
uma
união
legal,
o
que
nunca
aconteceu.
César, nunca se importou com o povo, que não gostava da egípcia e construiu em sua honra uma estátua de ouro no templo de Vênus. Porém, o descontentamento era tal, que em 15 de março de 44 a.C., Júlio César foi assassinado durante uma reunião do Senado romano.
A morte de César,
truncou
os
planos,
mais
políticos
que
pessoais
de
Cleópatra.
Não
só
o
assassinato,
mas
também
o
conhecimento
do
testamento
de
César,
em
que
tornara
seu
único
herdeiro
Otávio,
filho
de
uma
sobrinha-neta
por
parte
de
sua
irmã,
fizeram
a compreender que
momentaneamente
deveria
renunciar
ao
seu
sonho.
Sua
vida
e
de
seu
filho
corriam
perigo
e
logo
retornou
ao
Egito,
esperando
o
desenrolar
de
novos
acontecimentos.

CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO
Cleópatra, de volta ao Egito, sabia que ela não poderia manter a unidade de seu reino contra a invasão dos romanos e que seria necessária uma outra aliança para que não fosse atacada. Decidiu então conquistar Marco Antônio, outro membro do Triunvirato que governava a República Romana. Contam que para conquistá-lo, preparou uma grande festa em sua honra, onde não faltaram presentes, belas mulheres e onde se utilizou de todos os seus encantos para seduzi-lo. Marco Antônio não pode resistir à Cleópatra e durante um ano viveram em festa permanente. A rainha ficou grávida de gêmeos, mas o romano não pode vê-los nascer, pois no começo do ano 40 a.C., teve que retornar à Roma, pois Fúlvia, sua esposa, participava de uma conspiração contra Otávio. No final do ano sua esposa morreu e firmou um acordo de paz com Otávio e em sinal de amizade, se casou com a irmã deste, Otávia.
Cleópatra seguiu reinando o Egito. Quatro anos depois Marco Antonio regressou e tiveram seu terceiro filho, Ptolomeu Filadelfo. Durante algum tempo, Marco Antônio não obteve êxito em suas conquistas, perdendo muitos soldados e terras, até que finalmente invadiu a Armênia e regressou triunfante à Alexandria. Cleópatra foi coroada "Rainha dos reis" e todos seus filhos receberam títulos reais.
Cesários, com 13 anos, foi proclamado "Rei dos reis"; Alejandro Helios, de 6 anos, foi nomeado rei da Armênia; Cleópatra Selena, Rainha de Cirenaica e Creta, também com 6 anos; Ptolomeu Filadelfo, com só 2 anos, rei da Ásia Menor.
Marco Antônio e Cleópatra eram fortes aliados e tinham grandes ambições. Recuperaram alguns territórios que a família da rainha havia controlado no passado. Porém Otávio sabendo da ambição de ambos, informou ao Senado romano que Marco Antônio era um traidor. Também tinha tomado o divórcio de Marco Antônio com sua irmã uma ofensa.

O FIM DE CLEÓPATRA
No final de 32 a.C., Otávio declarou guerra à Cleópatra e ao Egito. Marco Antônio atuou na guerra como aliado de Cleópatra contra Roma. Chegaram à Grécia temendo um ataque que levara a perder esse território. O que realmente aconteceu é que os soldados romanos foram vencendo o exército de Marco Antônio, capturando seus fortes e afundando seus barcos.
Pouco a pouco a situação foi piorando, e desesperados, Antônio e Cleópatra decidiram atravessar o cerco romano. Foram derrotados na famosa batalha de Accio (Actium), enquanto Cleópatra conseguiu fugir com sua frota regressando à Alexandria, onde entrou triunfante como se tivesse conquistado uma grande vitória, para evitar que seus inimigos no Egito não a deixassem entrar ao saber que havia sido vencida por Otávio.
Marco Antônio estava desiludido com a desonra e decidiu ocultar-se na ilha de Faros, sem querer ver ninguém. Enquanto isso, Cleópatra seguia pensando na forma de continuar seu governo. Otávio já não tinha suficiente ouro para pagar os exércitos, por isso não poderia atacar tão cedo. Porém se sabia que ele voltaria em busca das riquezas do Egito.
Um tempo depois, Marco Antônio saiu de seu retiro e unindo-se a Cleópatra de novo voltaram a realizar festas no palácio.
Um ano depois, receberam a notícia da chegada de Otávio, e Cleópatra temendo sua reação, lhe enviou uma carta oferecendo-lhe o Egito com a condição de que seus filhos governassem. Porém Otávio não respondeu, pois sua idéia era governar sozinho.
Marco Antônio reuniu seu exército para enfrentar Otávio, mas seus soldados desertaram e culpavam Cleópatra, que assustada com a ira do romano se encerrou num mausoléu. Corriam rumores que a rainha egípcia havia se suicidado. Marco Antônio enlouquecido se cravou sua espada, justamente no momento em que o secretário de Cleópatra chegava com a notícia que ela estava viva. Foi levado então até a rainha e morreu em seus braços.
Pouco depois, com a idade de 39 anos, morreu Cleópatra, a última rainha do Egito. Morre a grande mulher e nasce o mito.

O
MITO
DA
MULHER
DE
PODER

Sem
sombra
de
dúvida,
Cleópatra
jamais
foi
esta
mulher
tão
hostilizada
pela
literatura
greco-romana.
Ela
é,
antes
de
tudo,
uma
personagem
que
tem
despertado
o
interesse
de
um
grande
número
de
historiadores
e
o
que
sabe-se
hoje,
é
que
a
imagem
fornecida
pela
literatura
antiga
está
impregnada
de
conceitos
equivocados,
nos
forçando
a
encarar
Cleópatra
como
uma
governante
ambiciosa
e
uma
mulher
desprovida
de
sentimentos
que
utiliza
sua
sexualidade
para
alcançar
objetivos
maiores.
Na realidade,
esta
rainha nem tinha tantos encantos assim, mas se utilizava
de
um
cérebro
masculino,
que aspirava
pelo
poder.
A
superioridade
do
Ocidente
frente
ao
Oriente,
somada
à
oposição
do
masculino
pelo
feminino
foram
os
elementos
que
desencadearam
a
luta
entre
Cleópatra
e
o
romano
Otávio.
Graças
a
recentes
publicações,
nos
foi
possível
conhecer
um
pouco
mais
da
Rainha
Cleópatra.
É
hoje,
de
nosso
conhecimento,
o
seu
paralelo
papel
de
mãe,
sempre
preocupada
com
o
futuro
de
seus
filhos.
Os
alguns
episódios
da
vida
desta
mulher
que
nasceu
no
ano
de
69
a.C.
e
morreu
em
30
a.C.,
nos
permite
contemplar
uma
rainha
que
refletia
e
calculava
detidamente
todas
as
suas
decisões,
tendo
sempre
em
conta
os
interesses
do
seu
reino
e
de
seus
filhos.
A
opção
pelo
suicídio
é
prova
cabal
destes
fatos.
Cleópatra
lutou
até
o
fim
para
preservar
a
independência
de
seu
reino
e
se
equivocou
ao
pensar
que
poderia
derrotar
Roma. A sua
enorme
popularidade
não
só
no
Egito,
revelam
que
efetivamente
ela
havia
sido
uma
extraordinária
mulher
e
uma
rainha-regente
muito
competente.
Sua
memória
foi
honrada
através
dos
séculos
pelos
egípcios,
porque
eles
sempre
entenderam
as
atitudes
e
comportamento
desta
mulher
que
antes
de
tudo,
queria
reinar
um
Estado
livre,
sem
a
presença
romana.

CLEÓPATRAS
ATUAIS

Hoje, mais do que nunca, encontramos mulheres que conseguiram posições executivas, gerenciais e profissionais, com todos os poderes e responsabilidades que isso acarreta. Seus problemas, portanto, são de mulheres importantes e, as soluções que darão a eles serão diferentes das dos homens, porque são intrinsecamente diferente deles. Biologicamente, as mulheres são diferentes em estrutura e potencialidade. Psicologicamente, os valores femininos tendem a ser ordenados de forma diferente, de forma que suas prioridades podem não se alinhar da maneira como os homens fazem. As escolhas das mulheres são estruturadas em grande parte por relacionamentos. Ao contrário, os relacionamentos entre homens tendem a ser estruturados largamente pelas escolhas que fazem.
Parece
que
os
conflitos
psíquicos
mais
profundos
surgem
quando
se
vive
de
uma
forma
fortemente
unilateral,
voltado
para
a
identidade
ou
para
o
relacionamento.
A
mulher
bem-sucedida
no
mundo
masculino
e
que
também
tem
conseguido
manter
um
lar
com
filhos
e
marido,
está
começando
a
entender
o
preço
demasiado
caro
que
lhe
é
cobrado
para
estabelecer
sua
identidade.
Tem
sido
mais
difícil
para
ela
do
que
jamais
pensara
que
fosse,
pois
teve
que
fazer
tudo
o
que
os
homens
fazem
e
mais,
porque
ainda
carrega
a
responsabilidade
primária
de
cuidar
da
família.
Esta
mulher
sofre
com
a
recusa
ou
impossibilidade
de
conviver
com
ela
mesma.
Acaba
oscilando
entre
o
desespero
e
a
culpa:
desespero
de
saber
que
nunca
poderá
estar
completamente
segura
em
um
mundo
de
valores
patriarcais;
culpa,
porque
mesmo
que
consiga
o
reconhecimento
neste
mundo,
uma
parte
muito
importante
de
seu
ser,
seu
Eros,
terá
que
ser
sacrificada
no
processo.
A
posição
de
um
ego
voltado
para
objetivos
da
identidade,
reconhecimento
e
poder
dá
margem
a
uma
sombra,
uma
contraparte
inconsciente
inferior
que
recusa
significado
e
reprime
o
sentimento.
A
mulher
nesta
posição
pode
facilmente
ser
dominada
pelos
valores
patriarcais
ao
seu
redor.
Ela
poderá
então,
se
tornar
ausente
em
relação
ao
filho
ou
marido;
uma
mulher
fria
e
distante.
Por
dentro,
entretanto,
ela
é
um
caldeirão
de
contradições.
O
lado
feminino,
que
em
sua
totalidade
baseia-se
na
função
maternal,
será
vista
por
esta
mulher
como
uma
ameaça
à
sua
identidade.E,
deste
modo,
a
mulher
fica
dividida
entre
estes
dois
conjuntos
opostos,
que
acredita
que
a
sociedade
impõe
à
ela.
Mas
será
mesmo
que
a
sociedade
impôs
isso?
Não
podemos
negar
que
em
grande
parte
somos
condicionados
pela
sociedade.
Nossos
condicionamentos
começam
quando
nascemos,
quando
começamos
a
perceber
as
expectativas
de
nossa
mãe
e
depois
do
mundo
inteiro.
Mesmo
assim,
se
pudermos
acreditar
que
somos
algo
mais
do
que
condicionamento,
que
viemos
para
este
mundo
com
padrões
arquetípicos
impressos,
então,
diante
de
tudo
que
nos
é
oferecido,
teremos
alguma
escolha
quanto
aos
padrões
que
vamos
ultrapassar,
quais
aceitar
e
quais
recusar.
Pode
uma
sociedade
livre
impor
alguma
coisa
a
alguém
se
a
pessoa
não
concorda
tacitamente
com
isso?
Quando
se
percebe
que
nos
foi
ensinado
a
seguir
a
multidão
sem
querer
pensar,
podemos
descobrir
que
afinal
de
contas
ainda
temos
alguma
escolha.

RITUAL
DE
ENSAIO
PARA
A
MORTE
Sabemos
que
a
vida
neste
corpo
e
nesta
terra
é
curta.
À
medida
que
envelhecemos,
nos
tornamos
mais
conscientes
desse
simples
fato.
A
vida
acabará
em
breve.
Já
não
nos
sobra
muito
tempo
dela,
talvez
mais
vinte
anos,
talvez
apenas
mais
dez,
talvez
haja
apenas
amanhã.
Será
que
então
passaremos
esses
poucos
dias
preciosos
oscilando
para
frente
e
para
trás
entre
a
culpa
de
termos
sido
insuficientemente
amorosas
e
a
vergonha
de
não
termos
conseguido
tudo
que
éramos
capazes
de
conseguir?
Será
que
desperdiçaremos
esse
tempo
precioso
desejando
que
fossemos
melhores
em
uma
coisa
ou
em
outra?
Acho
que
o
que
necessitamos
é
ensaiar
o
último
ato
do
nosso
drama
terreno,
que
é
o
unico
sobre
o
qual
se
tem
certeza
e
para
o
qual
estamos
menos
preparadas.
Estou
falando
do
ato
de
morrer.
Pois
vamos
então
ao
nosso
ritual.
Escolha
um
lugar
agradável,
de
preferência
ao
ar
livre
ou
que
você
possa
observar
o
céu.
Sente-se
com
a
coluna
ereta,
se
preferir
pode
deitar-se.
Mantenha
os
olhos
fechados
e
esvazie
sua
mente.
Inicie
a
respiração
abdominal,
procure
encher
completamente
a
barriga
e
os
pulmões.
Inspire
pelas
narinas
e
expire
o
ar
pelos
lábios
entreabertos.
Vá
aumentando
a
intensidade
respiratória
por
pelo
menos
6
vezes.
Imgine-se
agora
em
seu
leito
de
morte.
Sinta
a
vida
escoando-se
lentamente.
Só
há
uma
coisa
para
você
fazer
agora:
deixar-se
ir.
Deixe
as
tarefas
e
preocupações
deste
mundo
se
esvaírem.
Deixe
sua
própria
identidade
se
esvaziar.
Deixe
tudo,
sua
casa,
suas
posses,
seus
sentimentos,
seus
pensamentos.
Deixe-se
levar.
Você
começará
a
se
sentir
mais
leve.
Perderá
toda
a
carga
pesada
que
estava
levando
e
flutuará
no
espaço. Você
está
saindo
de
seu
corpo,
está
morrendo.
Você
perceberá
o
quanto
tudo
é
temporal
quando
encara
a
morte.
Caminhe
livremente
pelo
espaço
e
tente
encontrar
a
entrada
de
uma
caverna,
quando
achá-la
entre
nela.
Como
se
fosse
a
ponta
de
um
aspirador
o
buraco
negro
que
a(o)
sugará
para
baixo,
deixe-se
cair
sem
medo.
Pense
que
você
está
deslizando
em
um
escorregador.
No
fim
do
túnel
haverá
uma
luz
muito
forte.
Tente
ficar
em
pé
e
aguarde
que
alguém
virá
buscá-la(o).
Quando
isto
acontecer,
é
importante
avisar
que
você
ali
se
encontra
para
uma
rápida
visita.
Peça
então
para
conversar
com
um
Mestre.
Quando
ele
surgir,
observe
sua
aparência,
a
forma
com
que
surge,
os
mínimos
detalhes.
Conserve
com
o
Mestre
e
peça-lhe
o
que
for
necessário
para
compreender
este
momento.
Entregue-se
a
esta
sensação,
registre
as
imagens
e
palavras
e
guarde
tudo
em
seu
coração.
Se
Ele
lhe
oferecer
para
dar
um
passeio,
não
recuse
a
oferta,
não
tenha
medo,
pois
você
verá
o
que
lhe
for
permitido
ver
e
o
conhecerá
o
que
necessita
conhecer.
Depois
despeça-se
do
Mestre,
faça-lhe
uma
reverência
e
agradeça
o
contato.
Retorne
então
à
saída
da
caverna.
Agora,
você
será
puxada(o)
para
cima
e
novamente
se
encontrará
solta(o)
no
espaço.
Localize
seu
corpo
e
lentamente
volte
para
ele,
carregando
as
mensagens
recebidas
e
agora,
consciente
do
caminho
a
seguir.
Abra
os
olhos,
espreguice
e
permaneça
deitada
(o)
alguns
instantes
assim.
SEJA
BEM-VINDA(O)
AO
MUNDO
DOS
VIVOS!
Este
ensaio
de
morte,
não
é
coisa
fácil,
mas
a
consciência
da
morte,
pode
nos
ajudar
a
contentar-nos
com
fazer
um
pouco
menos
e
um
pouco
mais
devagar.
Talvez
o
que
realmente
importa
é
aceitar
de
bom
grado
o
que
a
vida
nos
oferece.
Não
sabemos
se
ainda
temos
vinte,
quarenta
anos
ou
apenas
um
dia
para
pôr
em
prática
o
que
quer
que
a
vida
nos
oferece
em
sua
agenda.
Por
isso,
talvez
não
devêssemos
lutar
tanto
pelos
aplausos,
porém
mais
pelo
prazer
e
a
graça
da
dança.
PENSE
NISSO!

Texto
pesquisado
e
desenvolvido
por
Rosane
Volpatto
A.Weegall : " The life and Times of Cleopatra ". Londres , 1914 .
M.Heim : " Cléopâtre ". París, 1962 .
- J.Benoist - Mechin : " Cléopâtre ou le Rêve evanoui ". Lausa
,1964.
M.Peyramoure : " Cleopatra " . Barcelona , 1959 .
- Enciclopedia Universal ilustrada , tomo XIII : " Cleopatra
".


 
 
 

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