
PACHAMAMA
Eu
canto
uma
canção
de
amor
A
partir
das
pedras
do
meu
corpo
Dos
picos
mais
altos
das
minhas
montanhas
Das
areias
quentes
dos
meus
desertos
Eu
a
acaricio
com
folhas
verdes
Plantas
verdes
Eu
a
banho
em
vegetais
Alimento-a
em
seus
seios
A
Terra
Eu
a
acalmo
com
águas
cintilantes
Refresco-a
com
meus
oceanos
Minha
canção
de
amor
para
você
É
o
meu
corpo
A
Terra
Para
alimentá-la
Vesti-la
Acolhê-la
Aprenda
a
minha
canção
E
ela
vai
curar
você
Cante
a
minha
canção
e
ela
a
fará
inteira
Dance
comigo
e
você
será
sagrada.
Nosso
planeta
possui
vários
centros
magnéticos,
todos
localizados
nas
Cordilheiras
do
Himalaia
e
dos
Andes.
A
primeira
representa
a
radiação
magnética
masculina
e
a
outra
a
feminina.
O
complemento
da
energia
masculina
do
Himalaia
é
a
energia
mãe
dos
Andes.
Esta
energia
tocou
tão
fundo
os
habitantes
dos
Andes,
que
eles
reconhecem
a
Terra
como Pachamama,
a
Mãe
de
toda
a
Vida.
O
mágico
Vale
Sagrado
dos
Incas,
localiza-se
no
Hemisfério
Ocidental
da
América
do
Sul,
mais
precisamente
no
Peru,
entre
a
selva
e
a
serra.
Sua
posição
geográfica,
fez
com
que
o
homem
desta
região,
desenvolvesse
um
conhecimento
dirigido
na
busca
de
sua
integração
com
a
Natureza.
Por
isso,
os
Incas,
tem
um
modo
diferente
e
particular
de
ver
e
entender
o
Mundo
como
um
Ser
Vivo,
sempre
interligado
ao
homem.
O
CORPO
DA
TERRA

Para
os
Incas,
a
Terra
também
possui
um
corpo
com
centros
de
energia
importantíssimos,
que
equivalem
ao
coração,
ao
fígado,
aos
pulmões
e
aos
intestinos
do
Planeta.
Durante
o
Ciclo
Anterior,
a
Terra
esteve
regida energéticamente
pelo
Himalaia,
esta
cadeia
montanhosa
masculina.
Este
centro
energético
regia
a
espiritualidade
natural
do
Planeta.
Agora
nosso
Mundo
passa
por
um
processo
de
reversão,
porque
tudo
é
cíclico.
O
Himalaia
adormece
e
a
energia
dos
Andes
desperta,
o
que
favorecerá
muito
a
criatividade
e
a
intuição.
Para
ficar
mais
claro
o
conceito
destas
energias
(masculina/feminina),
exemplificamos
dizendo
que
no
ato
de
cultivar
a
terra,
a
energia
masculina
é
aquela
força
que
abre
o
sulco.
A
energia
feminina
é
a
que
permite
a
transformação
da
semente.
A
energia
masculina,
portanto,
é
aquela
que
de
posse
do
conhecimento,
o
faz
ação.
A
energia
feminina
é
a
que
produz
a
transformação.
O
Masculino
é
a
força
do
intelecto,
que
predominou
no
Ciclo
Planetário
Anterior.
Aqui
se
explica
o
porque
do
patriarcado
e
da
mulher
ter
sido
relegada
a
certos
planos
de
atividade
na
vida.
Com
a
espiritualidade
regida
pela
energia
feminina
dos
Andes,
cada
um
de
nós
será
seu
próprio
Sacerdote
para
comunicar-se
com
o
Grande-Espírito.
Não
é
por
acaso
que
cada
vez
mais
necessitamos
encontrar
um
sentido
para
nossa
vida,
pois
estamos
em
busca
de
uma
conexão
verdadeira
com
a
fonte
de
energia
universal.
Podemos
chamá-la
de
Grande-Espírito, Inti
Jinti,
Energia
Criadora,
o
nome
que
acharmos
melhor.
Só
ao
nos
conectarmos
é
que
compreenderemos
que
nossa
passagem
aqui
não
é
casual.
Cada
um
de
nós
tem
uma
função
e
um
papel
a
desempenhar.
Não
somos
meros
viajantes descompromissados,
viemos
à
Escola
da
Terra
para
aprendermos
e
evoluirmos.
PACHAMAMA,
A
DEUSA
DE
TODA
A
VIDA
A
necessidade
que
temos
de
nos
conectarmos
com
a
Fonte
Criadora
através
do
nosso
próprio
sentir
e
observar,
se
chama
espiritualidade
natural.
Em
cada
nascer
do
Sol,
em
cada
nova
vida
ou
no
desabrochar
de
uma
flor,
compreendemos
que
existe
um
grande
mistério.
São
nestes
pequenos
milagres
cotidianos
que
vislumbramos
o
sorriso
da Pachamama,
a
nossa
Mãe-Terra.
O
saber
inigualável
do
Povo
Inca,
sempre
se
revestiu
de
um
caráter
sagrado,
que
é
muito
bem
expressado
nos
Rituais
de
homenagem
a Pachamama,
mas
também
se
reflete
em
suas
atitudes
de
respeito
não
só
com
a
natureza
como
com
todos
os
homens.
Na
Terra
dos
Incas
a
Pachamama
se
identifica
também
como
a
"Deusa
do
Dragão",
que
habita
as
profundezas
da
montanha
e
que
ocasionalmente
provoca
terremotos.

A
deusa Pachamama
é
atualmente,
a
deusa
da
Terra
do Quecha
(fazendeiros
da
comunidade
isolada
da
montanha),
assim
como
de
todos
os
Peruanos,
Bolivianos
e
de
todo
o
nordeste
da
Argentina.
"Pacha"
significa
"tempo"
na
língua Kolla,
mas
seu
significado
engloba
o
universo,
o
mundo,
o
tempo,
o
lugar,
enquanto
que
"Mama"
é
mãe.
A Pachamama
agrega
um
deus
feminino,
que
produz
e
agrega.
Ela
é
adorada
em
suas
várias
formas:
os
campos
arados,
as
montanhas
como
seios
e
os
rios
caudalosos
como
seu
leite.
Refere-se
também,
ao
tempo
que
cura
as
dores,
que
distribui
as
estações
e
que
fecunda
a
Terra.
Esta
Mãe
Terra
teve
seu
culto
idolatrado
por
todo
o
Império,
pois
era
a
encarregada
de
propiciar
a
fertilidade
nos
campos.
Para
garantir
uma
boa
colheita,
espalha-se
farinha
de
trigo
na
plantação
e
celebram-se
rituais
em
sua
homenagem.
A
Pachamama
é
considerada
a
Mãe
dos
homens,
é
ela
que
amadurece
os
frutos
e
multiplica
o
ganho.
Tem
o
poder
que
lhe
permite
acabar
com
as
geadas,
pragas,
assim
como
outorga
sorte
as
casas.
Também
é
conveniente
solicitar
sua
permissão
e
proteção
para
viajar
por
territórios
montanhosos.
A
sua
influência
benéfica
impede
que
o
"mal
das
alturas"
afetem
os
viajantes.
Dizem
que Pachamama
é
ciumenta
e
vingativa,
mas
nunca
deixa
de
favorecer
aqueles
que
ganham
a
sua
simpatia.
Ela
interfere
em
todos
os
atos
da
vida
e
os
demais
deuses
indígenas
lhe
devem
obediência.
Quando
as
pessoas
deixam
de
respeitá-la,
esta
Deusa-dragão
manda
terremotos
para
lembrar
os
homens
de
sua
presença.
Toda
a
natureza
constitui
o
templo
desta
Deusa,
mas
dizem
que
sua
morada
encontra-se
no
Carro
Branco
(Nevado
de Cachi)
e
conta-se
que
no
cume
existia
um
lago.
Esta
ilha
é
habitada
por
um
touro
de
chifres
dourados,
que
ao
bramar
emite
pela
boca
nuvens
de
tormenta.
A Pachamama
é
descrita
como
sendo
uma
índia
de
estatura
baixa,
com
pés
grandes,
com
um sombrero
na
cabeça
e
que
aparece
sempre
acompanhada
por
um
cachorro
preto
muito
feroz.
As
víboras
se
tornam
dóceis
com
sua
presença
e
por
vezes
ela
as
faz
de
laço.

A Pachamama é considerada ainda, a criadora do Sol, da Lua e das Quatro Pachamitas, as estações, e como Deusa celeste habita a Constelação do Cruzeiro do Sul. Um mito sagrado conta que no princípio dos tempos Ela desceu das estrelas à terra para criar a vida.
Pachamama também é uma Deusa Tríplice que habita: o Céu "Janaj Pacha", a Terra "Kay Pacha" e as Profundidades "Ukhu Pacha". A oferenda de 1 de Agosto celebra essa tripla dimensão com o simbolismo das pedras, do céu e das estrelas.
A comida e a bebida: são os frutos de seu corpo terrestre.
O poço: seu útero e sua presença nas profundezas da terra.
Entre muitas crenças relacionadas com a PACHAMAMA, há uma advertência, que avisa que durante todo o mês de agosto, deve-se fazer uma cruz antes de sentar-se no solo e não tomar muito sol, pois a terra está aberta e faminta e pode nos levar. Para a cosmogonia indígena andina, a chuva é masculina e Pachamama é sedenta, e é por isso que as sementes emprenham quando chove.
RITUAL
CHA'LLA
É
costume
que
toda
a
terça-feira
de
carnaval
se
faça
a ch’alla
da
casa,
dos
instrumentos
de
trabalho,
do
carro,
outros
lugares
e
objetos
considerados
importantes
para
os
bolivianos.
Em
outros
momentos
da
vida
familiar
e
outros
em
âmbito
público,
como
é
o
caso
da
festas
religiosas,
também
são
realizados
o
ritual
da cha’lla.
Porém,
nesse
último
espaço
tal
ritual
se
dá
de
forma
velada
com
o
simples
gesto
de
verter
um
gole
de
bebida
ao
chão
(Pachamama),
ou
ainda
orvalhando
a
imagem
do
santo(a),
com
algumas
gotas
de
bebida.
Pachamama
espera
você
de
braços
abertos.
Este
é
o
momento
de
curar
e
lembrar-se
da
sua
santidade.
Você
está
ligado
à
Mãe
Terra
como
um
ser
vivo
ou
ainda
acha
que
ela
está
inerte
aos
seus
pés?
Está
por
acaso
com
um
problema
que
lhe
traz
muito
sofrimento?
Ou
você
é
daqueles
que
come
o
pão
e
bebe
a
água
sem
agradecer
à
Terra?
Ou
está
em
busca
de
respostas
para
suas
perguntas?
Encontrar-se
com Pachamama
é
algo
que
pode
ocorrer
em
qualquer
lugar,
é
só
querer.
Essa
aproximação
pode
se
dar
num
parque,
no
jardim
de
sua
casa,
numa
mata
ou
até
mesmo
no
deserto.
Pachamama
nos
fala
que
a
cura
só
se
processará
no
momento
em
que
você
abrir
seu
coração
para
ela.
A
CORPACHADA
Este
é
um
dos
ritos
consagrados
à Pachamama.
Esta
deusa
de
origem
Inca,
junto
a Inti
(Rei
Sol)
e
a
Mama Quilla
(Lua)
formam
a
trindade
astrológica
veneranda
pelos calchaquies.
A
Pachamama
é
a
energia germinadora
da
natureza.
Como
os
mortais,
entretanto,
ela
sente
fome
e
sede.
O
seu
culto
consiste
na
"corpacharla",
isto
é,
dar-lhe
de
comer.
Para
tanto,
cava-se
profundas
covas,
onde
se
enterram
todo
o
tipo
de
comida
e
bebida.
Este
ritual
é
acompanhado
de
rezas
e
invocações
à
deusa.
A Pachamama
é
muito
generosa
para
com
as
pessoas
que
lhe
fazem
este
tipo
de
agrado.
A
Ela
se
oferece
a
placenta
do
recém-nascido,
enterrando-a
entre
as
flores,
para
que
abençoe
à
criança.
Para
viver
um
grande
amor,
os
apaixonados
também
enterram
mechas
de
seus
cabelos.
A
Pachamama
acolhe
em
seus
braços
todos
os
seus
filhos
e
abraça-os
com
carinho
para
dar-lhes
refúgio
no
final
de
suas
jornadas.
ABRINDO-SE
PARA PACHAMAMA
Se
você
conseguir
um
lugar
ao
ar
livre,
tanto
melhor,
mas
procure
um
lugar
onde
se
sinta
segura
e
longe
de
olhares
de
muitos
curiosos.
Se
não
achar
tal
lugar,
pode
ser
dentro
de
sua
casa
mesmo.
Sente-se
ou
ponha-se
de
pé
sobre
a
Terra
(Pachamama),
com
a
coluna
ereta.
Respire
fundo
e
sinta
o
cheiro
da Pachamama.
Tente
alcançar
o
perfume
da
flor
mais
próxima
de
você.
Você
já
deve
ter
sentido
o
cheiro
do
aroma
do
oceano,
assim
como
o
perfume
da
terra
molhada,
não
é
gostoso?
Pois
sentir
o
aroma
das
flores
e
suas
folhas
é
bem
mais
fácil!
Agora
você
deverá
inspirar
profundamente
e
enquanto
solta
o
ar,
abra
os
braços
e
entregue-se
para Pachamama.
Deixe-a
envolver
com
seus
perfumes
e
suas
sensações.
Sinta
seu
amor
e
proteção
envolvê-la. Pachamama
é
a
Mãe
de
todos
que
se
aproximam
e
habitam
nela.
Deixe
que
seus
meios
de
cura
a
confortem,
deixe
ela
tecer
as
falhas
apresentadas
pelo
seu
ser.
Você
poderá
vê-la
sentada
ao
seu
lado
em
sua
frente
ou
segurando
seus
braços.
Tente
ser
o
mais
receptiva
possível,
de
modo
que
ela
perceba
que
deseja
imensamente
abraçá-la.
Peça-lhe
um
pouco
de
colo,
carinho
e
amor.
Oferte
a
ela
com
prazer
tudo
que
ela
lhe
pedir
(poderá
lhe
pedir
algo
para
beber,
comer
ou
fumar),
com
gratidão.
Respire
então
profundamente
e
solte
o
ar
bem
devagar.
Em
seguida
abra
os
olhos
bem
devagar.
Seja
bem-vinda!

Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO