BAUBO,
a deusa do
ventre

Baubo
é uma antiga Deusa Grega do Ventre, conhecida também pelo nome
de Iamba, era esposa de Dysaules e mãe de Mise. Em suas
representações não possui cabeça, e sim um rosto que aparece
no torso.
Sua
história nos chega da Antiga Grécia, quando Deméter era a
Deusa Mãe da Terra e todos os dias passeava pelos prados para
cuidá-los, garantindo assim que houvesse abundância em nosso
planeta. Regava as plantas, fazia florescer as árvores, sempre
acompanhada da filha Perséfone que amava profundamente.

Um
certo dia, Hades, o Deus dos Infernos seqüestrou Perséfone e a
levou para as entranhas da terra. Deméter caiu então, em
profunda depressão. A terra reflete seu desespero e os campos
se tornam estéreis.

Deméter
em sua peregrinação atrás da filha chega a um lugar chamado
Eleusis chorando muito. A pequena ama Baubo, vendo-a tão
desesperada, acercou-se dela dançando, levantou sua saia e
mostrou sua vulva. Deméter sorriu e Baubo abraçou-a e
disse-lhe que como Deusa da Terra, ela não poderia ser
destruidora e sim transformadora. Em seguida continuou
contando-lhe histórias bem picantes e engraçadas. As duas
riram muito juntas até que a Mãe da Terra adquiriu novas
forças para ir em busca da filha. A Terra riu com as Deusas, a
Terra Floresceu.
A
dimensão contagiante da alegria e do riso sagrado, junto com as
festividades e cerimoniais em que se vê envolto, afasta a
humanidade de seus pesares que constantemente os aferroam,
afirma a vida e vence os temores da morte e da esterilidade.
Através da alegria e do riso nos esquecemos dos limites de
nossa existência, além de nos ajudar a vencer obstáculos que
põem em perigo a continuidade da vida.

Baubo
é a Deusa radiante, amante do sorriso. Ela é a combinação de
impulso sexual, natural e instintivo, e da arte altamente
elaborada de amar.
Baubo
vive em cada uma de nós, é a capacidade que todas nós temos
de nos levantar e seguir em frente depois de um momento triste.
De apostar no riso, como auxiliar na cura de nossas depressões.
Baubo nos faz ainda entender como é poderoso, belo e mágico o
corpo feminino. Qualquer que seja sua forma e seu tamanho, nosso
corpo é único e, portanto, especial. A maioria das mulheres
ainda se deixam prender na teia da propaganda que nasce do mundo
do consumismo popular.
Comparando-se
às outras, em vez de apreciar o que ela própria é, se
tornará cativa daquilo que ela erroneamente identifica como
defeitos pessoais.

Os
germes de desprezo pelo corpo nos foi passado pelas primeiras
décadas do cristianismo e acabaram infectando toda a
consciência ocidental. A capacidade do homem de criar hoje vida
em laboratórios, com seleção do DNA, é típica do desprezo
pela matéria enquanto "matéria" e pelo processo
natural de seleção e adaptação. Mas é deste modo, que a
mente científica tenta nos colocar fora da natureza,
reforçando a persistente alienação do corpo que teve início
na era cristã.
Muitas
pessoas ainda hoje, se sentem desamadas, ou até indignas de ser
amadas e muitas ainda, tem a certeza de terem perdido a
capacidade de amar. Mas este vazio difuso de que as pessoas se
queixam pode ser explicado em termos de perda da conexão com a
Deusa, aquela que renova a vida, traz o amor, paixão e
fertilidade. É a Deusa Baubo que faz a ligação com uma camada
importante da nossa vida instintiva, nos trazendo de volta o
riso, a alegria, a beleza e a energia criativa que une a
sexualidade com espiritualidade.

Hoje
já não temos a oportunidade de segurarmos a imagem da Deusa
com o carinho de antigamente, pois a mente racional simplesmente
relegou-a a categoria de práticas pagãs arcaicas. Entretanto,
no corpo do pensamento psicológico, as imagens das Deusas são
consideradas "arquétipos". Arquétipos são formas
preexistentes que integram a estrutura herdada da psique comum
de todas as pessoas. Essas estruturas psiquícas são dotadas de
densidade emocional e quando ativadas tem o poder de transformar
o nosso consciente.
Acredito,
que Deusas como Baubo, segura e confiante em seu corpo e sua
sexualidade, pode nos ensinar a adquirirmos confiança em nós
próprias, para que possamos compreender que a nossa
sensualidade com seus impulsos naturais não são pecaminosos e
sim um dom divino.

ENTENDENDO
A SEXUALIDADE SAGRADA

Baubo
é uma antiga Deusa da Grécia associada a sexualidade sagrada.
É também um arquétipo da vida, da morte e da fertilidade. A
sexualidade sagrada, a fertilidade e a imortalidade são
conceitos que estão unidos na concepção mágica dos povos
antigos. A representação da vulva não é mais do que a
perpetuação do feito mágico do nascimento. Toda a criação
é um mistério numinoso, um segredo de que a humanidade
freqüentemente "se afasta", em uma atitude que, mais
tarde, é erroneamente interpretada como "vergonha".
Na figura da Deusa Baubo, o seu ventre representa o símbolo
numinoso da fertilidade. Enquanto que na posição frontal, toda
a nua feminilidade da Deusa é permeada pelo numinoso que dela
emana como fascinação, essa limitação à zona do ventre ou
do útero expressa do aspecto inumano e grotesco, a autonomia
radical do ventre aos "centros superiores" do
coração, seios, cabeça, e assim entroniza-o como sagrado.

A
Deusa Baubo reflete três aspectos particulares da existência
humana: idade Anciã (chegada da menopausa), Mulher Fecunda e
poder pessoal transformativo.
Baubo
é uma Deusa Anciã irreverente e alegre com sua sexualidade,
que vem lembra-nos que sexo é amor e prazer e é, sobretudo
mágico. Ela chega as nossas vidas para dizer:
-"Vamos
comemorar! Nós temos nossos úteros, nossas vulvas, nossa vida.
Vamos dançar!". Tente... não custa nada, dançar e rir
ainda é de graça. Coloque a palma de suas mãos um pouco
abaixo centro do abdomen (em cima do útero) e embale-se em uma
dança improvisada. Quando estiver pronta ria alto e o quanto
puder. Rir é contagioso, portanto, a partir de hoje sorria
muito e infecte o mundo com a epidemia de seu sorriso.


AFIRMAÇÕES
SUGERIDAS:

Eu
sou alegre
Eu sou saudável e feliz
Eu estou viva e em harmonia com minha sexualidade
Eu adoro minha forma de ser e meu corpo
Eu tenho energia e vitalidade abundantes
Essências relacionadas : Vanilla, amêndoa, lírio oriental,
bergamota.
Pedras
relacionadas : Carneliam, coral, ágata, jaspar marrom (pedras
alaranjadas), pedra do boji, larimar, obsidiana.
Texto pesquisado e
desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO

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